CHRISTIAN BERNARD (FRC)
Pensamentos Místicos

 

Connais-toi  toi  même,  et  tu  connaîtras  l'Univers  et  les  Dieux.

 

 

 

Christian Bernard

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga



 

 

 

 

Introdução

 

 

Este trabalho é uma coletânea de alguns pensamentos místicos do Frater Christian Bernard, atual Imperator para este Segundo Ciclo Iniciático da Ordem Rosacruz - AMORC, cargo supremo que assumiu na Fraternidade depois de exercer a função de Grande Mestre da Jurisdição de Língua Francesa por dezesseis anos, tarefa à qual se dedicou de 1977 a 1993.

A bibliografia utilizada para elaboração do texto está apresentada ao final. Entretanto, devo advertir que tive que fazer, em pouquíssimos casos, pequenas edições e adaptações em alguns pensamentos do Frater Christian para adaptá-los a este tipo de trabalho. As inserções e os comentários de minha autoria (e responsabilidade) estão entre colchetes e em outro tipo de letra, como determinam as corretas normas metodológicas. Mais uma vez repito o que escrevi em ensaios anteriores desta natureza: não modifiquei ou adulterei nada, pois isto seria, a um só tempo, uma heresia e uma fraude. Adicionei, isto sim, didaticamente, ao longo do texto algumas fotografias digitais e algumas animações em flash para dar um certo movimento à algumas reflexões de Christian e, também, para educativamente embelezar o trabalho, quando foi o caso. Neste sentido, preliminarmente, informo que a Cruz (animada) que abre este trabalho simboliza a autoridade e o poder místicos do Imperator enquanto dirigente supremo da AMORC. Ele é, portanto, o único que tem o direito, o privilégio e o dever de a utilizar, pois ela é um símbolo privativo do cargo de Imperator. Dito isto, esta contribuição é de minha única e inteira responsabilidade. Os Websites consultados estão listados ao final do texto.

Mas, devo acrescentar, ainda, que foi durante a gestão mística do Frater Bernard à frente da AMORC, que os Deputados do Conselho Supremo da Fraternidade Rosacruz julgaram conveniente que havia chegada a hora de acender a Quarta Chama R+C.

 

                                

                                                                                                        

E, assim, num abençoado sábado, em 20 de março de 2001, foi oferecido ao mundo um fraterno alerta: o Manifesto Rosacruz Oficial Positio Fraternitatis Rosæ Crucis. Se você ainda não o conhece e desejar lê-lo na íntegra, com alguns comentários que tive a oportunidade de inserir para colaborar, acesse a página:

 

http://paxprofundis.org/
livros/positio/positio.html

 

Enfim, devo enfatizar que não há mérito algum meu na elaboração deste ensaio. Se mérito há (pois penso que o Imperator, como místico, nunca esteve e não está preocupado com isto), ele deve ser creditado ao nosso Frater Christian Bernard, que teve a bondade fraterna de espargir para todos nós um pedaço da LLuz que conquistou e recebeu. É necessário que fique claro também que esta monografia digital está incompleta, pois só reflete uma pequena parcela da trajetória Místico-Iniciática do autor. Por último, como afirmou o Frater Christian no capítulo O Legado da Rosa-Cruz do seu livro Assim Seja, ao longo dos séculos, os ensinamentos Rosacruzes foram sendo constantemente atualizados, explicados, enriquecidos, de modo a sempre acompanharem o avanço das sociedades modernas e anteciparem o futuro. E mais: o Rosa+Cruz, em princípio, possui todas as ferramentas espirituais para auxiliar e arrancar a Humanidade inteira do caos aparente em que se encontra atualmente. Se ele não as utilizar, se ele se contentar apenas em possuí-las adverte Christianentão terá falhado em seu dever... Este ensaio é um exemplo deste entendimento e desta tarefa. Paz Profunda.

 

 

 

 

 

 

 


Pensamentos do Imperator
(Alguns Fragmentos)

 

 

A harmonia é irmã da Paz...

A faculdade mais espiritual que Deus concedeu à consciência do homem é o dom do livre-arbítrio.

O destino cósmico da alma humana consiste na reintegração definitiva na Perfeição da Inteligência Divina.

O estarmos em harmonia com nós mesmos consiste primeiro em nos aceitarmos tais como somos fisicamente.

O melhor meio de estarmos em harmonia com nós mesmos consiste, por um lado, em não nos culparmos por aquilo que ignoramos ou não sabemos fazer, e, por outro, em compartilharmos os conhecimentos que adquirimos ou as habilidades que possuímos.

Só poderemos estar em harmonia com nós mesmos na medida em que nos amarmos como indivíduos.

A melhor maneira de estarmos em harmonia consiste em nunca nos compararmos com os outros.

Bem e Mal: O bem vibra em uníssona harmonia com as leis construtivas e constitutivas da evolução cósmica, ao passo que o mal vibra na discordância dos princípios destrutivos de uma aparente involução... Não devemos banalizar o perigo que representam certas formas de energia mais particularmente a energia nuclear e o transporte de certas outras, como, por exemplo, o petróleo. (Grifos meus).

 

 

 

Duas Vergonhas!
Hiroshima –› 6 de agosto de 1945
Nagazaki –› 9 de agosto de 1945

 

 

 

Outras Vergonhas!
EUA –› Guerra Civil Grega
EUA –› Guerra da Coréia
EUA –› Guerra do Vietnã
EUA –› Laos e Camboja
México –› Guerrero
Portugal –› Moçambique

 

 

De que serve o raciocínio mais sólido [efetivo] e coerente [harmônico] se não é colocado a serviço do fluxo cósmico da intuição?

Do ponto de vista místico, a Terra é o templo da Humanidade, assim como o nosso corpo físico é o templo da nossa alma.

Por definição, um Rosacruz é um Cidadão do Mundo. (Grifo meu).

 

 

 

 

Todo ser vivo é uma extensão de nós mesmos.

Todos os planetas do nosso Sistema Solar estão ligados por laços simpáticos muito sutis.

A Terra é um ser vivo e, mesmo, consciente. (Grifos meus).

 

 

 

 

A Fraternidade deve incluir todos os seres que a Vida colocou no mundo. (Grifo meu).

Muitas doenças que os homens estão sofrendo são conseqüências cármicas [diretas e indiretas] dos sofrimentos inúteis que eles [infligiram e] infligem aos animais.

Os animais mais evoluídos são seres humanos em devir.

A morte é tão-somente a passagem de um plano de consciência para outro... O corpo torna-se pó e a alma retoma sua independência espiritual... Nesse sentido, não existe morte, mas, simplesmente, mudanças na expressão da vida.

O que acontece entre duas encarnações não é punitivo, mas compensatório. [Respeitando o pensamento de meu Imperator, prefiro o vocábulo educativo ao invés de compensatório. Pessoas mal informadas tendem a atrelar a este conceito correto a idéia de castigo ou de punição, o que, absolutamente, não procede, como entende e sabe o Imperator. Por outro lado, quando há reencarnação, o ciclo completo é, em média, de 144 anos, ainda que nem sempre seja assim. A animação abaixo ilustra este entendimento].

 

 

 

 

O homem não é tão-só uma criação do Amor Universal, como também — e isto pode ser o mais importante — é um veículo desse Amor.

Na Realidade Cósmica, o Amor é a Força Suprema subjacente a tudo que foi, é e será. Ele é o movente da Evolução Universal.

Todas as manifestações da Natureza obedecem à Lei da Atração (manifestação material do Amor Universal), que opera continuamente entre as polaridades e afinidades contrárias. [A água é um excepcional exemplo deste conceito místico. O próprio Imperator o cita em seu livro Assim Seja.].

 

 

[O] + [H] + [H] —› H2O

 

 

'Aprende, pois, a amar a Luz e a Vida e, com elas, todos os seres da Criação.' (Um Mestre da Tradição, apud Christian Bernard).

Do ponto de vista místico, a memória é um atributo da consciência.

Não existe vazio entre a matéria — dita inerte — e o mundo vivo. Tudo, desde o mais ínfimo grão de areia até a estrela mais longínqua, é infuso pelo fluxo universal da Consciência Cósmica. Por isto, quando as condições materiais e espirituais estão reunidas, a matéria dá nascimento [manifesta] à vida.

'O Amor é o Poder único mais antigo que modelou [e modela] todas as coisas a partir da matéria.' (Francis Bacon – Imperator da Ordem Rosacruz no século dezessete – apud Christian Bernard).

Sem o suporte da matéria, a consciência não poderia encontrar o impulso necessário para sua evolução. Por outro lado, sem a atividade específica da consciência, a matéria não teria qualquer razão de ser. (Grifos meus).

 

 

Nenhum homem poderá conhecer a Illuminação se rejeita [e enquanto rejeitar] seu universo material, já que é este universo que ele deve aprender a dominar e a utilizar para refletir sua compreensão do Divino. Isto significa que, antes de tentar vibrar no ritmo do Amor Universal, precisa começar por se elevar ao nível do Amor com relação à Terra e a todas as criaturas vivas que a povoam.

Toda [e qualquer] perturbação criada em determinado ponto da Terra repercute até o infinito. [Efeito Borboleta é um termo que se refere às condições iniciais no âmbito da Teoria do Caos. Este Efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz (West Haven, 23 de maio de 1917 – Cambridge, 16 de abril de 2008). Segundo a cultura popular, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez, provocar um tufão do outro lado do mundo. Todavia, isto se mostra apenas como uma interpretação alegórica do fato. O que acontece é que quando movimentos caóticos são analisados através de gráficos, a representação, depois de uma série de marcações, passa de aleatória para padronizada, onde o gráfico passa a ter o formato de borboleta. Mas, como afirma o Imperator, certamente toda (e qualquer) perturbação criada em determinado ponto da Terra repercute até o infinito, como qualquer perturbação manifestada em qualquer ponto do Universo repercute sobre a Terra. Por isto, todos os seres do Universo são responsáveis por tudo. A Lei da Compensação (ou da Retribuição) não se restringe à Terra; ela é universal.]

 

Atrator de Lorenz

 

 

 

A Humanidade inteira precisa, mais do que nunca, de espiritualidade, e nada, absolutamente nada, deve ser negligenciado na satisfação desta necessidade.

O dia [bendito dia!] em que os homens respeitarem todos os reinos da Natureza [sem exceção], a consciência coletiva da Humanidade será purificada e, como conseqüência, isto representará uma purificação física e mental de todos os seres humanos. (Grifo meu).

O destino do mundo depende, em grau cada vez maior, da aptidão de cada nação para se integrar à vida social, política e econômica das demais.

Quem não se ama não poderá amar os outros. Sendo o amor uma vibração, é impossível comunicá-la a outrem se não a possuímos no mais profundo do nosso ser.

Amar é, antes de tudo, não odiar e não abrigar qualquer pensamento malévolo contra qualquer pessoa [ou contra o que quer que seja].

Alguém que se empenhe em agradar todo mundo é necessariamente um hipócrita.

Não servimos à Luz quando encorajamos a expansão das trevas, em qualquer campo. É o amor à verdade que deve nos dar ânimo para repelir a mentira; é o amor ao conhecimento que deve nos incitar à lutar contra a ignorância; e é o amor à virtude que deve nos dar força para combater o vício.

Respeitemos sempre a liberdade alheia, mas oponhamo-nos a todos que a utilizem para escravizar os corpos e as consciências dos outros.

Não confiemos ao outro o que ele não for capaz de compreender, pois, se nossas confidências não forem bem medidas, farão de nossos irmãos inimigos poderosos. [Podemos, sem perceber, causar no outro tanto desconforto com determinadas confidências ou com supostos ensinamentos – que às vezes tentamos transferir(?!) – que poderemos até, no limite, causar uma doença séria no nosso interlocutor, e a primeira manifestação em alguém que ainda não deve ou ainda não pode ter acesso a determinadas informações é o que se conhece com o nome de distress, que pode ir de uma simples dor de cabeça a complicações mais sérias. Por isto, com justa razão, adverte o Imperator Bernard: Não confiemos ao outro o que ele [ainda] não for capaz de compreender. Abaixo uma animação pictórica do distress e uma animação educativa com os Indicadores Individuais de Distress.].

 

 

 

 

 

 

Um país nada mais é do que um conjunto de indivíduos unidos por uma memória comum. O mais importante não é a dimensão do passado histórico de um país... mas a dimensão mística que damos ao seu presente.

Diante do olhar do nosso Mestre Interior só é possível 'ser'. Ele ouve o que não queremos lhe dizer e nos diz o que preferiríamos não ouvir.

O místico, particularmente o Rosacruz, é um peregrino que caminha em busca do Cavaleiro adormecido em seu interior. Para despertá-Lo, ele deve manifestar as virtudes que o farão passar de Peregrino Rosacruz ao estado de Cavaleiro Rosacruz. (Grifos meus).

A Noite Negra, no plano individual, é um ciclo que corresponde a um questionamento do ideal seguido até então... Também pode acontecer que, por razões puramente psicológicas, o místico se sinta invadido por impulsos interiores negativos que o levem brutalmente a rejeitar os valores em que acreditava... A Noite negra costuma se traduzir de uma mesma forma: a chama de nossa fé mística vacila e se apaga por um período, que dura o tempo que dura nossa persistência em não reacendê-la... [De qualquer maneira], toda Noite Negra, seja ela individual ou coletiva, é uma Iniciação.

O Peregrino Rosacruz sabe que é absolutamente necessário que ele coloque o manto da paciência sobre os ombros e caminhe com constância, dando muito mais atenção ao caminho já percorrido do que ao que falta percorrer.

Percepção do Estado Rosa+Cruz: Sabedoria e Sábio são verdadeiramente uma coisa só. [O Imperator, ao examinar o tema da peregrinação interior, lembra as palavras do lendário Rei Arthur após ter recebido a Illuminação, quando apontou a espada Excalibur para o céu, e gritou: 'Terra e Rei são uma coisa só!'].

No Plano Místico, será um grande erro de um Rosacruz se comportar como um nacionalista determinado a defender unicamente os interesses de sua própria pátria. No Plano místico, o Rosacruz é um cidadão do Mundo. (Grifo meu).

 

 

Cavaleiro Rosacruz
(Manuel Pina)

 

 

A Unidade, em todos os planos e níveis, só pode evoluir por uma passagem pela multiplicidade. [Deve-se entender a expressão uma passagem como múltiplas passagens.]. Essa[s] passagem[s] serve[m] para multiplicar o número de experiências. Basta pensar na Grande Alma Universal. Ela é una em essência, mas, por uma necessidade cósmica, fragmentou-se em milhões de parcelas anímicas. (Grifo meu).

A emoção e a razão devem ser nossos guias quando contemplamos as obras artísticas que nos são acessíveis, a fim de selecionarmos apenas aquelas que nos elevam em consciência.

A beleza se percebe e se sente antes de ser um objeto de reflexão.

'Quanto mais puros forem nossos pensamentos, melhor haveremos de perceber e melhor haveremos de sentir a Beleza Universal – que é uma emanação do Divino.' (Platão, apud, Christian Bernard).

'A natureza transcendental da beleza pode ser assemelhada à impulsão que nos conduz na direção de tudo aquilo que participa do Bem... O olho interior deve se abrir à percepção daquilo que é belo em todas as coisas e em todos os seres.' (Plotino, apud, Christian Bernard).

'Se ainda não vês a beleza em ti mesmo, faz como o escultor de uma estátua que deverá se tornar bela: ele subtrai uma parte, desbasta, pule e lustra, até libertar do mármore belas linhas. Como ele, retira o supérfluo, corrige aquilo que está oblíquo, limpa aquilo que está escuro para torná-la brilhante e não cesse de esculpir tua própria estátua, até que o clarão divino da virtude se manifeste...' (Plotino, apud, Christian Bernard).

'Jamais um olho verá o Sol sem se tornar semelhante a ele, e tampouco uma alma verá o belo sem ser bela.' (Plotino, apud, Christian Bernard).

Deus, no sentido de Inteligência ou de Consciência Universal, está presente no sentimento puro e autêntico do belo, pois este é um dos Seus atributos.

'O belo tem sempre por forma a Unidade.' (Santo Agostinho de Hipona, apud, Christian Bernard).

A beleza, tal qual manifestada entre nós, por meio da Natureza e das obras do homem, deve nos conduzir a uma tomada de consciência da Beleza Divina. Quem dizer, ainda, que seu objetivo é elevar os seres-no-mundo em consciência à Divindade [que está no interior de cada ser-no-mundo].

'Aquilo que Deus disse à rosa e que fez desabrochar sua beleza, Ele disse ao meu Coração e o tornou cem vezes mais belo.' (Mawlana Jalal-ad-Din Muhammad Rumi, apud, Christian Bernard).

Não haveria vida sem a Essência Divina que existe não apenas no mecanismo do corpo humano – neste todo denominado homem mas, também, nos elementos individuais que o compõem. A Essência Divina está presente na água, nos minerais, na vegetação e em tudo o que existe em estado natural. Negar esta evidência redunda em negar a vida em si.

À medida que o homem destrói seu envoltório físico ele diminui a capacidade de evolução de sua alma. O que é válido para o corpo físico também o é para a Terra.

A Essência Divina, que anima todos os seres viventes, não terá mais receptáculo, ao menos em nosso Planeta, se continuarmos com nossas más ações, destruindo nosso meio ambiente e escasseando nossos melhores recursos.

Nossas sistemáticas violações das Leis Naturais quebram o nosso acordo com a Natureza e, a cada dia, nos distanciam um pouco mais de Deus.

Acreditamos poder dominar o mundo e moldar suas Leis conforme a nossa conveniência, não para nosso bem-estar e nem tampouco sem reservas, mas para uma fruição imediata, por ganância e por orgulho.

Não é patético que os pretensos homens de espírito, armados de suas certezas e dos seus diplomas, nem mesmo sonhem que a construção de centrais nucleares seja perigosa, sobretudo nas regiões sujeitas a abalos sísmicos? Ai de nós, três vezes ai de nós...

 

 

 

A Ecologia deve caminhar lado a lado com a espiritualidade, pois uma não pode existir sem a outra.

Com o olhar voltado para o horizonte, para o Leste, devemos viver erguidos, não ficar de joelhos, a não ser no 'Sanctum' do belo e do virtuoso. É necessário voar mais alto do que todos os medos e penetrar a Consciência de Deus. Não devemos jamais desistir. Sejamos, todos, orgulhosos de sermos homens e mulheres de boa vontade.

Não é tarde para que a LLuz possa vencer as trevas!

Sei que toda a Criação emanou desta Inteligência Absoluta a que chamamos 'Deus' e que Ela responde a um desígnio cósmico.

Sei que o homem possui uma alma proveniente da Alma Universal e que é Ela que faz dele um ser vivo e consciente.

Sei que todos os seres humanos são almas-irmãs que têm a mesma origem e o mesmo destino, o que faz da Humanidade uma família comum e singular.

Sei que a alma encarna no momento do nascimento, quando a criança respira pela primeira vez, e que ela deixa o corpo com o último suspiro.

Sei que o homem é puro e perfeito em essência, e que é da ignorância, e somente da ignorância, que ele deve ser libertado.

Sei que a alma é imortal e que ela sobrevive ao desaparecimento do corpo, de forma que a morte não é senão uma passagem – uma transição para outra forma de existência.

Sei que a Natureza é o mais belo e o mais sagrado dos santuários, pois é a expressão das Leis Divinas e participa da Evolução Cósmica.

A alma humana, certamente, conheceu outras vidas, outras emoções, outras alegrias e outros sofrimentos. Ela não é, pois, uma personalidade, mas várias.

Todos nós somos crianças em transformação.

Precisamos aprender a ser lúcidos a respeito das nossas imperfeições, mas, ao mesmo tempo, saber apreciar igualmente as nossas qualidades. E, ainda que a Pureza Absoluta seja, em princípio, inatingível, ela está em nós, e devemos, a cada dia, tentar extraí-la do mais profundo do nosso ser e manifestá-la.

Ignorância é ausência de Conhecimento (ShOPhIa) das Leis Divinas.

Conhecer a si é, primeiramente, aceitar-se como é, e, em seguida, fazer um balanço sem indulgência sobre si, esforçando-se para corrigir seus defeitos. (Grifo meu).

A Terra é o Templo da Humanidade e o suporte da evolução espiritual.

As Leis que regem o Universo são as mesmas, tenhamos fé nelas ou não. O Sol se levanta da mesma maneira tanto para os crédulos como para os ateus.

Se estivéssemos privados das experiências que a condição humana oferece, como poderíamos aprender e evoluir?

Se podemos e devemos pedir o auxílio de Deus, devemos ter consciência de que este auxílio, talvez, não se dê sob a forma e da maneira que esperamos.

Nada poderá isentar um ser-aí-no-mundo de viver as experiências que são necessárias à sua evolução [reintegração].

São inteiramente falsos o conceito ou a idéia de que o sofrimento físico seja uma necessidade para podermos evoluir, e que ele tenha um efeito redentor.

No interior de cada um de nós os comportamentos e os arquétipos estão inscritos nos cromossomos da memória.

Se nos concentrarmos e nos colocarmos em osmose com todas as nossas células e à escuta do nosso Mestre Interior, teremos, então, a chance de alcançar aquilo que se chama de 'as verdades primordiais.

O Verdadeiro Místico não é uma ovelha balindo em um rebanho. Ao contrário. É, antes de tudo, um ser pensante, atuante e responsável, com o pensamento libertado de todo preconceito... O Verdadeiro Místico conhece perfeitamente o objetivo da sua vida e adota um comportamento de serviço, de generosidade, de compreensão, de tolerância de compaixão e de amor, a fim de ser um exemplo no seio da Humanidade... O Verdadeiro Místico é, em primeiro lugar, sincero consigo mesmo e com os outros, sendo verdadeiro em todas as circunstâncias.

As igrejas sempre pregaram a multiplicação, de forma a garantir assim um bom reservatório de fiéis...

Muitos têm interesse em que as pessoas fiquem vegetando entre as superstições e a ignorância.

Evoluam! Tomem em suas mãos os seus destinos. Não por meio de guerras, que fazem a felicidade dos mercadores de armas, mas, por meio de uma revolução de consciências, pela dominação do espírito e por uma recusa de rebaixamento humilhante em nome de costumes ou de tradições degradantes. É necessário que sejamos lúcidos quanto a nós mesmos, quanto às nossas capacidades e quanto ao meio em que vivemos.

'Todo bajulador vive às custas daquele que o escuta.' (Jean de La Fontaine, apud Christian Bernard).

Geralmente, só os marginais ou anormais ('fora da norma') – pesquisadores, inventores, cientistas, filósofos, artistas, poetas – fazem avançar as coisas. Freqüentemente, um Místico também está 'fora da norma'.

O mundo físico, material, é irreal – uma simples ilusão.

Cada ser-aí-no-mundo é um místico [in potentia] que, geralmente, se ignora como tal, mas, que é suscetível, a todo instante, a encontrar diante de si a Porta que conduz a um campo de consciência ilimitada.

O ser-aí-no-mundo é o único responsável por suas escolhas, por seus pensamentos, por suas palavras e por suas ações.

Um ser místico é alguém que vive em harmonia com sua consciência objetiva, com sua intuição e com seus sentimentos. Ser místico não significa ser perfeito, mas, simplesmente, em um primeiro momento, ter consciência de aquilo que seria necessário para torná-lo perfeito [ainda que a perfeição seja sempre relativa].

Inexorável e inflexivelmente, as Leis Cósmicas são as mesmas para todos.

Uma realização, qualquer que seja ela, mesmo complexa, poderá ser fragmentada como um quebra-cabeça, e, depois, reconstruída, pois, se a vida pode ser considerada como uma globalidade, ela é, antes de tudo, uma sucessão de atos simples.

 

 

 

Não passemos ao largo do essencial de nossa vida. Isto é viver. Isto é ser verdadeiro. Isto também é ser místico.

A intuição é a expressão do Si-mesmo.

Não esqueçamos de que, a cada vez que damos um passo adiante, a Humanidade inteira dá este passo conosco. [Por quê? Simplesmente, porque somos todos um].

Se estivéssemos em um deserto, mortos de sede, o maior tesouro do mundo seria um copo de água fresca.

Um Místico não emite julgamentos apressados e não condena o que quer que seja nem quem quer que seja. Ele tenta e se esforça para compreender o porquê e o como das coisas e dos acontecimentos.

Só há uma coisa permanente: a mudança.

Não adianta ficar pensando e se preocupar se, no futuro, as coisas serão piores ou melhores. Todavia, o certo é que serão diferentes.

Observar —› Analisar —› Adaptar-se —› Empreender —› Criar —› Avançar —› Evoluir —› Jamais se resignar.

O Amor se materializa pelo e no Serviço desinteressado, que nada espera em troca ou em retribuição [categórico].

As Quatro + Três Virtudes básicas cultivadas por um Místico são: Conhecimento [Sabedoria = ShOPhIa], Serviço, Compaixão, Amor + Vontade, Perseverança e Confiança. [A estas Sete Virtudes pode ser acrescentada a Paciência].

Quando milhões de pessoas, no mesmo instante, estão concentradas em uma notícia deprimente ou depreciativa, elas geram formas-pensamento negativas que, de maneira sutil, criam e mantêm o infortúnio ou o mal... Insistindo, como geralmente fazem os noticiários cotidianos [porque isto dá audiência (IBOPE)], na notícia mais dramática ou mais sórdida, é fabricada uma visualização coletiva, que põe em movimento energias da mesma natureza.

Místico = Pés no chão + Cabeça nas estrelas.

 

 

 

 

 

 

Observação:

Este trabalho foi atualizado em 8 de abril de 2014.

 

Bibliografia:

BERNARD, Christian. Assim seja. 1ª edição. Curitiba: Ordem Rosacruz, AMORC, 1994.

_______. A harmonia. O Rosacruz, Curitiba, Paraná, Brasil, nº 252, pp. 28-35, 2005.

_______. A beleza na arte ou a arte da beleza. O Rosacruz, Curitiba, Paraná, Brasil, nº 276, pp. 5-6, 2011.

_______. Exortação para uma Ecologia Espiritual. O Rosacruz, Curitiba, Paraná, Brasil, nº 278, pp. 28-31, 2011.

_______. Convicções rosacruzes. O Rosacruz, Curitiba, Paraná, Brasil, nº 281, pp. 4-8, 2012.

_______. Com a ajuda de Deus. O Rosacruz, Curitiba, Paraná, Brasil, nº 286, pp. 6-9, 2013.

_______. A influência da informação. O Rosacruz, Paraná, Brasil, nº 287, pp. 6-9, 2014.

_______. Ser um místico pensante, atuante e responsável. Ordem Rosacruz (AMORC), Curitiba: Paraná, 2014.

 

 

 

 

 

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Páginas da Internet Consultadas:

http://www.polyhedra.jp/puzzle/
crooked-6board-burr01-e.html

http://jan.ucc.nau.edu/
~jws8/chaosSites.html

http://lab.dce.harvard.edu/~environ
ment/Nuclear-plant-animated.gif

http://thatydlk.blogspot.com/
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wiki/Edward_Lorenz

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http://www.spiralock.com/
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http://mendeleiev.cyberscol.qc.ca/
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http://aeterna.no.sapo.pt/lusophia/
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http://www.nationmaster.com/
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http://lakes.chebucto.org/
ZOOBENTH/BENTHOS/ii.html

 

Música de fundo:

Hymne a L'amour
Composição: Edith Piaf (letra) & Marguerite Monnot (música)

Fonte:

http://home.online.no/~hestenda/midi.htm