Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

A Purificação

 

 

 

 

 

 

Sócrates afirmou enfaticamente que só pela Iniciação (nos Mistérios) poderá a personalidade-alma alcançar as maiores alturas, e só aquele que tiver sido Purificado e Iniciado morará com os Deuses. Isto é equivalente a dizer que só aquele que tiver sido Purificado e Iniciado se fusionará com o Deus de seu Coração, construído ao longo desta mesma Purificação e deste longo processo de Iniciação.

 

A Iniciação pressupõe do candidato ou aspirante um estado mental que seja compatível com a cerimônia que irá se processar. Dependendo da intensidade da Iniciação, certas exigências devem ser rigorosamente cumpridas, sem o que o efeito e o estado vibratório a serem alcançados na cerimônia não se efetivarão. Um breve e sucinto entendimento sobre o que possa ser uma Iniciação é oferecido pelo Manual Rosacruz, de autoria de Harvey Spencer Lewis (Sâr Alden):

 

Rito (cerimônia ou processo) pelo qual é apresentado ao indivíduo um conhecimento especial. As antigas Iniciações nos Mistérios objetivavam revelar, de forma dramática, uma gnose ou sabedoria secreta ao candidato.

 

 

 

A Sobrevivência da Alma

 

 

 

O que garante a sobrevivência da Alma (personalidade-alma)? Esta dúvida, em todas as épocas, sempre perturbou a mente dos seres-no-mundo. Todavia, de certa forma e em certa medida, o pós-vida pode ser mais ou menos conhecido com o ente ainda encarnado, e a morte ou transição, de maneira simplificada, nada mais é do que o rompimento do cordão prateado. Repito: de maneira simplificada, porque ela não acontece como se fosse uma espécie de bate-pronto. Ainda que possamos pensar o contrário, não se passa pela transição em uma pancada; a coisa acontece devagar.

 

Não que contradiga ou que comprove a existência-sobrevivência da personalidade-alma, mas a experiência projetiva fora-do-corpo da consciência (do inglês, out-of-body experience), controlada ou não – também denominada de experiência extracorporal, desdobramento, projeção psíquica, projeção astral ou viagem astral – ainda que tipicamente subjetiva, pode abrir certas portas místico-iniciáticas, que para a razão (seja dianóica, seja noética) permenecerão sempre fechadas. Tal conhecimento, que não é privilégio apenas dos Iniciados, foi experimentado por diversas pessoas nas mais variadas circunstâncias e nas mais dessemelhantes condições, como, por exemplo, em meio ao sono, na meditação profunda, via técnicas de relaxamento, voluntária ou involuntariamente, durante episódios de paralisia do sono, em certos traumas, em variações abruptas da atividade emocional e estresse, nas experiências de quase-morte, na deprivação sensorial, por estimulação elétrica do giro angular direito do cérebro, através de estimulação eletromagnética, em experiências de ilusão de óptica controladas e, também, através de efeitos neurofisiológicos por indução química de substâncias comumente descritas como drogas. Todavia, iniciática e misticamente, o método é outro; na realidade, é bem mais simples.

 

Projeção Psíquica

 

 

O certo é que o puro raciocínio – seja indutivo (que parte de premissas particulares na busca de uma lei geral), seja dedutivo (que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada premissa), seja silogístico (raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições, ditas premissas, das quais, por inferência, se obtém necessariamente uma terceira, chamada conclusão) – ou a crença religiosa sem fundamento não oportunizarão jamais uma abertura conseqüente e efetiva da consciência. Seja como for, Sócrates tentou, em seus últimos instantes, demonstrar que a alma sobrevive ao fenômeno da morte. Sobre este tema, estudaremos juntos os argumentos socráticos nos itens subseqüentes.

 

 

 

Os Contrários

 

 

 

Aqui, Sócrates, visando expor e discutir sua compreensão do processo da existência, apresenta seu entendimento sobre o princípio geral de toda a geração, qual seja: É das coisas contrárias que nascem as coisas que lhes são contrárias.

 

 

 

 

Segundo o Filósofo, os vivos nascem dos que já morreram, e não poderia se dar um nascimento sem que houvesse já, preexistente, uma personalidade-alma. Do Fédon (que, não esqueçamos, foi escrito por Platão) podem ser extraídos outros exemplos, e até elastecê-los. Utilizando-se diagramas de blocos, a compreensão deste princípio socrático fica facilitada. Observe:

 

 

 

 

 

Ora, segundo Sócrates, se é dos pares de contrários e de sua dupla geração que os estados dos exemplos anteriores são produzidos, especulativamente, é aceitável, então, afirmar:

 

 

 

 

Sócrates, dirigindo-se a Cebes, argumenta de forma enfática que, se o que vive, ao morrer permanece neste estado, indefinida e perpetuamente, ao final de um tempo qualquer, mas inimaginável, tudo estaria morto, e a vida, como a concebemos e conhecemos, teria cessado. Tal princípio foi elaborado certamente com base na Religião dos Mistérios, conhecida também como Orfismo. O argumento de que o espaço-tempo universal é ilimitado não contradiz esta ponderação, já que um segundo e um zilhão de segundos, no que concerne à ilimitabilidade, são exatamente a mesma coisa.

 

 

Curvatura Espaço-tempo

 

 

Bem, para Sócrates, esta era a realidade da existência, não excluindo desta investigação plantas e animais. Quanto à possiblidade de vida extraterrestre, Sócrates não tocou no assunto. Penso que ele tenha entendido que compreender a nossa existência seria suficiente. Seja como for, Sócrates, de maneira simples e direta, conclui sua concepção do Princípio Geral de Toda Geração da seguinte forma: A morte não é o fim; há regresso à vida; os vivos provêm dos mortos; as almas dos mortos têm existência; a sorte das almas boas é melhor do que a das almas ruins. Mas isto não é (será) assim para sempre; se e quando ultrapassarmos a Terceira Dimensão, as coisas se darão de modo diferente. O padrão-carbono não é universal, e a união corpo-carbono com a personalidade-alma descarbonada é tão-só um estágio a ser eventualmente superado.

 

 

 

A Teoria da Reminiscência

 

 

 

Aprender não é outra coisa senão recordar. Pela Teoria da Reminiscência, as almas, antes de entrarem nos corpos, contemplaram as idéias eternas, e a percepção dos objetos lhes desperta tão-somente uma recordação. Sócrates, ao longo de sua explanação, admite que antes do nascimento (e, portanto, evidentemente depois), aquele que nasce já tem conhecimento da atualidade cósmica em si, desde sempre idêntica a si mesma. Desta forma, o aprender é apenas recordar; é reaver um certo conhecimento já anteriormente possuído.

 

A demonstração do Filósofo pode ter outro encaminhamento, qual seja o da morte como libertação do pensamento e já anteriormente discutido. Entretanto, no estado comumente chamado de morte, a personalidade-alma só tem acesso ao conhecimento até o padrão vibratório que conseguiu alcançar e realizar. Além disto, nada. Então, para cada personalidade-alma, seu círculo de conhecimento é único, ou seja, sua esfera de ação e de reação é individualizada.

 

 

 

 

 

 

Enfim, a reintegração (ou regeneração) é, neste sentido, a Grande Obra Místico-alquímica que cada personalidade-alma deve perseguir e buscar. E o que importa o tempo? Como afirmei um pouco mais atrás, o espaço-tempo universal é ilimitado, não-circunscrito a nada; e se assim é, um segundo e um zilhão de segundos, no que concerne à esta ilimitabilidade não-circunscritível, são extamente a mesma coisa. Mas não há atalho possível; não há privilégio fantasioso nem fideísmo religioso que possam abreviar a caminhada. Não há indulgência plenária (remissão absoluta das penas temporais, tanto em vida quanto na morte) que atalhe ou interrompa a nossa educação ou as compensações que educativamente teremos que fazer. Só pela Alquimia Esotérica poderá acontecer a diplomação/libertação.

 

 

 

O Destino das Almas

 

 

 

Uma vez que o Esoterismo Iniciático sempre admitiu a impossibilidade de um retrocesso sensível na caminhada para a reintegração, a afirmação de Sócrates de que as almas dos que vêm a falecer em estado de grande afastamento do Bem, da Beleza, da Pureza, da Justiça etc. metempsicosariam em asnos, lobos, falcões e gaviões, so pode ser interpretada como alegórica ou simbólica. Do mesmo modo, só é compreensível como forma de ensinamento a transmigração para alguma espécie de animal, como abelhas, vespas ou formigas, se considerarmos a época, o nível sócio-cultural e a compreensão das leis esotéricas dos discípulos de Sócrates, e, especulando, quem sabe, do próprio Sócrates.

 

O fato saliente é que não há retrocesso no processo evolutivo. A reintegração e a regeneração, ainda que lentas, muito lentas, dependem de cada um, mas se processam, em termos vibratórios, sempre de maneira ascensional, o que equivale a dizer que obriga a subir.

 

Entretanto, se, por um lado, retrocesso não há, por outro, a irreconciliável possibilidade de conjungir (incomensurável demérito) poderá levar à uma inevitável entropia, o que, na verdade, é uma forma extrema de retrogradação. Como já discuti este tema em diversos textos anteriores, nesta oportunidade apenas farei referência ao assunto. Quando é o caso – e, se dependesse de mim, seria sempre o caso – só uma coisa impede a entropização: o arrependimento absolutamente sincero, pois não há limite para a misericórdia de Aqueles Que Sabem e Podem. Uma microgota de arrependimento é o suficiente para que uma nova oportunidade aconteça. Mas, fica em aberto a questão: o que será arrependimento absolutamente sincero?

 

 

 

Forma Extrema de Retrogradação

 

 

 

A Função da Filosofia

 

 

 

Os amantes da Vida Filosófica e dos princípios que norteiam a FiloSOPhIa não malbaratam perdulariamente a vida amimando e adulando o corpo. Procuram permanecer afastados dos desejos corporais conspurcadores, das riquezas corruptoras, das honrarias hipotéticas e de toda e qualquer espécie de querer ou de vontade que possam, por um processo de entorpecimento ou de anestesia, afastá-los de sua meta – a insubstituível Grande Obra de Transmutação de suas personalidades-alma. A FiloSOPhIa ensina e demonstra de quantas ilusões está inçado o estudo que é feito por intermédio dos olhos, tanto quanto o que é feito pelo ouvido e pelos outros sentidos.

 

O efeito de todas as coisas visíveis – quer produzam prazer, quer produzam padecimento – se faz acompanhar da crença de que o objeto das emoções é real e verdadeiro, embora tal não aconteça. Assim, dor e prazer, como que pregando embriagadoramente a personalidade-alma ao corpo físico, poluindo-a com as misérias da carne e do mundo, e arrastando-a, cada vez mais, aos degraus inferiores da materialidade, afastam-na da Santa LLuz e da Verdadeira Vida. Sócrates ensinava e enfatizou a importância de um reto viver, no qual se inclui uma certa dose de renúncia às coisas deste mundo e um certo tipo de austeridade e de autocontrole, eis que a purificação dos erros-desejos só poderá se processar pela compreensão, e a compreensão não acontecerá em meio ao escândalo, seja físico, seja mental. Assim hedonismo (prazer como o bem supremo) torna-se sinônimo de inautenticidade, e o resultado, apesar de, geralmente, só ser confirmado pela e na morte, será a dor, o desespero e a angústia, que se efetivarão nas trevas do pós-vida – no cone de sombra do desespero rememorativo, já explicado na 1ª parte deste estudo.

 

 

 

O Problema da Física

 

 

 

No dia seguinte, Sócrates seria executado, mas continuou a debater magisterial e incansavelmente o problema da alma. Seus companheiros ouviam atentamente, questionavam, concordavam, discordavam, mas acabaram por se convencer com seus argumentos.

 

Sócrates dá, preliminarmente, uma grande lição de humildade – talvez a mais importante virtude de um filósofo – quando afirmou: Não sei absolutamente como qualquer coisa tem origem, como desaparece ou como existe. E, na busca do entendimento das coisas, acreditava que, para conhecer a origem e o fim de tudo, o estudante deve indagar qual a melhor maneira pela qual as coisas existem.

 

Por isto, Sócrates não aceitava como válido o pensamento de Anaxágoras de Clazômenas (cerca de 500 a.C. – 428 a.C.), que reconhecia como princípio material as homeomerias – as sementes que dão origem à realidade em sua pluralidade de manifestações. Segundo Anaxágoras, o Nous atua sobre uma mistura inicial formada pelas homeomerias – sementes que contêm uma porção de cada coisa. Assim, o Nous, que é ilimitado, autônomo e não-misturado, age sobre estas sementes ordenando-as e constituindo o mundo sensível. Sócrates também não reconhecia como válido o sistema de Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C. – 370 a.C.) e de Leucipo de Mileto (nascimento: cerca de 500 a.C.), mestre de Demócrito e, talvez, o verdadeiro criador do atomismo (segundo a tese de Aristóteles). Sócrates também ironizava a teoria de Anaxímenes de Mileto (588 – 524 a.C.), que concordava com Anaximandro (610 – 547 a.C.) de Mileto quanto ao a-peiron e com as características deste princípio apontadas por Anaximandro – algo infindo e inumerável, tanto no sentido quantitativo (externa e espacialmente) quanto no sentido qualitativo (internamente). Este a-peiron é algo incriado (não foi criado, embora exista) e imortal (jamais deixará de existir). Contudo, se para Anaximandro o a-peiron era a realidade primordial ilimitada, infinita, indefinida, eterna e final de todas as coisas, e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si, Anaxímenes postulou que este a-peiron era o Ar.

 

Sócrates discordava de todas estas especulações; na verdade, sempre reclamou do descaso dos filósofos em não se interessarem em pesquisar a origem da Força, que dispõe as coisas como foram, como estão e como virão a ser. Ele próprio declarou que não adquiriu este conhecimento, mas, apesar de o perquirir, não encontou uma explicação concertada e nem alguém que soubesse.

 

Bem, considerando-se os admiráveis avanços do saber científico sobre a constituição da matéria a partir de átomos e da Física Nuclear, Sócrates tinha mesmo o que se poderia denominar de humilde razão. E lá se vão 2.500 anos! Sabe-se, hoje, que a estabilidade nuclear (e, portanto, atômica) é bastante relativa, mesmo para os átomos ditos estáveis. Abaixo estão três animações meramente pictóricas de uma fissão nuclear, de uma fusão nuclear e de uma captura-K1, que justificam a insatisfação de Sócrates com os postulados pré-socráticos.

 

 

 

Fissão Nuclear

 

 

Fusão Nuclear

 

 

Captura-K

 

 

 

Fim da 2ª parte.

1ª parte: http://paxprofundis.org/livros/fed/on.htm

3ª parte: http://paxprofundis.org/livros/feddd/on1.htm

 


 

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Nota:

1. A captura eletrônica é a captura, pelo núcleo atômico, de um elétron orbital. Se um elétron da camada K é capturado, o processo é chamado captura-K. Elétrons de outras camadas podem ser capturados, mas com probabilidades menores. Em termos elementares, a captura eletrônica pode ser assim compreendida:

 

p+  +  e   —›   n  + n

 

em que

p+  =  próton
e  =  elétron
n  =  nêutron
n  =  antineutrino

 

Bibliografia:

BORNHEIM, Gerd A. (org). Os filósofos pré-socráticos. Cultrix: São Paulo, 1999.

CABALLERO, Alexandre. A filosofia através dos textos. 2ª edição. Cultrix: São Paulo, 1972.

CONFÚCIO. Os analectos. Tradução de Múcio Porphyrio Ferreira. São Paulo: Pensamento, s.d.

GARAUDY, Roger. Para conhecer o pensamento de Hegel. Tradução de Suely Bastos. Porto Alegre: LPM Editores, 1983.

LEWIS, H. Spencer. Manual rosacruz. Curitiba: Grande Loja do Brasil, AMORC, 1964.

MONDIN, Battista. Curso de filosofia. 2ª edição. Tradução de Benôni Lemos. São Paulo: Paulinas, 1981.

MORA, José Ferrater. Diccionário de filosofia. 5ª edição. Volume I. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1965.

PLATÃO. Defesa de Sócrates/Platão. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates; Apologia de Sócrates/Xenofonte. As nuvens/Aristófanes. 3ª edição. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha. Tradução de Jaime Bruna, Líbero Rangel de Andrade e Gilda Maria Reale Starznski. São Paulo: Abril, 1985.

_____. Diálogos II. Fédon; Sofista; Político. Tradução de Jorge Paleikat e João Cruz Costa. Rio de janeiro: Tecnoprint, s.d.

SEMAT, Henry. Física atomica y nuclear. 4ª edição. Tradução de José Miro Nicolau e Luis Bravo Gala. Madri: Aguilar, 1966.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anax%C3
%A1goras_de_Claz%C3%B4menas

http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Animated_D-T_fusion.gif

http://www.tcetoday.com/tcetoday/
NewsDetail.aspx?nid=12697

http://pt.wikipedia.org/wiki/Proje%C3%
A7%C3%A3o_da_consci%C3%AAncia

http://aluzvioleta.wordpress.com/
2010/02/20/codigo-da-purificacao/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sophia
_(gnosticismo)#Pistis_Sophia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pistis_Sophia

http://svmmvmbonvm.org/ultimos/

http://media.photobucket.com/image/%252522
tsunami.gif%252522/d3stroy3r/Tsunami2.gif

http://books.google.com.br/

http://pt.wikilingue.com/ca/Pritaneu

http://www.cefetsp.br/edu/eso
/filosofia/comentarioapologia.html

http://filosofiapraticasoniarodrigues.blogspot.com/

http://www.homeoesp.org/meditacao_
espiritualidade/022%20-%20SOCRATES.pdf

http://www.mundodosfilosofos.com.br/
socrates1.htm

http://www.guia.heu.nom.br/grecia.htm

http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/
israel_textos/introducao_a_platao.htm

http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/cv000031.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9don

 

Fundo musical:

Zorba the Greek (Mikis Theodorakis)

Fonte:

http://www.faliraki-info.com/greek-midi-music/

 

Observação:

Se você quiser ver o Anthony Quinn dançando Zorbas com Alan Bates, por favor, dirija-se a:

http://www.youtube.com/watch?
v=jeNsr_nQEfE&feature=related