Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Robert Ambelain

Robert Ambelain

 

 

 

Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão a 2ª parte de alguns fragmentos da controvertidíssima obra Jesus ou o Segredo Mortal dos Templários, de autoria de Robert Ambelain.

 

 

 

Pensamentos Ambelainianos

 

 

 

A necessidade carece de lei, e o dinheiro é o nervo da guerra.

Bandidos, assassinos e publicanos [cobrador de impostos no Império Romano] devem ser colocados na mesma categoria. (Talmud).1

De maneira geral, os fatos históricos bíblicos são reais, isto é inegável; o que é falso são os detalhes, e, sobretudo, os comentários que [pelos motivos mais sórdidos] foram sendo acrescentados daí em diante.

Em Jesus, havia uma indiscutível autoridade e uma obediência2 total dos seus colaboradores.

De tal pai, tal filho De tal filho, tal pai.

Os católicos modernos não deixam jamais de sublinhar a ação de Jesus expulsando os mercadores do Templo do templo, assim como os cambistas de moeda, para demonstrar até que ponto o Cristianismo [primitivo] era oposto ao Capitalismo até a morte.

Hosana – Filho de David! Bendito O que vem em Nome de ADoNaY!3 Hosana nas alturas!

Os gnósticos, os maniqueus, os templários e os cátaros sempre se recusaram em confundir Jesus com Deus ou com o Cristo Superior [Cósmico], Celeste, puramente Espiritual e Pneumático.

Para os ingênuos, famintos de milagres, tudo vale.

Não se tira um peixe da água para o seu bem, a não ser em proveito unicamente do pescador, e, com antecipação, pode-se dizer que está «frito».4

ICHTYS [] Iesous Christos Theou Yios Soter. []. Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.

 

 

ICHTHYS
(Símbolo do Peixe; Representa o Cristianismo)

 

Plágio evidente dos escribas do século IV ao compor os Evangelhos: Jesus, após Sua morte, teve Seu corpo envolvido com aromas, ressuscita no terceiro dia e ocupa um lugar no Céu, perto de Deus. Tudo isto é igual a Tammuz [deus sumério da vegetação e do pastorício que morria todos os anos para ressuscitar, simbolizando o ciclo de vida vegetal] e a Adonis [Deus grego eternamente negro, ligado à vida, à morte e à ressurreição].

Jonas no ventre de um enorme peixe marinho Estupidez. Um homem vivendo três dias e três noites no estômago de um enorme peixe marinho não poderia dali sair vivo, fresco e desperto!

O culto a Mithra [deus do Sol, da sabedoria, das legiões e da guerra na Mitologia Persa] reinou no Coração de seus fiéis durante mil e novecentos anos. Seu desaparecimento coincidiu com as medidas adotadas pelos imperadores cristãos e com a instigação dos padres da Igreja contra tudo o que não era cristão, e cristão ortodoxo... Na ceia dos seguidores de Mithra descobre-se esta surpreendente frase: «Quem não comer de meu corpo e não beber de meu sangue, de modo a se confundir comigo e eu com ele, não obterá a Salvação...» (Citado por Martin Vermaseren)... Quando Mithra sobe ao Céu, ocupa seu lugar ao lado de seu pai, Ahura Mazda [ou Ormuzd, princípio ou deus do bem, segundo o Zoroastrismo e a Mitologia Persa], e este declara que «orar à Mithra é orar à Aura Mazda». No Evangelho de João, V: 23 está escrito: «Que todos honrem o Filho como honram o Pai...» Enfim, é impossível não admitir as interferências do culto à Mithra no Cristianismo, introduzido (consciente ou inconscientemente) pelos redatores anônimos dos Evangelhos.

O batismo, por imersão nas águas (não obstante, impuras) do Rio Jordão, é uma cópia do Hinduísmo [Religião Védica], existente há pelo menos vinte ou trinta séculos na Índia e no Nepal.

50 é o número do Logos; 666 é o número do demônio, do mal.5

'Quem quer provar muitas coisas não prova nenhuma', diz a sabedoria popular.

'As trevas turvam o julgamento do homem.'

Na época, Herodes Antipas [filho de Herodes, o Grande] representava o poder temporário judaico, enquanto Pontius Pilatus representava o poder temporário romano, a potência ocupadora e protetora, e, portanto, superior. A prisão de Jesus fez de Herodes e Pilatus amigos, pois, antes, eram inimigos.

Durante muito tempo, Jesus gozou da benevolência discreta de uns e da neutralidade prudente e da indiferença hostil de outros. Mas, um belo dia, Roma esgotou, por fim, sua paciência, e decidiu terminar com Ele, e, então, o Judaísmo oficial teve que imprescindivelmente tomar partido. No Evangelho de João, XI: 50, lê-se: «Vocês não sabem nada! Não compreendem que vale mais para todos que morra um só homem pelo povo e que não pereça toda a nação judia?»

Importante: a História costuma apresentar os judeus como se esforçando para condenar Jesus, e Pilatus (que tinha como tarefa essencial manter a ordem, mas, a ordem romana unicamente, que implicava nos castigos romanos: açoite com vara, chicotadas, prisão, decapitação, crucificação etc.) se esforçando para O declarar inocente, quando, com toda segurança, deve ter sido justamente o contrário. Por isto, Jesus, efetivamente, não foi supliciado segundo a lei judia, mas, segundo a lei romana e pelos romanos, não por judeus. A crucificação jamais foi um modo de execução legal em Israel, e não seria inovada com Jesus, e menos ainda na Páscoa. Por outro lado, jamais aconteciam duas condenações de morte no mesmo dia: isto era contrário à lei dos judeus. Portanto, o Sanedrim [Sinédrio, assembléia judia de anciãos da classe dominante à qual diversas funções políticas, religiosas, legislativas, jurisdicionais e educacionais eram atribuídas] não poderia executar Jesus e os dois ladrões ao mesmo tempo e no mesmo dia.

A mais grave acusação contra Jesus foi a de ter pretendido ser rei, ainda que clandestino e em potência.

No caso dos condenados à cruz, era habitual indicar o motivo pelo qual deviam sofrer este suplício, e, para isso, cravavam um cartaz no qual estava escrito qual era o crime. E, no caso de Jesus, Pilatus mandou, assim parece, que fosse escrito, literalmente, em latim, em grego e em hebreu aquilo que constituía o motivo essencial de sua crucificação: «Jesus de Nazaré, rei dos Judeus»,6 acrescentando, possivelmente, alguma alusão a seus feitos delitivos, o qual justificava que fosse crucificado de cabeça para cima.

Como observou o doutor Oscar Cullmann (1902 – 1999), exegeta e historiador protestante, Jesus foi condenado à cruz como chefe zelote, e este qualificativo bastava sobradamente para substituir todos os outros delitos, em virtude de sua gravidade. E é também muito provável que os dois «bandidos» que foram executados com Ele, a seu lado, fossem também zelotes, membros de Sua tropa, quer dizer, aos olhos dos romanos, malfeitores. Entretanto, esses dois «bandidos» poderiam ter sido membros do bando de Barrabás, como pensava o professor de História Daniel-Rops.7

Se Jesus afirmou ao bom ladrão que naquele mesmo dia estaria com Ele no paraíso, como pôde descer aos infernos durante três dias?

José da Arimatéia era o proprietário da tumba onde foi inumado Jesus; era discípulo de Jesus, mas, «em segredo, por temor dos judeus»; era «membro do conselho» e, aparentemente, do Sanedrim. Todavia, parece que José de Arimatéia, em hebreu, é José bar-ha-mettim, quer dizer, «José da-fossa-dos-mortos» – um coveiro de profissão. No Evangelho Gnóstico de Bartolomeu, o proprietário do local onde foi sepultado Jesus não se chamava José, mas, sim, Filogenes (do grego 'philos': amigo, e 'genos': nascimento, vida). Ou seja: o Amigo da Vida.

O sacerdote, liturgista, autor e conferencista Lucien Deiss (1921 2007) afirmou que a autenticidade textual da frase de perdão «Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem» (Evangelho de Lucas, XXIII: 34.) é controvertida.

O Evangelho de Mateus é de um pseudoMateus, porque o primeiro Evangelho se perdeu já na época do padre grego, teólogo e filósofo neoplatônico patrístico Orígenes, o Cristão (Alexandria, Egito, cerca de 185 – Cesaréia, ou, mais provavelmente, Tiro, 253).

Os cristãos, durante vinte séculos, fundaram seu anti-semitismo permanente. Sobre esta falsidade-crueldade, justificaram-se as matanças, as violações, os saques e os atos de violência contra os judeus.

«Caia o Seu sangue sobre nós e sobre nossos filhos» é uma frase encontrada somente no Evangelho de Mateus. Não foi jamais pronunciada nestes termos pela massa judia congregada diante do palácio de Pilatus. Foi elaborada, dos pés a cabeça, por nossos falsificadores anônimos dos séculos IV e V, para justificar a cadeia implacável de perseguições e de desgraças que se abateram sobre o desgraçado povo judeu, cadeia cuja origem, eles, melhor do que ninguém, podiam justificar.

Depois da execução de Jacques de Molay (1244 – 1314) e de Geoffroy de Charnay 1251 1314), Grande-mestre e Comendador Provincial, respectivamente, da Ordem do Templo, que foram queimados vivos em Paris, na Ilha da Cidade (exatamente na ilhota conhecida como «Ilha dos Judeus»), o Papa Clemente V, nascido Bertrand de Gouth (1264 1314) morreu «nos primeiros quarenta dias», e, no mesmo ano, depois de nove meses, morreu, por sua vez, o Rei da França Filipe IV, cognominado o Rei Belo, o Rei de Mármore ou o Rei de Ferro (1268 – 1314).8

Frase derradeira pronunciada por Jesus: «ELI! ELOHIM! LAMA, ASTAGNA TANI!» (Conjuração! Maldição! Por Lama, Astagna Tanií).9

Os cristãos ordinários – que passaram à 'Gnosis' afirmavam que o mundo era obra de um demiurgo imperfeito, não de um Deus Supremo.10

Nos Acta Pilati [Atos de Pilatus], apócrifo copto, presente na primeira parte do célebre Evangelho de Nicodemos, em seu segundo fragmento, está escrito: «Então, na sexta hora, a escuridão se fez sobre a Terra inteira, até a nona hora. O Sol se obscureceu. Jesus gritou com voz forte: "Aba... Abi... Adach... Ephkidru... Adonai... Aroa... Sabel... Luel... Eloi... Elemas... Abakdanei... Orioth... Mioth... Uaath... Sun... Perineth... Jothat..."» Isto é o que se chama «Nomes de Poder» nos livros antigos de Magia, e, nos mais conhecidos, com freqüência, se encontram alguns deles. Por serem diferentes da frase clássica, sua presença afirma o caráter encantatório das últimas palavras de Jesus. E, a continuação deste manuscrito sublinha ainda mais a importância desta assombrosa tradição: «No momento em que o Salvador disse estas coisas, o ar mudou, o lugar se obscureceu, abriu-se o abismo, o firmamento entrou em comoção...» Deste breve estudo, tiramos facilmente uma conclusão: as últimas palavras de Jesus – o Grande-mestre dos Templáriosforam uma maldição contra a Cidade que O abandonara em sua tentativa de liberação do jugo romano.

A crucificação, ao desconjuntar o condenado sobre a cruz, causava rapidamente um começo de asfixia. Para fazer durar o suplício, os legionários (que, quase sempre, exerciam o papel de verdugos), perfuravam o flanco direito do condenado com uma lança, atirada sobre o fígado, sob as costelas. Tratava-se de uma espécie de pneumotórax, e assim, ao chegar o ar diretamente ao pulmão, retardava a ameaça de asfixia e fazia durar o suplício.11

Dizem que o Santo Prepúcio de Jesus [Præputium Domine] está conservado no Vaticano, apesar de várias igrejas reclamarem possuir o Sagrado Prepúcio, ainda que o Menino Jesus tenha sido um só e só pudesse ter um prepúcio!!! O Papa Clemente VII declarou que o Prepúcio Sagrado era uma relíquia verdadeira e fruto do Corpo de Jesus, concedendo indulgências aos peregrinos que viessem prestar homenagem ao Prepúcio!!!

O Gólgota, como lugar da execução de Jesus, foi escolhido no século IV por seu nome, pela lenda que o acompanhava e também para comodidade dos peregrinos, já que em sua proximidade não há nenhum cemitério judeu ritual, tendo o local da crucifixão sido muito próximo ao Monte das Oliveiras.

A ingenuidade dos fiéis não tem limites, e sempre se preferirá a fé pueril à crítica racional.

As relações de Jesus com os habitantes da Samaria sempre causaram escândalo na Judéia, pois, a Samaria era considerada terra herege e impura.

Segundo a Profecia de Isaías (LIII: 12), a decadência do Messias estava decidida e era querida pelo próprio Deus.

Para os partidários de um esoterismo das Escrituras foram formuladas execrações e excomunhões dogmáticas.12

O título de «Filho de Deus» era reservado a Jesus por seus seguidores.

Se o Corpo de Jesus tinha sido incorruptível desde sua formação, não teria existido ressurreição no sentido exato do termo nem encarnação no sentido humano da palavra.

Os cristãos primitivos [não-Iniciados] acreditavam em uma «Ascensão Corporal» de Jesus para ocupar, no Plerômio [Pleroma, em grego ], Seu lugar à direita de Deus.

As contradições e incoerências bíblicas, em muitos casos, se tornam incompreensíveis, como é o caso, por exemplo, de onde e quando apareceu Jesus depois da 'ressurreição' – na verdade, uma trama ulterior urdida por escribas anônimos empenhados em redigir textos que, necessariamente, deviam elaborar a 'lenda da ressurreição' (o famoso «Corpo da Ressurreição» dos teólogos)', e o da 'ascensão', que também ora se dá em um lugar ora em outro.

Jesus tinha um irmão gêmeo. No texto copto do século IV, o célebre Evangelho de Bartolomeu, diz Jesus: — «Saúdo a ti, meu gêmeo, segundo Cristo...»

Na História do Cristianismo, as muito escassas aparições de Jesus à enlevados ou à místicos em transe sempre são subjetivas. Às vezes, têm lugar em sonhos. Nunca mais se verá aparecer Jesus, sentar-se à uma mesa, comer e beber, fazer tocar suas mãos e seus pés. O Papa Pio XII, por exemplo, afirmou que, quando estava doente, Jesus lhe tinha aparecido à cabeceira de sua cama para curá-lo e lhe ensinar. O Cardeal Eugène-Gabriel-Gervais-Laurent Tisserant (1884 – 1972), informado do prodígio, confirmou zombador: — «Por que não? São coisas da sua idade!»

Sem dúvida, os ritos e o culto cristão [melhor seria dizer católico], durante tantos séculos, constituíram uma forma-pensamento, uma egrégora, que, pouco a pouco, pela piedade de milhões de crentes, revestiu o tamanho, o rosto e a juventude de um Jesus ideal, imaginado pelas multidões crentes. E este Jesus egregórico não se parece em nada ao Jesus histórico. Todavia, como forma-pensamento, este poderoso aglomerado psicomagnético, como todas as egrégoras, pode reagir e se manifestar [porque, como todos os deuses criados, acaba adquirindo vida, identidade e vontade próprias].

Jesus jamais se apresentou como objeto de um holocausto expiatório 'stricto sensu'. Jamais declarou que sua morte dolorosa (apesar de saber qual seria sua sorte – crucificação, com a flagelação preliminar, tal como estava prescrito pela lei romana) teria como efeito liberar as almas das garras do demônio.

Última Ceia: «Quem não comer de minha carne e não beber de meu sangue não terá a Vida Eterna» Fiéis de Mithra: Quem não comer de minha carne e beber de meu sangue, não Viverá.»

A noção de um Jesus acalmando com seus sofrimentos, livremente aceitos, a cólera de seu Pai Celestial (quer dizer, de Si-mesmo, já que é consubstancial e coeterno com Seu Pai), apareceu com o tempo, e se impôs, graças ao próprio tempo, como um fato consumado, apesar de seu caráter totalmente irracional e teologicamente insustentável.

As antigas escolas alexandrinas estavam afastadas desta falsa noção de uma única e exclusiva vida expiatória, própria do Cristianismo ordinário, ao condicionar a salvação da alma ao acesso progressivo às esferas superiores... (Sublinhado meu).

No espírito dos profetas, os salvadores não são mais do que homens predestinados, e nada mais do que isto.

Afirmar que o Novo Testamento é a realização do Antigo Testamento é uma presunção inconsistente.

Doutrina de Judas, da Gamala, ou Judas, o Galileu: Haverá um só Amo, um só Rei, o Deus de Israel – Yavé [YHVH, ).

A imprensa, o cinema, o rádio e a televisão nos acostumaram a um «modelo especial de cristão». Mas, este «modelo» não concorda com a verdade histórica.

Judas Iscariote (que era ladrão de profissão e salteador de caminhos, como a maioria dos sicários) não se suicidou; foi executado.13

Na Franco-maçonaria escocesa, os primeiros graus, chamados «de vingança», apresentam um caráter judaico absoluto. O ritual manuscrito do grau de Cavaleiro Kadosh, de 1756, prova-o mais que sobradamente.14

Salomé acaba por desaparecer da História, levando-se em conta seu papel, um tanto particular, ao lado de Jesus. Se recordarmos que existia um parentesco por aliança entre a família da Maria, mãe de Jesus, e a de Herodes, as relações entre sua enteada Salomé e Jesus aparecem já imensamente menos surpreendentes do que à primeira vista... Toda a história de Jesus, «filho de David», não é mais do que a continuação de uma guerra sem piedade, suscitada, ao mesmo tempo, por interesses políticos e dinásticos, conduzida pelos herdeiros legítimos do trono de Israel, tanto contra os usurpadores idumeus, como contra os ocupantes romanos... Tanto o «Jesus da História» está muito longe do «Jesus carpinteiro» como a «Salomé histórica» está da «Salomé do teatro e do cinema». Seja como for, como anuncia o Ritual Maçônico, o tempo altera e apaga a palavra do homem, mas, o que se confia ao Fogo perdura indefinidamente.

Jacques de Molay (1244 – Paris, 11 de março de 1314), último Grão-mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários: «Nossas confissões, obtidas tanto por tortura como por astúcia e engano, são nulas e inválidas, e não as reconhecemos já como verídicas».

Os sinos de Notre-Dame tocam lentamente a morte. As lenhas da fogueira são acesas. E troveja a voz de Jacques de Molay: «Clemente e tu também Felipe, traidores à palavra dada, coloco os dois ante o Tribunal de Deus! A ti, Clemente, antes de quarenta dias, e a ti, Felipe, dentro de um ano». Reina um silêncio de morte; ouve-se apenas o crepitar das fogueiras. E assim aconteceu. O papa morre de disenteria e de vômitos em Roquemaure, no vale do Ródano, em 9 de abril de 1314, vinte e oito dias mais tarde. E Felipe, o Formoso, morre em 29 de novembro de 1314, em Fontainebleau, arrojado de seu cavalo, mais ou menos nove meses mais tarde. E assim, por um estranho mistério do Verbo, o destino, obsessivo e monótono, fez ressonar incessantemente, ao longo da História da França, o nome do último Grande-mestre dos Templários... Jacques de Molay. [Pronúncia: zak de mole].

Durante mais de quinze séculos, uma verdadeira «lavagem cerebral» dogmática impregnou, às boas, ou às más, o psiquismo hereditário do homem ocidental; freqüentemente, sem que este se dê conta, tornou-o mais ou menos refratário à crítica, inclusive à lógica mais evidente.

Será Deus mesmo quem, em seu amor infinito, substitui o homem, sacrifica-se por ele e sofre em seu lugar? Ora, isto é inverossímil!15

 

 

 

Senti um Cheiro e Senti um Gosto

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Aqui cabe bem a pergunta: e quem cobra o dízimo de quem, sem qualquer constrangimento, cobra (recebe) o dízimo, estimulando perversamente os negócios com Deus? Conforme já argumentei em outro trabalho, se Deus existe e é o criador onipotente de tudo, é, claro, o dono de tudo. Ora, se isto é assim, por que Deus precisaria de dízimo? Por que Ele precisaria ou teria que receber o que, por direito de produção-criação, já é Dele? Bem, bem, bem, se Deus existe, uma coisa que Ele certamente não tem é um gazofilácio.

2. Não creio que houvesse uma obediência total (cega, irresponsável) por parte dos Discípulos de Jesus. Eles obedeciam porque era razoável que obedecessem às ordens ou às sugestões razoáveis, racionais, inteligíveis, porque, se Jesus determinasse que fizessem uma absurdeza, certamente eles não obedeceriam. Por exemplo, essa coisa bíblica de que Deus falou com Abraão e lhe pediu uma verdadeira prova de fé, determinando que levasse o seu filho para oferecê-lo em holocausto no Monte Moriyah, que fica próximo a Salém, é uma verdadeira maluquice. Isto, tenha a santa paciência, não tem o menor cabimento. Só mesmo no Primeiro Testamento da Bíblia este troço pode aparecer como prova de fé; nem a KaBaLa pode explicar um contra-senso destes, seja por Notarikon, seja por Gematria, seja por Themurah. Ora, se Deus me pedisse uma coisa destas, eu O mandaria plantar batatas lá em Maranguape. Isto seria meio que a mesma coisa que Jesus, para testar um de seus Discípulos, lhe dissesse: — Fulano-dos-anzóis-carapuça, se tu me amas de verdade, atira-te já daquele penhasco. E o variado do Fulano-dos-anzóis-carapuça, de repente, se põe a correr, se atira do penhasco, e – como naquela época ainda não havia sido criado o e seu irmão, o Fulano-dos-grudes, não conseguiu impedi-lo de cometer o desatino – se atira, bota o bloco na rua e passa comer capim pela raiz. Se uma doideira destas tivesse acontecido, o Ministério de Jesus teria ido por água abaixo. Duas conclusões: 1ª) obediência tem limites; e 2ª) da Boca de Jesus, ao que eu saiba, jamais saiu uma vírgula que fosse incoerente. As incoerências estão no bestunto dos bucéfalos que, até hoje, não compreenderam o que Ele ensinou, lendo a letra, quando lêem, mas, sem conhecer a música. E, quando conhecem um catiquinho, desafinam! Já imaginou alguém cantar Summertime em ritmo de rock pauleira? isto é fazer levantar cadáver do jazigo!

 

 

O Bucéfalo

 

 

3. Rapidamente, é interessante refletir e recordar que a palavra ADoNaY, KaBaLística e numericamente, equivale a 65 (1 + 4 + 50 + 10). E, ADoNaY + YHVH AMeN, pois, (1 + 4 + 50 + 10) + (10 + 5 + 6 + 5) = (1 + 40 + 50), ou seja: 65 + 26 = 91. Se AMeN é numericamente igual a 91 (9 + 1 = 10 1 + 0 = 1), pode-se dizer que YHVH e ADoNaY implicam esotericamente na existência assexual (andrógina) do Senhor no interior de cada indivíduo – o Deus de nossos Corações. Bem, se isto não admite exceção, por que, por exemplo, o conflito interminável no Oriente Médio entre judeus e árabes? Por que o desentendimento insuperável lá na Península Coreana? Por que a Guerra Civil Síria, que já produziu aproximadamente 200.000 mortos, mais de 6,5 milhões de desalojados e mais de 2,9 milhões de refugiados? Por que a insurgência iraquiana? Por que a discordância-separatismo na Ucrânia? Por que a interminável guerra contra o narcotráfico no México? Por que os conflitos civis no Norte da África? Por que os conflitos fundamentalistas radicais entre muçulmanos e não-muçulmanos? Por que o conflito entre cristãos e muçulmanos na Nigéria? Por que xiitas e sunitas não se entendem? Por que a guerra civil no Sudão, causadora de uma crise humanitária sem precedentes na História da Humanidade? Por que budistas e mulçumanos, na Tailândia, não se toleram? Por que, em 1950, o Partido Comunista da China marchou rumo ao Tibete e assumiu o controle do território e anexando-o como província? Por que o inacabável embargo dos Estados Unidos a Cuba (descrito em Cuba como el bloqueo), iniciado em 7 de fevereiro de 1962? Por que a guerrilha revolucionária marxista-leninista das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo não tem um fim? Por que milícias rivais islamitas voltaram a se enfrentar na Líbia? Por que tudo isto? Simplesmente, porque o Deus do Coração de todos os atores entranhados nestes conflitos está mudo, mas, não está nem cego nem surdo, como está mudo nos Corações dos atores de outras desarmonias-ignorâncias que não citei aqui. Mas, repito: Ele não está nem cego nem surdo, e tudo haverá de ser devidamente compensado. Isto, se puder haver compensação, porque em diversos casos o que haverá mesmo será entropização definitiva.

4. Como não se subtrai um animal do seu habitat terrestre para o seu bem, a não ser em proveito unicamente do comedor, e, com antecipação, pode-se dizer que já virou churrasco ou ensopadinho. Poderemos argumentar o que quisermos, mas, quem mata um animal para comê-lo mata, no mínimo, um pedaço de si-mesmo. Quem usa carne animal em sua dieta poderá muito justamente perguntar: — Mas, e os vegetais? Bem, aqui vale o ditado: Dos males, o menor. Por outro lado, é possível um tipo de alimentação sem o uso de animais e de vegetais, mas, deixarei para tratar deste tema em outra ocasião, porque está associado a um nível de desenvolvimento espiritual que estamos longe de alcançar aqui na Terra. Seja como for, quando estivermos mortos, este tipo de desarmonia (nos alimentando de irmãos) não provocaremos. Entretanto, é inegável que não é o que entra pela boca do ser-aí-no-mundo que compromete a sua existência e a sua ascensão, mas, sim, o que dela sai. Se não fosse assim, o senhor Adolf "Führer" Hitler, que, segundo dizem, era vegetariano, seria um santinho, e não o coisa-pra-lá-de-péssima que foi, ainda que, com toda a sua crueldade, tenha auxiliado a Humanidade de uma forma profundamente esotérica, impossível de ser apreendida apenas com a razão. Todavia, isto não justifica nem abona as atrocidades perpetradas pelo Deutsches Reich (Reich Alemão), entre e 1933 e 1943, e, depois, Großdeutsches Reich (Grande Reich Alemão), entre 1943 e 1945.

5. Confira o texto Seiscentos e Sessenta e Seis que divulguei no endereço:

http://paxprofundis.org/livros/666/666.html

6. INRI:

INRI

 

Na realidade, INRI, é um Mantra poderosíssimo. Como explica o Mago Jefa Jorge Enrique Francisco Adoum (10 de março de 1897 – Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1958), INRI (YOD-NUM-RESh-YOD) é uma Palavra de altos poderes Místicos, Iniciáticos e Mágicos. Eliphas Levi afirmou que este Mantra Sagrado significa Isis Naturæ Regina Ineffabilis (Isis, a Rainha Inefável da Natureza). Os antigos Iniciados persas formavam com estas quatro letras arqueométricas três aforismos distintos: Ignem Natura Regenerando Integrat (Pelo Fogo toda a Natureza é Regenerada); Igne Natura Renovatur Integra (O Fogo Renova a Natureza Inteira) e Igne Nitrum Roris Invenitur (Pelo Fogo o Sal é extraído do Orvalho). INRI também pode significar In Necis Renascere Integer (A Morte Iniciática faz o Iniciado Renascer Intacto e Puro). INRI também pode estar associado aos Quatro Elementos: Yam (Água), Nour (Fogo), Ruach (Ar) e Yabeshah (Terra). E há, ainda, a possibilidade: Intra Nobis Regnum Dei (Em nosso Interior está o Reino de Deus). Enfim, considerar que este Mantra possa significar Iesus Nazarenus Rex Iudæorum (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus) é, no mínimo, afirmar o absurdo de todos os absurdos! Meu Reino não é deste mundo! É interessante observar que, considerando os Valores Externos das letras da Palavra INRI (YOD = 10, NUM = 50, RESh = 200 e novamente o YOD = 10), a soma dos valores numéricos destas letras é 270 – que é, entre outros, um número precessional. 270 x 8 = 2.160. 2.160 x 12 = 25.920 (Grande Ano de Platão, Grande Ciclo de Precessão Equinocial ou Grande Ano Zodiacal, que corresponde à respiração humana que ocorre em um dia, se considerarmos 18 respirações por minuto em um organismo equilibrado e harmônico, o que, em 24 horas, resultará em 25.920 respirações, isto é: 18 x 60 x 24 = 25.920). Voltando à Palavra INRI, o I faz fluir o sangue à cabeça; o N conduz nossa mente ao mundo interno, convertendo-se em instrumento da manifestação interna; o R significa e representa a cabeça, o movimento e a revolução; e o I final fixa a energia absorvida pelo sangue.

Vocalizar: IIIIIII... NNNNNNN... RRRRRRR... IIIIIII...

Logo, INRI, fazendo o sangue fluir para a cabeça, produz outros efeitos transcendentais: a energia criadora, ao ser erguida pela vontade do Iniciado, através da espinha dorsal, até atingir a cabeça, produz, a princípio, a coroa de espinhos, cujas dores são incalculáveis. INRI, como Mantra para a cura física das dores de cabeça, é algo surpreendente, mas para a Iniciação Interna é muito doloroso. Mas, se você tiver coragem...

Um outro exercício muito interessante é, na hora do banho, com água bem quente (mas, não tão quente a ponto de incomodar ou queimar o corpo), em forma de jato, massagear toda a coluna, em uma espécie, digamos assim, de hidromassagem-moxa (moxabustão). Este exercício também pode ser aplicado, por exemplo, ao Ponto E-36 (Zusanli).

 

 

 

 

Enfim, parece impossível que Pilatus tivesse mandado escrever que Jesus era originário de Nazaré, posto que dita localidade não existia em sua época, mas, sim, seria criada por volta do século VIII, para satisfazer os peregrinos. Então, o N de INRI pode significar o que quisermos, menos Nazareno nascido em Nazaré.

7. Os zelotes constituíam uma seita e um partido político judaico que desencadeou uma revolta na Judéia na época de Titus Flavius Vespasianus Augustus (30 de dezembro de 39 – 13 de setembro de 81), Imperador Romano entre os anos de 79 e 81. Os zelotes constituíam a ala radical dos fariseus e preconizavam Deus como o único dirigente, o soberano da nação judaica, opondo-se à dominação romana.

8. Jacques de Molay, pouco antes de ser queimado vivo, previu que, em menos de um ano, o Papa Clemente V e o Belo Rei da França Filipe IV se juntariam a ele no além-túmulo. E aconteceu!

9. Penso que, novamente, o digno Pedreiro-livre Robert Ambelain andou delirando um pouquinho. Ora, como um Alto Iniciado, como Jesus, proferiria uma conjuração esdrúxula destas? Isto não faz o menor sentido. Jesus (IESCHOUAH) disse exatamente ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI (Deus meu! Deus meu! Por que, Senhor, tanto me glorificas), que era a fórmula final esotérica e sacramental dos Ritos Iniciáticos do Antigo Egito, e era pronunciada após terríveis provas de Iniciação nos Mistérios (ditos pagãos), enfim, era a exclamação derradeira proferida pelo Iniciado, quando, então, era já considerado como Filho e Glorioso Eleito do Sol, que equivale a Deus meu, Sol meu, esparziste sobre mim os Teus Fulgores. O fato é que poderão ser escritas sei lá quantas e mais tantas páginas sobre a vida de Jesus, mas, efetivamente, não se saberá jamais quem Ele foi-é realmente. Mas, como todos têm direito a especular... Por outro lado, o que interessa o que Jesus foi ou é? Cada um de nós deve e precisa, sim, lutar para se livrar da sempre presente crucificação, derivada da ignorância consentida, e se alçar a Dimensões e Planos mais elevados. Ficar discutindo e fofocando sobre a vida de Jesus ou de outro Avatar é pura perda de tempo. Fica a pergunta: por que, então, eu divulgo estes trabalhos? Por um único motivo: é impossível que se encontre em uma única Fraternidade Esotérica todas as informações relativas ao Esoterismo Iniciático. Cotejar, confrontar, estabelecer comparações e investigar em diversas fontes autênticas alargam o horizonte do entendimento, ainda que eu pense que não adianta pertencer a diversas Ordens Fraternais, pois, isto mais perturba do que esclarece, mais complica do que elucida ou ilustra.

10. Isto é, ao mesmo tempo, interessante e contraditório. Pense nisto: se existe mesmo um Deus Supremo, onipotente e sentado em um trono de ouro, por que Ele permitiu que um Demiurgo imperfeito, marca mixórdia, criasse o mundo? Isto não faz o menor sentido. Como é possível se admitir a existência de uma espécie de Segundo Deus, que teria recebido do Primeiro Deus o governo geral da Criação? Ora, a se admitir um Segundo Deus, pode-se muito bem admitir um Terceiro Deus, um Quarto Deus e até um n-ésimo Deus. Ou não? Já citei esta passagem de Epicuro (341 a.C – 270 a.C) em outros textos. Acho que não custa nada repeti-la aqui. Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, de onde provém, então, a existência dos males? Por que razão não os impede? Uma outra versão seria: Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então, não é onipotente. É capaz, mas, não deseja? Então, é malevolente. É capaz e deseja? Então, por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então, por que lhe chamamos Deus? Os deuses, segundo Epicuro, viviam em perfeita harmonia, desfrutando da bem-aventurança (felicidade) divina. Não seria preocupação divina atormentar o homem de qualquer forma. Os deuses deveriam ser tomados, como foram em tempos remotos, modelos de bem-aventurança, e não seres instáveis, com paixões humanas, que devem ser temidos. Desta forma, Epicuro procurou tranqüilizar as pessoas quanto aos tormentos futuros ou após a morte. Não há porque temer os deuses nem em vida e nem após a vida. Epicuro também ponderou: É sem valor pedir aos deuses aquilo que nós mesmos podemos realizar.

11. Um dos dez melhores poemas do poeta, crítico literário e de arte, professor de Literatura e tradutor brasileiro Manuel Bandeira (1886 –1968) é Pneumotórax:

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… Trinta e três… Trinta e três…
— Respire.

— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino
.

Talvez, ao escrever este poema, Manuel Bandeira tenha pensado no tango Fumando Espero, composto em 1922 por Juan Viladomat Masanas (música) e Félix Garzo (letra). Poderá haver coisa pior do que alguém receber a notícia do seu médico de que a única coisa a fazer é tocar um tango argentino? Acho que há: ser furado no lado para provocar um pneumotórax e retardar a ameaça de asfixia e fazer durar o suplício crucificador. Isto é o cúmulo da crueldade. Bem, se algum consolo houve na crucificação de Jesus, é que Ele não foi crucificado de cabeça para baixo, coisa que era destinada aos soberbos (fossem homens ou mulheres) que haviam cometido um sacrilégio contra a majestade imperial, divinizada, que encarnava o Império Romano por inteiro.

12. Mas, haverá coisa mais esotérica de que as três primeiras palavras do Gênesis BRAShITh BRA ALHIM? As pessoas, de modo geral, preferem, por exemplo, a estorinha de Jonas – que esteve no ventre de um grande peixe três dias e três noites – pois, assim, poderão, por relação ou semelhança, justificar que (ou como) o Filho do Homem esteve três dias e três noites no seio da Terra. Quanto mais eu fico velho e careca mais me convenço de que a pior doença é a ignorância. Agora, quando a ignorância é milagrento-fideísta, a coisa toma feição de filme de horror de baixa qualidade. Agora, preste atenção no interessante silogismo proposto por Robert Ambelain: Se a aventura de Jonas é um tema esotérico e simbólico, então, a ressurreição também é um tema esotérico e simbólico. Mas, se a ressurreição é um acontecimento histórico real, então, a aventura de Jonas é um fato histórico e real. Dado que este fato [a aventura de Jonas] é totalmente impossível, o mesmo acontece com seu paralelo [a ressurreição]. Ressurgimento em carne e osso depois de morto, enterrado e podrido só na cuca de fanático religioso ignorante, seja ele um destrambelhado meio um bocadinho boçal, seja ele um boçal meio um bocadinho destrambelhado. A Ressurreição é outra coisa – não-física, Místico-esotérica, Iniciática e não é para todo mundo. Quanto a isto, precisamos tirar o cavalinho da chuva, senão o pobrezinho poderá ficar constipado. Há uns caras-aí azedos e fedorentérrimos que não ressurgirão, nem que uma cobra-d'água fume cachimbo sem tossir, que um jesus-meu-deus solfeje La Traviata em sânscrito ou que um sapo-cururu baile graciosamente Fumando Espero com uma perereca-azul. Enfim, como assinala Robert Ambelain, foram os escribas dos séculos IV e V de nossa era os que imaginaram uma ressurreição puramente carnal e terrestre. E daí... que tais.

 

O Quarteto Impossível
(Sapo-cururu, Perereca-azul, Jesus-meu-deus e Cobra-d'água

 

 

13. Será que Judas Iscariote era mesmo ladrão de profissão e trombadinha de caminhos (porque sua esposa lhe reclamava dinheiro sem cessar) tendo sido executado como castigo pela sua traição, ou teria recebido, a contragosto, a missão do Próprio Jesus de fazer o que fez? Ora, trair um Alto Iniciado – se traição realmente houve – não é coisa que se tira do nada e se faz assim de araque. A própria participação de Pilatus no julgamento e na posterior crucificação de Jesus ainda não foi devidamente contada e esclarecida a contento. Existem mais coisas entre o céu e a Terra... e nós, por não saber a verdade dos fatos, continuamos a acreditar em potocas fabricadas, para dar sustentação a uma teologia moribunda, que, sem elas, não se sustentaria por si-mesma. Mas, ainda demorará um pouquinho! Há certos silêncios que revelam tudo.

14. Cavaleiro Kadosh é um determinado grau da Maçonaria de certos ramos do Antigo e Aceito Rito Escocês. O termo Kadosh é derivado da palavra hebraica , que significa sagrado ou consagrado. Kadosh e Cavaleiro Kadosh são freqüentemente abreviados em documentos ou siglas maçônicas como K–H.'. e K.'.K.'.D.'.H.

 

 

Cavaleiro Kadosh

 

 

15. Professor que faz pelo aluno o que cabe ao aluno fazer não é professor; é, no mínimo, um bisonho atrapalhador. Ora, o Deuteronômio XXIV: 16 já ensinava isto: «Os pais não morrerão por causa dos filhos nem os filhos morrerão por causa dos pais: cada um morrerá só por seu próprio 'pecado'...» Em Jeremias XXXII: 19 se lê: «Senhor! Grande em conselho e poderoso em obras, cujos olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos mortais, para dar a cada um segundo sua conduta e segundo o mérito de suas ações...» Não adianta; de uma forma ou de outra, cada um haverá de fazer as justas compensações por seus pensamentos, por suas palavras e por seus atos. Ponto final. Só mais uma coisinha: haverá absurdo mais extravagante do que essa invenção padresca de pecado original do qual, querendo ou não querendo, somos todos culpados, desde o nascimento, pelas estrepolias que o senhor Adão e a senhora Eva andaram fazendo atrás da moita, lá no paraíso? Ora, eu e o ET (filho do Steven Spielberg), pelo menos, sabemos que não tivemos nada com aquilo, por isto, recusamos peremptoriamente a imposição teológica dessa maluquice de pecado adâmico-costelinha-adâmica. Pombas e urubus! Nem os patavinos nem os pataxós acreditam nisto! Sei lá, mas, como acabaram com o insulso limbo-depósito-de-almas-inúteis, talvez, um dia, resolvam acabar também com esse treco de pecado original-transacional – tão suspeito quanto inautêntico. Eu juro que, neste dia, comemorarei à grande, com champanhota e bolinhos de carne de soja à milanesa!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.phoenixmasonry.org/AASR
_1884_/30th_degree_knight_kadosh.htm

http://en.wikipedia.org/wiki/Knight_Kadosh

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cavaleiros_Kadosh

http://www.webpassaros.com.br/tico-tico.php

http://galeria.colorir.com/animais/a-selva/
serpente-pintado-por-cobra-226895.html

http://galeria.colorir.com/animais/bosque/
ra-4-pintado-por-sapo-cururu-241018.html

http://www.culturamix.com/animais/anfibios/
fotos-de-sapos-ras-e-pererecas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Prep%C3%BAcio_sagrado

http://www.revistabula.com/564-os-
10-melhores-poemas-de-manuel-bandeira/

http://www.rdpizzinga.pro.br/livros/jesus/jesus.html

http://www.planete-aventure.net/
jeux.php?num_jeu=453&cat=solution

http://books.google.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/INRI

http://www.bijbelaantekeningen.nl/gallery3/bn/I/INRI/INRI2

http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%BAra-Masda

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitra_(mitologia)

http://www.infopedia.pt/$tammuz

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ichthys

http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-conflitos
-atuais-causados-por-diferencas-religiosas/

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Anexo:Lista_de_conflitos_em_curso

http://3d-animated-gif.blogspot.com.br/
2010_05_01_archive.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Abra%C3%A3o

http://www.hermanubis.com.br/LivrosVirtuais.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Ambelain

 

Música de fundo:

Alouette
Interpretação: Alain le Lait

Fonte:

http://www.mamalisa.com/?t=es&p=1446&c=22

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.