1.
Samael Aun Weor, no Mistério do Áureo Florescer,
ensina: purifica o coração, limpa os pensamentos,
detém os apetites e conserva o sêmen. Se os
pensamentos são duradouros, assim será o sêmen;
se este é duradouro, assim será a força; se esta
é duradoura, será duradouro o espírito.
Já
o
Imperator Christian
Bernard afirmou em um artigo:
No âmbito deste artigo
desejo falar de um assunto que é parte de todas as tradições.
Refere-se a um dos períodos que todo místico é
compelido a vivenciar na senda da Luz. Trata-se da Noite Negra. Não
houve um só Avatar, Messias ou Profeta que, de uma forma ou
outra, não tenha evocado esse período de grande confusão
que todo buscador, num dado momento de sua busca, deve enfrentar e,
se possível, superar.
Estou certo em dizer "se
possível", pois pode acontecer que a Noite Negra nos afaste
definitivamente da Luz , pelo menos durante uma encarnação.
Para começar, o que
é a Noite Negra? Posso dizer que, no plano individual, é
um ciclo que corresponde a um questionamento do ideal seguido até
então. Conforme o caso, esse questionamento pode ter origem
em uma série de provações que atravessamos, ou
em uma crise interior sem qualquer ligação com o mundo
objetivo.
Uma doença, um acidente,
a perda de um ente querido, problemas familiares e problemas profissionais
são alguns elementos que podem abalar a vida mística
de um indivíduo e mergulhá-lo nas trevas da dúvida.
Independentemente dessas provações, também pode
acontecer, por razões puramente psicológicas, que o
místico se sinta invadido por impulsos interiores negativos
que o levem brutalmente a rejeitar os valores em que acredita.
Esteja sua origem nas tribulações
terrenas ou em um grande sofrimento interior, a Noite Negra da Alma
costuma se traduzir de uma mesma forma: a chama de nossa fé
mística vacila e se apaga por um período, que dura enquanto
persistimos em não reacendê-la. Sofremos em todos os
planos, mas, mesmo sabendo que somos responsáveis por esse
sofrimento, recusamo-nos a sair das areias movediças que –
hora após hora, dia após dia, semana após semana
– sufocam-nos um pouco mais. Mãos nos são estendidas,
mas não queremos vê-las, muito menos pegá-las.
Não acreditamos mais
em nada. Nem em Deus, nem em Satanás, nem no homen, nem no
amigo, nem em nós próprios. Deixamo-nos aprisionar pela
fatalidade e tornamo-nos o espectador entediado de nós mesmos.
Vêmo-nos partir à deriva no oceano de nossos temores,
angústias e desespero. Nossa própria existência
torna-se um fardo que carregamos sem a menor convicção,
e, no lenho dessa cruz, deixamos fenecer a rosa, pois sequer a vemos
mais.
Entre nós, muitos já
conheceram esses períodos particularmente sombrios da existência,
que são o quinhão que a todos nós cabe, mas que,
no caso do místico, assume uma dimensão interior muito
mais ampla, pois ele sabe que corresponde a escolhas cujo resultado
concerne diretamente à sua evolução mística.
Ele sente no mais profundo de si mesmo, que eles constituem um questionamento
do seu ideal, que o oprimem, pois sabe que sairá dele engrandecido
ou, ao contrário, diminuído. Isso acontece porque a
Noite Negra, tal como se manifesta na vida de um místico, é
o resultado de um conflito entre seu Eu objetivo e seu Eu espiritual.
É verdade que ele pode
ter a impressão de que não é esse o caso, sobretudo
se ela tem origem em provações como as que citei anteriormente.
Não obstante, quer ele queira ou não, essa Noite Negra
só existe porque ele oscila entre os impulsos de seu ego e
as injunções de sua alma, ou seja, entre a ilusão
terrena e a Realidade Cósmica.
Tomemos um dos exemplos mais
dolorosos para ilustrar o que dizemos: a morte. Muitos místicos
já vivenciaram um período de total entrega após
a perda de um ente querido. Nessas penosas circunstâncias, eles
se sentiram assaltados por um sentimento de injustiça que inevitavelmente
os levou a duvidar de suas próprias crenças. Por que
seu marido ou sua mulher, seu pai ou sua mãe, seu filho ou
sua filha seu irmão ou sua irmã, morreram tão
jovens?
Por
que com tanto sofrimento? Por que naquele momento? Por quê?
Deus verdadeiramente existe? Será que o misticismo só
serve para dar falsas esperanças, tornar a existência
menos amarga, dissimular um Não-Ser, escusar um acaso cego
e arbitrário? É claro que quando se deixa a mente enredar
nesse tipo de engrenagem de perguntas-respostas, surgem tantos "porquês"
quantos motivos para duvidar.
O Eu objetivo, por todos os
meios, busca tornar-se o dono da situação, pois seu
egoísmo vê em tudo aquilo uma oportunidade de ficar mais
satisfeito. Com efeito, quanto mais duvidamos da dimensão espiritual
da existência, mais damos importância ao mundo material.
Em outras palavras, quanto mais questionamos o Deus de Nosso Coração,
mais o diabo de nossa compreensão se rejubila.
Na abrangência deste
artigo, não farei o inventário dos numerosos argumentos,
ao mesmo tempo lógicos e místicos, provando que Deus,
tal como o concebo, não pode deixar de existir.
Se você negasse totalmente
sua existência, não estaria lendo este texto. O problema
não é tão simples quando nos defrontamos com
circunstâncias tão aflitivas como a perda de um ente
querido. Como já disse, pode acontecer que coloquemos em dúvida
nosso ideal místico, porque a morte, é bem verdade,
priva-nos de uma presença à qual nosso Eu objetivo foi
apegado por muitos anos. Mas, se a existência da alma sempre
foi para nós uma evidência, se consagramos toda uma vida
terrena à evolução de nossa alma, como não
reconhecer sua realidade no momento derradeiro em que ela deixa o
corpo de alguém que amamos tanto quanto amamos a nós
mesmos?
O que é verdadeiro para
essa grande tribulação o é para todas as outras
que marcam a nossa existência, pois nenhuma delas deveria nos
abalar a ponto de provocar nosso mergulho na Noite Negra. No entanto,
a experiência mostra que não somos invulneráveis
e que a adversidade pode obscurecer nossa vida espiritual.
Por quê? Porque o fato
de sermos adeptos do místicismo não faz de nós
necessáriamente misticos com uma fé inabalável.
Por outro lado, nossa análise das provações que
sofremos pode ser imperfeita. Penso em particular naqueles que, sistemáticamente,
tentam compreender as razões cármicas dos sofrimentos
físicos ou morais de que são vítimas em certos
momentos da vida. Alguns se sentem invadidos pela dúvida quando
sofrem provações que atribuem a um carma negativo, ao
se verem injustificados em vista do bem que tinham a certeza de ter
espalhado ao seu redor. No âmbito de minha função
no seio da AMORC,
eles vêm me ver para dizer que não compreendem por quê,
após terem passado tantos anos estudando e praticando o misticismo
Rosacruz, conheceram tantas derrotas, tantos infortúnios e
tantos dissabores. Desesperados, feridos em seu coração
e em sua alma eles me contam suas dúvidas e, às vezes,
o abandono total de sua afiliação à fraternidade
dos Rosacruzes. Contudo, como lhes disse, nunca se deve estabelecer
uma relação sistemática entre uma provação
e o carma negativo.
Em outras palavras, parece-me
fundamental compreender que nem todas as provações,
sejam quais forem, são necessáriamente cármicas.
Muitas delas têm caráter puramente evolutivo, e sua única
finalidade é testar nossa força interior, pressionando
ao mesmo tempo nossa aptidão física e mental para sobrepujá-las.
Uma analogia pode ajudar a compreender isso. Imagine um aluno que
tem horror à Matemática e é argüido por
seu professor. Essa argüição é para ele
uma provação que ele é obrigado a enfrentar,
mas que, no entanto, não está ligada a um mau comportamento
de sua parte. Essa provação ocorre simplesmente como
um acontecimento normal na vida de qualquer estudante. Seu objetivo
é incitar sua reflexão e contribuir para a aquisição
de certo tipo de conhecimento. Nesse sentido, embora ele a vivencie
como uma provação, ela nada tem de cármica. Imagine
agora que esse mesmo aluno seja punido por uma razão justificada
e que seu professor, como castigo, mande-o fazer um exercício
de Matemática. Neste caso, tratar-se-á efetivamente
de uma prova cármica pois será o resultado de uma aplicação
de seu livre-arbítrio.
Esse princípio aplica-se
às provações que todo ser humano é inevitavelmente
levado a enfrentar. Algumas, efetivamente, são cármicas,
mas, outras, muitas outras, não o são. Elas existem
porque são uma condição sine qua non de evolução,
e porque é impossível, como seres encarnados que somos,
evoluirmos sem termos problemas a resolver e dificuldades a superar.
Assim, parece-me muito importante
não sermos vítimas de um misticismo mal compreendido,
que tenda a associar toda tribulação a um carma negativo.
Se assim fosse, deveríamos admitir que, se Jesus foi crucificado,
para usar apenas um exemplo, foi para compensar uma sucessão
de más ações! Esse tipo de conclusão,
devemos admitir, é absurdo, e se opõe ao mais simples
bom senso. Portanto, quando surgirem provações em sua
vida, em vez de procurar determinar se são ou não cármicas,
enfrente-as de um modo responsável, o que quer dizer: de maneira
mística, com a certeza de que é capaz de superá-las
e de que elas contribuirão para uma aceleração
de sua evolução.
A Noite Negra nem sempre segue
a provações (de caráter cármico ou não).
Ela pode seguir a um desequilíbrio psicológico cujas
causas estão ligadas, na maioria das vezes, à personalidade
do indivíduo. Cada um de nós sabe que não tem
o mesmo temperamento, o mesmo caráter e a mesma estrutura emocional
de outras pessoas.
Alguns
são psicologicamente mais frágeis do que outros, sendo
essa fragilidade, muitas vezes, responsável por uma desordem
cíclica que pode se traduzir em uma rejeição
de valores preestabelecidos. Esse gênero de desordem passageira
se produz com freqüência nas pessoas ansiosas ou angustiadas
por natureza. Quando elas estão em crise consigo mesmas não
conseguem definir a causa profunda de seu estado e o sofrem de uma
forma negativa, visto que não querem fazer um real esforço
para sair daquela situação. O pessimismo as invade,
a dúvida as assalta e sua fé vacila. No mais das vezes,
é uma influência externa que as coloca novamente nos
trilhos até o próximo período negro que, elas
bem o sabem, virá novamente mergulhá-lhas na obscuridade.
Mas bastaria que no momento em que se sentissem arrastadas pela corrente
de suas próprias angústias se voltassem para o Deus
de seus corações para que as nuvens que ocultam o Sol
Interior fossem afastadas.
Se,
em lugar de se fecharem nos recônditos sombrios de suas idéias
negras, elas se abrissem à luz de tudo o que é belo,
claro e límpido, compreenderiam a que ponto tinham sido vitimadas
pela própria falta de confiança em seu ideal.
Esta observação
me leva agora a abordar os motivos místicos que estão
na origem da Noite Negra. Seja ela consecutiva à morte de um
ente querido, a uma multiplicidade de provações ou a
um abandono muito fácil às nossas próprias angústias,
só pode ensombrecer a existência de um místico
em virtude do apego que ele devota ao seu ideal ser muito frágil,
superficial ou ilusório. Do ponto de vista esotérico,
a Noite Negra é o reflexo de uma vitória obtida por
nosso dragão interior. Por isso a vida de todo místico
é marcada tanto por Noites Negras quanto por derrotas sofridas
pelo anjo que nele existe. Enquanto o ser não tiver atingido
o ponto de evolução que propicia a experiência
íntima do Divino permanecerá vulnerável em sua
busca, e sua vulnerabilidade será proporcional à sua
fé mística. Isso pressupõe que bem poucos de
nós podem afirmar que nunca conheceram períodos sombrios
em sua vida espiritual ou que não os conhecerão mais.
O próprio Mestre Jesus, em um momento supremo de sua missão
clamou: "Pai, por que me abandonastes?" Por uma fração
de segundo, esse Iniciado do mais alto grau duvidou. Mas a questão
essencial é saber do que ele duvidou e do que nós duvidamos
quando a Noite Negra mergulha nossa alma nas trevas do ateísmo.
Quando examinamos atentamente esse acontecimento da vida mística
de Jesus, tudo leva a pensar que ele não duvidou de Deus, mas
de si mesmo e de sua capacidade de permacer fiel em seu sofrimento.
Em nosso nível, é exatamente o contrário que
acontece quando duvidamos, porque na maior parte do tempo duvidamos
de tudo, menos de nós próprios. Mas é nesse nível
que se encontra a chave que nos deve permitir vencer todos os períodos
obscuros que possam marcar nossa existência. Nos momentos de
desespero, nas provações, na adversidade, nunca devemos
perder nossa fé mística; pelo contrário, devemos
pensar, falar e agir com uma confiança ainda maior em Deus.
É
quando devemos recusar todo compromisso com a dúvida.
Nossa única preocupação deve ser a de pedir o
auxílio do Cósmico para termos força interior
para vencer nossa própria fraqueza, pois é nessa vitória
que está a solução de todos os problemas, por
mais dramáticos que sejam no plano humano. Isto pressupõe
que a prece e a meditação constituem nossos dois maiores
aliados para fazer brilhar novamente a Luz quando as circunstâncias
tiverem mergulhado nosso 'Sanctum' interior na mais total obscuridade.
Um antigo adágio que todos conhecem, enuncia que "é
melhor prevenir do que remediar" Isto é verdadeiro no
plano do corpo e também é no da alma. Quando a doença
nos assalta, às vezes é tarde demais para vencê-la.
Por isso devemos nos esforçar para sempre reunir as condições
físicas e psicológicas mais favoráveis à
manutenção da saúde, e assim lançarmos
nossas bases para uma prevenção eficaz. O que devemos
fazer pelo bem de nosso corpo também devemos fazer pelo bem
de nossa alma. Em vez de esperarmos até que as circunstâncias
alterem nossa vida espiritual e destruam nossa fé mística,
devemos cultivar nosso jardim interior, semeando ali as sementes de
um amor incondicional à Causa Suprema.
Muitos místicos se perdem
nas Noites Negras que criaram para si mesmos porque simplesmente esqueceram
de cuidar da Rosa que tinham prometido amar sempre. Mas os anos passaram
e o tempo, conforme o que eles fizeram, elevou-os para a Luz ou os
afastou dela. Assim é, na verdade, a lei implacável
a que submetemos nosso livre-arbítrio. Se não despertarmos
voluntariamente para a consciência da alma, a consciência
do Eu objetivo se fortalecerá e tomará o controle de
nossa existência. Este princípio é colocado em
evidência na analogia que fiz acima com a Rosa do nosso jardim
interior, pois cada um de nós sabe que a manutenção
de um jardim requer uma atividade constante. Não basta fazermos
uma boa semeadura para termos uma boa colheita. Precisamos cuidar
das sementes e velar para que ervas daninhas não invadam o
canteiro. Isto significa que nada de belo, bom e útil pode
ser obtido sem esforço. Por isso, a atividade é o movente
do bem, enquanto que a passividade e inclusive a omissão, são
os agentes do mal.
Este princípio aplica-se
com mais força ainda à nossa busca espiritual, porque
tem a ver com um mundo intangível e invisível . Desejo
dizer com isto que é mais fácil preservarmos nosso corpo
dos perigos que o ameaçam do que protegermos nossa alma dos
ataques do abandono espiritual. No primeiro caso, a ameaça
é perceptível; no segundo ela não o é.
Isso explica porque um Rosacruz que começa a atrasar o estudo
de suas monografias acaba não as abrindo mais. Também
é por essa razão que, quando começa a deixar
para mais tarde seus períodos de prece e meditação,
cada vez fica mais difícil realizar o trabalho que dele se
espera. Tendo a natureza horror ao vazio, disso resulta que o vazio
que se criou em sua vida interior é progressivamente preenchido
por uma existência cada vez mais dirigida para o exterior. Finalmente,
chega o momento em que ele não é mais um Rosacruz, a
não ser no nome, quando, então, reune as melhores condições
para passar pela experiência de uma Noite Negra decisiva para
seu futuro místico. Este exemplo – voltado mais para
os membros da AMORC – pode ser adaptado a muitas atividades
da vida diária.
Gostaria de insistir no fato
de que, ao contrário do que costumamos pensar, a Noite Negra
não é um assunto individual. Ela pode afetar a evolução
de toda uma coletividade. Muitos são os países que,
no decurso da história, vivenciaram o abandono total de suas
instituições religiosas, sociais, econômicas etc.
Isso porque a alma coletiva de uma nação é o
reflexo dos milhões de almas que a compõem. Assim, quando
um grande número de indivíduos, num mesmo momento, vivencia
um profundo abismo interior, a consciência do conjunto é
afetada. Se dou essa explicação, é porque a humanidade
está atualmente mergulhada em uma Noite Negra que corresponde
ao combate que se desenrola em cada ser. Talvez nunca antes o homem
tenha estado tão pronto para o advento da espiritualidade.
Ele a busca cada vez mais, e no caos total que sacode o mundo está
a ponto de pôr em cheque todos os valores que nas sociedades
modernas cavaram o abismo entre seu corpo e sua alma. Mais do que
nunca, atualmente, o homem sente que o materialismo, apesar de ter
contribuido muito para o seu bem-estar físico, afastou-o de
uma vida interior a que ele nunca renunciou verdadeiramente. Ora,
todos sabem que é quando nos encontramos mais distanciados
do que amamos que buscamos por todos os meios nos aproximar. Por isso,
além das aparências, devemos ver em nossa época
atual as condições de uma aproximação
sem precedentes entre Deus e sua Criação. A Noite Negra
que a humanidade atravessa é, em si mesma, a prova de que o
anjo não está morto no coração de cada
homem, mas que, ao contrário, ele nunca bateu com tanta força
no dragão que nele existe. Nesse sentido, o que vivemos no
plano mundial é só um efeito aparente de uma guerra
espiritual em que cada um de nós é um combatente. Isto
significa que, se a maioria dos homens forem vencedores de si mesmos
e encontrarem a Luz , a humanidade terá todas as oportunidades
de ver surgir o Áureo Alvorecer a que
todos os Iniciados se referiram. (Grifo meu).
Como é isso que todos
nós ardentemente desejamos, nosso dever é auxiliar nossos
irmãos humanos a preencher o vazio interior que os torna tão
desamparados diante dos ataques cada vez mais repetidos das forças
do mal. Como? Sendo nós próprios seres responsáveis,
fortes, e acima de tudo místicos, não só no nome,
mas na ação. Devemos nos comportar de tal forma que
todos que entrem em contato conosco vejam em nós alguém
cujo otimismo e serenidade são capazes de vencer qualquer provação.
Cada vez que a ocasião surja, devemos orientar as conversas
no sentido do misticismo e dar provas de que tudo, absolutamente tudo,
pode e deve ser tratado do ponto de vista espiritual. Em suma, onde
estivermos e do jeito que somos, sejamos a chama que ilumina as almas
de nossos semelhantes e aqueça seus corações.
Em minha opinião, esta é a única maneira de lhes
mostrar o caminho que toda a humanidade deve seguir para sair do labirinto
tenebroso onde está perdida. O dever de todos os místicos,
e não falo só dos Rosacruzes, é induzir progressivamente
uma mudança nas mentalidades, de modo a estabelecer o equilíbrio
entre as preocupações materiais e as exigências
espirituais.
Toda
Noite Negra, seja ela individual ou coletiva, é uma Iniciação.
Ao final de cada Iniciação há uma pequena chama
e, quando todas as pequenas luzes se fundirem em uma só, a
consciência, individual ou coletiva, vivenciará a Iluminação
Cósmica. O acesso à Luz Maior então é
definitivo e as trevas serão banidas para sempre.
*
Por
dever de consciência, devo dizer que tenho outro entendimento
a respeito da frase proferida por Jesus
e que foi traduzida como Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?
Também considero que o último grau que um místico
alcançará em sua Peregrinação é
o Ateísmo
Místico.
Logo, evidentemente, não posso aceitar também o conceito
criacionista de que um determinado Deus, em um determinado momento,
tenha criado o Universo e as criaturas existentes. Natura Naturans
(Natureza Criadora) e Natura Naturata (Natureza Criada) –
se há realmente alguma diferença – são
uma só e a mesma Coisa. Esse conceito não deve resvalar
para qualquer tipo de panteísmo místico no qual Deus
possa ser entendido sob o duplo aspecto (para a mesma realidade) Natura
Naturans/Natura Naturata esboçado pelo filósofo
holandês Benedictus (Baruch) Spinoza (1632-1677), que, inspiradamente,
deixou escrito: A felicidade é a compreensão lógica
do mundo e da vida.
2.
'Samsarizar' = Por ignorância, persistir no samsara.
3.
Samsara — =
Segundo o Glossário de Termos Zen Budistas e da Escola
Zen Kwan Um, o ciclo de nascimento, morte e renascimento.
Segundo o Glossário Budista, é o ciclo
de existências, uma sucessão de renascimentos pelos quais
um ser passa, dentro de diversas formas de existência, até
atingir a libertação. A prisão no samsara é
condicionada pelas Três Raízes Perniciosas: ódio,
desejo e ilusão. O tipo de renascimento dentro do samsara é
determinado pelo carma do ser vivo. No mahayana, samsara se refere
ao mundo dos fenômenos e é considerado, em essência,
idêntico ao nirvana. Segundo os Ensinamentos Fundamentais do
Budismo Ch'an, samsara literalmente significa "viajando".
O ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos
que um ser segue através de vários modos de existências
até que alcance a liberação e atinja o nirvana.
O karma do ser é que determina o tipo de renascimento que ele
terá. Este entendimento, salvo melhor juízo, também
não representa uma Lei Cósmica imutável. É,
mais ou menos, querer que tenham o mesmo comportamento uma gota de
tinta azul e uma pepita de ouro do mesmo tamanho arremessadas sobre
o mar.
Websites
consultados:
http://br.geocities.com/zensanga/gloss.html
http://www.geocities.com/sakyabr/glossario.html
http://hsingyun.dharmanet.com.br/historias.htm
http://arcalucis2.netfirms.com/
http://spaces.msn.com/suiewendhausen/
blog/cns!602E8E8E7B3775F4!1178.entry
Fundo
musical:
Cha
Cha Cha
Fonte:
http://members.lycos.nl/nschagen/midi/geluiden/
WMV
(534 kb)
http://www.chamadacontrapobreza.org.br