Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Robert Ambelain

Robert Ambelain

 

 

 

Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão a 1ª parte de alguns fragmentos da controvertidíssima obra Jesus ou o Segredo Mortal dos Templários, de autoria de Robert Ambelain, inserida no que se poderia denominar de corrente naturalista – que agrupa os partidários de um Jesus humano e chefe de um movimento político anti-romano (os zelotes). Esta obra apresenta uma versão incomum sobre a vida de Jesus, que subscrevo apenas em parte. Tem o indiscutível mérito de esclarecer alguns pontos que foram em parte subtraídos e apocopados, em parte censurados e adulterados e em parte torpe e mentirosamente interpolados pelos copistas medievais, que, como é sabido, pelos mais variados motivos, manipularam os textos evangélicos, maiormente escritos com base em uma fantasiosa tradição oral, inclusive porque, como se sabe, a cronologia do Cristianismo, em seu primeiro século, é muito imprecisa, tendo, geralmente, sido acomodada a interesses nada confessáveis. Seja como for, são 2.000 anos de potoca e de disse-me-disse-me, de fofoca e de disse-não-disse, de poçoca e de sabe-se-lá-quem-disse, em que, quando no texto grego (inicial) era encontrada alguma passagem escandalosa, os copistas passavam a lixa, e a tradução era expurgada, de maneira que o leitor latino não encontrasse nada que o afastasse da fé. Só há duas maneiras efetivas de se auferir a verdade sobre este tipo de fato histórico: consultando as crônicas autênticas (consulta que vale para qualquer fato histórico) e os Registros Akáshicos. Seja como for, comentarei alguns pontos da obra ambelainiana dos quais divirjo frontalmente.

 

Ao ler o que se seguirá, você deverá auscultar seu Coração e pesquisar outras fontes sobre a veracidade ou não das informações; jamais aceitá-las como a verdade invulnerável e irrefutável dos fatos, até porque não há verdade incontestável e/ou irrefragável produzida pelos homens. Por isto, tenha em mente a advertência do abade Nicolas-Sylvestre Bergier (1718 – 1790) em seu Dictionnaire de Théologie Dogmatique Liturgique, Canonique et Disciplinaire: Os homens verdadeiramente sábios em matéria de exegese e, sobretudo, sinceros, reconhecem que o texto do Novo Testamento não remonta a antes do sexto século. Disto se depreende que muito (e mais um pouco) do que está escrito na Bíblia é de ouvir falar, e foi transmitido à posteridade em correspondência aos devaneios fideístas e aos delírios incontrolados de quem escreveu. Daí, as centenas (para não dizer milhares) de contradições, de incoerências e de inconformidades nela amontoadas aos montões. Como disse Robert Ambelain, a História se escreve com documentos, não com lendas. Mas, há quem prefira as lendas! Quem adora isto são os vendilhões canalhocratas de mandingas e de milagres. Fazer o quê? Só o tempo (que não é Tempo) – muito tempo! – poderá mudar estas coisas. Até lá, prisão-grilhões e medo.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Robert Ambelain (2 de setembro de 1907 – 27 de maio de 1997) foi escritor francês, autor de várias obras de cunho esotérico.

Robert Ambelain nasceu na cidade de Paris, tendo se tornado membro da Academia Nacional de História e da Associação dos Escritores de Língua Francesa.

Ingressou na Franco-Maçonaria Francesa, sendo iniciado na Loja La Jérusalem des Vallés Égyptiennes, do Rito de Memphis-Misraïm, onde viria a ser elevado ao grau de Mestre.

Durante a Segunda Guerra Mundial, juntamente com outros maçons ligado à Resistência, fundou a Loja Alexandria do Egito. Para que pudesse manter a Maçonaria trabalhando durante a ocupação alemã, recebeu todos os graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, todos os graus do Rito Escocês Retificado, incluindo o de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa e o de Professo, todos os graus do Rito de Memphis-Misraïm e todos os graus do Rito Sueco, incluindo o de Cavaleiro do Templo. Em 1962, foi alçado ao Grão-Mestrado Mundial do Rito de Memphis-Misraïm e, em 1985, foi promovido a Grão-Mestre Mundial de Honra do Rito de Memphis-Misraïm.

Foi agraciado, ainda, com os títulos de Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente Misto do Brasil, Grão-Mestre de Honra do antigo Grande Oriente do Chile, Presidente do Supremo Conselho dos Ritos Confederados para a França, Grão-Mestre da França do Rito Escocês Primitivo e Companheiro Ymagier do Tour de France – da Union Compagnonnique dês Devoirs Unis, onde recebeu o nome de Parisien-la-Liberté.

Além da Maçonaria, participou de outras organizações iniciáticas, como a Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz e a Ordem Martinista.

Dentre os livros que escreveu, destacam-se obras sobre Astrologia, I Ching, Tarô, Magia, Alquimia e KaBaLa. Foi também autor de obras polêmicas sobre as origens do Cristianismo, como La Magie Sacrée et Jésus ou le Mortel Secret des Templiers e La Vie Secrète de Saint Paul.

Robert Ambelain morreu em Paris deixando inconcluso o livro Finis Gloriæ Mundi.

 

 

 

Pensamentos Ambelainianos

 

 

 

'O silêncio é a arma mais poderosa do mal.' (Maurice Magre, apud Robert Ambelain).

A Ordem do Templo era primitivamente conhecida como a Tropa dos Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão.

O objetivo do poder templário, sabiamente dirigido por um grupo de Iniciados, era efetivamente fazer do mundo inteiro uma «Terra Santa» – uma unidade européia e de uma religião universal que unisse todos os homens.

 

 

 

 

Nosso Senhor Jesus, o Cristo, não morreu na cruz, não ressuscitou dentre os mortos, não subiu ao céu com um corpo humano... Tudo isto aconteceu de modo figurado!

Quando os cátaros [que não se constituíam em uma forma primitiva de cristãos] se referiam ao «Espírito Santo», esta expressão designava uma entidade do panteão gnóstico, um Éon, mas, de modo algum uma emanação eterna nascida das relações essenciais entre o «Pai» e o «Filho».

As armas foram, em todo tempo, os instrumentos da barbárie, assegurando o triunfo da matéria.

Os gregos de antigamente, em sua Mitologia, ignoravam esse tipo de espíritos que nós conviemos em denominar anjos.1

A luta de Roma contra o messianismo de Jesus se empreendeu já desde seu início, e em vida deste, dado que suas atividades materiais abriam passagem a esta verdadeira «chamada à guerra Santa», a esta declaração de guerra «às nações» que representava o Apocalipse».

Depois do nascimento de Jesus, Maria («Mãe dos Sete Trovões», o principal dos quais era Jesus) conheceu a mesma vida de todas as esposas, o que explica os irmãos de Jesus. Portanto, a virgindade perpétua de Maria [Confiteor Deo omnipotenti, beatæ Mariæ semper virgini], mãe de Jesus, fica assim excluída; tal virgindade é fruto do mito e da lenda popular.

O Arcanjo Gabriel jamais apareceu à Maria, coisa implicada no fato de que, muito mais tarde, ela não acreditasse na Missão que Jesus se atribuía.

O verdadeiro marido de Maria não foi o misterioso José, mas, sim, Judas, da Gamala, Judas, o Galileu, aquele que se converteria em justiça e naquela mesma data, em um «Gabriel» (em hebreu: «Herói de Deus»), ao se converter no «Herói da Revolução do Censo».

Datas propostas para o nascimento de Jesus: 25 de dezembro, 6 de janeiro, 28 de março, 19 de abril, 20 de maio...

A mãe e os irmãos de Jesus [Santiago(?), José(?), Judas(?), Simão(?), Sidônio(?), Tomás(?), João(?)] não acreditavam Nele. Não estavam convencidos em Suas demonstrações públicas. Consideravam-no perigoso («furorem versus», quer dizer, louco furioso, segundo São Jerônimo, em sua Vulgata), o que, deste modo, confirma que Maria não se beneficiou jamais de uma revelação de origem angélica no referente à missão extraordinária de seu filho primogênito.2

Se a ressurreição era algo autêntico, real, por que o pseudo-ressuscitado Jesus se disfarçava quando se achava em lugares públicos ou, inclusive, ante seus amigos? Por que estes não o reconheceram no caminho de Emaús? Por que Maria Madalena tomou-o pelo hortelão?

A existência de um irmão gêmeo de Jesus foi conhecida, durante um período de tempo bastante importante, sem escândalo algum nos meios cristãos iniciais. Entre os anos 200 e 300, a realidade de um irmão gêmeo de Jesus não constituía um fato ou um acontecimento que contrariasse ou ofendesse os sentimentos, as crenças ou as convenções morais, sociais ou religiosas estabelecidas.3

 

 

 

 

Não é religiosamente «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela...»4 (Evangelho de Mateus, XVI: 18), mas, esotericamente, «Tu és 'Képha' (Rocha) [Simão, o barjonna (fora-da-lei, anarquista) de Betsaida], e de ti farei 'kipahá' (o ramo de palmeira, símbolo de vitória).»

Simão, a Pedra (Rocha), Simão, o Zelote, Simão, o Canhoneiro e Simão Iscariote são uma só e única pessoa, que é Simão, o anarquista, Simão, o fora-da-lei (o barjonna), Simão, um dos irmãos de Jesus.

'Gnôsis' Magia Taumatúrgica que Jesus [como Iniciado] trouxe do Egito.

A Sombra de Simão-Pedro curava os doentes pelo simples fato de os cobrir com ela por um breve instante.5

Simão-Pedro não foi, de modo algum, o chefe ou o «príncipe dos apóstolos», apresentado sempre como o primeiro papa. Na verdade, foi Santiago (o primeiro a receber do Salvador e dos Apóstolos o Episcopado da Igreja de Jerusalém, e que as Divinas Escrituras designam comumente como o irmão de Cristo) quem dirigiu a Igreja de Jerusalém, assim como todas as outras, pois, os apóstolos não admitiram a «transmissão» efetuada por Jesus em favor de Pedro... Paulo, em sua 'Epístola aos Romanos', em que saúda os numerosos cristãos estabelecidos na Capital do Império, não faz nenhuma alusão a Pedro nem a uma estadia deste na Cidade Eterna.6

'Seguir uma regra de igualdade...»' (Coríntios, VIII: 13) – este preceito, tendo em conta a época, é uma teoria anarquista em uma sociedade civil que repousava sobre a escravidão e a desigualdade dos indivíduos e dos sexos.7

A crucificação de Simão-Pedro se deu em 46 ou em 47, depois do Sínodo de Jerusalém, «nos tempos da fome», em Jerusalém mesmo, por ordem de Tibério Alexandre, Procurador de Roma, e não em Roma, no ano 67, de cabeça para baixo.

Silogismo inatacável: se Santiago e Simão-Pedro eram, por uma parte, filhos de Judas, o Galileu (aliás, Judas da Gamala ou Judas, o Gaulanita, o «herói da Rebelião do Censo»), e se, por outra parte, ambos eram irmãos de Jesus, Jesus era também filho de Judas, o Galileu, e não de José (os Evangelhos Canônicos são bastante discretos no que se refere a este personagem misterioso, evanescente, que desempenha um papel muito secundário na lenda cristã, e que desaparece, sem que se saiba como nem onde).8

Parábola dos Dez Marcos (Evangelho de Lucas, XIX: 27) – exemplo de incoerência mistagógica: Quanto, porém, àqueles meus inimigos que não querem que eu reine sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha presença.

A Cidade de Nazaré não figura em nenhum texto antigo. O Antigo Testamento – que era tão loquaz quanto à geografia Flavio Josefo, o Talmud e os Manuscritos do Mar Morto não falam dela. Nazaré não aparece até os manuscritos dos Evangelhos oficiais, quer dizer, no século IV.

No Evangelho de Mateus (50 graus genealógicos) e no Evangelho de Lucas (76 graus genealógicos) o avô oficial de Jesus não é o mesmo, e no curso total das duas genealogias acontece o mesmo: são totalmente diferentes.

Atrás de uma muralha intransponível, os escribas anônimos do século V ocultaram o cadáver da Verdade!

Na realidade, os seguidores de Jesus constituíam uma multidão considerável, que fazia um ruído enorme. Não era uma dúzia de tímidos acompanhando seu professor
espiritual.

As circunstâncias relativas à detenção de Jesus indicam que se tratou não de tomar medidas contra um pregador iluminado, mas, contra um chefe de guerrilheiros, contra um rebelde. «Julgais que vim trazer paz à Terra? Não, vos digo eu, mas, separação...» (Evangelho de Lucas, XII: 51).

Como imaginar e admitir que os Doutores da Lei – versados todos eles, sem exceção, nas sutilidades das exegeses da Tora e do Talmud, e inclusive, no caso de alguns deles, nos mistérios ocultos da KaBaLa se rebaixariam ao nível de catecúmenos para se instruir humildemente com um menino de doze anos [Jesus]?9

Nas regiões onde a vida não varia há séculos os costumes se mantêm imutáveis e cruéis.10

 

 

 

Jesus era chefe do movimento zelote.11

Por diversos motivos históricos, a famosa «dança de Salomé» para Herodes Antipas – o tetrarca idumeu é um episódio que deve ser relegado ao campo das lendas.

Não há um só exegeta que não tenha observado ou reconhecido que na vida de Jesus há um vazio obscuro um período do qual não se sabe absolutamente nada. Cafarnaum foi o local fixado da sua primeira (re)aparição, mais ou menos aos trinta anos.12

Tratado Talmúdico Avodah Zarah: «Vale mais perecer do que ser salvado pela magia...» Para os judeus, Jesus operava seus prodígios se apoiando em Seus conhecimentos de magia, que havia aprendido no Egito.

Sobre o fato de Jesus ter utilizado a saliva na cura de afecções oculares, Ele não fez mais que empregar uma receita antiquíssima que se apóia no valor terapêutico da saliva.13

A vida de Jesus está dominada por uma seqüência de «operações mágicas» proibidas sob pena de morte pela religião judia.

A tentação de Jesus no Monte da Quarentena, durante quarenta dias e quarenta noites, para ali ser tentado pelo diabo, se trata de uma Prova Iniciática: o operante deverá triunfar sobre as forças de baixo, se quiser obter o apoio das Forças do Alto. Este mesmo episódio se encontra na vida de Buddha e de todos os grandes taumaturgos. Depois, o triunfador é «assistido por todo o Céu e obedecido por todo o
Inferno», segundo a conclusão perfeitamente conhecida por todos os KaBaListas.

Todo rito de evocação exige que seja praticado de forma que não se corra o risco de ser incomodado ou interrompido pela chegada inopinada de profanos.14

Os famosos «trinta denários»15 da traição foram introduzidos pelos falsificadores anônimos que redigiram os pseudo-evangelhos, para justificar a passagem de Zacarias (II, 12): «Então, pesaram trinta moedas de prata para lhe pagar». Enfim, se se tivesse posto um preço sobre a Cabeça de Jesus, é indubitável que a soma teria sido muito mais considerável.

Os fariseus afirmavam: Por meio do Príncipe dos Demônios, Jesus expulsa os demônios.

Ainda em nossa época, em Marrocos, na Tunísia e em todo o Oriente Próximo [Médio] alguns adivinhos praticam consultas mediante o procedimento adivinhatório denominado «Darb el-Remel» ou «Arte da Areia». Com ajuda de pontos ou de raias riscadas sobre a areia, se obtêm figuras com valor de oráculo, cujo número é invariavelmente de dezesseis, e que dão a resposta à pergunta formulada.

A indulgência de Jesus com as mulheres adúlteras ou com as prostitutas está justificada pela presença de várias delas em sua genealogia ancestral.16

Jesus (como também seus discípulos) não pôde curar a todos quantos tiveram relação com Ele.17

Diversos versículos dos Evangelhos sofreram severas revisões efetuadas no curso dos cinco primeiros séculos.18

Jesus foi crucificado por ter sido considerado rei de Israel (pretensão de unir os reinos da Judéia e da Samaria) e por ser acusado de banditismo, de rebelião e de praticar magia nociva, ou seja, Sua conduta, Suas palavras e Seus atos manifestavam substantiva ameaça para Roma.

Quando fanáticos [de qualquer religião] estão persuadidos de estar servindo a uma causa justa e de ter Deus a seu lado, todo limite é rapidamente transbordado.19

Os vencidos são aqueles que não esperam vencer!

 

 

 

Continua...

 

 

 

______

Notas:

1. Não nos esqueçamos de que, individualmente ou coletivamente, o que é pensado geralmente acaba se transformando em uma forma-pensamento, que corresponde à natureza do pensamento pensado, com, por assim dizer, vida própria e independência correspondente e particular. Foi e continua sendo desta maneira que os deuses e os demônios foram e são criados, e dos quais a Humanidade se tornou e se torna responsável. Não há nada mais poderoso e criativo do que o pensamento, principalmente se a(s) mente(s) que o produz(em) sabe(m) o que está(ão) fazendo.

 

 

Herr Achtzehn – o Mago Negro

 

 

2. A questão a ponderar é a seguinte: se houve e aconteceu realmente a Anunciação à Maria pelo Arcanjo Gabriel (Salve, cheia de graça, o Senhor é contigo. Achaste graça diante de Deus. Conceberás um filho, a quem porás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo... e Seu Reino não terá fim), como Maria, segundo os Evangelhos, pôde duvidar da Santidade de Jesus?

3. Quanto a este tema, eu pergunto apenas o seguinte: se Jesus foi casado (com Maria Madalena ou Maria de Magdala – que nunca foi uma cortesã possessa ou pecadora arrependida que tivesse necessidade de um exorcismo de Jesus) e teve uma filha, se teve um irmão gêmeo (dídimo), se isto ou se aquilo, estas coisas (e outras tantas que possamos escarafunchar relativamente à Sua vida-projeção na Terra) alteram em quê a Sua posição hierárquica na Grande Loja Branca, a Sua superlativa e inigualável misericórdia e a Santidade da Sua Missão na Terra? Sei lá, mas, acho a maior perda de tempo especular sobre fatos históricos, que, no frigir dos ovos, não têm a menor importância, fatos dos quais, como afirmei na Introdução e Objetivo do Estudo, só há duas maneiras efetivas de se auferir a verdade: consultando as crônicas autênticas e os Registros Akáshicos. E, mesmo assim, aqui vai uma segunda pergunta: para quê? Curiosidade e fofocada jamais libertaram ou fizeram alguém ascensionar. Jesus é Jesus – o ALef e o TaV – e acabou-se. Quem dera a nós, um dia, podermos a Ele nos equiparar em ShOPhIa, Harmonia e Alegria, Lhaneza, Beleza e Pureza! O fato é que teremos que comer ainda muito feijão com arroz, desmantelar muitos e muitos preconceitos e convergir ao invés de, como quimera, ficar divergindo e lançando fogo pela bicanca. Agora, as conspirações-escamoteações bíblicas são outra coisa. Quem deverá responder por elas são os conspiradores e os escamoteadores, coisa que também não nos interessa diretamente. Há alguns anos, publiquei um texto sobre o Frank Sinatra (Meus Amigos Não Têm Cor – o Lado Místico de Frank Sinatra), e disse: Se Sinatra transou com as mais lindas mulheres, foi porque tinha classe e elas quiseram dar um pouquinho pra ele. Se ele entornou litros e mais litros de Jack Daniel's, não foi o meu fígado que pagou o preço nem fui eu que tive que curtir as ressacas. Se teve vinculações com alguma 'Famiglia', não me cabe criticar. Enfim, se Sinatra cometeu erros (muitos ou poucos), quem sou eu para emitir um veredicto de culpado? Os erros que eu próprio perpetrei não foram julgados por ele nem eu estou preocupado com a opinião de ninguém. Só devo satisfações à minha consciência e ao D' US do meu Coração.

 

Tempo estéril que se perde
esgaravatando a vida alheia.
Tempo infértil que se perde
inventariando a vida alheia.
Tempo desútil que se perde
pré-
sei-lá-o-quê a vida alheia.

 

4. Jesus não se projetou na Terra para criar religião alguma e muito menos para edificar qualquer igreja. Isto é uma estória da carochinha muito mal contada para tentar explicar ou justificar o inexplicável e o injustificável. Pior foi quem inventou que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mas, afinal de contas, houve inferno maior e mais tenebroso do que a maldita e doentia inquisição, criada diabolicamente por aqueles padrecas esquizofrênicos que queriam defender a igreja por eles criada dos demônios que moravam em seus próprios agourentos, fedorentos e não-isentos Corações?

 

Oh!, Torquemada!a Oh!, Torquemada!
Em que cova estará tua alma penada?
Oh!, Bernardo Gui!b Oh!, Bernardo Gui!
Eta!, mau-caratismo! Nem o Pitanguy.
c
Oh!, D. Veríssimo!d Oh!, D. Veríssimo!
Longe tu te achaste de ser meritíssimo.

 

a) Tomás de Torquemada (1420 – 1498) – O Grande Inquisidor foi, no século XV, o inquisidor-geral dos Reinos de Castela e Aragão e confessor da rainha Isabel, a Católica.

b) Bernardo Gui (1261 ou 1262 1331) foi um inquisidor da Ordem Dominicana que atuou na Baixa Idade Média durante a inquisição medieval.

c) Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy (1926 ) é um cirurgião plástico e membro da Academia Brasileira de Letras. É considerado o mais renomado cirurgião plástico do Brasil e um dos melhores do mundo.

d) Dom Veríssimo de Lencastre (1615 – 1692) foi um cardeal português, arcebispo de Braga, Primaz das Espanhas e inquisidor em Évora e em Lisboa.

 

5. A Sombra tratada aqui, como explica Robert Ambelain, não é a zona escura produzida pelo corpo de Pedro se interpondo entre o doente e o Sol. É o seu Duplo Fluídico ou Etérico (Princípio Vital) – o «NePheSh» hebraico.

6. Este parece ter sido o primeiro cisma da incipiente religião. Talvez, a semente desta dissidência tenha sido o fato de Simão-Pedro ter renegado três vezes seu Irmão e seu Rei na noite da captura de Jesus. É possível que os outros Apóstolos nunca tenham engolido esta traição, porque eu mesmo também não a engoli até hoje. Pior do que traição só mesmo assassinato-suicídio e suicídio-assassinato.

7. Aqui, ainda que o que vou refletir tenha jeitão de paradoxo – mas, é mesmo apenasmente jeitão – devo comentar o seguinte: ou isto foi mal traduzido ou mal compreendido, pois, Jesus jamais poderia ter ensinado ou pregado a igualdade, já que sabia muito bem que a igualdade (como nós costumamos entendê-la) é uma impossibilidade cósmica. Igualdade implica em direitos iguais, e direitos iguais, iniciaticamente, é uma aberração, apesar de, cármica e darmicamente, sermos e estarmos todos sujeitos à mesma Lei Universal. Esta é a única igualdade possível, uma vez que nem sequer viemos todos do mesmo lugar nem retornaremos para o mesmo lugar, pois, estamos em planos de compreensão diferentes. Ora, basta refletirmos só um pouquinho, e, sem empecimento, concluiremos que não pode existir igualdade de direitos, de proveitos, de vantagens, de benefícios etc, seja in vitam, seja post-mortem, para, por exemplo, um Dezoito e para um Oitocentos e Oitenta e Oito. Como poderia? O Devachan não é generalizadamente para todos e não existe essa coisa de direito adquirido a reencarnar. Por outro lado, você acha que seria possível o Herr Achtzehn, o Don Duce e o serem convidados e festivamente recebidos na GLB para um chazinho das cinco com bolachinhas e petits-fours? Portanto, há, pelo contrário, Privilégio – conquistado pelo mérito e pelo trabalho (Ora et Labora). A Occultum Lapidem não cairá jamais de araque no colo de ninguém. Nem que o inferno congele! Então, concertadamente seria que entendêssemos e admitíssemos a igualdade crística como eqüidade, ou seja, apreciação reta, manifestação de senso de justiça, integridade, imparcialidade, probidade, correção e lisura na maneira de proceder, de avaliar, de opinar etc. Isto, sim, é uma coisa legal. Conclusivamente, aceitar, consentir e tolerar uma igualdade generalizada, indiscriminada e universalizada é uma superlativa injustiça e fazer da Lei da Causa e do Efeito uma pantomima burlesca. Só os fracos e os medíocres é que gostam e lutam por igualdade. Em que o Rei Pelé foi igual ao Maradona? Em que o Mike Tyson foi igual ao Evander Holyfield? Em que o Juscelino Kubitschek de Oliveira foi igual ao Emílio Garrastazu Médici? Em que Don Corleone foi igual ao Giuseppe Mariposa? Lé com lé, cré com cré, um sapato em cada pé; quem nasceu pra lagartixa nunca chega a jacaré!

8. Quanto a tudo isto, recomendo a leitura da obra A Vida Mística de Jesus/The Mystical Life of Jesus, de autoria de Harvey Spencer Lewis, traduzida, composta, revisada e impressa pela Ordem Rosacruz, AMORC.

9. Esta pergunta tem um certo cabimento, porque apesar de Jesus ter sido, na Terra, uma projeção consciente de um Mestre Ascensionado da Grande Loja Branca, teve que se preparar, estudar e receber diversas Iniciações em vários Colégios Iniciáticos por aproximadamente dezessete anos, concluindo seu aprendizado-recordação-acréscimos por volta dos trinta anos, fato que aconteceu na Câmara do Rei da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. (Uma figura etérea, como um ser angélico, se manifestou Câmara do Rei da Grande Pirâmide de Gizé, e proclamou: — Este é JHESU, o Cristo; levanta-te! E todos os que se achavam na Câmara responderam em uníssono: — AMeN. Algum tempo depois, Jesus foi ao Jordão, e se apresentou para ser Iniciaticamente Batizado por João «o Precursor» ou «o Batista», ainda que a Força Crística já estivesse com Ele.). Precisamos considerar que seja qual for o Hierofante que desembarque em um planeta qualquer de um sistema qualquer, para cumprir a missão que aceitou desempenhar, humildemente, terá que se sujeitar a uma Trajetória Iniciática garantidora do sucesso desta mesma missão. Por não existir auto-suficiência ilimitada, não há hipótese de que isto possa ocorrer de forma diferente. Um outro exemplo disto foi Platão, que, para poder escrever o que escreveu (coisa que Aristóteles não compreendeu lá muito bem), recebeu diversas Iniciações no Antigo Egito, que era, digamos assim, o fiel depositário dos Mistérios e dos Segredos da Tradição Iniciática da Antigüidade, Mistérios e Segredos que vinham de muito longe (... Lemúria e Atlântida).

10. Sempre há mudança. Pode ser pequena e lenta, mas, há. Logo, tudo, inclusive a crueldade – que é uma forma de ignorância (talvez, a pior) – também muda e abranda, ainda que para os que não são cruéis ou que são menos cruéis ela pareça gigantesca.

11. Penso que seja muito difícil (para não dizer impossível) que Jesus tenha sido um revolucionário violento e sedento de vingança e de sangue, ainda que tenha tido seus momentos de irritação e até de desgoverno, mas, isto é outra coisa. Este entendimento contraria tudo o que outras fontes, mais fidedignas até, revelam sobre a vida deste Illuminado Iniciado. O fato de a Bíblia, pelas mais variadas razões de ser e de também não ser, estar replet(íssim)a de subtrações, aumentações, divisões, multiplicações, imaginações, contradições, adulterações, falsificações, encravações, delirações, radicalizações, interpolações, extrapolações etc. não apóia nem justifica a conjectura de que Jesus tenha sido um conspirador sanguinário contra o domínio de Roma, inclusive porque Ele nem sequer era judeu. O Seu Reino e a Sua Missão eram outros. Com todo respeito, acho que Robert Ambelain, em certas partes de sua obra, delirou un petit peu.

12. A leitura da obra A Vida Mística de Jesus/The Mystical Life of Jesus, de autoria de Harvey Spencer Lewis, referida na nota 8, entretanto, desprezada por Robert Ambelain, esclarecerá à saciedade este assunto tão obscuro, mas, perfeitamente conhecido de todos os Iniciados de todos os tempos. Ele até poderá ser impugnado, mas, contestar a validade de um fato histórico registrado não muda a História. Agora, como pensava Robert Ambelain, admitir que esses «anos obscuros» cubram um período de atividade política ou, inclusive, insurrecional é um delírio.

13. Informa Robert Ambelain que a saliva e as lágrimas têm uma composição muito parecida, e contêm ambas a lisozima, substância bacteriostática de proteção. A lisozima é uma proteína descoberta pelo médico escocês Alexander Fleming (1881 – 1955), em 1922. É encontrada nas lágrimas e no muco dos seres humanos, sendo também produzida pelas bactérias e por outros organismos. Ela digere certos carboidratos de alto peso molecular; assim, as bactérias que contêm estes carboidratos na estrutura de sua parede celular se desintegram ou se partem sob a ação da lisozima. A lisozima destrói o esqueleto glicosídico do peptidioglicano, ou seja, destrói a camada protetora de muitas bactérias.

14. Sob nenhuma alegação se deve (tentar) evocar os mortos. Esta prática (necromancia) poderá adoentar, levar à loucura e até à morte.

15. Denário = moeda romana da Antigüidade, e, segundo a cronologia de maior aceitação, atualmente, entre os estudiosos, o denário foi cunhado pela primeira vez em 211 a.C., durante a República, e valia 10 asses (equivalente a 12 onças, isto é, uma libra romana); daí, o seu nome, que significa "que contém dez", tanto em latim quanto em português. O sistema monetário romano incluía o denário (denarius, em latim, plural denarii), uma pequena moeda de prata que era a de maior circulação no Império Romano. É geralmente aceito que no fim da República e no início do Principado, o denário correspondia ao salário diário de um trabalhador. Com um denário era possível comprar em torno de 8 quilos de pão.

16. Ora, é irrelevante se houve adúlteras ou prostitutas na genealogia ancestral de Jesus. Jesus era indulgente com todos porque sabia perfeitamente que somos todos um. Então, onde as pessoas viam homossexuais, adúlteros, prostitutas, ladrões, filhos-da-puta etc. Jesus via irmãos. Mais simples do que isto só comprando feito.

17. A questão nunca foi e não é mesmo de curar ou de deixar de curar, mas, de poder ou de não poder rearmonizar o que está desarmonizado, de conseguir consertar ou de não conseguir consertar o que está desorganizado, anarquizado e bagunçado. E isto está inflexível e inexoravelmente ligado ao mérito do ente dissonante. Não havendo mérito, tudo deverá ficar como dantes no Quartel de Abrantes, e o ente dissonante que se vire e se esforce para modificar e transmutar o seu patuá de incoerências. Milagrinho? Nem pensar; não existe. Agora, quem bole e rebole para alterar o karma educativo do outro compra um barulho das arábias! E Jesus não ignorava este fato; por isto, muitos não puderam por Ele ser rearmonizados. Então, essa festança de milagres que hoje se assiste na televisão só se explica por uma mescla de histeria (excessiva emotividade) e fraude (má-fé com o intuito de lesar ou de ludibriar os simplacheirões).

 

 

Se houver mérito a conseqüência será a harmonia.

 

 

18. A pergunta que se impõe é: qual a validade de uma revisão que adultera e não melhora, que colore de mentiras verdades incompreendidas, que enfim, só tem por objetivo o reforço do poder temporal? Este treco é de chacoalhar os ossos até dos fantasmas mais bem-comportados!

19. Na verdade, quando fanáticos [de qualquer religião] estão persuadidos de estar servindo a uma causa justa e de ter Deus a seu lado, não há limite para nada, porque preconceito e ignorância não têm quaisquer limites. Três exemplos: as cruzadas, a inquisição e as perseguições e as guerras santas contemporâneas. Mas, o exemplo concreto de ignorância fanática que me ocorre agora é o do líder da seita estadunidense e fundador da igreja Templo dos Povos (Peoples Temple) e mentor do suicídio em massa da comunidade de Jonestown, na Guiana, em 18 de novembro de 1978, com o resultado de 918 mortes, em sua maioria por envenenamento, o senhor sun of a gun James Warren "Jim" Jones (1931 – 1978), que inspirou o humorista brasileiro Chico Anysio a criar o personagem Tim Tones. Mas, há outros malucos soltos por aí bem mais perigosos! Enfim, como lembra Robert Ambelain, este [tal de fanatismo] foi também o caso de alguns grupos «maquis» [membros da Resistência Francesa] que, entre 1943 e 1944, tiveram que ser abatidos, e inclusive aniquilados, pelos resistentes regulares, a quem os excessos daqueles faziam correr o risco de desprestigiar a Resistência Francesa.

 

 

Chico 'Tim Tones' Anysio

 

 

Bibliografia:

LEWIS, H. Spencer. A vida mística de Jesus/The mystical life of Jesus. 7ª ed. Traduzido, composto, revisado e impresso na Ordem Rosacruz, AMORC. Curitiba – Paraná: AMORC, 1997.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://caricaturistavinicius.blogspot.com.br/2012/
04/personagens-do-mestre-chico-tim-tones.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jim_Jones

http://giphy.com/gifs/XiUcvhweQs6bu

http://paxprofundis.org/livros/vaso/cristo.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Den%C3%A1rio

http://giphy.com/gifs/8VqLTya09dZ9S

http://www.archerjulienchampagne.com/
article-2628203.html

http://arep.med.harvard.edu/PGP/PGP.html

http://www.heathersanimations.com/sun.html

http://www.chuckyoungmusic.com/
chuck_young_music_003.htm

http://www.matutando.com/
wp-content/uploads/2013/04/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Forma-pensamento

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aeon_(gnosticismo)

http://virgulasepontosetc.wordpress.com/

http://paxprofundis.org/livros/robert/ambelain.htm

http://www.hermanubis.com.br/LivrosVirtuais.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Ambelain

 

Música de fundo:

Alouette
Interpretação: Alain le Lait

Fonte:

http://www.mamalisa.com/?t=es&p=1446&c=22

 

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