Rodolfo
Domenico Pizzinga
http://www.rdpizzinga.pro.br
Música
de fundo: My Way
Fonte: http://www.musicasmaq.com.br/
INTRODUÇÃO
Este trabalho-pensamento
foi iniciado na madrugada de 25 de Fevereiro de 2004. Foi revisto
em 7 de abril de 2004 e atualizado em 22 de Outubro de 2004. É
escrito por um postulante à LUZ MAIOR, que teve o incomparável
e o insuperável privilégio de ser aceito, de ser
admitido e de ser iniciado na Antiga e Mística Ordem Rosæ
Crucis - AMORC, em Fevereiro de 1969. Com tropeços e soerguimentos
em busca da Luz Maior e perseguindo ininterruptamente construir
o Mestre-Deus de meu Coração, venho, ao longo desta
encarnação, procurando me tornar mais digno a cada
dia, mas fazendo as coisas do meu jeito.
Acredito,
de qualquer maneira, que refletir sobre o conteúdo da POSITIO
é uma obrigação formal de todos os Rosacruzes.
Particularmente, tomei essa providência logo que recebi
o Documento. Contudo, ao completar trinta e cinco anos de Rosacrucianismo,
impus a mim unilateralmente (e por isso sou o único responsável
pelo conteúdo das reflexões que se seguirão)
um dever e uma responsabilidade inadiáveis: examinar e
discutir graficamente seu conteúdo e divulgar minhas reflexões
em meu próprio site. Para aqueles que tiverem
o cuidado e a atenção de meditar sobre os diversos
pontos escolhidos e ressaltados pelos Deputados do Conselho Supremo
da Fraternidade Rosacruz, tenho certeza de que se unirão
a Eles (e a mim, que concordei integralmente com o teor do Manifesto)
em um só pensamento: Pouco
importam as idéias políticas, as crenças
religiosas e as convicções filosóficas de
cada um. Os tempos não estão mais para divisão,
qualquer que seja sua forma, mas para a união; para a união
das diferenças, a serviço do bem comum.
(Excerto da POSITIO).
.'. AD ROSAM PER CRUCEM
.'.
.'. AD CRUCEM PER ROSAM .'.
MISSÃO da AMORC
A
Ordem Rosacruz - AMORC é uma organização
internacional de caráter místico-filosófico,
que tem por missão despertar o potencial interior do Ser
Humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito
de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da
Tradição e da Cultura Rosacruz. O site oficial
da Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
é:
MANIFESTO
POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS
Salutem
Punctis Trianguli!
Neste primeiro ano do
terceiro milênio, sob o olhar do Deus, de todos os homens
e de toda a vida, nós, Deputados do Conselho Supremo da
Fraternidade Rosacruz, julgamos que era chegada a hora de acender
a quarta Chama R+C, a fim de revelar nossa posição
quanto à situação atual da Humanidade e trazer
à luz as ameaças que pesam sobre ela, mas também
as esperanças que nela depositamos.
Assim Seja!
.'. Ad Rosam per Crucem .'.
.'. Ad Crucem per Rosam .'.
Antiquus Mysticusque Ordo Rosae Crucis
MANIFESTO
POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS
© agosto 2001, Ordem Rosacruz, AMORC
Esta
obra é a continuidade dos Manifestos Rosacruzes publicados
no século XVII, em que a Ordem Rosacruz torna pública
sua posição diante do estado atual do mundo, e constitui
um elo de ligação entre os Rosacruzes do passado,
do presente e do futuro. Assim sendo, este Manifesto não
é destinado unicamente aos Rosacruzes, mas deve ser difundido
amplamente para que sua mensagem seja conhecida pelo maior número
possível de pessoas. Por isso, a Ordem Rosacruz –
AMORC autoriza a sua reprodução e divulgação
pedindo apenas que lhe seja creditada a autoria.
Este PRONUNCIAMENTO
INTERNACIONAL, publicado pela Suprema Grande Loja da
Ordem Rosacruz – AMORC, foi traduzido e editado na:
Grande Loja da Jurisdição de Língua
Portuguesa
Rua
Nicarágua, 2620 – Bacacheri – 82515-260 –
Curitiba – Paraná – Brasil
Caixa Postal 4450 – 82501-970
Fone (0**41)351-3000
FAX (0**41)351-3065
http://www.amorc.org.br
PRÓLOGO
Caro leitor:
Por não podermos
nos dirigir diretamente a você, fazemo-lo por meio deste
Manifesto. Esperamos que tome conhecimento dele sem preconceito
e que ele suscite em você ao menos uma reflexão.
Não queremos convencê-lo da legitimidade desta POSITIO,
mas partilhá-la livremente com você. Naturalmente,
esperamos que ela encontre um eco favorável em sua alma.
Caso contrário, apelamos à sua tolerância…
* * *
Em
1623, os Rosacruzes afixaram nos muros de Paris cartazes ao mesmo
tempo misteriosos e intrigantes. Eis o seu texto:
Nós,
Deputados do Colégio Principal da Rosa+Cruz, demoramo-nos,
visível e invisivelmente, nesta Cidade pela graça
do Altíssimo, para O Qual se volta o coração
dos Justos. Mostramos e ensinamos a falar sem livros nem
sinais, a falar todas as espécies de línguas
dos países em que desejamos estar, para tirar os
homens, nossos semelhantes, de erro de morte.
Se alguém
quiser nos ver somente por curiosidade, jamais se comunicará
conosco, mas, se a vontade o levar realmente a se inscrever
no registro de nossa Confraternidade, nós, que julgamos
pensamentos, faremos com que ele veja a verdade de nossas
promessas; tanto é assim, que não estabelecemos
o local de nossa morada nesta Cidade, visto que os pensamentos
unidos à real vontade do leitor serão capazes
de nos fazer conhecê-lo, e ele a nós.
Alguns anos antes, os
Rosacruzes já se haviam dado a conhecer publicando Três
Manifestos, deste então célebres: Fama Fraternitatis,
Confessio Fraternitatis e O Casamento Alquímico
de Christian Rosenkreutz, que apareceram, respectivamente,
em 1614, 1615 e 1616. Na época, esses Três Manifestos
suscitaram numerosas reações, não somente
da parte dos meios intelectuais, mas, também, das autoridades
políticas e religiosas. Entre 1614 e 1620, cerca de 400
panfletos, manuscritos e livros foram publicados, alguns para
elogiá-los, outros para os denegrir. De qualquer forma,
seu aparecimento constituiu um evento histórico muito importante,
especialmente no mundo do esoterismo.
Fama Fraternitatis
foi dirigido às autoridades políticas e religiosas,
bem como aos cientistas da época. Ao mesmo tempo em que
fazia um balanço, talvez negativo, da situação
geral na Europa, revelou a existência da Ordem Rosa+Cruz
através da história alegórica de Christian
Rosenkreutz (1378-1484), desde o périplo que o levara pelo
mundo inteiro, antes de dar vida à Fraternidade Rosacruz,
até à descoberta de seu túmulo. Esse Manifesto
já fazia apelo a uma Reforma Universal.
Confessio Fraternitatis
completou o primeiro Manifesto, por um lado insistindo na
necessidade de o Ser Humano e a sociedade se regenerarem e, por
outro, indicando que a Fraternidade dos Rosacruzes possuía
uma ciência filosófica que permitia realizar essa
REGENERAÇÃO. Nisso, ela se dirigia, antes de tudo,
aos buscadores desejosos de participar nos trabalhos da Ordem
e promover a felicidade da Humanidade. O aspecto profético
desse texto intrigou muito os eruditos da época.
O Casamento Alquímico
de Christian Rosenkreutz, em um estilo bastante diferente
dos dois primeiros Manifestos, relatou uma viagem iniciática
que representava a busca da ILUMINAÇÃO. Essa viagem
de sete dias se desenrolava em grande parte em um misterioso castelo,
no qual deveriam ser celebradas as bodas de um Rei e de uma Rainha.
Em termos simbólicos, o Casamento Alquímico descrevia
a jornada espiritual que leva todo INICIADO a realizar a união
entre sua alma (a esposa) e DEUS (o esposo).
Como sublinharam historiadores,
pensadores e filósofos contemporâneos, a publicação
desses Três Manifestos não foi nem insignificante
nem inoportuna. Ocorreu em uma época em que a Europa atravessava
uma crise existencial muito importante: estava dividida no plano
político e se dilacerava em conflitos de interesses econômicos;
as guerras de religiões semeavam desgraça e desolação,
mesmo no seio das famílias; a ciência tomava impulso
e já assumia uma orientação materialista;
as condições de vida eram miseráveis para
a maioria das pessoas; a sociedade da época estava em plena
mutação, mas faltavam-lhe referências para
evoluir no sentido do interesse geral...
A História se
repete e põe regularmente em cena os mesmos eventos, mas
em uma escala geralmente mais vasta. Assim, perto de quatro séculos
após a publicação dos Três Primeiros
Manifestos, constatamos que o mundo inteiro, mais estritamente
a Europa, enfrenta uma crise existencial sem precedentes, em todos
os campos de sua atividade: política, econômica,
científica, tecnológica, religiosa, moral, artística
etc. Por outro lado, nosso Planeta, isto é, nosso campo
de vida e de evolução, está gravemente ameaçado,
o que justifica a importância de uma ciência relativamente
recente, qual seja, a Ecologia. Seguramente, a Humanidade atual
não está bem. Por isso, fiéis à nossa
Tradição e ao nosso Ideal, nós, Rosacruzes
dos tempos atuais, julgamos que seria útil darmos testemunho
disso através desta Positio.
Positio
Fraternitatis Rosæ Crucis não é
um ensaio escatológico. De maneira nenhuma é apocalíptico.
Como vimos de dizer, seu objetivo é transmitir nossa posição
quanto ao estado do mundo atual e pôr em evidência
o que nos parece preocupante para o seu futuro. Como já
o fizeram em sua época nossos irmãos do passado,
desejamos também apelar para mais humanismo e para mais
espiritualidade, pois temos a convicção de que o
individualismo e o materialismo que prevalecem atualmente nas
sociedades modernas não podem trazer aos homens a felicidade
a que eles legitimamente aspiram. Esta Positio,
sem dúvida, parecerá alarmista para alguns, mas
'não há surdo pior do que aquele que
não quer ouvir e cego pior do que aquele que não
quer ver.'
A Humanidade atual está
ao mesmo tempo perturbada e desamparada. Os imensos progressos
que realizou no plano material não lhe trouxeram verdadeiramente
felicidade e não lhe permitem entrever o futuro com serenidade:
guerras, fome, epidemias, catástrofes ecológicas,
crises sociais, atentados contra as liberdades fundamentais, são
outros tantos flagelos que contradizem a esperança que
o Ser Humano depositara em seu futuro. Por isso, dirigimos esta
mensagem a quem a queira de bom grado ouvir. Ela segue a linha
daquela que os Rosacruzes do século XVII exprimiram através
dos Três Primeiros Manifestos, mas, para compreendê-la,
é preciso ler o grande livro da História com realismo
e dirigir um olhar lúcido para a Humanidade, este edifício
feito de homens e de mulheres em via de evolução.
* * *
POSITIO
R+C
O Ser Humano evolui
através do Tempo, como o faz, aliás, tudo aquilo
que participa no seu campo de vida, bem como o próprio
Universo. Aí está uma característica de tudo
o que existe no mundo manifesto. Mas consideramos que a evolução
do Ser Humano não se limita aos aspectos materiais de sua
existência, convictos que estamos de que ele tem uma alma,
ou seja, uma dimensão espiritual. Conforme pensamos, é
ela que dele faz um ser consciente, capaz de refletir sobre a
sua origem e o seu destino. Por isso, consideramos a evolução
da Humanidade como um fim, a Espiritualidade como um meio e o
Tempo como um revelador.
A História não
é tão inteligível pelos eventos que a geram,
ou que ela gera, quanto pelos elos que os unem. Por outro lado,
ela tem um sentido, o que a maioria dos historiadores atuais de
bom grado admite. Para compreendê-la, é preciso,
então, levar em consideração os eventos,
é verdade que como elementos isolados, mas, também
e sobretudo, como elementos de um todo. Com efeito, consideramos
que um fato só é verdadeiramente histórico
com relação ao conjunto a que pertence. Dissociar
os dois, ou fazer de sua dissociação uma moral da
História, constitui uma fraude intelectual. Assim é
que, há proximidades, justaposições, coincidências
ou concomitâncias que nada devem ao acaso.
Como dissemos no Prólogo,
vemos uma similitude entre a situação atual do mundo
e a da Europa no século XVII. Aquilo que alguns já
qualificam como pós-modernidade, acarretou efeitos comparáveis
em numerosos campos e, infelizmente, provocou certa degenerescência
da Humanidade. Mas, pensamos que essa degenerescência é
apenas temporária, e que acabará em uma Regeneração
individual e coletiva, na condição, não obstante,
de que os homens dêem uma direção humanista
e espiritualista ao seu futuro. Se não o fizerem, estarão
de fato se expondo a problemas muito mais graves do que aqueles
que estão enfrentando atualmente.
Com base na nossa Ontologia,
consideramos que o Ser Humano é a criatura mais evoluída
dentre as que vivem na Terra, mesmo se às vezes se comporta
de maneira indigna no tocante a esse status. Ele ocupa
essa situação privilegiada porque é dotado
de autoconsciência e de livre-arbítrio. É
então capaz de pensar e de orientar sua existência
por suas próprias escolhas. Acreditamos, também,
que todo Ser Humano é uma célula elementar de um
único e mesmo corpo, o corpo da Humanidade inteira. Em
virtude deste princípio, nossa concepção
do Humanismo consiste em afirmar que todos os homens deveriam
ter os mesmos direitos, gozar do mesmo respeito e desfrutar a
mesma liberdade, independentemente do país onde nascessem
e daquele onde vivessem.
Quanto à nossa
concepção da Espiritualidade, está fundada,
por um lado, na convicção de que Deus existe como
Inteligência Absoluta que criou o Universo e tudo o que
ele contém e, por outro lado, na certeza de que o Ser Humano
tem uma alma que Dele emana. Melhor ainda, consideramos que Deus
Se manifesta em toda a Criação através das
leis que o Ser Humano deve estudar, compreender e respeitar para
sua maior felicidade. De fato, consideramos que a Humanidade evolui
para a compreensão do Plano Divino e está destinada
a criar na Terra uma Sociedade Ideal. Esse humanismo espiritualista
pode parecer utópico, mas unimo-nos a Platão, que
declarou em A República: 'A
Utopia é a forma de Sociedade ideal. Talvez seja impossível
de realizar na Terra, mas é nela que um sábio deve
depositar todas as suas esperanças'.
Neste período
de transição da História, a Regeneração
da Humanidade nos parece, mais do que nunca, possível,
em virtude da convergência das consciências, da generalização
das trocas internacionais, da expansão da mestiçagem
cultural, da universalização da informação,
bem como da interdisciplinaridade que existe, desde já,
entre os diferentes ramos do saber. Mas, consideramos que essa
Regeneração, que deve funcionar tanto no plano individual
quanto no coletivo, só se poderá fazer privilegiando-se
o ecletismo e seu corolário, a tolerância. Com efeito,
nenhuma instituição política, nenhuma religião,
nenhuma filosofia, nenhuma ciência detém o monopólio
da Verdade. Isto posto, podemos nos aproximar dessa Regeneração
colocando em comum o que essas instituições têm
de mais nobre a oferecer aos Seres Humanos, o que redunda em buscar
a unidade através da diversidade.
Cedo ou tarde, as vicissitudes
da existência levam o Ser Humano a se interrogar quanto
à razão de sua presença na Terra. Essa busca
de uma justificativa é natural, pois é parte Integrante
da alma humana e constitui o fundamento de sua evolução.
Por outro lado, os eventos que balizam a História não
se justificam somente pelo fato de que existem; eles postulam
uma razão que lhes é exterior. Pensamos que essa
própria razão se integra a um processo espiritual
que incita o Ser Humano a se questionar quanto aos mistérios
da vida, donde o interesse que ele algum dia atribui ao misticismo
e à busca da Verdade. Se essa busca é natural, acrescentamos
que o Ser Humano é impelido à esperança e
ao otimismo por uma injunção de sua natureza divina
e por um instinto biológico de sobrevivência. Nisso,
a aspiração à Transcendência aparece
como uma exigência vital da espécie humana.
* * *
No
que tange à política, consideramos que é
imperativo que ela se renove. Dentre os grandes modelos do século
XX, o marxismo-leninismo e o nacional-socialismo, baseados em
postulados sociais pretensamente definitivos, levaram a uma regressão
da razão e, finalmente, à barbárie. Os determinismos
correlatos com essas duas ideologias totalitárias contrastaram
fatalmente com a necessidade de autodeterminação
do Ser Humano, traindo assim seu direito à liberdade e
escrevendo, no mesmo golpe, algumas das páginas mais negras
da História. E a História desqualificou a ambas,
esperemos que para todo o sempre. Seja o que for que se pense
disso, os sistemas políticos baseados em um monologismo,
isto é, em um pensamento único, têm, com freqüência,
em comum o fato de imporem ao Ser Humano uma doutrina da salvação
que se presume libertá-lo de sua condição
imperfeita e elevá-lo a um status paradisíaco.
Por outro lado, a maioria deles não pede ao cidadão
que reflita e sim que creia, o que os assemelha, na realidade,
a religiões laicas.
Ao contrário,
correntes de pensamento como o Rosacrucianismo não são
monológicas e sim dialógicas e pluralistas. Em outras
palavras, encorajam o diálogo com outrem e favorecem as
relações humanas. Paralelamente, aceitam a pluralidade
de opiniões e a diversidade dos comportamentos. Tais correntes
se nutrem, portanto, de trocas, de interações e
mesmo de contradições, coisas que as ideologias
totalitárias proíbem e se proíbem. É,
aliás, por esta razão que o Pensamento Rosacruz
sempre foi rejeitado pelos totalitarismos, qualquer que fosse
a sua natureza. Desde suas origens, nossa Fraternidade preconiza
o direito individual de forjar suas idéias e de expressá-las
de maneira totalmente livre. Nisso, os Rosacruzes não são
necessariamente livres-pensadores, mas todos são pensadores
livres.
No estado atual do mundo,
parece-nos que a Democracia continua a ser a melhor forma de governo,
o que não exclui certas fraquezas. Com efeito, sendo toda
verdadeira Democracia baseada na liberdade de opinião e
de expressão, nela se encontram, geralmente, uma pluralidade
de tendências, tanto entre os governantes como entre os
governados. Infelizmente, essa pluralidade, com freqüência,
gera divisão, com todos os conflitos que disso resultam.
Assim é que, a maioria dos Estados democráticos
manifesta facções que se opõem continuamente
e de maneira quase sistemática. Essas facções
políticas, gravitando, o mais das vezes, em torno de uma
maioria e de uma oposição, não nos parecem
mais adaptadas às sociedades modernas, e desaceleram a
Regeneração da Humanidade. O ideal nessa matéria
seria que cada nação favorecesse a emergência
de um governo que reunisse todas as tendências amalgamadas
e as personalidades mais aptas a dirigir os negócios do
Estado. Por extensão, fazemos votos de que um dia exista
um Governo mundial representativo de todas as nações,
do qual a ONU é apenas um embrião.
*
* *
No
tocante à Economia, consideramos que ela está completamente
à deriva. Qualquer pessoa pode constatar que ela condiciona
cada vez mais a atividade humana e é cada vez mais normativa.
Hoje em dia, ela assume a forma de redes estruturadas muito influentes
e, portanto, dirigistas, quaisquer que sejam suas aparências.
Por outro lado, mais do que nunca, ela funciona a partir de valores
determinados que se pretendem quantificáveis: custo de
produção, limiar de rentabilidade, avaliação
do lucro, duração do trabalho etc. Esses valores
são consubstanciais com o sistema econômico atual
e lhe fornecem os meios de alcançar os fins que persegue.
Infelizmente, esses fins são fundamentalmente materialistas
porque estão baseados no lucro e no enriquecimento excessivo.
Assim é que se chegou a colocar o Ser Humano a serviço
da Economia, quando essa Economia é que deveria ser colocada
a serviço do Ser Humano.
Em
nossos dias, todas as nações são tributárias
de uma Economia mundial que se pode qualificar como totalitária.
Esse totalitarismo econômico não corresponde às
mais elementares necessidades de centenas de milhões de
pessoas, ao passo que as massas monetárias nunca foram
tão colossais no plano mundial. Isto significa que as riquezas
produzidas pelos homens só beneficiam uma minoria deles,
o que deploramos. De fato, constatamos que a defasagem não
cessa de se ampliar entre os países mais ricos e os países
mais pobres. Pode-se observar o mesmo fenômeno em cada país,
entre os mais desprovidos e os mais favorecidos. Consideramos
que assim é porque a Economia se tornou especulativa demais
e porque ela alimenta mercados e interesses que são mais
virtuais do que reais.
Evidentemente, a Economia
só cumprirá seu papel quando for colocada a serviço
de todos os Seres Humanos. Isto supõe que se venha a considerar
o dinheiro pelo que ele deve ser, a saber, um meio de troca e
uma energia destinada a proporcionar a cada um aquilo de que ele
precisa para viver feliz no plano material. Nisso estamos convictos
de que o Ser Humano não está destinado a ser pobre
e, menos ainda, miserável, mas, ao contrário, a
dispor de tudo o que possa contribuir para o seu bem-estar, a
fim de que possa elevar sua alma, com toda quietude, a planos
superiores de consciência. A rigor, a Economia deveria ser
empregada de tal maneira que não houvesse mais pobres e
que toda pessoa vivesse em boas condições materiais,
pois isso é a base da dignidade humana. A pobreza não
é uma fatalidade; não é tampouco o efeito
de um Decreto divino. De maneira geral, resulta do egoísmo
dos homens. Esperamos, então, que chegue o dia em que a
Economia esteja fundamentada na partilha e na consideração
do bem comum. Não obstante, os recursos da Terra não
são inesgotáveis e não podem ser partilhados
ao infinito, de modo que, certamente, há de ser necessário
regular os nascimentos, principalmente nos países superpovoados.
*
* *
Quanto
à ciência, consideramos que ela chegou a uma fase
particularmente crítica. É verdade que não
se pode negar que ela evoluiu muito e permitiu à Humanidade
realizar progressos consideráveis. Sem ela, os homens ainda
estariam na Idade da Pedra. Mas, enquanto os gregos haviam elaborado
uma concepção qualitativa da pesquisa científica,
o século XVII provocou um verdadeiro sismo, instaurando
a supremacia do quantitativo, o que não deixa de guardar
relação com a evolução da Economia.
O Mecanicismo, o Racionalismo, o Positivismo etc., fizeram da
consciência e da matéria dois campos bem distintos,
e reduziram o fenômeno a uma entidade mensurável
e desprovida de subjetividade. O como eliminou o porquê.
Se é um fato que as pesquisas realizadas ao longo das últimas
décadas resultaram em descobertas importantes, o ganho
financeiro parece ter primado sobre o resto. E chegamos hoje ao
ápice do Materialismo Científico.
Tornamo-nos escravos
da ciência, tanto mais que não a submetemos à
nossa vontade. Simples falhas tecnológicas podem hoje colocar
em perigo as mais avançadas sociedades, o que prova que
o Ser Humano criou um desequilíbrio entre o qualitativo
e o quantitativo, mas também entre ele próprio e
aquilo que criou. Os objetivos materialistas que ele persegue
hoje em dia através da pesquisa científica acabaram
extraviando seu espírito. Paralelamente, eles o afastaram
de sua alma e do que nele há de mais divino. Essa excessiva
racionalização da ciência é um perigo
real que ameaça a Humanidade a médio e, talvez mesmo,
em curto prazo. Com efeito, toda sociedade em que a matéria
domina a consciência desenvolve o que há de menos
nobre na natureza humana. Em virtude disso, ela se condena a desaparecer
prematuramente e em circunstâncias, o mais das vezes, trágicas.
Em certa medida, a ciência
tornou-se uma religião, mas uma religião materialista,
o que é paradoxal. Fundada em uma abordagem mecanicista
do Universo, da Natureza e do próprio Ser Humano, ela tem
seu próprio credo ('Só acreditar naquilo que
veja') e seu próprio dogma ('Nenhuma verdade fora
dela'). Isto posto, observamos, no entanto, que as pesquisas
que ela realiza sobre o como das coisas levam-na, cada vez mais,
a se interrogar sobre o seu porquê, de modo que ela, pouco
a pouco, toma consciência de seus limites, e nisso começa
a se juntar ao misticismo. Certos cientistas, ainda raros, é
verdade, chegaram mesmo a propor a existência de Deus como
postulado. É de se notar que a ciência e o misticismo
estavam muito ligados na Antiguidade, a tal ponto que os cientistas
eram místicos, e vice-versa. É precisamente a reunificação
desses dois meios de conhecimento que urge ser realizada no decorrer
das próximas décadas.
Tornou-se necessário
repensar a questão do saber. Por exemplo, qual é
o sentido real da reprodutibilidade de uma experiência?
Uma proposição que não se confirme em todos
os casos, será ela necessariamente falsa? Parece-nos urgente
superarmos o dualismo racional estabelecido no século XVII,
pois é nessa superação que reside o verdadeiro
conhecimento. Nesta linha de pensamento, o fato de não
se poder provar a existência de Deus não é
suficiente para se afirmar que Ele não existe. A verdade
pode ter várias faces; manter somente uma, em nome da racionalidade,
é um insulto à razão. Além disso,
pode-se verdadeiramente falar em racional e irracional? É
a própria ciência racional, ela que crê no
acaso? Parece-nos, com efeito, muito mais irracional acreditar
Nele do que não acreditar. Neste particular, devemos dizer
que nossa Fraternidade sempre se opôs à noção
comum do acaso, que ela considera uma solução de
facilidade e uma fuga ante o real. Nele vemos o que a seu respeito
disse Albert Einstein, a saber: 'A
Senda que Deus adota quando quer permanecer anônimo.'
A evolução
da ciência coloca também novos problemas nos planos
ético e metafísico. Embora seja inegável
que as pesquisas em genética permitiram fazer grandes progressos
no tratamento de doenças a priori incuráveis,
elas abriram caminho a manipulações que permitem
criar Seres Humanos por clonagem. Este gênero de procriação
só pode levar a um empobrecimento genético da espécie
humana e à sua degenerescência. Além disso,
ela supõe critérios de seleção inevitavelmente
marcados pela subjetividade e apresenta, por conseguinte, riscos
em matéria de eugenia [teoria que busca produzir uma
seleção nas coletividades humanas baseada em leis
genéticas; aperfeiçoamento da espécie via
seleção genética e controle da reprodução].
Por outro lado, a reprodução por clonagem só
leva em conta a parte física e material do Ser Humano,
sem atentar para o espírito e para a alma. Por isso, consideramos
que essa manipulação genética fere, não
somente sua dignidade, mas, também, sua integridade mental,
psíquica e espiritual. Nisso aderimos ao adágio,
'ciência
sem consciência é a ruína da alma.'
Na História, a apropriação do Ser Humano
pelo Ser Humano só deixou tristes lembranças. Parece-nos,
então, perigoso permitir livre curso às experiências
relativas à clonagem reprodutora do Ser Humano em particular
e dos seres vivos em geral. Temos os mesmos receios a propósito
das manipulações que tangem tanto ao patrimônio
genético dos animais como ao dos vegetais.
* * *
Quanto
à tecnologia, constatamos que ela também está
em plena mutação. Os homens sempre procuraram fabricar
ferramentas e máquinas para melhorar suas condições
de vida e para serem mais eficazes e mais eficientes em seu trabalho.
Em seu aspecto mais positivo, esse desejo tinha originariamente
três objetivos principais: permitir-lhes realizar coisas
que não podiam fazer usando somente suas mãos; poupá-los
do sofrimento e da fadiga; e ganhar tempo. É preciso notar
também que, durante séculos, para não dizer
milênios, a tecnologia só foi empregada para ajudar
o Ser Humano em trabalhos manuais e atividades físicas,
ao passo que, em nossos dias, ela o assiste ainda no plano intelectual.
Por outro lado, por muito tempo, ela se limitou a procedimentos
mecânicos que requeriam a intervenção direta
do Ser Humano, e não ameaçava ou pouco ameaçava
o ambiente. Desde então, a tecnologia se fez onipresente
e constitui o coração das sociedades modernas, a
ponto de ter se tornado quase indispensável. Suas aplicações
são múltiplas e ela passou a integrar procedimentos
tanto mecânicos quanto elétricos, eletrônicos,
de informática etc. Infelizmente, toda medalha tem seu
verso e as máquinas se tornaram um perigo para o próprio
Ser Humano. Indubitavelmente, embora elas fossem idealmente destinadas
a ajudá-lo e a poupá-lo do sofrimento, chegaram
a ponto de substituí-lo. Por outro lado, não se
pode negar que o desenvolvimento progressivo do maquinismo provocou
certa desumanização da sociedade, no sentido de
que reduziu consideravelmente os contatos humanos, entendendo-se
aqui os contatos físicos e diretos. A isso se acrescentam
todas as formas de poluição que a industrialização
gerou em muitos campos.
O problema colocado
atualmente pela tecnologia provém do fato de que ela evoluiu
muito mais rápido do que a consciência humana. Consideramos,
também, que é urgente que ela rompa com o modernismo
atual e se torne um agente de humanismo. Para isso, é imperativo
recolocar o Ser Humano no centro da vida social, o que, em conformidade
com o que dissemos a respeito da Economia, implica repor a máquina
a seu serviço. Essa perspectiva requer total reconsideração
dos valores materialistas que condicionam a sociedade atual. Isso
supõe, por conseguinte, que todos os homens voltem a se
centrar em si mesmos, e, enfim, compreendam que é preciso
privilegiar a qualidade de vida e cessar essa corrida desenfreada
contra o Tempo. Ora, isso só será possível
se eles reaprenderem a viver em harmonia, não somente com
a Natureza, mas também com eles próprios. O ideal
seria que a tecnologia evoluísse de tal maneira que libertasse
o Ser Humano das tarefas mais penosas e ao mesmo tempo lhe permitisse
desabrochar harmoniosamente em contato com os outros.
* * *
Quanto
às grandes religiões, consideramos que elas manifestam
atualmente dois movimentos contrários: um, centrípeto,
e o outro, centrífugo. O primeiro, consiste em uma prática
radical que se pode observar sob forma de integrismos no seio
do Cristianismo, do Judaísmo, do Islamismo ou do Hinduísmo,
entre outros. O segundo, se traduz por um abandono de seu credo
em geral e de seus dogmas em particular. O indivíduo não
mais aceita manter-se na periferia de um sistema de crenças,
mesmo que se trate de uma religião dita revelada. Doravante,
ele quer se colocar no centro de um sistema de pensamento resultante
de sua própria experiência. Nisso, a aceitação
dos dogmas religiosos não é mais automática.
Os crentes adquiriram certo senso crítico a respeito das
questões religiosas, e a validade de suas convicções
corresponde, cada vez mais, a uma validação pessoal.
Onde a necessidade de Espiritualidade produziu outrora algumas
religiões com forma arborescente (a forma de uma árvore
bem enraizada em seu solo sócio-cultural, que elas, aliás,
contribuíram para enriquecer), hoje ela toma a forma de
uma estrutura em rizoma, feita de arbustos múltiplos e
variados. Mas, o Espírito não sopra onde quer?
Assim é que aparecem,
hoje em dia, à margem ou no lugar das grandes religiões,
grupos de afinidades, comunidades de idéias ou movimentos
de pensamento, no seio dos quais as doutrinas, mais propostas
do que impostas, são admitidas por uma adesão voluntária.
Independentemente da natureza intrínseca dessas comunidades,
desses grupos ou desses movimentos, sua multiplicação
traduz uma diversificação da busca espiritual. De
maneira geral, consideramos que essa diversificação
se deve ao fato de que as grandes religiões – que
respeitamos como tais – não detêm mais o monopólio
da fé. E assim é porque elas respondem cada vez
menos ao questionamento do Ser Humano e não mais o satisfazem
no plano interior. É talvez, também, porque elas
se afastaram da Espiritualidade. Ora, esta, embora imutável
em essência, procura constantemente se expressar através
de veículos cada vez mais adaptados à evolução
da Humanidade.
A sobrevivência
das grandes religiões depende, mais do que nunca, de sua
aptidão para renunciar às crenças e às
posições mais dogmáticas que elas adotaram
com o passar dos séculos, tanto no plano moral quanto no
doutrinário. Para que elas perdurem, devem imperiosamente
se adaptar à sociedade. Se não se derem conta, nem
da evolução das consciências nem do progresso
da ciência, elas se condenarão a desaparecer em um
prazo mais ou menos longo, não sem provocar ainda mais
conflitos étnico-sócio-religiosos. Mas, na realidade,
presumimos que seu desaparecimento é inevitável,
e que, sob o efeito da globalização das consciências,
elas darão nascimento a uma Religião Universal que
integrará o que elas tinham de melhor a oferecer à
Humanidade para a sua Regeneração. Por
outro lado, pensamos que o desejo de conhecer as Leis Divinas,
isto é, as Leis Naturais, Universais e Espirituais, há
de, cedo ou tarde, ser suplantado pela necessidade exclusiva de
crer em Deus. Nisso, postulamos que a crença um dia dará
lugar ao Conhecimento.
*
* *
No
que concerne à moral, no sentido que damos a esta palavra
que se tornou tão ambígua, consideramos que ela
está cada vez mais injuriada. Para nós, ela não
designa obediência cega a regras (para não dizer
a dogmas) sociais, religiosas, políticas ou outras. Ora,
é assim que muitos de nossos concidadãos percebem
a moral dos nossos dias e daí vem sua atual rejeição.
Consideramos, antes, que ela se relaciona com o respeito que todo
indivíduo deveria ter para com ele próprio, com
os outros e com o ambiente. O respeito a si mesmo consiste em
viver segundo suas próprias idéias e não
em se fundamentar nos comportamentos que se reprova nos outros.
O respeito aos outros consiste, simplesmente, em não fazermos
ao nosso semelhante o que não gostaríamos que ele
nos fizesse — o que todos os sábios do passado ensinaram.
Quanto ao respeito ao ambiente, ousamos dizer que ele vem naturalmente:
respeitar a Natureza e preservá-la para as gerações
futuras. Vista sob esse ângulo, a moral implica em um equilíbrio
entre os direitos e os deveres de cada um, o que lhe dá
uma dimensão humanística que nada tem de moralizadora.
A
moral, no sentido que vimos de definir, envolve todo o problema
da educação. Ora, esta nos parece perdida. A maioria
dos pais já desistiu nesse campo ou não tem mais
as referências necessárias para educar corretamente
seus filhos. Muitos deles descarregam sua responsabilidade nos
professores para dissimular essa carência. Todavia, o papel
de um professor não é, antes de tudo, instruir,
ou seja, transmitir conhecimentos? Quanto à educação,
consiste antes em inculcar valores cívicos e éticos.
Nisso compartilhamos da idéia de Sócrates, que via
nela 'a
arte de despertar as virtudes da alma',
tais como a humildade, a generosidade, a honestidade, a tolerância,
a benevolência etc. Independentemente de toda consideração
de natureza espiritual, consideramos que são essas virtudes
que os pais, e os adultos em geral, deveriam inculcar nas crianças.
Naturalmente, isso implica, se não que eles próprios
as tenham adquirido, ao menos que tenham consciência da
necessidade de adquiri-las.
Com certeza, o leitor
sabe que os Rosacruzes do passado praticavam a alquimia material,
que consistia em transmutar metais inferiores em ouro, principalmente
o estanho e o chumbo. O que freqüentemente se ignora é
que eles também se dedicavam à ALQUIMIA
ESPIRITUAL. Nós, Rosacruzes dos tempos atuais,
damos prioridade a essa forma de ALQUIMIA, pois
é dela que, mais do que nunca, o mundo necessita. Essa
ALQUIMIA consiste, para todo Ser Humano, em transmutar
cada um de seus defeitos em sua qualidade oposta, a fim de, precisamente,
adquirir as virtudes a que já nos referimos. Pensamos,
com efeito, que são essas virtudes que fazem a dignidade
humana, pois o Ser Humano só é digno do seu status
se as expressa através do que pensa, diz e faz. Não
há dúvida de que se todos os indivíduos,
sejam quais forem suas crenças religiosas, suas idéias
políticas ou outras, fizessem o esforço de adquiri-las,
o mundo seria melhor. Assim, pois, a Humanidade pode e deve se
regenerar, mas é preciso, para isso, que todo Ser Humano
se regenere, inclusive no plano moral.
* * *
Quanto
à arte, consideramos que ela seguiu, durante os séculos
passados e mais particularmente durante as últimas décadas,
um movimento de intelectualização, que a levou a
uma crescente abstração. Esse processo cindiu a
arte em duas correntes opostas: uma arte elitista e uma arte popular.
A arte elitista é precisamente aquela que se expressa através
do abstrato e cuja compreensão está, o mais das
vezes, limitada àqueles que se dizem iniciados ou que se
diz que são iniciados. Por uma reação natural,
a arte popular se opõe a essa tendência, acentuando
sua maneira de traduzir o concreto, às vezes de maneira
excessivamente figurativa. Mas, por paradoxal que isso pareça,
ambas mergulham cada vez mais na matéria, tanto é
verdadeiro que os extremos se tocam. Assim, foi que a arte se
tornou, estrutural e ideologicamente, materialista, à imagem
da maioria dos campos da atividade humana. Hoje em dia, ela traduz
mais os impulsos do ego do que as aspirações da
alma, o que lamentamos.
Acreditamos que a arte
verdadeiramente inspirada consiste em traduzir no Plano Humano
a beleza e a pureza do Plano Divino. Neste particular, barulho
não é música; borradela não é
pintura; trituração não é escultura;
extravasamento não é dança. Quando não
são efeitos da moda, são meios de expressão
que traduzem uma mensagem sociológica que seria um equívoco
negligenciar. Pode-se naturalmente apreciar essas coisas, mas
parece-nos inconveniente qualificá-las como artísticas.
Para que as artes participem na Regeneração da Humanidade,
consideramos que elas devem colher sua inspiração
nos arquétipos naturais, universais e espirituais, o que
implica que os artistas se elevem a esses arquétipos, em
lugar de descerem aos estereótipos mais comuns. Paralelamente,
é absolutamente necessário que as artes se dêem
uma finalidade estética. Tais são, para nós,
as duas principais condições a reunir para que elas
contribuam realmente para a elevação das consciências
e sejam a expressão humana da Harmonia Cósmica.
* * *
No
tocante às relações do Ser Humano com seus
semelhantes, consideramos que elas são cada vez mais interesseiras
e deixam cada vez menos lugar ao altruísmo. É verdade
que se manifestam impulsos de solidariedade, mas isso acontece,
o mais das vezes, fortuitamente, por ocasião de catástrofes
(inundações, tempestades, tremores de terra etc.).
Em situações normais, é o cada um por si
que predomina nos comportamentos. Pensamos que também essa
ascensão do individualismo é uma conseqüência
do materialismo excessivo que grassa atualmente nas sociedades
modernas. Não obstante, o isolamento que decorre disso
deveria acabar, cedo ou tarde, gerando o desejo e a necessidade
de renovar o contato com os outros. Por outro lado, pode-se esperar
que essa solitude leve cada um a se interiorizar mais e a se abrir
finalmente para a Espiritualidade.
A generalização
da violência nos parece também muito preocupante.
É verdade que ela sempre existiu, mas está se manifestando
cada vez mais nos comportamentos individuais. O que é mais
grave ainda é que ela se manifesta cada vez mais cedo.
Neste começo do século XXI, uma criança mata
outra, aparentemente, sem nenhum sentimento. A essa violência
efetiva acrescenta-se uma violência fictícia que
invadiu as telas de cinema e de televisão. A primeira inspira
a segunda e esta alimenta aquela, criando um círculo vicioso
que é mais que tempo de deter. Nisso, se é inegável
que a violência tem múltiplas causas (miséria
social, ruptura da família, desejo de vingança,
necessidade de dominação, sentimento de injustiça
etc.), seu fator mais determinante não é outro senão
a própria violência. Evidentemente, essa cultura
da violência é perniciosa e não pode ser construtiva,
tanto mais que, pela primeira vez na História conhecida,
a Humanidade tem os meios de se autodestruir em escala planetária.
Em um paradoxo dos tempos
modernos, constatamos, por outro lado, que, na era da comunicação,
os indivíduos praticamente não se comunicam mais.
Os membros de uma mesma família não dialogam mais
entre si, tão ocupados estão em escutar o rádio,
assistir à televisão ou surfar na Internet. A mesma
constatação se impõe em um plano mais geral:
a telecomunicação suplanta a comunicação
propriamente dita. Com isso, ela instala o Ser Humano em uma grande
solidão e reforça o individualismo a que já
nos referimos. Que sejamos bem compreendidos: o individualismo,
como direito natural a viver de maneira autônoma e responsável,
absolutamente não nos parece condenável; bem ao
contrário. Mas, que ele se torne um modo de vida baseado
na negação do outro, parece-nos particularmente
grave, pois contribui para a desagregação do meio
familiar e do sistema social.
Por contraditório
que pareça, consideramos que a atual falta de comunicação
entre nossos concidadãos resulta, em parte, de um excesso
de informação. Naturalmente, não se trata
de se reconsiderar o dever de informar e o direito de ser informado,
pois ambos são os pilares de toda democracia verdadeira.
Parece-nos, no entanto, que a informação se tornou
ao mesmo tempo excessiva e invasora, a ponto de gerar o seu oposto:
a desinformação. Lamentamos igualmente que ela seja
focalizada acima de tudo na precariedade da condição
humana e tanto ponha em epígrafe os aspectos negativos
do comportamento humano. Assim fazendo, ela nutre, no melhor,
o pessimismo, a tristeza e o desespero; no pior, a suspeição,
a divisão e o rancor. Se for legítimo mostrar o
que participa na feiúra do mundo, é do interesse
de todos revelar o que compõe a sua beleza. Mais que nunca,
o mundo tem necessidade de otimismo, de esperança e de
unidade.
A compreensão
do Ser Humano pelo Ser Humano constituiria um avanço considerável,
mais radical ainda do que o impulso científico e tecnológico
que o século XX conheceu. Por isso, toda sociedade deve
favorecer os encontros diretos entre seus membros, mas também
se abrir para o mundo. Nisso, defendemos a causa de uma Fraternidade
Humana que faça de todo indivíduo um Cidadão
do Mundo, o que supõe que se ponha termo a toda discriminação
ou segregação de ordem racial, étnica, social,
política ou outra. Finalmente, trata-se de empreender o
advento de uma Cultura da Paz, fundada na integração
e na cooperação, coisa em que os Rosacruzes sempre
se empenharam. Sendo a Humanidade uma em essência, sua felicidade
só é possível favorecendo a de todos os Seres
Humanos, sem exceção.
* * *
A
propósito das relações do Ser Humano com
a Natureza, consideramos que elas nunca foram tão ruins
num plano de conjunto. Qualquer um pode constatar que a atividade
humana tem efeitos cada vez mais nocivos e degradantes sobre o
ambiente. No entanto, é evidente que a sobrevivência
da espécie humana depende de sua aptidão para respeitar
os equilíbrios naturais. O desenvolvimento da Civilização
gerou muitos perigos decorrentes de manipulações
biológicas relativas à alimentação,
à utilização em grande escala de agentes
poluentes, à acumulação mal controlada de
resíduos nucleares, para citarmos apenas alguns riscos
principais. A proteção da Natureza e, portanto,
a salvaguarda da Humanidade, tornou-se uma questão de cidadania,
ao passo que antes só dizia respeito aos especialistas.
Ademais, ela se impõe doravante no plano mundial. Isso
é ainda mais importante, porque o próprio conceito
de Natureza mudou, e porque o Ser Humano está se sentindo
parte integrante Dela; não se pode mais falar, hoje em
dia, em Natureza em si mesma. A Natureza há de ser, portanto,
aquilo que o Ser Humano queira que ela seja.
Uma
das características da época atual é seu
grande consumo de energia. Esse fenômeno não seria
em si mesmo inquietante se a energia fosse produzida com inteligência.
Observamos, no entanto, que as fontes naturais
estão sendo superexploradas e estão se esgotando
gradativamente (carvão, gás, petróleo). Por
outro lado, certas fontes de energia (centrais nucleares) apresentam
riscos consideráveis e muito difíceis de dominar.
Notamos, também, que, a despeito de recentes tentativas
de acordo, certos perigos, como a emissão de gás
com efeito-estufa, a desertificação, o desmatamento,
a poluição dos oceanos etc. não são
objeto de medidas adequadas por falta de uma vontade suficiente.
Além do fato de que essas agressões ao ambiente
fazem com que a Humanidade corra riscos muito graves, elas traduzem
uma grande falta de maturidade, tanto no plano individual quanto
no coletivo. Seja o que for que se diga, consideramos que as anormalidades
climáticas atuais, com seu cortejo de tempestades, inundações
etc., são uma conseqüência das agressões
que os homens infligem há muito tempo ao nosso Planeta.
Evidentemente, um outro problema
importante não deixará de se impor de modo mais
ou menos crucial no futuro: o problema da água. Ela é
um elemento indispensável à manutenção
e ao desenvolvimento da vida. Sob uma forma ou outra, todos os
seres vivos dela necessitam. O Ser Humano não é
exceção a essa lei natural, mesmo porque seu corpo
contém aproximadamente 70% de água. Ora, o acesso
a um volume constante atual de água doce está hoje
limitado no globo a, no máximo, cinco habitantes em cada
seis, proporção esta que ameaça se reduzir
para somente quatro habitantes em cada seis antes de meio século,
devido ao aumento da população mundial e da poluição
dos rios e dos riachos. Os maiores especialistas concordam em
dizer, hoje em dia, que o ouro branco será, mais do que
o ouro negro, o jogo do século, com todos os riscos de
conflitos que isso implica. Uma tomada de consciência global
desse problema também se impõe.
A poluição do ar
encerra, ainda, perigos consideráveis para a vida em geral
e para a espécie humana em particular. A indústria,
o aquecimento e os transportes participam em uma degradação
de sua qualidade e poluem a atmosfera, fonte de riscos para a
saúde pública. As zonas urbanas são as mais
atingidas por esse fenômeno, que ameaça, então,
se ampliar na medida da urbanização. Nessa linha
de pensamento, a hipertrofia das cidades constitui um perigo não
negligenciável para o equilíbrio das sociedades.
A propósito de seu crescimento, adotamos a opinião
que Platão, ao qual já nos referimos, emitiu em
sua época: Até
ao ponto em que, aumentada, ela conserve sua unidade, a cidade
poderá se estender, mas não além desse ponto.
O gigantismo não pode favorecer o humanismo no sentido
com que já o definimos. Ele acarreta necessariamente desarmonia
no seio das grandes cidades, gerando mal-estar e insegurança.
O comportamento do Ser Humano para
com os animais também faz parte de suas relações
com a Natureza. Ele tem o dever de amá-los e de respeitá-los.
Todos participam na cadeia da vida tal como se manifesta na Terra
e todos são agentes da Evolução. Em seu nível,
eles são também veículos da Alma Divina e
participam do Plano Divino. Vamos mesmo a ponto de
considerar que os mais evoluídos dentre eles são
Seres Humanos em devir. (Grifo meu). Por todas essas
razões, consideramos indignas as condições
em que muitos deles são criados e abatidos. Quanto à
vivissecção, nela vemos um ato de barbárie.
De maneira geral, consideramos que a fraternidade deve incluir
todos os seres que a vida pôs no mundo. Compartilhamos também
as seguintes proposições atribuídas a Pitágoras:
Se os
homens continuarem a destruir sem piedade os seres vivos dos reinos
inferiores, não conhecerão nem a santidade nem a
paz. Enquanto eles massacrarem os animais haverão de se
matar entre si. Com efeito, quem semeia morticínio e dor
não pode colher alegria e amor.
*
* *
Com respeito às
relações do Ser Humano com o Universo, consideramos
que elas se baseiam na interdependência. Sendo o Ser Humano
um filho da Terra e a Terra uma filha do Universo, o Ser Humano
é então um filho do Universo. Assim é que
os átomos que compõem o corpo humano provêm
da Natureza e são encontrados nos confins do Cosmo, o que
leva os astrofísicos a dizer: 'O
Ser Humano é um filho das estrelas'.
Mas, se o Ser Humano está em débito com o Universo,
este também deve muito a ele; não à sua existência,
é claro, mas à sua razão de existir. Com
efeito, que seria o Universo se os olhos do Ser Humano não
o pudessem contemplar, se sua consciência não o pudesse
apreender, se sua alma não pudesse nele se refletir? Na
realidade, O Universo e o Ser Humano precisam um do outro para
se conhecer e mesmo para se reconhecer, o que não deixa
de lembrar o célebre adágio: Conhece
a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.
Não cabe, todavia,
deduzir que nossa concepção da Criação
seja antropocêntrica. De fato, não fazemos do Ser
Humano o centro do Plano Divino. Digamos, antes, que fazemos da
Humanidade o centro de nossas preocupações. Segundo
o nosso pensamento, sua presença na Terra não é
fruto do acaso ou de um concurso de circunstâncias. Ela
é conseqüência de uma Intenção
que teve origem na Inteligência Universal, que é
comumente chamada de Deus. Ora, se Deus, devido à Sua Transcendência,
é incompreensível e ininteligível, não
acontece o mesmo com as Leis pelas quais Ele se manifesta na Criação.
Como já o mencionamos, o Ser Humano tem o poder, se não
o dever, de estudar essas Leis e de aplicá-las para o seu
bem-estar material e espiritual. Pensamos mesmo que é nesse
estudo e nessa aplicação que residem, não
somente a sua razão de ser, mas também a sua felicidade.
As relações
do Ser Humano com o Universo remetem, ainda, à questão
de saber se a vida existe em outros lugares além da Terra.
Estamos convencidos disto. Considerando que o Universo contém
cerca de cem bilhões de galáxias e cada galáxia
cerca de cem bilhões de estrelas, existem provavelmente
milhões de sistemas solares comparáveis ao nosso.
Por conseguinte, pensar que só o nosso Planeta é
habitado nos parece muito redutor, e constitui uma forma de egocentrismo.
Dentre as formas de vida que povoam outros mundos, algumas são
provavelmente mais evoluídas do que as que existem na Terra;
outras, menos. Mas, todas fazem parte do mesmo Plano Divino e
participam na Evolução Cósmica. Quanto a
saber se extraterrestres podem contatar nossa Humanidade, consideramos
que sim, mas não fazemos disso objeto de nenhuma expectativa.
Temos outras prioridades. Isto posto, o dia em que se fizer esse
contato, pois ele há de ocorrer, constituirá um
evento sem precedente. Com efeito, a História do Ser Humano
se fundirá à da Vida Universal…
* * *
EPÍLOGO
Caro leitor:
Aí está,
então, o que queríamos lhe dizer através
deste Manifesto. Terá ele lhe parecido
alarmista? Em razão mesmo de nossa Filosofia, esteja, no
entanto, seguro de que somos ao mesmo tempo idealistas e otimistas,
posto que temos confiança no Ser Humano e em seu destino.
Quando se considera o que ele criou de mais útil e de mais
belo no campo da ciência, da tecnologia, da arquitetura,
da arte, da literatura ou em outros campos, e, quando se pensa
nos sentimentos mais nobres que ele é capaz de ter e de
expressar, como o maravilhamento, a compaixão, o amor etc.,
não se pode duvidar de que ele possui em si algo de divino
e de que é capaz de se transcender para fazer o bem. A
este respeito pensamos, com o risco de mais uma vez parecermos
utopistas, que o Ser Humano tem o poder de fazer da Terra um lugar
de paz, de harmonia e de fraternidade. Isso só depende
dele.
A situação do mundo
atual não é desesperante, mas é preocupante.
O que mais nos preocupa não é tanto o estado da
Humanidade, mas o do nosso Planeta. Pensamos, com efeito, que
o tempo para a evolução espiritual da Humanidade
não está contado, pois, como sua alma é imortal,
ela tem, de certo modo, a eternidade para realizar essa evolução.
Ao contrário, a Terra está realmente ameaçada,
em médio prazo, pelo menos, como habitat para
a espécie humana. O tempo está, então, contado
para Ela – a Terra –
e consideramos que sua preservação é o verdadeiro
jogo do século XXI. É a Ela que a política,
a Economia, a ciência, a tecnologia e, em geral, todos os
campos da atividade humana deveriam se dedicar. Será realmente
tão difícil compreender que a Humanidade só
poderá encontrar felicidade vivendo em harmonia com as
Leis Naturais e, por extensão, com as Leis Divinas? Por
outro lado, será tão absurdo admitir que a Humanidade
tenha os meios de se sublimar em seu próprio interesse?
Seja como for, se os Seres Humanos persistirem no atual materialismo,
as profecias mais sombrias se realizarão e ninguém
será poupado.
Pouco importam as idéias
políticas, as crenças religiosas e as convicções
filosóficas de cada um. Os tempos não estão
mais para divisão, qualquer que seja sua forma, mas para
a união — para a união das diferenças,
a serviço do bem comum. Nisso, nossa Fraternidade conta
em seu quadro com cristãos, judeus, muçulmanos,
budistas, hinduístas, animistas e mesmo agnósticos.
Reúne também pessoas que pertencem a todas as categorias
sociais e representam todas as correntes políticas clássicas.
Homens e mulheres nela têm um status de total igualdade,
e cada membro goza das mesmas prerrogativas. É essa unidade
na diversidade que faz a pujança do nosso ideal e da nossa
Egrégora. Assim é porque a virtude
que mais prezamos é a TOLERÂNCIA,
isto é, precisamente, o direito à diferença.
Isto não faz de nós sábios, pois a sabedoria
abrange muitas outras virtudes. Consideramo-nos, antes, filósofos,
ou seja, literalmente, 'Amantes
da Sabedoria'.
* * *
Antes de selar esta
Positio, e de lhe dar, assim, a marca da
nossa Fraternidade, desejamos encerrá-la com uma invocação
que traduz o que se poderia qualificar como a UTOPIA
ROSACRUZ, no sentido platônico do termo. Apelamos
à boa vontade de todos e de cada um, para que essa UTOPIA
se torne um dia realidade, para o maior bem da Humanidade. Talvez
esse dia nunca chegue, mas, se todos os Seres Humanos se esforçarem
para acreditar nisso e agirem em conformidade com isso, o mundo
só poderá ser melhor…
UTOPIA
ROSACRUZ
Deus de todos os Seres
Humanos, Deus de toda vida.
Na Humanidade com que
sonhamos:
Os políticos
são profundamente humanistas e trabalham a serviço
do bem comum.
Os economistas gerem
as finanças dos Estados com discernimento e no interesse
de todos.
Os sábios são
espiritualistas e buscam sua inspiração no Livro
da Natureza.
Os artistas são
inspirados e expressam em suas obras a beleza e a pureza do Plano
Divino.
Os médicos são
motivados pelo amor ao próximo e cuidam tanto das almas
quanto dos corpos.
Não há
mais miséria nem pobreza, pois cada qual tem aquilo de
que precisa para viver feliz.
O trabalho não
é mais vivenciado como uma coerção, mas como
uma fonte do desabrochar e de bem-estar.
A Natureza é
considerada como o mais belo dos templos e os animais são
considerados como nossos irmãos em via de evolução.
Há um Governo
Mundial, formado pelos dirigentes de todas as nações,
trabalhando no interesse de toda a Humanidade.
A espiritualidade é
um ideal e um modo de vida que tem sua fonte em uma Religião
Universal, baseada mais no conhecimento das leis divinas do que
na crença em Deus.
As relações
humanas são fundadas no AMOR, na AMIZADE
e na FRATERNIDADE, de modo que o mundo inteiro
vive em PAZ e em HARMONIA.
Assim seja!
Selado em 20 de Março
de 2001
|
Ano
Rosacruz 3354
Documento
registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos
e Documentos da Comarca de Curitiba-PR, protocolo nº 16231-A
de 02 de agosto de 2001.
*
* *
* *
* *
REFLEXÕES E COMENTÁRIOS ACERCA DA
POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS
Conforme afirmei na
Introdução a este trabalho-pensamento, fui admitido
como membro da AMORC há cerca de trinta e cinco anos. Sei
definida e precisamente a dimensão dos meus deveres e das
minhas responsabilidades. Exatamente por isso, reproduzo os termos
do COMUNICADO IMPORTANTE que é apresentado
na segunda página do meu site:
COMUNICADO IMPORTANTE
O
autor deste site é membro da Ordem Rosacruz -
AMORC desde 1969. Tem a honra de ser membro, também, da
Tradicional Ordem Martinista - TOM e da Ordem de MAAT - OM. Exatamente
por isso, AFIRMA, ENFATICAMENTE, que os trabalhos
disponibilizados neste site são de sua única
e inteira responsabilidade, NÃO CABENDO ÀS
SUAS MUITO AMADAS ORDENS (OU A OUTRAS FRATERNIDADES) QUAISQUER
GRAVAMES OU ÔNUS PELAS CONSIDERAÇÕES E INVESTIGAÇÕES
NELE APRESENTADAS. Nesse sentido, peço perdão
pelos eventuais equívocos cometidos. Os sites
abaixo relacionados são os únicos oficiais e responsáveis
pela divulgação e pelas informações
da AMORC, da TOM e da OM
.
Suprema
Grande Loja (domínio da Língua Inglesa)
http://www.amorc.org
Grande
Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
http://www.amorc.org.br
Grande Loja da Jurisdição de Língua Alemã
http://www.rosenkreuzer.de
Grande Loja da Jurisdição de Língua Espanhola
para as Américas
http://www.rosacruz.org
Grande Loja da Jurisdição e Língua Espanhola
para Europa, África e Australásia
http://www.amorc.org/spanish/sp-eur01.html
The
Order of Maat (Ordem de Maat)
http://www.maat-order.org
The
Ordo Svmmvm bonvm
http://svmmvmbonvm.org
Isto
esclarecido, autoriza-se a divulgação, por qualquer
meio, do conteúdo, parcial ou total, de todos os livros
digitais do meu próprio site sem necessidade de
que seja citada a fonte. Solicita-se, tão-só, que
os critérios utilizados para citação ou para
reprodução estejam alicerçados, exclusivamente,
em AMOR, em PAZ, em CIDADANIA
e, principalmente, em IMPERATIVOS CATEGÓRICOS.
*
Feitos
todos estes esclarecimentos, começarei, agora, a refletir
sobre o Manifesto POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ
CRUCIS. Antes, preciso explicar o óbvio.
Por isso, peço um pouco de paciência. Documentos
como este são muito difíceis de ser examinados em
sua integralidade. Primeiro, porque cada frase é, praticamente,
um título. Isto significa que de cada alerta ou de cada
reflexão poderia ser elaborado um livro completo. Segundo,
porque há afirmações no Manifesto
que embutem conceitos que, ou ainda não devem ser discutidos
na profundidade que poderiam, ou porque, se discutidos em extensão
e profundidade, poderiam causar algum tipo de comoção
em quem os lesse. Afinal, este Documento foi promanado pela Alta
Hierarquia de uma Fraternidade Mística autêntica
e depositária da Tradição Primordial. Terceiro,
porque eu não conheço alguns dos temas ali refletidos
com a proficiência necessária para sobre eles discutir
concertadamente. E quarto, porque, mesmo que eu conhecesse com
exatidão tudo o que ali está posto, se assim fosse
feito, este texto ficaria gigantesco. Mas, eu não conheço
mesmo. Então, discutirei nesta oportunidade apenas alguns
fragmentos que considero essenciais e, evidentemente, aqueles
dos quais tenho relativa segurança para tal.
A
primeira observação decorre da afirmativa: O
Ser Humano evolui através do Tempo, como o faz, aliás,
tudo aquilo que participa no seu campo de vida, bem como o próprio
Universo. As ciências biológicas
e os sentidos desenvolvidos pelo ente encarnado determinam que
seja aceito como fato irrecorrível a existência de
reinos (em a Natureza) que lhe são inferiores. Aí
começam os equívocos. Alguns, extremamente sérios
e preocupantes, que podem produzir conseqüências difíceis,
penosas, duras, dolorosas, nefastas e até fatais. Primeiro
- quer se considere a existência de três reinos (mineral,
vegetal e animal); quer se conceba o homem como integrante de
um reino à parte e, por isso mesmo, o ser mais evoluído
dentre todos os que coabitam na Terra; quer se admita a taxonomia
tradicional que classifica os organismos existentes em cinco reinos
(Animalia, Plantæ, Fungi, Monera e Protista);
quer se aceite a existência de outros reinos, um fato é
irrecorrível: o Universo é UM. Podemos pensar em
vários Universos, mas, somados, são UM. Hoje, habitamos
a Terra: amanhã, talvez, Marte ou outro planeta do sistema
solar, ou até um corpo sideral de outra galáxia.
Mas, não poderemos jamais deixar de atuar no Universo,
que, geralmente, é definido como o conjunto de todas as
coisas que existem ou que se crê existirem no tempo e no
espaço.
Não importa,
no momento, se tempo e espaço são ilusões
impostas pela manifestação do ser no Mundo da Concretização
na fase diastólica do Universo. Nem se há ou não
há evolução, nem, mesmo, se o mais acertado
seria compreendermos que o processo cósmico é reintegratório.
Nem, também, se este Universo que percebemos com nossos
sentidos é entrópico em si mesmo. O que está
em pauta é outra reflexão. Quando Jesus - O CRISTO
enfatizou prioritariamente o PRIMEIRO MANDAMENTO
— AMAI-VOS — não foi um imperativo
excludente. Em nenhum sentido. Toda a Natureza Naturada - e Ele
estava cônscio desse fato - é parte do UM e, portanto,
as coisas que existiram, existentes, por existir e o próprio
homem compõem uma unidade vibratória indissolvível.
Isto significa que o esforço ou a naturalidade que o homem
faz ou não faz para conviver com seus pares não
pode excluir os outros reinos com os quais convive, e dos quais
depende para cumprir os ditames da roda das encarnações,
que, minimamente, incluem: pleno desabrochar da consciência
(autoconsciência), compreensão da Necessidade Cósmica
e serenidade no cumprimento da Retribuição (ou Reciprocidade)
Educativa. Segundo - como decorrência das reflexões
anteriores, ao se compreender que o Universo é uma unidade,
não podem ser concebidos, porque não existem, reinos
inferiores. Mais alto e mais baixo, mais importante e menos importante,
relevante e não relevante, contingente e necessário
são entendimentos distorcidos e falazes impostos pelas
incompetentes e vaidosas razões dianóica e noética.
A irmandade é inteira e universal. Tudo é necessário.
O sacrifício, o abuso e a vivisseção de animais
(voltarei a abordar este tema), a destruição da
cobertura vegetal, e a exploração despudorada das
reservas minerais que geometricamente têm ferido de morte
a Terra haverão de resultar em conseqüências
funestas e imprevisíveis para a permanência do próprio
ser consciente(?!) neste Planeta abençoado. Ao matar um
inseto cosmopolita da ordem dos sifonápteros, uma pulga,
por exemplo, o homem está interferindo inconscientemente
na ordem e na harmonia universais. Dirão muitos: ora, uma
pulga é só uma pulga! Ou: uma pulga é um
ectoparasito; precisa ser destruída porque pode servir
como vetor da peste bubônica. Sim e não. Mas, lamentavelmente,
este raciocínio (que em sua abrangência cósmica
é falso) acaba por se espraiar a todas as presumidas inconveniências
que perturbam ou ameaçam as humanas representações,
e, por outro lado, dá amparo jurídico ou agasalho
pessoal a todas as providências que o ser singular e a sociedade
resolveram e concluíram que são úteis, benéficas
e necessárias para a existência e para a subsistência.
O que não é útil ou nos incomoda precisa
ser eliminado. Para ficar apenas com três exemplos absurdos
e estapafúrdicos lembro e cito a pena capital (também
retornarei a este assunto), a clonagem e o aborto pelo aborto.
Terceiro - ao esgotar, ao destruir, ao matar, enfim, ao desarmonizar
intempestivamente o que, por natureza, ou é relativamente
harmônico ou necessita alcançar, no Teclado Cósmico,
um grau mais elevado de harmonia em um tempo(?!) mais ou menos
rápido, o homem está agindo contra o Universo e
não em seu favor. Imaginar que haja leis específicas
para determinados grupos e que estas mesmas leis não se
apliquem a outros segmentos, qualquer que seja o compartimento
cósmico enfocado, é pressupor que Deus possa ter
preferências por este ou aquele bloco, como se, no Universo,
pudessem existir grupos, segmentos ou blocos, e mesmo um Deus
com esse tipo de preocupação. Só uma visão
antropomórfica e distorcida – ilusória, portanto
– pode pensar assim. O Universo é. As aparentes distinções
que se nos afiguram resultam de nossa ignorância, nossa
vanidade e nossa presunção. Ontem o inimigo público
número um era a ex-União Soviética. Os chineses
estavam em segundo plano. Hoje é a Coréia do Norte,
mas a China se desenvolve em um ritmo impossível de ser
acompanhado pelos países do Terceiro Mundo. Se sua Economia
vai explodir, isso é um outro assunto. Mas quem se lembra
do Tibet invadido há décadas pelos chineses de Mao?
Isto sim é muito grave. E os pobres ursos chineses torturados
por toda a vida simplesmente para extração
de bílis para fins comerciais?
Isto sim é gravíssimo. Os
animais ditos irracionais são nossos irmãos menores,
assim como os homens são os irmãos menores dos TREZE
IRMÃOS MAIORES da R+C Eterna e Invisível, que promove
a evolução da consciência nos Planos de Manifestação.
É nosso dever defender os animais.
(Mestre
Apis
— Fundadora da Ordem
de Maat).
A segunda reflexão
que me imponho discutir é relativa à assertiva:
Assim
é que há proximidades, justaposições,
coincidências ou concomitâncias que nada devem ao
acaso. Não cai um fio de cabelo...
Acredito que uma das grandes venturas do caminho iniciático
é o alcançamento da compreensão de que cada
ser individual e os diversos grupos étnicos e sociais são,
exclusivamente, os responsáveis por seus sucessos e por
seus fracassos. Não há acaso no Cósmico.
Não há prêmio: não há punição.
Não há milagre, não há condenação,
não há salvação. Não há
adulteração da ORDEM CÓSMICA.
Mas também nada é definitivo. Paradoxo? Não.
Tudo é mudança e é movimento no âmbito
do imutável. Do nada, nada; a energia universal é.
D'US é. Em nós. Precisamos reconhecê-Lo, construí-Lo
e Nele nos fundirmos com consciência plena. Nada é
acrescido e nada é retirado. Entretanto, isto não
significa que não haja Lei e Ordem no Universo. O que pode
se nos aparentar como entrópico e sem sentido é,
em realidade, ordenado e previsível. A própria entropia
é uma Lei inexorável deste Plano. Por exemplo: os
clorofluorcarbonetos
(CFCs) são os maiores responsáveis
pela destruição da camada de Ozônio (esta
fina camada de O3 é
a proteção natural que a Terra dispõe para
filtrar os perigosos raios ultravioletas provenientes do Sol)
e por 25% do aquecimento total resultante do efeito estufa. Os
CFCs (produzidos pela primeira vez na Bélgica,
em 1892) são tão estáveis que podem durar
aproximadamente cento e cinqüenta anos. À medida que
o conhecimento científico e o tecnológico se desenvolveram
e a estupidez do homem aumentou, outras famílias de produtos
químicos - por exemplo, halons, tetracloreto de carbono,
metil clorofórmio e brometo de metila - também passaram
a ser identificados como destruidores da camada de ozônio.
Alguns dos últimos substitutos para os CFCs
produzidos pela insanidade humana também destroem a camada
de ozônio, mas em taxas menores. De qualquer forma, prejudicam
e destroem. Embora
as radiações ultravioletas recriem continuamente
ozônio a partir de oxigênio (O2
—› O3), a presença
de cloro [Cl*] acelera a destruição do ozônio,
mas não a sua formação, reduzindo a concentração
total do ozônio que protege nosso Planeta Azul. Isto significa
que, neste caso, a reação preferencial é:
O3 —› O2.
Se fabricamos os CFCs e seus substitutos, teremos
que responder pelas conseqüências. A figura abaixo
mostra o buracão na camada de ozônio na Antártida.
O que se tem registrado é um crescimento acelerado durante
a década de 80, com ligeira redução de suas
dimensões em 1986 e em 1988. A partir de 1989, porém,
o buraco só tem aumentado.
Assim, quando o mais terrível
acontece a um ou a muitos, aí está presente e atuante
a Lei Educativa e Entrópica da Compensação
e do Reprocessamento ou Reciclagem. Logo, que se sopese com a
máxima atenção: dentre todos os descaminhos,
três são tenebrosos: egoísmo, assassinato
e suicídio. Por isso, a Lei da Reencarnação,
ao atuar em perfeita harmonia com a Lei da Retribuição
Educativa e Amorosa, é inexorável (não cede
ou se abala diante de súplicas e rogos) e infalível
(não pode deixar de produzir o resultado esperado e não
comete erros, ou seja, nunca se engana ou se confunde). Nada é
mais tolo do que a defesa filosófica de que a imprevisibilidade
e a aleatoriedade são decorrentes da própria
constituição do mundo objetivo, cujas recorrências
e leis não dispensam oscilações probabilísticas,
isto é, um grau relativo e freqüentativo mensurável
de incerteza e de indeterminação. Bobagem.
Assim, a asserção inserida na POSITIO
pelos Deputados do Conselho Supremo da Fraternidade Rosacruz deve
ser pensada à luz do que ponderei: A
História não é tão inteligível
pelos eventos que a geram, ou que ela gera, quanto pelos elos
que os unem... Para compreendê-la, é preciso, então,
levar em consideração os eventos, é verdade
que como elementos isolados, mas, também e sobretudo, como
elementos de um todo. Isto é verdadeiro
tanto para a história de um quanto para a história
de muitos e, óbvia e irredutivelmente, de todos. Acrescentam
os Deputados: Com
efeito, consideramos que um fato só é verdadeiramente
histórico com relação ao conjunto a que pertence.
Dissociar os dois, ou fazer de sua dissociação uma
moral da História, constitui uma fraude intelectual. Assim
é que, há proximidades, justaposições,
coincidências ou concomitâncias que nada devem ao
acaso.
Um dos mais perniciosos
e malsãos desvios do CENTRO DA IDÉIA
é a manifestação de onipotência. O
messianismo (movimento ou sistema ideológico que prega
a salvação da Humanidade através da entronização
de um messias que pode ser um indivíduo, uma classe ou
uma idéia) tem arrastado pessoas, comunidades e países
ao caos. Seitas comandadas por charlatães, lunáticos
e pseudo-iluminados têm levado à miséria,
à insanidade e à morte milhares de Seres Humanos
fanatizados pelas falsas promessas e pelo poder da palavra (mal)
pronunciada. A própria Inquisição Católica
e seus respectivos torquemadas têm ajustes a fazer. Em uma
peça de Victor Hugo, Tomás de Torquemada profere
estas bárbaras palavras: Para que o inferno se feche
e o céu se abra, esta fogueira é necessária!
Ainda que a Verdade
Absoluta seja impossível de ser alcançada, só
através da seqüência confiável das verdades
relativas — que podemos perceber em nosso coração
— é que nos aproximaremos lenta e assintoticamente
da LUZ MAIOR em nosso próprio interior.
Incorporá-las de outrem ou tentar transferir essas experiências
é impossível. Também, crer em um salvador
hipotético, que solucione nossas dificuldades, tanto no
nível pessoal quanto no coletivo, é produto de uma
imaginação inconsistente e sem fundamento. É
esperança vã ou projeto geralmente irrealizável.
Um exemplo histórico interessante é o Sebastianismo
(crença ... propagada em Portugal logo após
o desaparecimento de D. Sebastião (1554-1578), segundo
a qual este Rei, como um novo messias, retornaria para levar o
País a outros apogeus de glórias e de conquistas.
Variedade de messianismo que, associado às trovas proféticas
de Gonçalo Anes Bandarra – século XVI –
encontrou terreno fértil para enraizar-se em razão
da perda da autonomia portuguesa frente à Espanha, e depois
emigrou e instalou-se também no Brasil). Nesse sentido,
a POSITIO é esclarecedora: Com
efeito, nenhuma instituição política, nenhuma
religião, nenhuma filosofia, nenhuma ciência detém
o monopólio da Verdade. Isso me
faz lembrar uma passagem da Conferência pronunciada na Faculdade
de Direito da Universidade de Coimbra, em 16-2-2000, pelo pensador
Fábio Konder Comparato (Faculdade de Direito da USP), cujo
título é: A Humanidade no Século XXI:
a Grande Opção. Nela, ele revive um instante
sinistro, no qual a ESPERANÇA parece se ter ocultado e
a LUZ nunca existido. Disse Comparato: A última grande
concentração cronológica de ultrajes, na
História, ocorreu com a 2ª Guerra Mundial. Durante
os seis anos decorridos a partir das primeiras declarações
de guerra, em 1939, até a rendição incondicional
do Japão, em agosto de 1945, 60 milhões de pessoas,
em sua maioria não-combatentes, foram mortas; 40 milhões
deslocadas dos países onde viviam ao se iniciar o conflito,
e um sem-número de outras mutiladas para o resto de suas
vidas. Para cumular as atrocidades, a segunda conflagração
mundial levou ao paroxismo o funcionamento do universo concentracionário,
organizado sob a forma de verdadeiras usinas de aniquilação
em massa de Seres Humanos. O ato final da tragédia –
o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e em
Nagasaki – soou como um prenúncio de apocalipse:
o homem acabara de adquirir o poder de destruir toda a vida na
face da Terra. A conclusão da brilhante e lúcida
Conferência do Filósofo é: O homem tornou-se,
definitivamente, ‘senhor e possuidor da natureza’,
inclusive de sua própria, ao adquirir o poder de manipular
o patrimônio genético. Mas, ao mesmo tempo, pela
espantosa acumulação de poder tecnológico,
jamais como na centúria passada o engenho humano foi capaz
de provocar uma tal concentração de hecatombes e
de aviltamentos; nunca como hoje, a Humanidade dividiu-se, tão
fundamente, entre a minoria opulenta e a maioria indigente. O
rumo do curso histórico, como no enredo da tragédia
clássica, parece, pois, apontar para a ruína e para
a desolação. ‘O desastre’, lembra o
coro em Agamenon de Ésquilo (375-379), ‘é
filho das ousadias temerárias dos que se comprazem no orgulho
desmedido, quando suas casas transbordam de opulência’.
A advertência moral da tradição grega, desde
Sólon, é sempre a mesma: o excesso de riqueza não
partilhada engendra a arrogância ('hybris') e esta conduz
fatalmente ao precipício. Mas ainda é tempo de se
mudar de rota e navegar rumo à salvação.
Na fímbria do horizonte já luzem os primeiros sinais
da aurora. É a ESPERANÇA de uma
NOVA VIDA que renasce. (Maiúsculas
minhas). A POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ
CRUCIS também recorda: Dentre
os grandes modelos do século XX, o marxismo-leninismo e
o nacional-socialismo, baseados em postulados sociais pretensamente
definitivos, levaram a uma regressão da razão e,
finalmente, à barbárie. Os determinismos correlatos
com essas duas ideologias totalitárias contrastaram fatalmente
com a necessidade de autodeterminação do Ser Humano,
traindo, assim, seu direito à liberdade e escrevendo, no
mesmo golpe, algumas das páginas mais negras da História.
Outro ponto examinado
pela POSITIO é a questão
da Economia. Lá está escrito: No
tocante à Economia, consideramos que ela está completamente
à deriva. Infelizmente, como não
poderia estar? Nos interesses dos grandes grupos e dos países
ditos desenvolvidos não há lugar para os povos terceiro
e quarto-mundistas (conjunto de países que, na retaguarda
dos de Terceiro Mundo, se caracterizam por sua baixíssima
renda per capita e extrema carência de recursos
naturais). A diplomacia mundial de primeira linha faz-de-conta
que se preocupa com os países miseráveis. O Projeto
Fome Zero brasileiro foi festejado internacionalmente. O Presidente
Lula tem sido afagado e aplaudido pelos quatro cantos do Planeta.
Mas, no frigir dos ovos, as pendências políticas,
econômicas etc. acabam por ter que ser dirimidas em cortes
internacionais, nem sempre favoráveis aos países
em desenvolvimento. A Organização Mundial do Comércio
- OMC é um exemplo. Seus objetivos são: A elevação
dos níveis de vida, o pleno emprego, a expansão
da produção e do comércio de bens e serviços,
a proteção do meio ambiente, o uso ótimo
dos recursos naturais em níveis sustentáveis e a
necessidade de realizar esforços positivos para assegurar
uma participação mais efetiva dos países
em desenvolvimento no comércio internacional... As origens
da OMC remontam ao final da Segunda Guerra Mundial e aos esforços
dos aliados em reconstruir a Economia mundial. Em 1944, foi concluído
um acordo em Bretton Woods, nos EUA, com o objetivo de criar um
ambiente de maior cooperação econômica baseado
em três instituições: o Fundo Monetário
Internacional, o Banco Mundial e a Organização Internacional
do Comércio. O FMI e o Banco Mundial foram efetivamente
criados, mas a OIC acabou não sendo estabelecida por veto
do Congresso norte-americano. Ao invés da OIC, negociou-se
entre 23 países (incluindo o Brasil) um entendimento provisório,
em 1947, chamado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
(General Agreement on Tariffs and Trade ou GATT). De provisório,
o GATT virou permanente na prática, ao fornecer a base
institucional para oito rodadas de negociações multilaterais
de comércio de bens (exceto agricultura e têxteis),
e ao funcionar como coordenador e supervisor das regras de comércio
internacional até o final da Rodada Uruguai e a criação
da atual OMC. Os princípios básicos do GATT são:
a) tratamento de nação mais favorecida ou não-discriminação
entre as nações - determina que toda vantagem concedida
a um país por outro deve ser estendida incondicionalmente
a produtos similares comercializados com os demais países
contratantes do GATT; b) tratamento nacional ou não-discriminação
entre produtos - proíbe a discriminação entre
produtos nacionais e importados, uma vez internalizados; c) transparência
- obrigatoriedade da publicação de todos os regulamentos
relacionados ao comércio. A continuidade do processo de
liberalização do comércio internacional através
de rodadas também passou a ser incorporado como um dos
pontos fundamentais do sistema multilateral. A teoria defendida
é a 'teoria da bicicleta', que para ser mantida de pé
necessita estar sempre em movimento.
Mas, por outro lado,
os próprios países de terceiro mundo não
estão suficientemente interessados e motivados em auxiliar
aqueles outros países que se encontram em um nível
de miséria e de pobreza inferior ao deles. Mais uma vez
tenho que perguntar: O que os países do Primeiro, Segundo
e Terceiro Mundo (incluindo o Brasil) pretendem fazer para auxiliar
os diversos países do continente africano? Que providências
estão tomando? Que voz audaciosa gritará definitivamente
em defesa de Cuba? Ou será que o mundo deseja que os cubanos
continuem a viver de açúcar, tabaco e rum? Depois
que a coligação invadiu o Iraque e massacrou o povo
iraquiano, o que vai fazer agora? Até quando o Estado Islâmico
do Afeganistão continuará a sofrer a intervenção
norte-americana, e o resto do mundo, de joelhos, vê e ouve
calado a agonia dos afeganes? Depois de arrasarem a Economia argentina,
quem é a bola da vez? O FMI e o Banco Mundial, há
décadas, só apresentam propostas econômicas
aos países necessitados absolutamente insanas e espoliadoras.
E, mais do que propiciam, induzem à corrupção.
Os auxílios humanitários, quando são enviados(!),
chegam parcialmente dilapidados. A dívida de sangue que
os países devedores têm com os diversos organismos
internacionais jamais poderá ser paga. Não há
quem desconheça esta verdade. Aliás, os países
credores não têm interesse algum que essas dívidas
sejam quitadas. Por acaso, alguém já viu um agiota
que pressione o devedor para saldar a dívida? A especulação
que visa ao lucro com as oscilações dos preços
de moedas, mercadorias e títulos de crédito é,
como se diz popularmente, um negócio da China. Com efeito,
é um negociarrão. Isto parece ser óbvio.
Por que matar as galinhas que põem ovos de ouro? Uma explicação
jocosa, mas verdadeira, de todo esse imbróglio econômico
internacional foi oferecida pelo banqueiro americano John Pierpont
Morgan (1837-1913): Na diplomacia econômica, o sim é
talvez, o talvez é não e o não não
é diplomacia.
Voltando à OMC,
o Ministério das Relações Exteriores mantém
divulgada na Internet uma página na qual está propagado
o Acordo Constitutivo da OMC, cuja Ata final estabelece o conjunto
das decisões e dos acordos elaborados nas negociações
da Rodada Uruguai, que foi aprovada e firmada em 15 de abril de
1994, em Marrakesh. Em 01.01.95, a OMC entrou em funcionamento.
O Acordo Constitutivo da OMC, cujos objetivos já foram
reproduzidos acima, propõe as seguintes funções:
Administrar e aplicar os acordos comerciais multilaterais
e plurilaterais que, em conjunto, configuram o novo sistema de
comércio; Servir de foro para as negociações
multilaterais; Administrar o entendimento relativo às normas
e procedimentos que regulam as soluções de controvérsias;
Supervisionar as políticas comerciais nacionais; e Cooperar
com as demais instituições internacionais que participam
da fomentação de políticas econômicas
em nível mundial: FMI, BIRD e organismos conexos.
Enfim, enquanto, como prevêem os objetivos do Acordo, houver
no mundo controvérsias, esses organismos serão necessários.
Eu fico na dúvida é quanto à efetividade
dos acordos. Alguém me disse, certa feita, que acordos
foram feitos para serem descumpridos se interessar descumpri-los,
e convênios podem ser denunciados em qualquer tempo. Recentemente
(2001), por exemplo, o Brasil passou por um descompasso com o
Canadá, envolvendo Embraer x Bombardier. Os canadenses
afirmavam que os subsídios dados pelo PROEX à EMBRAER
teriam gerado prejuízos da ordem de US$ 1,4 bi. Na época,
o comentário feito por um consultor da OMC sobre o embaraçoso
episódio foi: Se essa foi a lógica utilizada
pelo Canadá e aceita pela OMC, o Brasil pode se utilizar
dos mesmos mecanismos, caso venha a se constatar que o Canadá
de fato subsidia a Bombardier.
Por esses motivos, a
POSITIO adverte: Evidentemente,
a Economia só cumprirá seu papel quando for colocada
a serviço de todos os Seres Humanos... A rigor, a Economia
deveria ser empregada de tal maneira que não houvesse mais
pobres e que toda pessoa vivesse em boas condições
materiais, pois isso é a base da dignidade humana.
Um outro ponto fundamental
abordado neste MANIFESTO é a questão
que envolve os múltiplos arcabouços teóricos
do crescente materialismo científico, cujo ponto fulcral
de convergência é o olhar exclusivamente quantitativo
para todo e qualquer fenômeno. Esta obcecação,
como acuradamente perceberam os Autores da POSITIO,
guarda estreitas relações com os diversos modelos
econômicos, particularmente com o Neoliberalismo —
doutrina proposta por economistas franceses, alemães e
norte-americanos, na primeira metade do século XX, direcionada
para adaptar(!?) e para regulamentar(!?) os princípios
do Liberalismo Clássico – doutrina cujas origens
remontam ao pensamento de Locke (1632-1704), que estava ancorada
na defesa intransigente da liberdade individual em todos os campos
das atividades humanas, isto é, intelectual, político,
religioso e econômico, contra a coerção do
poder estatal – às exigências de um Estado
regulador e assistencialista, que deverá ter como objetivo
primacial controlar, proritária mas parcialmente, o funcionamento
do mercado, interferindo, quando for o caso, para evitar distorções
que possam, a juízo dos economistas, produzir o caos econômico.
Voltando ao vicejo crescente
do materialismo científico, devem ser recordadas as diversas
formas de Positivismo — vocábulo empregado pela primeira
vez por Claude Henri Saint-Simon (1760-1825) objetiva ...designar
o método exato das ciências e a sua extensão
à filosofia. No Positivismo, o método científico
é o único válido e possível, valorizando
como única fonte verdadeira de conhecimento as ciências
concretas. A Metafísica, que utiliza métodos de
investigação que não são acessíveis
ao método científico convencional, carece, como
princípio, de qualquer valor. Um dos maiores expoentes
do Positivismo foi Auguste Comte (1798 -1857). Mas, e a Religião
da Humanidade? As diversas formas de Positivismo acabaram por
deformar e destruir a concepção grega – que
enfatizava o aspecto qualitativo da pesquisa científica
– e arbitrariamente impuseram metodologias distintas para
tratar da consciência e da matéria; pretenderam,
ainda, reduzir - e continuam a pretender, como se uma redução
pudesse haver - todos os fenômenos a uma entidade mensurável
e desprovida de subjetividade. Contra tudo isso o alerta
foi dado: É
de se notar que a ciência e o misticismo estavam muito ligados
na Antigüidade, a tal ponto que os cientistas eram místicos,
e vice-versa. É precisamente a reunificação
desses dois meios de conhecimento que urge ser realizada no decorrer
das próximas décadas.
Em um livro digital
que coloquei no ar recentemente proponho: Os cientistas-filósofos
do milênio que nasceu acabarão por apoiar suas pesquisas
e conclusões filosófico-científicas em suportes
estritamente éticos, não dispensando, como fizeram
até hoje, os SEGREDOS DA ARTE-CIÊNCIA E DO ESOTERISMO
INICIÁTICO, tendo como meta primacial, portanto insubstituível
e inegociável, o BEM DA HUMANIDADE. Se
estes vinte séculos, que se concluíram recentemente,
se caracterizaram por um sono vanglorioso e pela produção
de teorias e de sistemas incompletos, e até, muitas vezes,
inverossímeis, os próximos dois mil anos que se
seguirão, talvez, venham, em um primeiro momento, a unificar
as várias teodicéias, para, depois, compatibilizá-las
com a ciência e com a Alquimia. Enquanto prevalecerem tipos
de razão (razão filosófica, razão
científica, razão alquímica, razão
econômica, razão de Estado etc.), qualquer análise
acabará por produzir sempre um absurdo - uma razão
irracional - porque qualquer razão isolada, estanque, é
incompleta e insubsistente. A razão terá que ceder
espaço à RAZÃO CÓSMICA,
e a vontade individual, humana, terá que se submeter (sem
perda do livre-arbítrio) à VONTADE,
como disse Plotino, do UNO-EM-SI. Mais exatamente
do UNO-EM-SI-INTERIOR. A Princesa Adormecida,
entretanto, está acordando. E o Príncipe que já
a está a beijar encontra-se nu e sem adornos. As mais belas
jóias e os mais SAGRADOS SELOS DE SUA AUTENTICIDADE
ele os traz em seu CORAÇÃO. Em
sua mão direita há um pergaminho com uma espiral
no centro da qual, em letras douradas, está inscrita a
frase: EU SOU A LUZ. E quando Príncipe
e Princesa compreenderem e realizarem a UNIDADE,
iluminados perceberão que o ser representa, neste plano,
o Centrum & Miraculum Mundi, e que D'US
escolheu o melhor para sua eterna morada. É esse
D'US-MESTRE-INTERIOR que precisa ser construído
por cada um e por todos. Assim, deseja-se propor e utopicamente
prever para bem próximo:
a) Teodicéia1 +
Teodicéia2 + ...
+ Teodicéian —›
TEODICÉIA
b) TEODICÉIA + Ciência + Filosofia + Alquimia —›
YN-RI —› TEOCIENTISMO DIALÓGICO
(TEOCIÊNCIA DIALÓGICA ou TEOCIENTIFICISMO DIALÓGICO)
E, assim, nascerá
uma nova classe de pensadores: os TEOCIENTISTAS. A salvaguarda
da Humanidade acontecerá pela (re)aquisição
de um conhecimento superior, percebido e difundido primeiramente
por MELQUISEDEQUE, do qual as FRATERNIDADES INICIÁTICAS,
as IGREJAS OCULTAS e os remanescentes dos atlantes foram e são
fiéis depositários.
A POSITIO
FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS, depois de clamar
pela reunificação do binômio ciência-misticismo,
questiona: Nesta
linha de pensamento, o fato de não se poder provar a existência
de Deus não é suficiente para se afirmar que Ele
não existe. A verdade pode ter várias faces; manter
somente uma, em nome da racionalidade, é um insulto à
razão. E, obviamente, acrescento,
demonstração tácita de insensibilidade para
acessar e perceber a RAZÃO CÓSMICA,
desde sempre idêntica a Si Mesma. Enfim, a razão
humana é, mutatis mutandis, uma espécie
de menos-valia sem o concurso da RAZÃO CÓSMICA.
Outro aspecto examinado
pelo MANIFESTO é a questão da clonagem.
Recentemente (2003), em colaboração com um amigo,
fiz uma conferência [(Si Vis Pacem, Para Pacem)
no VII Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, realizado
na sede do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro], na qual, entre
outros assuntos, apresentamos as seguintes ponderações:
O terceiro milênio nasceu... Não é acreditável
que se possa continuar a executar uma tecnologia que violente,
em alguns ou muitos aspectos, o propósito fundamental da
vida. E qual é esse propósito? Simplesmente viver
para VIVER. E a VIDA, para um
e para todos, não poderá acontecer enquanto permanecerem
as violações aqui discutidas. Outras formas insidiosas
de violação da ordem natural ou cósmica também
comprometem a vida planetária. Presentemente, os juristas
já começam a se defrontar com um novo aspecto do
Direito, qual seja, o Biodireito. Assim, quanto à clonagem,
contribuirá ela para a paz mundial profunda e perpétua?
Todos sabem que, na fecundação normal, 50% do DNA
provêm do pai e 50% da mãe. No clone, 100% do DNA
vêm do doador no exato momento da vida por que passa este
mesmo doador. Então, outras perguntas, que já foram
pensadas por outros, inclusive por Rosacruzes, podem ser formuladas:
Será que o tempo de vida de um clone é o mesmo de
um ser provindo de uma fecundação natural? O clone
levaria consigo o relógio biológico do DNA do clonante
com respeito à idade já vivida? Nesse caso, o clone
poderia já nascer com envelhecimento precoce? Com as doenças?
Com a inteligência? Com os problemas psicológicos?
Com problemas de personalidade? Com as manias e os preconceitos?
Com as anestesiantes consutilidades? A ovelha Dolly - como é
sabido - nasceu em 5 de Julho de 1996 e morreu no dia 14 de Fevereiro
de 2003, com aproximadamente 6 anos de idade, por prática
de eutanásia, em virtude da impossibilidade de continuar
a viver, motivada por uma progressiva enfermidade pulmonar associada
à artrite, doenças apenas encontradas em animais
velhos. Ovelhas normais costumam viver no mínimo, 10 anos.
Enfim, eticamente, que pensar da clonagem humana? Na hipótese
absurda de que a clonagem humana venha a se verificar, e parece
que há uma meia dúzia de alucinados empenhando todas
as suas energias nesse monstruoso projeto, o clone produzido será
filho, irmão ou o que de sua matriz (clonante)? Ou um golem?
Mas golem é outra coisa.
Golem
Sem comentar, pois acredito
que o fractal fala por si, reproduzo na próxima página
a obra CLONIX (de Walter Naslawsky), disponibilizada no site:
http://www.mecenas.com.br/walther_naslawsky/clonix.htm
CLONIX
Vejo-me, com prazer,
determinado a reproduzir o seguinte fragmento da POSITIO:
A
evolução da ciência coloca também novos
problemas nos planos ético e metafísico. Embora
seja inegável que as pesquisas em genética permitiram
fazer grandes progressos no tratamento de doenças 'a priori'
incuráveis, elas abriram caminho a manipulações
que permitem criar Seres Humanos por clonagem. Este gênero
de procriação só pode levar a um empobrecimento
genético da espécie humana e à sua degenerescência.
Além disso, ela supõe critérios de seleção
inevitavelmente marcados pela subjetividade e apresenta, por conseguinte,
riscos em matéria de eugenia. Por outro lado, a reprodução
por clonagem só leva em conta a parte física e material
do Ser Humano, sem atentar para o espírito e para a alma.
Por isso, consideramos que essa manipulação genética
fere, não somente sua dignidade, mas, também, sua
integridade mental, psíquica e espiritual. Nisso aderimos
ao adágio, 'ciência sem consciência é
a ruína da alma'. Nessa direção
conclui o Documento: Parece-nos,
então, perigoso permitir livre curso às experiências
relativas à clonagem reprodutora do Ser Humano em particular
e dos seres vivos em geral. Temos os mesmos receios a propósito
das manipulações que tangem tanto ao patrimônio
genético dos animais como ao dos vegetais.
A questão de
a tecnologia ter se tornado o coração das sociedades
modernas, a ponto de, em muitas funções e tarefas,
ter substituído o próprio homem e crudelizado a
sociedade, incluindo nesse cenário tenebroso o geométrico
aumento da poluição antropogênica, foi mais
um tema abordado na POSITIO.
Não há
pessoa razoavelmente instruída que não esteja informada
a respeito dos desastres ecológicos veiculados pelas mídias
alternativas, eletrônicas, básicas e impressas. Vou
reproduzir, apenas, dois exemplos de crimes ecológicos
que tenho comentado com meus alunos, sempre que há oportunidade.
Refiro-me, em primeiro lugar, aos poluentes orgânicos
persistentes (POPs), que tendem
a ser muito estáveis, isto é: o ritmo em que são
liberados é superior ao tempo em que são naturalmente
degradados. Pior: são extremamente tóxicos e têm
a propriedade de se acumular nos tecidos biológicos, particularmente
nos adiposos. Esta acumulação, por sua vez, progride
nas cadeias alimentares, ou seja, em animais de níveis
tróficos mais elevados os POPs atingem
concentrações milhões de vezes superiores
(biomagnificação ou bioamplificação)
relativamente aos consumidores de níveis inferiores de
que normalmente se alimentam. Por exemplo, se uma ave de rapina
se alimenta de pássaros que comem sementes de plantações
nas quais foram borrifados inseticidas, estes defensivos agrícolas
são assimilados pelos grandes pássaros, que, ao
absorverem e reterem cumulativamente estes malditos POPs,
poderão vir a morrer prematuramente ou, após nidificarem,
poderão ter problemas na postura de ovos, isto é,
depositar ovos com cascas finas que acabarão por se romper
no ninho. Mas, como, na verdade, não existem cadeias isoladas
e sim teias ou tramas alimentares, que incluem seres vivos de
diversos ecossistemas, uma alteração no número
de espécies em um dos elos afeta toda a teia alimentar.
A seguir, estão reproduzidas uma cadeia alimentar quantitativa,
uma cadeia alimentar típica de uma lagoa e uma teia alimentar.
Todos os sites foram acessados em 3/3/2003.
Cadeia
Alimentar Quantitativa
Fonte: http://www.unicamp.br/fea/ortega/eco/iuri04.htm
Cadeia
Alimentar Típica de uma Lagoa
Fonte: http://www.editorasaraiva.com.br/eddid/ciencias/explorando/5_agua_6.html
Teia Alimentar
Fonte: Educação Ambiental
ISSN 0103-2658, SEMAM. SP. 1992
(http://www.guiaguaruja.com.br/meioambiente/teialimentar.htm)
Na
agricultura, a monda (mondar = arrancar ervas daninhas que nascem
entre os cereais e não os deixam medrar) foi praticamente
substituída pela aplicação de defensivos
agrícolas, cujos efeitos crônicos potenciais
incluem carcinomas, alterações genéticas
e modificações dos sistemas imunitário e
nervoso, entre outros. Em curto prazo, podem verificar-se problemas
de pele e de olhos, tonturas, náuseas e cansaço.
E assim, a Humanidade tolerou e aceitou conviver com os doze
malditos: a) oito pesticidas - aldrina, dieldrina, endrina, clordano,
heptacloro, DDT, toxafeno e mirex; b) dois químicos industriais
- hexaclorobenzeno e bifenilos policlorados; e c) dois resíduos
não-intencionais - dioxinas e furanos. Klaus Töpfer,
em 1998, declarou que não se deveria pretender apenas uma
melhor gestão dos POPs, mas, paulatinamente,
programar sua eliminação e, imediatamente, implementar
a utilização de tecnologias limpas. A Convenção
de Estocolmo, que decorreu em Estocolmo entre 21 e 23 de Maio
de 2001, sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, defende:
• o Princípio da Precaução:
onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis
não será utilizada a falta de certeza científica
como razão para o adiamento de medidas eficazes em termos
de custo para evitar a degradação ambiental;
• obrigações de financiamento:
consagra o Fundo Global para o Ambiente (GEF) como o mecanismo
de financiamento principal, e obriga os países desenvolvidos
a prestarem auxílio financeiro aos países em desenvolvimento;
• a eliminação dos POPs produzidos
intencionalmente, existentes e futuros: dos oito pesticidas
mencionados, a maior parte é banida do mercado com a entrada
em vigor da Convenção. Para os PCBs prevê-se
uma eliminação gradual, assim como para o DDT, embora
se admita o seu uso para controle de vetores (fundamentalmente,
o mosquito transmissor da malária). As Partes ficam ainda
obrigadas a 'tomar medidas reguladoras com o objetivo de prevenir'
a produção e uso de quaisquer novos POPs;
• a eliminação, como objetivo último,
dos sub-produtos orgânicos persistentes: para dioxinas,
furanos e hexaclorobenzeno, as Partes deverão reduzir as
emissões totais 'com o objetivo de as minimizar continuamente
e, sempre que praticável, as eliminar'. Para tal devem
recorrer a processos, materiais e produtos alternativos –
prevenindo, na fonte, a produção dos poluentes –
em detrimento de tecnologias fim-de-linha;
• a gestão e deposição sustentáveis
de POPs;
• limites estritos e interdições ao
comércio de POPs: o comércio de POPs passa
a ser permitido apenas para assegurar a sua correta deposição,
ou em circunstâncias muito limitadas em que o Estado importador
garanta o seu empenho na proteção da saúde
e do ambiente e o cumprimento de todos os requisitos consagrados
na Convenção;
• reservas limitadas e transparentes: a
maior parte das reservas à Convenção –
ou seja, exceções à sua aplicação
– são específicas para certos países
ou certos produtos químicos. Exceções mais
genéricas incluem o uso de POPs para fins científicos,
a sua ocorrência vestigial como contaminante e a posse de
pequenas quantidades por um utilizador final.
Este tema, importantíssimo
para o futuro da Humanidade, está amplamente discutido
na Internet. Um site extremamente interessante, do qual
me socorri para escrever este livro digital, é:
http://www.escolasverdes.org/pops/participar/individualmente.htm.
Nesta
página, há dois itens que acho conveniente reproduzi-los,
pois indicam os caminhos que contribuem para a melhoria da qualidade
de vida. São eles:
O QUE VOCÊ PODE FAZER INDIVIDUALMENTE
•
Adote um regime alimentar baseado na produção biológica;
• Reduza o consumo de gordura animal (de peixe, carne, leite,
ovos...);
• Não guarde comida ou água em caixas ou garrafas
de plástico, prefira as de vidro;
• Evite a compra de materiais com componentes tóxicos,
como o plástico PVC que é usado em certas embalagens,
brinquedos para crianças, no vestuário, mobiliário
de interiores como o papel de parede, chão e estores em
vinil etc. O plástico PVC pode ser identificado através
de um símbolo nas embalagens;
• Evite utilizar fertilizantes químicos. Estes, além
de empobrecerem os solos, contaminam os seus alimentos, a água
e o ar. Faça compostagem. Assim é reduzida a quantidade
de resíduos e, ainda, é obtido adubo natural. Caso
use o serviço de uma lavanderia, certifique-se de que esta
não utiliza produtos clorados nos processos de lavagem;
• Verifique se o papel que utiliza está isento de
cloro e tente implementar esta idéia no seu local de trabalho,
na escola do seu filho e em outros locais que freqüente;
• Não queime lixo. Ao fazê-lo estão
a ser produzidas dioxinas e outros POPs;
• Sensibilize as autoridades públicas para o problema
da produção e da libertação de POPs;
implemente a política dos TRÊS Rs: REDUZIR
- evite o consumo de produtos com embalagens múltiplas
e recuse conscientemente comprar produtos desnecessários;
RECICLAR - separe o seu lixo e coloque-o em recipientes
próprios para reciclagem; REUTILIZAR -
use produtos com um ciclo de vida longo e passíveis de
entrar novamente no ciclo de consumo sem prejuízo para
o ambiente;
• Denunciar [às autoridades] todos os casos
de transgressão da lei por parte de indústrias ou
de outros poluidores.
O
QUE VOCÊ PODE FAZER COMO EMPRESÁRIO
À
medida que a consciência ambiental e social do público
aumenta, a tendência será para exigir artigos livres
de POPs (nomeadamente livres de PVC) e comprovadamente saudáveis.
Os industriais que encetarem esforços neste sentido serão
recompensados pela preferência dos consumidores. Assim,
recomenda-se a eliminação progressiva de organoclorados
de todos os materiais e os processos em que sejam utilizados.
*
Em segundo lugar, acredito
que eu deva refletir um pouco sobre o fantasma nuclear. Mas, antes
definirei o que entendo por equívoco ecológico
e por crime ecológico. No âmbito
da Ecologia, smj, a prática inconsciente
de um ato que comprometa um ou mais ecossistemas pode ser entendida
como equívoco ecológico. Já
o crime ecológico consiste na prática
de um ato consciente contra a Natureza. Nesse
sentido, concordo com Ludmila Popow Mayrink da Costa quando disse
que o assassinato da Natureza pode ser definido como ECOCÍDIO.
Assim, por exemplo, a utilização da energia nuclear
para fins militares bélicos é, ao mesmo tempo, um
crime contra a Humanidade e um ECOCÍDIO.
Perversos e desgraçados perante a Humanidade e a Natureza,
e perversos e desgraçados ante a CONSCIÊNCIA
CÓSMICA o Enola Gay
e o Little Boy! No dia 6 de Agosto
de 1945, o Enola Gay lançou sobre a cidade portuária
de Hiroshima uma bomba atômica apelidada de 'Little
Boy'. A bomba deixou mais de 140 mil mortos e dezenas
de milhares de pessoas desfiguradas e afetadas por doenças
provocadas pela radiação, que, mais tarde, elevaram
o total de mortos para mais de 230 mil. O bombardeio foi realizado
em um dia de sol, às 8h15min, de uma altitude de 9.632
metros. Em seguida, o avião foi usado para fazer o reconhecimento
das condições climáticas antes do bombardeio
atômico de Nagasaki, que matou 70 mil pessoas. Seis dias
mais tarde, o Japão se rendeu. [MALDITO FAT
MAN].
Apesar de os Estados
Unidos terem anunciado, em 1992, a suspensão por tempo
indeterminado da fabricação de artefatos nucleares
no País, a quantidade de bombas nucleares existentes no
nosso Planeta Azul tem um poder de destruição tão
avassalador que, se absurdamente explodissem todas ao mesmo tempo,
certamente a Terra evaporaria em um piscar de
olhos, e, mais do que isso, o Sistema Solar talvez ficasse irremediavelmente
comprometido. No fundo dos oceanos, por exemplo, há, perdido,
um verdadeiro arsenal nuclear. Um dia, esses radioisótopos
haverão de dar o ar da sua (des)graça e provocar
malefícios que não podemos hoje aferir com exatidão.
Esse, certamente, não é o mar que Ralph Maxwell
Lewis (1904-1987) - Sâr Validivar - tanto amou. Jorge Luiz
Calife fez um minucioso levantamento com base em uma pesquisa
realizada pela Agência Internacional de Energia Nuclear
e constatou que, na época, trinta e um acidentes nucleares
ocorreram no mar. Esses são apenas os números divulgados
pelas grandes potências, e tal entulho nuclear é
constituído por bombas, mísseis e reatores nucleares
oriundos de acidentes com aviões, submarinos e satélites.
Dos trinta e um acidentes registrados escolheu-se um para exemplo
e profunda reflexão: em abril de 1989, afundou perto da
Ilha do Urso, no Mar da Noruega, o submarino nuclear Konzomoletz
da ex-União Soviética, que estava equipado com cerca
de dez foguetes armados cada um com ogivas nucleares de 200 quilotons.
A bomba que arrasou Hiroshima tinha 12 quilotons de potência!
Aplicando cálculos elementares de matemática, pode-se
rapidamente concluir que só o Konzomoletz tinha capacidade
para destruir 166 cidades semelhantes a Hiroshima!
Essa é a herança nuclear que o século XX
legou ao terceiro milênio. Neste caso, não existe
qualquer equívoco: é crime mesmo.
Mas, e o Kursky? E Chernobil? E Three Mile Island? As cinco fotografias
que se seguirão mostram a bomba em ação,
o que restou de HIROSHIMA e de NAGAZAKI depois do FRATRICÍDIO
e dois pavorosos símbolos desse ato de barbárie
urânico-plutônico. Os sites consultados foram:
http://www.xtec.es/~mamich/concurs1/guspc2.htm
http://www-lti.informatik.rwth-aachen.de/~rossmani/jpics/hiroshima.jpg
http://www.ecolo.org/documents/listdoc-fr.htm
http://www.history.navy.mil/ac/wwii/backus/88-186-aj.jpg
http://www.webpanache.com/lapaix/util.htm
Explosão Nuclear
Hiroshima
Hiroshima
Hiroshima
Nagazaki
Nagazaki
†
La
preuve est faite: la bombe fonctionne sans intérêt
stratégique, les armes de destruction massive ne
peuvent servir qu'a une seule chose:
†
AFFIRMER SA SUPÉRIORITÉ EN SACRIFIANT MASSIVEMENT
DES POPULATIONS INNOCENTES †
|
Eu não posso
continuar este ensaio sem transcrever o CREDO DA PAZ
produzido por Sâr Validivar, cuja fotografia dá início
a este momento de rara inspiração.
Sou Responsável pela Guerra ou pela Paz!
SOU RESPONSÁVEL PELA GUERRA...
† Quando orgulhosamente faço
uso da minha inteligência para prejudicar meu semelhante.
† Quando menosprezo as opiniões
alheias que diferem das minhas próprias.
† Quando desrespeito os direitos
alheios.
† Quando cobiço aquilo
que uma outra pessoa conseguiu honestamente.
† Quando abuso da minha superioridade
de posição privando outros de sua oportunidade para
progredir.
† Se considero apenas a mim próprio
e a meus parentes pessoas privilegiadas.
† Quando me concedo direitos para
monopolizar recursos naturais.
† Se acredito que outras pessoas
devem pensar e viver da mesma maneira que eu.
† Quando penso que sucesso na
vida depende exclusivamente do poder da fama e da riqueza.
† Quando penso que a mente das
pessoas deve ser dominada pela força e não educada
pela razão.
† Se acredito que o deus de minha
concepção é aquele em que os outros devem
acreditar.
† Quando penso que o país
em que nasce o indivíduo deve ser necessariamente o lugar
onde ele tem de viver.
SOU
RESPONSÁVEL PELA PAZ...
* Se direciono correta
e construtivamente os poderes da minha mente.
* Se concedo ao
meu semelhante o direito pleno de se expressar, de acordo com
o seu próprio entendimento das verdades da vida.
* Se reconheço
que os meus direitos cessam quando se iniciam os direitos de outros,
e aceito isso como um mínimo indispensável de disciplina.
* Se faço
uso dos poderes interiores para criar as minhas próprias
oportunidades.
* Se consigo promover
a evolução dos que me cercam, sem considerar ameaçada
a minha posição, e entendo que esta é a minha
maior fonte de sucesso.
* Se compreendo
que as Leis Divinas diferem das criadas pelo Homem, e que nenhum
direito divino especial é concedido a alguém unicamente
por seu berço.
* Se reconheço
que os recursos naturais devem servir indistintamente a todas
as formas de vida, e que não me cabem direitos exclusivos
sobre eles.
* Se compreendo
que nada é mais livre do que o pensamento e que o pensamento
construtivo transforma o Homem, direcionando-o à sua verdadeira
meta.
* Quando sinto que
toda felicidade depende do simples fato de existir... de estar
de bem com a vida.
* Se percebo que
todo Ser Humano pode vir a ser um grato amigo, quando convencido
pela argumentação sincera.
* Se considero que
a 'Alma de Deus adquire personalidade no Homem', e que este só
pode conceber Deus a partir de sua própria percepção
da Divindade.
* Se reconheço
a mim e ao meu semelhante como partes integrantes do Universo
e que a cada um cabe a busca do lugar onde melhor possa servir.
*
Se estou em paz, eu promovo a paz dos que me cercam. Por sua vez,
eles promovem a paz daqueles que estão à sua volta
e que também farão o mesmo. Então, a paz
começa por mim! E sem ela não pode haver a necessária
transformação social.
Ralph
Maxwell Lewis,
FRC
Decididamente, os homens
terão de escolher. Não apenas em relação
aos POPs ou aos isótopos radiativos empregados
para fins de destruição, mas concernentemente a
tudo que vem emporcalhando e comprometendo os sistemas ecológicos.
Padecem e são vítimas dos equívocos e dos
crimes ecológicos praticados pela Humanidade, além
do próprio homem, os animais e os vegetais. Nesse sentido,
a POSITIO comenta: O
problema colocado atualmente pela tecnologia provém do
fato de que ela evoluiu muito mais rápido do que a consciência
humana... Em outro trecho deste precioso
Documento está gravado: ...
é imperativo recolocar o Ser Humano no centro da vida social,
o que, em conformidade com o que dissemos a respeito da Economia,
implica recolocar a máquina a seu serviço. Essa
perspectiva requer total reconsideração dos valores
materialistas que condicionam a sociedade atual. Isso supõe,
por conseguinte, que todos os homens voltem a se centrar em si
mesmos e, enfim, compreendam que é preciso privilegiar
a qualidade de vida e cessar essa corrida desenfreada contra o
Tempo. Ora, isso só será possível se eles
reaprenderem a viver em harmonia, não somente com a Natureza,
mas também com eles próprios.
Outro tópico
abordado pela POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS
é o que concerne às religiões. Já
expressei meu pensamento sobre essa matéria. Acrescento,
entretanto, que o D'US, que vem sendo perseguido
pela Humanidade, não será jamais encontrado nem
nos templos nem de joelhos. D'US não é
(nem poderá ser) uma construção humana antropomórfica.
DEVE
SER, SIM, UMA CONSTRUÇÃO IN CORDE.
Mas, a Humanidade vem edificando deuses que variam de acordo com
a época e com a cultura prevalecente. Disso se aproveitaram
e continuam a se aproveitar os poderosos. Se os homens precisam
de um deus para acreditar, então lhes daremos este, aquele,
aqueloutro... Estou absolutamente convencido de que a assintótica
compreensão e a realização de D'US
só poderão acontecer in corde.
A comunhão cósmica de que falam os Rosacruzes ou,
por exemplo, o êxtase anunciado por Plotino só acontecerão
para aqueles que renunciarem à razão inferior e
à autodeterminação hipotética, para,
EM SILÊNCIO, ouvirem a VOZ
que não pode falar aos ouvidos exteriores. Apenas com o
OUVIDO INTERNO e com o OLHO INTERNO
o CRISTO CÓSMICO poderá ser sentido
e realizado. E isto só é possível porque,
no Golgotha, o SANGUE vertido penetrou no âmago
da Terra e eterificou-se. BENDITO E REGENERADOR SANGUE.
Isto, todavia, pode ser simbólico. Mas, absolutamente,
não é simbólico que só interiormente
o D'US-MESTRE poderá ser construído
por cada um de nós.
Com o advento da Era
de Aquarius, o homem quer mais do que simples rituais
vazios, indulgências, escapulários, genuflexões,
perdões impossíveis, ameaças, nove primeiras
sextas-feiras, passes magnéticos etc. Quer compreender
o como, o porquê e o quando. Quer saber o de onde e o para
onde. Quer experimentar em si: começa a não lhe
interessar a experiência alheia como forma de sustentação
de sua fé. Quer ter fé. Sim. Mas pela adesão
da inteligência a uma verdade (relativa) que ele possa ter
experimentado. Começa a sentir de forma ainda indefinida
que ele, os outros, o Universo e o próprio D'US
formam uma UNIDADE PERMANENTE INDISSOLVÍVEL.
Ainda que o PRIMEIRO UM seja... Quer ter acesso
à SECRETA ESCOLA DA IGREJA INTERNA E INVISÍVEL
de que falou Karl von Eckartshausen (28 de Junho de 1752 - 13
de Maio de 1803). Há uma busca silenciosa por uma Re-ligação
Universal, na qual a necessidade de crer em Deus seja transmutada
em CONHECIMENTO e na realização
interna de D'US. A POSITIO
assim proclama: Doravante,
ele quer se colocar no centro de um sistema de pensamento resultante
de sua própria experiência. Por outro lado, pensamos
que o desejo de conhecer as Leis Divinas, isto é, as Leis
Naturais, Universais e Espirituais, há de, cedo ou tarde,
ser suplantado pela necessidade exclusiva de crer em Deus. Nisso,
postulamos que a crença um dia dará lugar ao Conhecimento.
Particularmente, acredito
que o CAMINHO será o da união das consciências.
Por isso, não me importo de reescrever e de fazer alguns
acréscimos:
a) Teodicéia1 +
Teodicéia2 + ...
+ Teodicéian —›
TEODICÉIA
b) TEODICÉIA + Ciência + Filosofia + Alquimia —›
YN-RI —› TEOCIENTISMO DIALÓGICO
(TEOCIÊNCIA DIALÓGICA ou TEOCIENTIFICISMO DIALÓGICO).
Ainda que YN-RI
esteja escrito separadamente, deve ser compreendido como YNRI.
O traço-de-união que liga YN-RI
não significa separação. Na verdade, tudo
é UM no seio do ABSOLUTO (PRIMEIRO
UM). E, progressivamente, o ser irá avançar,
assumindo conscientemente conhecimentos numenais, e descartando
aquelas impressões fenomenais grosseiras, que o têm
agrilhoado à matéria bruta, aos sentidos físicos
e à inconsciência placentária da qual ainda
é prisioneiro. O tempo é de LIBERTAÇÃO,
CONHECIMENTO e AUTO-REALIZAÇÃO. Por tudo
isso, afirmei em um trabalho que escrevi já há algum
tempo: PIOR DO QUE OS COUSISMOS DA FÉ, MAIS TEMERÁRIOS
SÃO OS DA RAZÃO, QUALQUER QUE SEJA ELA.
Pior ainda, quando se misturam fé, razão, medo,
mentira e autoritarismo em uma mesma situação. Um
exemplo divertido desta circunstância aparece em uma piada
educativa que recebi por e-mail recentemente:
ARREPENDIMENTO...
Em Hollywood, uma mulher
lindíssima entra no confessionário de uma igreja.
— Padre, preciso
muito me confessar! Estou angustiada.
— Pois não,
minha filha. Quais são seus pecados? — Responde
o padre.
— Padre: Fui
infiel ao meu marido. Sou atriz de cinema e, há duas semanas,
não resisti. Dormi com o Leonardo DiCaprio. Na
semana passada, não resisti de novo: dormi com o Brad Pitt.
E, ontem, não resisti pela terceira vez: dormi com o Richard
Gere. Pequei três vezes!
— Lamento,
minha filha, mas não posso lhe dar a absolvição.
— Por que?
A misericórdia do Senhor não é infinita?
— Sim, minha filha,
a Misericórdia de Deus é infinita. Mas Ele jamais
vai acreditar que você esteja realmente arrependida...!
Perguntas: 1ª)
Quem determinou que alguém tem poderes para perdoar presumidos
'pecados'? 2ª) Quem pode
julgar alguém? 3ª) Por que pedir perdão a outrem?
4ª) Se alguém acredita que pode ser perdoado por alguém
aqui na Terra, os que não acreditam nesse tipo de intermediação,
por acaso, serão condenados eternamente? 5ª) Se o
'pecado' existe, terá
o mesmo peso para todos? 6ª) O que é pior: assassinar
um ser humano ou assassinar por vivissecção um animal?
7ª) O que é pior: matar um touro em uma tourada ou
em um matadouro? 8ª) Quem 'peca'
mais: um padre que perdoa pecados ou quem os comete? 9ª)
Quem 'peca' mais: Um pastor que
intermedeia negócios com deus ou quem se aproveita da presumida
oportunidade de negociar? 10ª) Quem 'peca'
mais: o corruptor ou o corrupto? 11[) Quem 'peca'
mais: quem dá a ordem ou quem cumpre a ordem? 12ª)
Quem 'peca' mais: o fabricante
de bebidas ou o alcoólatra?
Outro tema abordado
pela POSITIO é a moral. A moral
que serviu para nossos pais, para nossos professores e para aqueles
a quem admiramos no passado, talvez não sirva mais para
nós e para os nossos filhos. Certamente não servirá
para nossos netos. A moral é produto da razão: a
ÉTICA é perene, porque é
universal. Isto não significa que o Universo caminhe para
um télos. O Universo é e, portanto, não
pode ir a parte alguma. As compreensões fragmentárias
e relativas que a Humanidade vem realizando da ÉTICA
CÓSMICA é que deram, dão e darão
ensejo aos códigos. A própria pena de morte é
um exemplo. Se ainda é moralmente(?!) aceita por muitas
pessoas e é praticada em alguns países, isto não
significa que seja eticamente correta. O assassinato amparado
pela lei continua a ser assassinato. Não me preocupa aqui
a questão calosamente discutida em diversos foros, ou seja,
a possibilidade de haver erro judiciário. Essa questão
é menor. Ninguém está autorizado por ninguém
a suprimir a vida. Qualquer vida! Nem em legítima defesa,
como argumentou Tristão, que, na verdade, era Alceu. Abaixo
reproduzo uma página, cujo título é Crime
e Castigo, de Tristão de Athayde, pensador cristão
brasileiro, membro atuante da Igreja junto à Ação
Católica, falecido em 14 de Agosto de 1983. De antemão,
informo que apenas concordo em parte com suas idéias. Concordo
com aquilo que determina minha consciência e com o que é,
smj, cosmicamente concordável!
Sou contrário
à pena de morte por cinco razões: uma de ordem intrínseca,
uma de ordem pragmática, duas de ordem extrínseca
e uma de ordem histórica.
A razão de ordem intrínseca
é que uma pena irreparável só pode ser decretada
por um tribunal infalível. Daí ser logicamente compreensível
que DEUS, POR DEFINIÇÃO E QUE NOS DEU A VIDA, TAMBÉM
NOS PODE DAR A MORTE. E, pelo contrário, seja ilógico
que nós possamos legitimamente suicidar ou condenar qualquer
pessoa à morte. Esta é sem dúvida irreparável.
Toda sentença à morte é substancialmente
irrecorrigível (sic)
quanto aos seus efeitos. Por outro lado, todo juízo
humano, individual ou coletivo, é falível. Pode
errar. Se pronunciar uma penalidade reparável, as conseqüências
de sua sentença podem ser corrigidas. Mas se decretar uma
pena irreparável será impossível conter ou
atenuar suas conseqüências. E seu resultado será
uma injustiça monstruosa, se houver erro judiciário.
Por isso, considero a pena de morte, em si, logicamente inaceitável.
E não há razões práticas que possam,
em sã consciência, justificar erros doutrinários.
Nem mesmo as razões do coração podem alterar
a verdade intrínseca das razões da inteligência.
Podemos, quando muito, compreendê-las. Não sobrepô-las.
Só há uma soberania absoluta: a natureza das coisas.
Como diz Etienne Gílson: este é o tribunal supremo
a que devemos recorrer em nossas dissídias humanas. A pena
de morte atenta, penso eu, contra razões especulativas
que derivam da natureza das coisas. Primeira razão que
me leva a rejeitá-la.
A Segunda razão é
de ordem pragmática. A pena de morte, dizem os seus defensores
– que os há e dos mais ilustres teólogos,
filósofos, moralistas e estadistas, tanto é difícil
lidar com problemas de vida e morte – é uma legítima
defesa do indivíduo e da sociedade.
NÃO NEGO QUE
POSSAMOS MATAR EM LEGÍTIMA DEFESA. E que seja até
justificável a guerra justa, por mais que a monstruosidade
técnica dos modernos armamentos e a complexidade das causas
que levam à guerra tornem dificílima a classificação
de uma guerra como justa ou injusta. Mas, não é
disso que estamos tratando. NA DEFESA INDIVIDUAL NADA DE MAIS
LEGÍTIMO DO QUE DAR A MORTE A ALGUÉM PARA DEFENDER
A NOSSA VIDA OU A DAQUELES CUJA VIDA TEMOS O DEVER DE DEFENDER.
Mas o que é duvidoso é que essa modalidade de punição,
oficializada na maioria ou pelo menos em numerosas nações,
alcance realmente os fins a que se destina. Quais são esses
fins? Suprimir consideravelmente a criminalidade. Antes de tudo,
pode haver uma remota analogia mas nunca equiparação
ENTRE A MORTE QUE POSSAMOS PROVOCAR EM LEGÍTIMA DEFESA
e a que provocamos pela aplicação desse tipo de
penalidade.
QUANDO MATAMOS EM LEGÍTIMA
DEFESA AUTÊNTICA, FAZEMO-LO INVOLUNTARIAMENTE. Quando matamos
pela decretação de uma sentença fazemo-lo
voluntariamente. O PRIMEIRO É UM ATO NATURAL E IMPREVISTO,
PROVOCADO PELO INSTINTO DE CONSERVAÇÃO. O outro
é um ato pensado e friamente executado. O PRIMEIRO É
CONSECUTIVO A UM ATAQUE SOFRIDO, A UM CRIME COMETIDO. O segundo
é antecipativo à conseqüência que possa
provir de deixar em vida um elemento reconhecidamente insociável.
Só por analogia remota podemos falar em legítima
defesa social no caso da pena de morte.
Além disso, como
íamos dizendo, nada de mais contestável do que os
resultados práticos da pena de morte. Nenhum dos países
onde impera a pena de morte conseguiu, por meio dela, eliminar
a criminalidade. Ou mesmo reduzi-la. O único argumento
empregável é uma hipótese: seria ainda pior
sem ela. Mas, acaso é legítimo dispor da vida alheia
simplesmente na base de raciocínios hipotéticos?
Pode ser que sim. Pode ser que não. O fato positivo é
que o crime entrou na história da Humanidade desde que
CAIM MATOU ABEL. Isto é, desde que o mau matou o bom. E
a espécie humana se dividiu entre inocentes e culpados.
[Vou
interferir desde já, aqui. Como é possível,
ainda, se acreditar em tamanha besteira mítica? São
raciocínios (raciocínios?) como este que geram argumentos
como os de Tristão]. Como meio de impedir a repetição
desse crime original, consignado nas Sagradas Escrituras, todos
os Estados, mais ou menos civilizados, adotaram essa punição.
E o resultado?
A pena de morte não
pode ser defendida, legitimamente por motivos pragmáticos,
porque não alcançou até hoje, em todas as
nações que a aplicaram, o resultado desejável.
Tomemos para exemplo a mais poderosa e bem organizada das nações
modernas: os Estados Unidos. A pena de morte sempre existiu em
sua legislação. A inflexibilidade dos seus juízes
em sua aplicação se tornou proverbial. E casos houve,
como o de Sacco e Vanzetti, da nossa mocidade, que abalaram a
consciência da Humanidade inteira, sem conseguir abrandar
a implacabilidade da lei.
A famosa sentença
de Joseph de Maistre, em outras palavras, que o carrasco é
o companheiro inseparável de uma sociedade bem organizada,
foi sempre levada ao pé da letra pela nação
mais poderosa e bem organizada do mundo. Logicamente, ou antes,
pragmaticamente, a criminalidade desse País deveria decrescer
na razão direta da aplicação de uma penalidade
tão convincente e efetiva.
Ora, o que nos informam
os documentos oficiais mais recentes é precisamente o oposto.
Eis o que consta do último Uniform Crime Reports do Federal
Bureau of Investigation, o mais que famoso FBI, divulgado no dia
13 de Agosto último, pelo seu diretor J. Edgar Hoover,
e resumido no número 25 de Agosto do U. S. News World Report,
pág. 6/32: 'A probabilidade de que um americano seja vítima
de um crime este ano é de 1 para 50, o dobro do perigo
que corria há nove anos passados. (sic).
O crime em nosso País mais do que duplicou em volume -
aumentando de 122% - entre 1960 e 1968. Só em 1968 aumentou
mais 17,5%. Nos primeiro três meses de 1968 aumentou mais
10%. Os crimes estão crescendo 11 vezes mais depressa do
que a população. Enquanto o número de crimes
cresceu, nesse período, 122%, a população
só cresceu 11%. Assim é que a atual proporção
de crimes – o número de crimes graves por 100 mil
habitantes – subiu 99%... O relatório menciona um
total de quase 4,5 milhões de crimes vários, no
ano passado, incluindo 13.650 assassinatos, 31.600 estupros e
282.400 casos de assaltos à mão armada... Os assaltos
a banco subiram 302% desde 1960... Em 1968, as grandes cidades
sofreram o maior aumento de criminalidade, 18% em relação
a 1967'.
E por aí afora.
E o curioso é que vários altos funcionários
da Educação, comentando o aumento de atos de vandalismo,
longe de patrocinarem o aumento das penalidades, o que recomendaram
é a organização comunitária de defesa,
das 'community residents', que deu excelentes resultados em Rochester,
Nova Iorque.
O que no caso nos interessa
é a verificação de que a pena de morte, em
ação mais que secular nos Estados Unidos, não
foi capaz até hoje sequer de manter o mesmo nível
de criminalidade. Já não falo em reduzi-la ou suprimi-la,
o que toca as raias da utopia.
Será por esse
motivo que a Inglaterra já suprimiu, ou está por
suprimir, a pena de morte, reconhecendo a sua ineficácia
prática?
Da Rússia não
temos notícias. Conhecemos apenas a implacabilidade dos
expurgos e o terrorismo cultural de que Kuznetsov nos deu, recentemente,
o mais clamoroso dos testemunhos. Há tempos, um repórter
estrangeiro estranhou a pobreza das instalações
judiciárias de Moscou. E um informante oficial explicou
que assim era porque, em breve, não seriam mais necessárias
grandes instalações de justiça, já
que o crime desapareceria com a aplicação gradativa
do sistema comunista.
Não digo que
os defensores da pena de morte tenham a seu respeito as mesmas
utópicas ilusões desses cândidos crentes nas
virtudes miríficas do Comunismo... Por ora, os regimes
totalitários continuam a aplicar a pena de morte como sendo
a mais normal e eficaz das medicinas sociais.
Mas as estatísticas
de uma nação realmente democrática como os
Estados Unidos, onde os direitos dos condenados pelos crimes mais
hediondos, como o do matador das enfermeiras de Chicago, são
tão exasperadamente respeitados, essas estatísticas
nos demonstram positivamente que o argumento da legítima
defesa social é extremamente frágil.
Em nenhum país
do mundo a pena de morte impediu, e nem mesmo evitou, o aumento
de toda espécie de criminalidade. Eis porque não
aceito o argumento pragmático em sua defesa.
(As maiúsculas são grifos meus).
As
reflexões equivocadas 'Quando matamos em legítima
defesa autêntica, fazemo-lo involuntariamente' e 'na
defesa individual nada de mais legítimo do que dar a morte
a alguém para defender a nossa vida ou a daqueles cuja
vida temos o dever de defender' e outras não resistem
aos próprios argumentos de Tristão. Ele mesmo afirmou
que só Deus pode dar a morte, já que foi Ele quem
propiciou a vida. De qualquer sorte, fiz questão de incluir
esta meditação neste ensaio, porque, no todo, representa
um libelo contra esse diploma legal, entretanto, cosmicamente
ilegítimo, ainda existente em algumas nações
ditas civilizadas. Ainda espero compreender exatamente qual é
a diferença stricto sensu entre crime culposo
e crime doloso. Todos, contudo, deveriam examinar a argumentação
do autor contra esse ato injustificado de onipotência -
a famigerada pena de morte, que deveria ser denominada de pena
contra a vida - e ponderar o que hoje acontece, por exemplo, no
Tibet, no Afeganistão, na Palestina, no Iraque e nas favelas
cariocas. Nas favelas do Rio de Janeiro, mata-se com mais facilidade
do que se peidorreia dormindo ou se tira meleca escondido. Isto
está longe de ser engraçado.
Mas, nenhum império
dura para sempre! A grande Roma caiu! E a Lei da Reciprocidade
é amorosa e pedagogicamente inexorável! Ai daquele
que mata! Múltiplas vezes ai daquele que ordena a matança.
E a POSITIO,
quanto à moralidade hoje vigente no mundo, declarou: Consideramos,
antes, que ela se relaciona com o respeito que todo indivíduo
deveria ter para com ele próprio, com os outros e com o
ambiente. O respeito a si mesmo consiste em viver segundo suas
próprias idéias, e não em se fundamentar
nos comportamentos que se reprova nos outros. O respeito aos outros
consiste, simplesmente, em não fazermos ao nosso semelhante
o que não gostaríamos que ele nos fizesse, o que
todos os sábios do passado ensinaram. Quanto ao respeito
ao ambiente, ousamos dizer que ele vem naturalmente: respeitar
a Natureza e preservá-la para as gerações
futuras. Vista sob esse ângulo, a moral implica em um equilíbrio
entre os direitos e os deveres de cada um, o que lhe dá
uma dimensão humanística que nada tem de moralizadora.
Quanto à arte,
há quem possa concordar ou discordar do MANIFESTO
ROSACRUZ. Eu, particularmente, não tenho como
discordar. Até porque admito que certas formas de expressão
artística têm origens espúrias, geralmente
desconhecidas, sendo subconscientemente induzidas nos veículos
que as produzem de sorte a implementar a mais profunda desarmonia
naqueles que se dispõem a se deixar influenciar por elas.
A televisão, por exemplo, tornou-se o veículo de
lazer mais pernicioso para o Ser Humano contemporâneo. A
imensa maioria dos programas televisados só tem uma finalidade:
anestesiar o Eu impedindo-O de entrar em harmonia com a própria
VIDA da qual o homem é, na imensa maioria
das vezes, um portador inconsciente. Quem gosta da farra é
o corpo astral. E essa inconsciência é prorrogada
e aprofundada por doses diárias cavalares de mais inconsciência.
O que é apresentado como arte por esse tipo de mídia
é, na quase totalidade, uma afronta, que desarmoniza e
faz adoecer até o mais humilde bom-serás. Também
não escapam os que presumem possuir um certo grau de cultura.
Há miséria, mentira, ilusão e doença
para todos, pois os apelos vão do sexo explícito
aos cultos de evangelização, das fábricas
de novelões ilusórios às propagandas enganosas,
da exploração da miséria e da desgraça
humanas aos telejornais que repetem as mesmas notícias
há décadas. Et cetera. Um exemplo interessantíssimo,
porque é fraudulento (então, na verdade não
é interessante; é desinteressante) é o que
diz respeito à propaganda de bebidas alcoólicas
pela TV. Ainda que o teor alcoólico da cerveja, do vinho
e da cachaça (ou uísque) sejam diferentes, 300 ml
de cerveja, 150 ml de vinho e 40 ml de cachaça (ou uísque)
produzem a mesma taxa de álcool no sangue (alcoolemia),
que é, aproximadamente, de 0,2 mg/l, e, também,
a mesma taxa de álcool/ar respirado, que oscila em torno
de 0,25 mg/l. Pergunta: se eu possuo essas informações,
será que as autoridades também não as possuem?
Resposta: Claro que sim. Mas a propaganda de cerveja é
liberada, sendo que a de outras bebidas é controlada. O
que estou querendo precisamente dizer é que 5 chopes equivalem,
em termos de teor alcoólico, a 5 taças de vinho,
a 5 doses de uísque e a 5 tragos de cachaça. Quem
estiver tomando conhecimento deste assunto por esta resenha que
acabei de fazer, recomendo o livro lançado recentemente
pelo Dr. José Mauro Braz de Lima, Alcoologia; uma Visão
Sistêmica dos Problemas Relacionados ao Uso e Abuso do Álcool,
UFRJ/EEAN, Rio de Janeiro, 2003.
Recorto, agora, um pequeno
trecho da POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS
para reflexão: Acreditamos
que a arte verdadeiramente inspirada consiste em traduzir no plano
humano a beleza e a pureza do Plano Divino. Logo,
o que hoje majoritariamente se assiste na televisão nada
tem de Divino. Tem mais parecença e imantação
com as artimanhas e os logros da oitava esfera ††††††
††††††. As
exceções são exceções, e, por
serem exceções, geralmente, não agradam ao
grande público, que prefere aqueles programas que são
especialmente elaborados e direcionados para exacerbar suas patologias.
Mas, quem reconhece ou admite suas próprias patologias?
E, assim, as programações televisuais fomentam tristezas,
ódios, temores, angústias, invejas, vícios,
intolerâncias, ilusões, desejos, desinformações,
cobiças, paixões, equívocos e superlativa
perda de tempo. Mas, repito: há exceções.
No
tocante às relações do Ser Humano com seus
semelhantes, consideramos que elas são cada vez mais interesseiras
e deixam cada vez menos lugar ao altruísmo,
segue alertando a POSITIO. Então,
revisitar Kant é preciso. E, voltar rapidamente aos problemas
ambientais, agora transcrevendo um parágrafo da lavra de
Günter Fellenberg, talvez seja interessante. É realmente
muito interessante. Em Introdução aos Problemas
Ambientais, EPU-SPRINGER-EDUSP, 1980, p. 170, o autor citado
aconselha: A variedade de substâncias cancerígenas
existentes deixa evidente a necessidade de submeter o maior número
possível de contaminantes ambientais a uma análise
detalhada, para detectar uma possível atividade cancerígena.
Um exame minucioso de todos os novos produtos desenvolvidos atrasaria,
no futuro, o lançamento de novos materiais ou [por
exemplo] produtos farmacêuticos [e químicos],
mas levaria também a garantir uma maior margem de segurança
para esses produtos. Seria um atraso proveitoso... pois a única
proteção contra a ação de substâncias
cancerígenas consiste em evitar, sempre que possível,
o contato com esses materiais.
A própria POSITIO
adverte: ...
a salvaguarda da Humanidade, tornou-se uma questão de cidadania.
Enfim, o homem haverá de compreender que as únicas
formas de ação são aquelas ancoradas em Imperativos
Categóricos, isto é, incondicionados, ou seja, valem
para todos e independem de circunstâncias peculiares ou
privativas. Se isto é verdade, e, particularmente, acredito
que sim, as transgressões são oriundas da falta
de conhecimento. Melhor: falta de SABEDORIA (ShOPhIa).
Isso não é novidade, pois Platão e Aristóteles
examinaram esse tema em profundidade. José Arthur Gianotti
está correto quando afirma que a infração
resulta da falta de saber e o conhecimento
da infração implica (ou, supostamente, deveria implicar)
em seu impedimento. Enfim, há de ser alcançado que
o homem é um ser social, e, como tal, o DEVER,
ipso facto, haverá de ser entendido como fato
social. Sendo
a Humanidade uma em essência, sua felicidade só é
possível favorecendo a [felicidade]
de todos
os Seres Humanos, sem exceção,
conclui a POSITIO.
Há outro trecho
da POSITIO FRATERNITATIS ROSÆ CRUCIS
extremamente hermético que pode passar despercebido pelos
leitores. Textualmente assevera: O
comportamento do Ser Humano para com os animais também
faz parte de suas relações com a Natureza. Ele tem
o dever de amá-los e de respeitá-los. Todos participam
na cadeia da vida tal como se manifesta na Terra e todos são
agentes da Evolução. Em seu nível, eles são
também veículos da Alma Divina e participam do Plano
Divino. VAMOS MESMO A PONTO DE CONSIDERAR QUE OS MAIS EVOLUÍDOS
DENTRE ELES SÃO SERES HUMANOS EM DEVIR.
(Maiúsculas minhas). Não farei aprofundamentos sobre
esse tema, mas recomendo a consulta às obras de Helena
Petrovna Blavatsky e de Rudolf Steiner para informações
complementares. Neste momento, apenas devo dizer que os contumacíssimos
infratores da ordem cósmica de hoje não poderão
fazer parte, imediatamente, da Raça que nos Suplantará.
Pior - misericórdia, misericórdia, misericórdia
- para os homens-sem-alma, vítimas
maiores da mesma ††††††
††††††! Não
desejo, do fundo do meu coração, aos inimigos que
não tenho, nem a ninguém, o sofrimento espiritual
a ser eventualmente vivenciado no cone de sombra da Terra.
Por isso, também
concordo com a POSITIO quando afirma
ser a vivissecção um ato de barbárie. Ralph
Maxwell Lewis, meu Irmão e meu Amigo, também pensava
assim. E a UTOPIA ROSACRUZ proclama: A
Natureza é considerada como o mais belo dos templos e os
animais são considerados como nossos irmãos em via
de evolução. E Pitágoras,
citado no Manifesto, parece ter dito: 'Enquanto
os homens continuarem a destruir sem piedade os seres vivos dos
reinos inferiores, não conhecerão nem a santidade
nem a paz. Enquanto eles massacrarem os animais, haverão
de se matar entre si. Com efeito, quem semeia morticínio
e dor não pode colher alegria e amor.
Ou, como diz o ditado: Quem semeia ventos, colhe tempestades.
Acrescentarei, para horror e conscientização de
quem estiver lendo este livro digital, algumas imagens de crueldades
praticadas contras animais, e desse infernal e injustificável
processo pseudocientífico de vivissecção,
retirado do site:
http://www.pea.org.br/crueldade/testes/tfotos.htm
Vivissecção
e crueldade contra irmãos: NÃO, NÃO
e NÃO. Sob nenhuma alegação.
Vivissecção é simplesmente um crime e só
apresenta resultados contraditórios e detrimentais à
Humanidade. Então, por que não praticar tão-somente
vivissecções em humanos? Pimenta nos olhos alheios
é refresco. Nos dos animais: dane-se.
A POSITIO
termina fazendo uma espécie de profecia, que reproduzirei
abaixo. Antes, porém, desejo alertar os distraídos
e incautos: Cuidado com certos grupos de ufólogos! É
preciso separar o trabalho sério dos malucos de plantão.
Assim, recomendo uma visita a um site seríssimo
que trata desta matéria: MACROCOSMO.
Cuidado com certas seitas (que se auto-intitulam religiões)
que promovem reuniões mediúnicas de descarrego!
Cuidado com a magia! Cuidado com a Teurgia! CUIDADO!
Há muita manipulação, maldade, ignorância
e superstição envolvendo e manejando esse tema.
Se contatos são possíveis com seres de outras dimensões,
até porque a Humanidade originariamente foi gerada em outra
dimensão, esses contatos não podem ocorrer de maneira
atabalhoada, nem muito menos podem acontecer porque alguém
simplesmente quer se comunicar com este ou com aquele plano do
Teclado Universal. As coisas não se passam assim de forma
tão simplista. CUIDADO! É preciso
mérito, necessidade e oportunidade. Também, trabalho
e renúncia. Enfim, afirma a POSITIO FRATERNITATIS
ROSÆ CRUCIS: Dentre
as formas de vida que povoam outros mundos, algumas são
provavelmente mais evoluídas do que as que existem na Terra;
outras, menos. Mas todas fazem parte do mesmo Plano Divino e participam
na Evolução Cósmica. Quanto a saber se extraterrestres
podem contatar nossa Humanidade, consideramos que sim, mas não
fazemos disso objeto de nenhuma expectativa. Temos outras prioridades.
Isto posto, o dia em que se fizer esse contato, pois ele haverá
de ocorrer, constituirá um evento sem precedente. Com efeito,
a História do Ser Humano se fundirá à da
Vida Universal…
A
POSITIO adverte: Os
tempos não estão mais para divisão, qualquer
que seja sua forma, mas para a união; para a união
das diferenças, a serviço do bem comum.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vou
terminar estas reflexões voltando, por escolha necessária,
à questão ambiental. Se a Humanidade compreender
que está moral e cosmicamente obrigada a preservar a Natureza,
um grande passo estará sendo dado para que a UTOPIA
ROSACRUZ se realize. E isto é trabalho de todos.
Não podemos empurrar a responsabilidade para as ONGs e
para os Governos, e ficar esperando o milagre acontecer. Primeiro:
não existem milagres, pelo menos da forma como são
ordinariamente entendidos. Segundo: se existirem, para que alguém
possa deles se beneficiar, terá que merecer. O Cósmico
seria injusto se desse a alguns e não desse a todos; ou
se beneficiasse quem não merece, pondo para escanteio aqueles
que possivelmente merecessem. Bem, essa dialética derradeira,
reconheço, é infantil. Mas, tem lá seu fundo
de verdade. Por esse motivo, deixando extravasar a criança
que trago no peito, vou contar uma estorinha, cujo autor desconheço:
Ao ver a rolinha levando
em seu biquinho água do rio até um incêndio
que se alastrava na floresta, o elefante, assombrado, botou a
boca na tromba, e perguntou:
— Dona Rolinha:
Por acaso a senhora está querendo apagar aquele fogaréu
com essas gotinhas d'água?
Compenetrada e segura
do que estava fazendo, com ternura, a rolinha fez piu-piu e respondeu:
— Respeitável
Senhor Elefante: estou apenas fazendo a minha parte. Por que o
Senhor não faz a sua?
Por isso, antes que
o mico-leão-de-cara-dourada desapareça, antes que
o flamingo desapareça, antes que o tamanduá-bandeira
desapareça, antes que as florestas se transformem em desertos,
antes que os lagos, rios e mares sejam poluídos além
dos limites de suas capacidades de se autodepurarem, antes que
o insubstituível ar se torne irrespirável e, como
bem disse Bourguy, antes que seja tarde, antes
que a Natureza morra, atalhar e reverter,
no que for possível, o brutal ECOCÍDIO
que o século XX ousou perpetrar é um IMPERATIVO.
Que as providências ecoamorosas, para muitos, sejam hipotéticas.
Não importa. Que haja interesses supositícios, da
parte de muitos, nessa reversão. Não importa. Mas
que haja reversão.
Com o tempo, a Humanidade
transmudará pensamentos, palavras e atos hipotéticos
em categóricos. E verá, assim espero e confio, que,
inconscientemente, produziu um bem. De qualquer sorte, a Humanidade
deste terceiro milênio parece já ter tenuemente vislumbrado
essa fraterna obrigação e ouvido o grito da Natureza.
O progresso a qualquer
custo demonstrou inequivocamente ser a maior falácia do
mundo moderno. A ecopolítica do milênio que está
nascendo, inquestionavelmente se apoiará em três
pilares: 1°) reavaliação dos princípios
que norteiam o Direito, particularmente aqueles voltados para
a justiça (social); 2º) reordenação
fraterna e eqüidosa da Economia mundial; e 3°) ênfase
ao desenvolvimento sustentado, à preservação
da Natureza e ao respeito a todas as formas de vida, incluindo
os próprios minérios e minerais, que encerram, também,
o princípio vital.
Assim, desejo e oro
para que países ricos e pobres possam se unir em um propósito
comum: um acordo global harmonioso no qual não haja nem
vencidos nem vencedores (como no frescobol), nem dominados nem
dominadores; bem como rogo para que seja implementado um programa
de desenvolvimento internacional efetivo e concertado com base
exclusivamente em tecnologias limpas. Para a efetivação
deste sonho sonhado por todos os homens altruístas e de
boa vontade, deverão, a exemplo do muro de Berlim, ser
derribadas todas as fronteiras fictícias, sejam elas geopolíticas,
teológicas, de classe ou ideológicas.
Enquanto isso, mansa
e amorosamente, o mínimo que cada um que já alcançou
essa compreensão deve fazer é imitar a rolinha:
realizar exaustivamente sua parte. Ao fazê-lo, deverá
pôr seu coração, seu conhecimento, sua experiência
e sua energia a serviço do D'US DE SEU CORAÇÃO
em prol de seus irmãos (minérios e minerais, vegetais,
animais e entes humanos). Antes que seja tarde, antes que a Natureza
morra. A seguir reproduzo um e-mail que recebi recentemente.
Ele fala por si só.
TESTAMENTO DE UM CÃO
(Frank Reinshstein)
Minhas posses materiais são poucas,
mas eu deixo tudo para você...
Uma
coleira mastigada em uma das extremidades,
faltando dois botões.
Uma desajeitada cama de cachorro
e uma vasilha de água que
se encontra rachada na borda.
Deixo
para você a metade de
uma bola de borracha,
uma boneca rasgada
que você vai encontrar debaixo da geladeira,
um ratinho de borracha sem apito
que está debaixo do fogão da cozinha,
e uma porção de ossos enterrados
no canteiro de rosas
e sob o assoalho da
minha casinha.
Além disso,
eu deixo para você
minhas memórias,
que aliás são muitas.
Umas, boas: outras, nem tanto.
Deixo
para você
a memória
de dois enormes e meigos olhos cor de mel,
de um nariz molhado
e de choradeiras atrás da porta.
Deixo
para você
uma mancha no tapete da sala de estar,
junto à janela,
quando,
nas tardes de inverno,
eu me apropriava daquele lugar,
como se fosse meu,
e me enrolava feito uma bolinha
para pegar um pouco de sol.
Deixo
para você
um tapete esfarrapado
em frente de sua cadeira preferida,
o qual nunca foi consertado
com o tipo certo de linha....
Isso é verdade.
Eu o mastiguei todinho
quando ainda tinha cinco meses de idade.
Lembra-se?
Também deixo para você
a memória da primeira surra que levei
quando comi seu celular
e, também,
todo o meu esquecimento ...
Deixo
para você
um esconderijo que fiz no jardim,
debaixo dos arbustos,
perto da varanda da frente,
onde eu costumava me esconder
do sol nos dias de verão.
Ele deve estar cheio de folhas agora
e, por isso, talvez,
você tenha dificuldade em encontrá-lo.
Sinto muito!
Deixo
também, só para você,
o barulho que eu fazia
ao sair correndo sobre as folhas de abril,
quando vagabundeávamos pelo sítio.
Deixo,
ainda,
a lembrança dos momentos matinais,
quando passeávamos juntos
pela margem da lagoa do condomínio,
e você me dava aqueles biscrocks coloridos.
Recordo-me das suas risadas,
porque eu não consegui alcançar
aquele coelho impertinente.
Deixo-lhe
como herança
minha devoção,
minha simpatia,
meu apoio
quando as coisas não andavam bem,
meus latidos
quando você levantava a voz aborrecido...
e minha frustração
por você ter ralhado comigo
todas as vezes que eu colocava
o nariz debaixo da cauda.
Eu
nunca fui à igreja
e nunca escutei um sermão.
E sem ter dito sequer uma palavra em minha vida,
deixo para você
lições de Paciência,
de Tolerância,
de Amor e
de Compreensão.
SUA VIDA TEM SIDO MAIS RICA
PORQUE EU VIVI.
DADOS
SOBRE O AUTOR
Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor
em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do
CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente
do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura
do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa
Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de
Desenvolvimento Humano - IDHGE.
OUTROS SITES CONSULTADOS (acesso de
março a outubro de 2004)
http://www.tomdamata.org.br/mata/cadeiaalimentar.asp
http://www.unicamp.br/fea/ortega/eco/iuri04.htm
http://www.editorasaraiva.com.br/eddid/ciencias/explorando/5_agua_6.html
http://www.guiaguaruja.com.br/meioambiente/teialimentar.htm
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI133226-
EI300,00.htmltp://www.escolasverdes.org/pops/participar/individualmente.htm
http://raiodesol.no.sapo.pt/sou_responsavel.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/penamorte/TristaoAthayde.html
http://www.orecifeassombrado.com.br/arq-gole.htm
http://www.capitolint.com/kingpic.htm
http://www.msantunes.com.br/juizo/acamada.htm
PAZ
PROFUNDA
Rosicrucian Landscape - Vicente
Velado