ASPECTOS
ESOTÉRICOS DA
VIDA DE JESUS
888
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Música de Fundo: Credo
Fonte: Benedictine Monks of Santo Domingo de Silos
Este
trabalho pretende revisitar alguns aspectos da vida esotérica
de Jhesu – O AMeN DO MUNDO |
Jesus
— o Gentio Ariano
(Pintura Original do Dr. Harvey Spencer Lewis)
Fonte: AMORC
INTRODUÇÃO
Muito
se tem dito, muito se tem escrito e muito se tem especulado sobre
a vida e a missão Daquele que foi o Logos Encarnado da
Era de Peixes. Este texto não pretende acrescentar nenhum
fato novo que não seja, pelo menos, do conhecimento dos
ocultistas e dos iniciados. Sendo assim, as revisitações
a seguir apresentadas, ainda que pouco conhecidas, tão-somente
reviverão passagens e fatos relativos à vida de
um dos mais veneráveis Mestres da Grande Loja Branca. Peço
antecipadamente desculpas àqueles que porventura se magoarem
com o que se seguirá. Entretanto, se alguns equívocos
foram cometidos ao longo desta incompletíssima explanação,
o intuito não foi o de iludir ou de provocar uma cizânia
mental. Antes, pretendeu-se informar e abrir certas portas que,
para muitos, ainda permanecem lacradas. Não se discutirá
nenhum aspecto doutrinário ou teológico, nem se
espera ou deseja o imprimatur da Igreja de Roma ou de
qualquer outra. Muito menos se tomará partido desta ou
daquela religião, nem das múltiplas controvérsias
que perduram sobre a existência de Jesus — induvidosamente
o mais iluminado personagem do signo zodiacal anterior, e que
foi concluído em 5 de Fevereiro de 1962. Àqueles
que entrarem em sintonia com as informações coligidas
por este neófito, lembra-se: bate, e a porta será
aberta. A ninguém é negada a luz do Conhecimento.
Todos, entretanto, deveriam, como advertiu Shakespeare, ser amáveis
no ouvir e bondosos no julgar, e ter como norma de vida a antiga
exortação: em tudo que buscardes, buscai a
compreensão.
O NASCIMENTO
Sob
o signo de Libra o Sol nasceu, e Ana, esposa de Joaquim, o Sacerdote
Supremo do Templo Essênio de Hélios, deu à
luz à uma menina: Maria. MaRiHâ. Aos treze
anos foi Maria consagrada columba do Grande Templo, e,
como determinava a tradição, foi colocada sob a
tutela de um viúvo da comunidade essênia. A José
coube o encargo de cuidar da jovem até que se cumprisse
a Profecia dos Magos. Maria espera. Anunciação.
Gabriel. Ramo de açucenas. Geração. No dia
4 de Outubro (calendário gregoriano) do ano 4 a.C., em
uma gruta-hospital essênia na Cidade de Belém, Maria
concebeu o VERBO, que não deve ser confundido com o Absoluto
de Hegel (Ser e Não-Ser), com o Parabrahaman dos
vedantinos ou com SAT – a Realidade Una. Esta data,
segundo o Dr. Harvey Spencer Lewis (Frater Profundis XIII), está
definida pela intercessão das linhas do piso da Câmara
da Rainha com a linha do piso da Passagem Ascendente da Grande
Pirâmide de Gizé, no Egito[1].
E
assim a Profecia foi cumprida. E assim o Lótus germinou,
frutificando segundo Sua espécie, cuja semente está
Nele mesmo. E assim, também, cumpriu-se o Gênese
I, 11. E por isso, e também por inspiração
no antigo culto das Deusas Lunares, foi dado início à
Mariolatria.
A DIVINA CONCEPÇÃO
As
fraternidades iniciáticas e os místicos desenvolvidos
sabem que a imaculada conceição é uma necessidade
cósmica insubstituível inerente à futura
existência física dos avatares. Na vida de todo Grande
Mestre isto é um acontecimento natural, pois é cosmicamente
impossível que um homem humanamente concebido e nascido,
possa tornar-se o Cristo de seu tempo. Esse mecanismo –
essa Lei – todavia, permanece oculto e inviolado fora das
altas esferas iniciáticas, sendo entendido profanamente
como um acontecimento miraculoso e desprovido de um sentido (no
mínimo) racional, quer no que concerne ao próprio
processo místico em si, quer no que tange às Leis
Cósmicas envolvidas. O outro lado deste entendimento é
pura e simplesmente negar este desdobramento místico. Crassamente,
ambas as convicções laboram em erro. Mas, não
erramos todos nós?
Entretanto,
ainda que nem todos aqueles que foram virginalmente concebidos
tenham sido instrutores de ciclo, há uma linha predominante
de coincidências, que não pode ser desprezada. Como
Jesus, todos foram milagrosamente concebidos, nasceram de uma
virgem e manifestações espetaculares da Natureza
ocorreram por ocasião de seus falecimentos. Como Jesus,
muitos foram supliciados. Alguns desses enviados foram: Hórus
e Ra (Egito), Krishna e Buddha (Índia), Tammuz (Síria),
Indra (Tibete), Quetzlcoatl (México), Lao-Tsé (China),
Zoroastro e Ciro (Pérsia) e Pitágoras e Platão
(Grécia). A própria Virgem Maria foi imaculadamente
concebida por sua mãe, Ana, palavra cujo sentido esotérico
– Umâ-Kanyâ – significa Virgem
de Luz.
A
Humanidade jamais esteve desamparada e deixada sem guias. Assim,
todos os Avatares acrescentaram Leis e Princípios ao conhecimento
já existente, para que o ser paulatinamente realize a comunhão
com a Divindade, sendo Esta um fogo misterioso vivo (ou movente),
e as eternas testemunhas desta Presença invisível
são a Luz, o Calor e a Umidade. Todos os fenômenos
universais têm sua causa nesta tríade. No Livro
de Dzyan está escrito: A Luz é a Chama
Fria e a Chama é o Fogo. O Fogo produz o Calor, que dá
a Água – a Água da Vida na Grande Mãe.[2]
Nesse
sentido, as revelações dos Homens-Deuses têm
por finalidade o progresso ascensional e a reintegração
dos homens, e sua conseqüente preparação para
o ciclo que se seguirá. A VERDADE e a LUZ, contudo, são
perpetuamente unas.
Finalmente,
há um ponto que não pode ser omitido quanto às
imaculadas concepções. Os místicos e iniciados
de todos os tempos sabem que o poder mental é capaz de
levar a matéria sem vida à consciência. O
poder da PALAVRA enviada ao espaço manifestou (e manifesta)
vida onde não existia (ou existe) vida consciente. O poder
do VERBUM DIMISSUM pode, então, perfeitamente,
impregnar de vida o que ainda não está fecundado.
Não há, assim, necessidade de intermediação
humana nas Concepções Cósmicas. E Aquele
que se torna Filho de sua Mãe, antes foi seu Esposo e Irmão.
E a Lei do Triângulo não é violada, ou seja,
soada a hora, o Logos (aspecto masculino da Anima Mundi)
diferencia-se, e os Três – Pai, Mãe e Filho
– passam a ser Quatro. Pai, Mãe e Filho como Unidade
e o Quaternário como manifestação viva, como
ensinam os ocultistas e os conhecedores da Doutrina Secreta. Enfim,
a tríade converte-se na TETRACTYS pitagórica.
|
Talvez
uma última explicação seja conveniente: a
Asseidade – ou Vida por si mesma – carece de sexo
como Divindade Abstrata, e como tal não pode (pôde
ou poderá) ter pai – ou Pai. E, ao nascer da Eva
terrestre, o Filho da Virgem Celeste Imaculada, torna-se a Humanidade
como um todo. Em cima o Filho é todo o Cosmos; embaixo,
a Humanidade. No Egito antigo, Amon, dentre seus diversos títulos,
possuía o de marido de sua mãe (Mut), e esta era
festejada como Nossa Senhora, a Rainha dos Céus e da Terra.
Outras deusas-mães também eram honradas com esse
título, como por exemplo, Ísis e Hathor.
113
x 5 = 565 —› 56,5
x 10.
(HE) (VAV) (HE) —›
YOD = NUN-I (NI)
JESUS, O CRISTO
O AMeN DA ERA DE PEIXES
Harvey
Spencer Lewis (Primeiro Imperator para este 2º Ciclo Iniciático
da AMORC),
no livro A Vida Mística de Jesus, escreveu que,
ao obter o grau de Mestre da Grande Fraternidade Branca, José
(nome original de Jesus antes de receber a Suprema Iniciação
que o qualificou como a Palavra Vivente) colocou-se entre os mais
sábios e sumos sacerdotes, o segundo em importância
após o Hierofante da Organização. Este fato
simbolizou a humildade que todo iniciado obrigatoriamente deve
possuir, e, particularmente, no caso de Jesus, Ele próprio
se ofereceu voluntariamente para o ato final que o investiria
de toda força espiritual e de todo poder necessários
para realizar a missão para Ele e com Ele cosmicamente
planejada. Em nenhum momento de Sua vida, houve qualquer dúvida
quanto ao seu Estado Crístico. Mas a Iniciação
Final pela qual Jesus passou na Câmara do Rei da Grande
Pirâmide de Queóps (Sanctum Sanctorum),
consagrou-O simbólica, mística e efetivamente como
o mais elevado entre todos e como o VERBO ENCARNADO E O AMeN
DA ERA PISCIANA. IEHOUA.
|
Câmara do Rei da Grande Pirâmide
de Queóps
Sanctum Sanctorum
Rapidamente,
é interessante refletir sobre a palavra AMeN.
Cabalisticamente equivale a 91 (1 + 40 + 50), e é igual
à soma de YHVH e ADoNaY, que equivalem,
respectivamente, a 26 (10 + 5 + 6 + 5) e 65 (1 + 4 + 50 + 10).
YHVH e ADoNaY implicam esotericamente na existência
assexual do Senhor no interior de cada indivíduo. É
importante ressaltar que o original de AMeN é
AUM. Oh! Meu Deus que estás em mim! AUM MANI
... PADME HUM! (91 —› 9
+ 1 —› 10 —›
UM). Eu e o Pai (Mãe) somos
Um.
|
Enfim,
a revelação parcial e autorizada da Sublime Iniciação
que José passou, está assim relatada no livro já
referido de Harvey Spencer Lewis:
José
foi levado ao pátio externo da Esfinge e O vestiram
de púrpura para a cerimônia preliminar realizada
à meia-noite. Terminada esta cerimônia, Ele foi
escoltado pelas passagens subterrâneas secretas até
a sala de recepção sob a Pirâmide. Após
a realização de outra cerimônia nesse
local, começou a Sublime Cerimônia de Sua elevação
ao mais alto pináculo da Iniciação. Isto
foi feito levando-se José a caminhar por várias
rampas aos diferentes níveis no interior da Pirâmide,
havendo uma câmara em cada um. Quando os participantes
chegaram à mais elevada dessas câmaras, praticamente
no centro da estrutura, foi celebrada a cerimônia final.
No decorrer da mesma, o diadema real foi colocado na cabeça
de José, para indicar que Ele não mais era um
Neófito, nem mesmo um igual entre os Mestres da Fraternidade,
mas o maior dentre eles. Por mais de uma hora decorreu a cerimônia,
culminando em um período de silêncio e meditação,
com José ajoelhado diante do altar. Então uma
Grande Luz se fez na câmara, que até então
só estava iluminada por velas e três tochas.
Uma pomba branca desceu na luz e pousou na cabeça de
José; o Hierofante se pôs de pé e várias
sinetas começaram a soar nas câmaras inferiores,
anunciando ao mundo o grande acontecimento. Uma figura etérea
que apareceu atrás do Hierofante como um ser angélico
ordenou a José que se levantasse e proclamou: ‘Este
é ?JHESU?, o Cristo; levanta-te!” E todos os
que se achavam na câmara responderam em uníssono:
‘AMeN’.[3]
|
Grande
Pirâmide
(Frater Harvey Spencer Lewis no Egito)
OS MILAGRES
As
leis naturais são inalteráveis e não podem
ser violadas. Na perpétua ordem cósmica, tanto visível
como invisível, também nada se perde. Como refletiu
Saint-Yves d’Alveydre, a matéria-prima de um astro
qualquer guarda em sua luz secreta a imagem de um pensamento,
o movimento de uma vontade e, inclusive, a realização
de uma paixão. A aparente transgressão de uma lei
universal constituiu-se, apenas, para o observador distraído
e mal informado, em incapacidade para compreender o que aconteceu
ou está acontecendo. A levitação, a invisibilidade,
a transmutação e a projeção psíquica,
por exemplo, seguem Leis Cósmicas perenes, que eram, entre
outras Leis, ensinadas vagarosamente nos centros iniciáticos
da Antigüidade. Jesus aprendeu todos esses ensinamentos,
que ainda hoje são ministrados nos graus superiores de
determinados segmentos autênticos da Grande Fraternidade
Branca. Mas, imaginar que a meta do espiritualismo autêntico
e tradicional – vale dizer iniciático – seja
o poder pelo poder, é o equívoco que não
pode ser admitido. Poder sem elevação de consciência
é nada. O verdadeiro poder que o postulante alcança
na vereda iniciática, é a compreensão do
porquê da vida (e da Vida) e sua relação com
o Universo criado. E assim, acaba por se saber uno com a criação,
irmão do outro, no outro e com o outro. E a Lei Universal
suprema é o serviço. Servir para reintegrar-se;
reintegrar-se para servir.
E,
desta forma, a terceira etapa da vida pública de Jesus,
do Rio Jordão até o Golgotha, foi uma repetição
exotérica (exterior) das múltiplas iniciações
pelas quais passou, subjetiva e secretamente, nos diversos monastérios
da Fraternidade. Quatro estágios – delineados séculos
antes por Pitágoras – marcaram seu ministério
público:
O
primeiro grau de preparação, culminando no Sermão
da Montanha; o segundo grau de purificação,
representado pelas ... demonstrações da terapêutica
mística; o terceiro grau de iluminação,
manifestado pela volta de Lázaro dentre os 'mortos';
e o quarto grau de visão espiritual, manifestado pela
transfiguração.[4]
Examinando
mais detidamente a questão dos (chamados) 'milagres',
Jesus quando operava os prodígios que Lhe são atribuídos
(repercutentes segundo as mesmas Leis por Ele operadas), sempre
e inalteravelmente, cuidava de embutir subjacentemente uma Lei
Cabalística específica. Nada, absolutamente nada,
na vida do Humilde Peixe aconteceu por acaso, assim como tudo
e todos os seus atos estavam alicerçados em Princípios
Esotéricos, que aprendeu ao longo de seu noviciado, adeptado
e mestrado preparatórios para a realização
de sua missão na Terra. Um exemplo disto foi a pesca miraculosa
de 153 (cento e cinqüenta e três) peixes citada em
João XXI, 11. O número 153 é o Valor Secreto
de 17, sendo, este último, um número importantíssimo
no Esoterismo Crístico e no Alto Simbolismo.[5]
Observe-se que a adição teosófica de 17 é
igual a 8 (1 + 7); e a adição teosófica de
153 é igual a 9 (1 + 5 + 3). Para ascender ao 9 é
preciso ultrapassar a barreira do 8. Já o Valor Secreto
de 8 é 36 (trinta e seis), que, por sua vez, possui como
Valor Secreto 666 (seiscentos e sessenta e seis). Operações
numérico-cabalísticas estão associadas à
vários outros números, como, por exemplo, 10, 11,
13, 15, 21, 28, 32, 34, 37, 40, 42, 48, 58, 65, 72, 78, 96, 108,
111, 144, 175, 216, 222, 231, 260, 343, 369, 432, 777, 820, 888,
999, 1000, 1260, 1495, 5040 e 12000, todavia, fora do escopo deste
trabalho. Apenas mais um exemplo pode ser lembrado: é o
que se refere aos dois peixes (representativos do signo zodiacal
de Peixes) e às doze cestas (simbólicas do próprio
Zodíaco) citado em Mateus, XIV, 17 e 20. E, em aditamento,
deve-se ter na devida conta, que os cinco pães estão
associados ao número cinco, ou seja, à estrela de
cinco pontas e à hipotenusa do Triângulo Retângulo
do Teorema de Pitágoras (3, 4, 5). Já os cinco mil
homens nada mais são do que o mesmo número cinco
em outra dimensão. Como disse Pitágoras: Os números
governam o mundo. São a chave da Cosmogonia, e o todo criado
está em conformidade com número, peso e medida.
BRAShITh BRA ALHIM.
Antes
de se concluir este item, deve-se rapidamente aludir, que todos
os prodígios realizados por Jesus (e que todo Iniciado
ou místico desenvolvido também pode realizar) tiveram
por base o excepcional conhecimento e o particular domínio
de Ichchhâshakti e de Kriyâshakti,
respectivamente, o poder da vontade e o poder do pensamento. Como
é do conhecimento dos teósofos (e de todos os Iniciados),
a manifestação mais comum do poder da vontade é
a transmutação (elevação) de determinadas
freqüências vibratórias, que passam a fluir
através das correntes nervosas, para que possam ser executadas
as determinações da Vontade. Por outro lado, sustentavam
os antigos e sabem os contemporâneos que, uma idéia
qualquer se manifestará exteriormente, se a atenção
for nela concentrada intensamente. Assim, o poder mental dirigido
permite produzir resultados fenomenais perceptíveis, decorrentes
da canalização adequada da energia que lhe é
inerente. Ainda deve ser aditado que o conhecimento pleno e perfeito
da força ou poder das letras (vogais), das palavras e da
música fizeram parte do aprendizado iniciático de
Jesus. E, o coroamento de todo o seu esforço, de toda a
sua dedicação e de todo o seu mérito como
aprendiz e adepto, aconteceu por ocasião de seu mestrado,
ao merecer(!) se tornar conhecedor(!) do NOME INEFÁVEL...
Do mais humilde noviço ao mais venerável hierofante,
este é o Caminho.
Por
último, deseja-se fazer referência à organização
do trabalho místico programado por Jesus, que se baseou
em três círculos concêntricos: 12 Apóstolos,
72 Adeptos e 360 (72 x 5) Postulantes, correspondentes às
doze constelações, aos setenta e dois semidecanos
do Zodíaco e aos trezentos e sessenta graus do círculo
eclíptico. O primeiro, todavia, a ter acesso à sabedoria
arcana, foi São João. Os 360 Postulantes, contudo,
conheceram-na somente na quarta fase da vida do Mestre, ou seja,
depois da crucificação. Esses três números
admitem outras correlações, como, por exemplo, o
alfabeto hebraico (doze letras simples), a sagrada palavra YHVH
(IEVE ou IHOH) [10 + 15 + 21 + 26] e o Grande
Ciclo de Precessão Equinocial (18 x 60 x 24 = 25920 anos).
A CRUCIFIXÃO
A
crucifixão é um processo místico-alquímico.
Judas não foi, infantil e simplesmente, um traidor. A verdadeira
história da traição ainda será exposta
publicamente para exame de todas as consciências. Pilatus,
apenas, fútil e inocentemente, não lavou as mãos.
E Jesus não reclamou de seu Pai, pois, certamente, não
era nem um nefelibata, nem um covarde. Na realidade, foi o grande
herói da Era de Peixes. A Bíblia (particularmente
o Gênese o Evangelho de S. João
e o Apocalipse) está apoiada em leis cabalístico-alquímicas,
e os fatos históricos não correspondem exata e integralmente
às Leis e aos Princípios esotéricos tradicionalmente
conhecidos e aceitos. Há um véu que perenemente
protege a Tradição. Por outro lado, muitos fatos
bíblicos foram deliberadamente adulterados e apocopados,
como alguns livros foram injustificadamente suprimidos... O Livro
de Jasher é apenas um exemplo. Os Evangelhos ditos
apócrifos representam mais de trezentos exemplos!
A
crucificação de um avatar geralmente simbolizava
o fim de sua vida pública e início de suas atividades
privadas. Expansão – Contração. Expiração
– Inspiração. Mânvântâra
– Prâlâya. Tudo em realidade se passa
semelhantemente à Essência Divina: na expiração,
o mundo é produzido; na inspiração, tudo
desaparece e se desfaz gradualmente. Entretanto, o martírio
de Jesus, sabido e por Ele esperado, foi, politicamente, uma punição
romana e não judia. Se tivesse que ser sacrificado pelos
judeus, Jesus seria apedrejado (pena de lapidação)
e não crucificado. Todavia, dois foram os motivos (históricos)
básicos que O levaram ao suplício iniciático:
o socialismo santo que preconizava e a proclamação
de Rei dos Judeus, que seguidores entusiásticos Lhe conferiram.
O poder tirânico de Roma não poderia tolerar essa
situação, e, a 5 de Abril do ano 30 de nossa Era,
data assinalada na mesma Pirâmide que previu seu nascimento
(hipotenusa do triângulo formado pelo piso da Câmara
da Rainha, piso da passagem Ascendente e piso inclinado desta
mesma Passagem), Jesus foi crucificado[6]. Deve-se
acrescentar, ainda, que o maior conspirador e inimigo de Jesus
não foi Judas, mas Caifás, que solitariamente a
serviço de Roma, oferecia informações e fazia
relatórios secretos quanto às atividades do Mestre.
Na realidade, pouquíssimos judeus estavam interessados
em castigar Jesus. Ao que se sabe, Caifás agiu praticamente
sozinho, e o Sinédrio não teve participação
relevante no processo que se estabeleceu contra Jesus. Roma, inclusive,
perdeu o interesse em supliciar Jesus, mas a ordem chegou tardiamente,
e isto já é outra história. Tardiamente?
Muito
se tem comentado sobre a famosa frase pronunciada por Jesus, quando
já estava pregado na cruz. Em Mateus XXVII, 46, lê-se:
Eli, Eli, lamma sabacthani? Em Marcos XV, 34, está
escrito: Eloi, Eloi, lamma sabacthani? Estas duas frases
de sentido idêntico têm sido traduzidas por Meu
Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Todavia, ou esta
frase tem um sentido oculto, ou as palavras foram mal interpretadas,
ou as duas coisas. A transliteração hebraica dos
dois Evangelhos e os manuscritos gregos estão corretos,
e não existe margem para dúvida ou discussão.
Mas o sentido – o verdadeiro sentido – é outro,
e diametralmente oposto do que foi admitido, ou seja: DEUS
MEU, DEUS MEU, COMO ME GLORIFICASTE! Já no versículo
primeiro do Salmo XXI está registrado ALI,
ALI, LMH HhZBTh-NI?, que significa: Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste? Mas Jesus também poderia
ter bradado: Heloi, Heloi, LMH ShBHhTh-NI![7]
Fica
a pergunta: Por que a falsidade consentida de tradução?
Simplesmente porque a frase ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI!
era a fórmula final esotérica e sacramental dos
Ritos Iniciáticos do Antigo Egito, e era pronunciada após
terríveis provas de iniciação nos Mistérios
(ditos pagãos). Aceitar e traduzir a frase corretamente,
equivaleria a admitir que Jesus havia sido um Iniciado. IESCHOUAH.
A frase DEUS MEU, SOL MEU, ESPARZISTE SOBRE MIM OS TEUS FULGORES!
era a exclamação derradeira proferida pelo Iniciado,
quando, então, era já considerado como FILHO
E GLORIOSO ELEITO DO SOL. Enfim, como os teólogos
poderiam justificar a tradução correta perante a
Cúria e ante a própria incipiente confraria católica?
Admitir a frase iniciática implicaria em, obrigatoriamente,
reformular os descaminhos que o movimento religioso que encontrou
amparo nas doutrinas do Crucificado, estava então palmilhando,
principalmente após o Segundo Concílio de Constantinopla,
em 553 d. C., no qual, entre outras apócopes e distorções,
foram suprimidas, por bula papal, a preexistência da personalidade-alma
e a Lei da Necessidade (Reencarnação). E nunca mais
se comentou ou estudou o pensamento de Orígenes –
o Papa Iniciado. O que, por outro lado, deve ficar registrado,
é que, independentemente de todas as distorções,
adulterações, supressões e equívocos,
há uma perene Igreja Eterna (oculta e iniciática),
que guarda zelosamente o Conhecimento Primordial, e vive na sua
integralidade as Doutrinas Secretas de Jesus. De passagem –
e a bem da verdade – a supressão autoritária
da Lei na Necessidade interessou superlativamente a Teodora, esposa
de Justiniano, que ao ceder aos apelos da antiga cortesã,
cometeu, em associação com alguns membros da Cúria
despótica daqueles tempos (bispos ortodoxos do Oriente),
um dos maiores absurdos contra o Esoterismo Tradicional. Pergunta:
seria possível, hoje, serem suprimidas, por qualquer decreto,
as leis da gravitação, do eletromagnetismo e da
radiatividade? De qualquer forma,
no Evangelho (apócrifo)
de Felipe, versículo 72, a frase iniciática
ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI
está assim escrita: Deus meu!
Deus meu! Por que Senhor, tanto me glorificas?
De
qualquer forma, é ingênuo imaginar que Jesus, por
maiores que tenham sido seu sofrimento e flagelação
naquela nona hora de desespero e dor, tenha, por um único
instante, desacreditado da ubiqüidade da Consciência
Cósmica, de seus Irmãos do Templo de Hélios
e da própria Grande Loja Branca, da qual era parte integrante,
e da qual, naquele tempo, era seu supremo representante na Terra.
Ele glorificou seu Pai pelo integral cumprimento de sua sagrada
missão, ainda que a unificação das religiões
e a reunião de todas as ciências não se pudessem
ter verificado. Estava em curso, então, a Era de Peixes,
regida pelo elemento água. A Humanidade permanecia imersa
no líquido amniótico, incapacitada para aprender,
opinar e decidir. O homem pisciano pouco raciocinava, e seu pensamento
acompanhava, geralmente, padrões, teorias e dogmas preestabelecidos.
E o que foi considerado sem valor, distorcido, ou suprimido, continua
original e sacrossantamente resguardado dos profanos, e ensinado
nas autênticas fraternidades iniciáticas. É
o tesouro que a Humanidade deve procurar, para dar o primeiro
passo em direção à sua libertação
e emancipação. 8 —› 9. Há ainda
a considerar a inscrição INRI geralmente
interpretada como Iesus Nazarenus Rex Iudæorum
(Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus). Voltando à Grande
Pirâmide de Queóps, sabe-se que este monumento, entre
outras finalidades, objetivou gravar as medidas dos céus
e da Terra, ou seja, Iam (Água), Nour
(Fogo), Ruach (Ar) e Iabeshah (Terra), cujas
iniciais formam a sigla INRI, com aplicações
cabalísticas que extrapolam o escopo deste ensaio. Não
se pode, entretanto, deixar de avisar, que os elementos anteriormente
referidos, só podem ser entendidos como entidades homogêneas
do plano numenal. Pode-se também considerar, que os quatro
elementos (alquímicos) são variedades alotrópicas
universais de um elemento primordial. Há, por outro lado,
quem traduza a inscrição da seguinte forma: Venho
da Judéia, passei por Nazaré, conduzido por Rafael
e sou da tribo de Judá. Todavia, em vattan deve ser lida
I-NRI, cujo significado é: Ele, a Humanidade.
Em veda, sua leitura é I-NaRa, significando Ele,
a Alma do Universo. E, em sânscrito, deve-se ler I-Na-Ra-Ya,
ou seja, Ele, Nara-Dêva – o Homem-Deus. Contudo,
há um simbolismo alquímico, que é: IGNE
NATURA RENOVATUR INTEGRA (É pelo Fogo que a Natureza
é renovada). Por último, esta inscrição,
se corretamente (esotericamente) escrita seria YNRI,
cujas letras admitem, resumidamente, os seguintes significados:
Y: corresponde ao YOD – décima
letra do alfabeto hebreu – simbolizando a manifestação
do princípio criador ativo;
N: passividade. Se Y e N estivessem
juntas (YN) já teria ocorrido a fusão de
todas as seitas e religiões. (Na verdade, a letra N
tem um sentido arqueométrico-esotérico-iniciático
muito mais profundo).
R: União dos dois princípios universais
e transformação perpétua da criação;
e
I: Significa aquilo que emanou do sacrossanto. Associada
à letra anterior (RI), representa a reunião
(fusão) de todos os ramos da ciência.
Assim,
quando YNRI realizar-se – Era de Aquarius
– será YN-RI. Há, ainda, a aditar
que há uma correlação entre as letras da
sagrada palavra YNRI com os Arcanos I, XIV, XX e X do
Tarô. Por outro lado, o traço-de-união que
liga YN-RI não significa separação.
Na verdade, tudo é UM no seio do ABSOLUTO (PRIMEIRO UM).
E, progressivamente, o ser irá avançar, assumindo
conscientemente conhecimentos numenais, e descartando aquelas
impressões fenomenais grosseiras, que o têm agrilhoado
à matéria bruta, aos sentidos físicos e à
inconsciência placentária da qual ainda é
prisioneiro.[8]
RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO
Após
glorificar seu Pai (ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI!), Jesus
entregou o espírito. Está consumado. A
missão externa (pública) havia sido completada.
O poder e a autoridade que Jesus recebeu na Câmara do Rei
da Grande Pirâmide retornaram à origem – à
Consciência Cósmica. Harvey Spencer Lewis sustenta
que a reversão do processo que ocorreu no Golgotha, retirou
de Jesus tão-só a condição crística,
que O acompanhou em sua missão pública. A partir
de então, Ele tornou-se Mestre Humano, todavia, sem retroceder
um infinitésimo em sua posição espiritual
e hierárquica no âmbito da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA.
Após
o crucificamento, foi Jesus levado inconsciente para um jazigo
de propriedade de José de Arimatéia, e os terapeutas
da Fraternidade Essênia prestaram toda assistência
no tratamento de suas feridas. O próprio Avatar utilizou
todos os conhecimentos e poderes que possuía para restaurar
a consciência em todas as partes de Seu Ser. Dali foi Jesus
conduzido à casa de um dos membros da Fraternidade, na
Galiléia. Depois de se recuperar, descansar algum tempo,
e passar pelo místico fenômeno cósmico de
Ascensão, sua vida fechou-se para a Humanidade, e passou
a orientar de seu sanctum privado, no Mosteiro do Monte Carmelo,
os trabalhos da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA.
Logo,
pode-se depreender que Jesus não morreu na cruz (fisicamente),
como quiseram fazer crer alguns historiadores do passado. A Ressurreição
não tem, assim, o significado teológico que lhe
é geralmente atribuído. Quem não morreu (física
ou iniciaticamente) não poderá ressurgir. Por outro
lado, o vocábulo ressurreição era entendido
de forma diferente do que compreenderam os exegetas. E o próprio
processo místico da Ascensão não resultou
no desaparecimento de Jesus do plano físico. Depois da
Ascensão, Jesus trabalhou muitos anos com seus Apóstolos,
Adeptos e Postulantes até sua transição,
que transcorreu pacificamente, no Mosteiro do Carmelo, na presença
dos irmãos da Fraternidade. Hoje, já é do
conhecimento público que o corpo físico de Jesus
permaneceu em um ataúde no Monte Carmelo por muitos séculos;
finalmente, foi removido para um sepulcro secreto guardado e protegido
por Seus Irmãos.[9]
Compreendendo-se
que a morte de Jesus, realmente, jamais aconteceu, se alguém
tiver a ventura de encontrá-Lo, poderá, eventualmente,
presenciar as seguintes situações: a primeira vez,
possivelmente, seja em uma praia deserta. Lá, poderá
encontrar o Mestre saudando o Sol nascente, de pé com os
braços abertos em sinal de plena vida, e ensinando: Cada
corpo sideral é um Templo, e todos são irmãos
uterinos oriundos de uma mesma fonte nebular comum. Cego é
o olho que vê no Sol apenas uma estrela que produz luz e
calor. Bem-aventurado aquele que o reconheceu como Dispensador
Universal de Vida, e que conseguiu decifrar seu número.
E este número é cento e onze. Na segunda vez,
porventura, O encontrará solicitando a um policial, que
não prenda um homossexual barulhento. Em outra oportunidade,
talvez, O verá serrando uma árvore que não
dê mais frutos. Poderá, também, surpreender-se
ao vê-Lo tomar um trago de cachaça com um reconhecido
traficante de drogas. Na quinta vez, poderá estar promovendo
um tumulto na entrada de uma igreja qualquer, na qual estejam
sendo vendidos objetos de adoração. Na penúltima,
talvez, presencie a cura alquímica de uma prostituta que
esteja condenada pela Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida. E, na sétima, poderá estar a conclamar
um grupo de homens e mulheres, para que busquem a sabedoria no
Silêncio de seus Corações. A verdade está
dentro – dirá o Mestre – fora
só há ilusão. Aquele que quiser alcançar
o Reino dos Céus deverá trilhar a SENDA CARDÍACA.
Nesta vereda, acabará por compreender e realizar que o
ser é o Templo da Consciência Cósmica, e que
o espírito de seu Pai habita em seu próprio interior.
Este
breve relato sobre a Rosa de Sharon, o Grande Iniciado
e AMeN do Mundo apenas pretendeu resgatar uma parcela
ínfima da verdade dos fatos relativos à vida de
Jesus, e recordar o Máximo Mandamento esquecido ao longo
de dois mil anos: AMAI-VOS. AUM TAT SAT.
Eu
Sou a Rosa de Sharon, o Lírio dos Vales (Cânt.
II, 1)
Altona - Impresso e publicado por Joh. Ad. Eckhardt,
Tipógrafo de Sua Majestade o Rei da Dinamarca
Biblioteca
Rosacruz - Editora Renes
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A missão
de Jesus foi, basicamente, transmitir a mensagem do Amor Universal
uma última vez antes que o conhecimento se ocultasse durante
a Era de Peixes, e se fechassem os Colégios Iniciáticos.
Outro ponto crucial é a necessidade de se escrever corretamente
Seu Nome: JHESU. O H é uma letra de mando,
diferenciando o Humilde Essênio daqueles que estavam vinculados
às diversas seitas vulgares prevalecentes por aqueles tempos.
Também
se deve observar que, em várias passagens de Sua Vida,
Ele disse: EU SOU... (que deve significar o EU INTERNO).
Quando afirmou Eu Sou o ALeF e o TaV (e não o
alfa e o ômega, como aparece em diversas
traduções), pretendeu simbolizar o Raio e a Circunferência,
vale dizer, a Alma Divina do Divino Universo AThMa. Eu
Sou a AMaTh. Este é o Selo do Logos-Vivente, a
Verdade da qual todas as verdades procedem.
|
ThaMA
—› Milagre da Vida; Sua Manifestação
na Existência Universal.
AThMa
—› Existência Infinita da Essência Absoluta.
MaThA
—› Razão Suprema de todas as razões
verdadeiras; a Incidência de todas as reflexões;
a Legislação de todas as leis. É, em última
instância, a raiz de todas as doutrinas.
A
palavra AThMa é equivalente a um Número:
1440 (1000 + 400 + 40). Em sonometria moderna, é o Hierarca
Sonométrico do Modo Musical de Mi, ao mesmo tempo em que
corresponde à Harpa Arcangélica Solar do Zodíaco.
Mi, em sânscrito, expressa tudo o que atravessa, irradia
e penetra, ao mesmo tempo em que abarca, circunda e compreende.
MIHAeL. 1440 multiplicado por 100, corresponde ao Hierarca
do Modo Inarmônico da Sabedoria Divina. Por isso, para não
haver nenhum equívoco, no Livro da Revelação
(VII, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e XIV, 1, 2, 3), ele soa através
de 144000 Harpas, e é cantado por 144000 Eleitos.
Por
outro lado, do sânscrito, por intermédio do vattan
e do veda, é conhecida a palavra MEShI-Ha, cujo
valor é 360 (40 + 5 + 300 + 10 + 5), número musical
do tempo ilimitado, representativo do Ano Astral e de todos os
ciclos solarizados. MEShI-Ha, 360, é, pois, o
SheM-a dos SheMa-IM (SheMAH-IM). Entretanto,
JHESU é o SheMaM (380)[10].
Ao
se dividir 144000 por 360, encontra-se 400, valor aritmológico
da última letra do alfabeto hebraico – TaV
– e, concomitantemente, valor athbash (inverso)
da letra ALeF, primeira letra do mesmo alfabeto, donde
se pode admitir que todos são eleitos, porque a personalidade-alma
é indestrutível, imortal e una com a AThMa.
O único apocalipse que o homem deve temer (e, portanto,
se precaver) é o interior, provocado pela anarquia mental,
oriunda da perversão, do egoísmo, da irritabilidade,
do preconceito, da excentricidade, da rebeldia, da vaidade e do
imediatismo. É, portanto, necessário acautelar-se
contra as influências vibratórias oriundas de Saturno,
co-regente de Aquarius. E assim, o homem terrestre – progressão
final dos reinos mineral, vegetal e animal – é o
reflexo provisório do Homem Universal – seu Protótipo
Cósmico. Sua descida à matéria concreta,
corresponde ao ponto médio de sua manvantárica peregrinação
individual. A suprema experiência a ser compreendida e realizada
por cada peregrino, é a de que o homem foi, é e
será uno com seu Pai. Sua absorção derradeira
na Fonte da qual proveio é um fato inelutável. Ele
é o único e exclusivo senhor de seu destino (carma),
destino que ele mesmo elaborou e elabora. E o caos que produzir
pela infração das Leis da Harmonia, obrigatoriamente,
deverá compensar pela dor, pelo amor ou pela compreensão
(Lei da Reciprocidade ou da Retribuição). Portanto,
para participar da ULTIMÍSSIMA CEIA... Serviço...
Renúncia... Mérito... Ascensão... Reintegração...
Comunhão. Só pela erradicação consciente
do fiat voluntas mea o ser poderá realizar e compreender
o sentido da frase de São João (lida na Língua
de XXII Letras): O Princípio é o Verbo, e o
Verbo é o ATh dos ALHIM. Observe-se que a Temura de
ALHIM produz MIHAeL. Neste sentido, ULTIMÍSSIMA
CEIA é o DIA SÊ CONOSCO, período
de repouso ou Paranirvâna do Mahâprâlâya
– a Grande Noite – ou seja, 311040000000000 anos
de absorção em Brahman (o Absoluto ou Primeiro Um),
quando, então, exclusivamente pelo esforço, pela
dedicação e pelo mérito, já deverá
ter sido ultrapassado o ANEL NÃO PASSARÁS.
Depois... novo Mânvântâra. [(18 x 60 x 24) (12)
(109)], ou [(72 x 360) (12) (109)], ou, ainda, [(4320000000) (72)
(10³)] anos. Mas, preliminarmente, três mil ciclos
de existência devem ser cumpridos: 3000 x 144 = 432000 anos.
E assim, repete-se: do mais humilde noviço ao mais venerável
hierofante, este é o Caminho. Jamais houve, há,
ou haverá privilégios ou atalhos. E Jesus, para
ter alcançado a posição de AMeN
do Mundo da Era Pisciana, sofreu os mesmos reveses das Leis da
Necessidade e da Reciprocidade como toda e qualquer mônada
procedente dos ALHIM.[11]
Conclui-se
recordando que ALeF e TaV são, respectivamente,
a primeira e última letras do alfabeto hebreu, formado
de 22 (vinte e duas) letras. Ao se dividir 22 por 7 (22 representativo
do Universo e 7 significativo dos sephiroth inferiores
– CheSeD, GeBURaH, ThiPhAReTh, NeTzaCh, HOD, IeSOD
e MaLKhUTh) obtém-se o número místico
3,142857 142857 142857. O repetidor 142857 sempre foi esotericamente
considerado um número sagrado e a expressão cósmica
numérica de Luz, Vida e Amor. É o Número
da Eterna Evolução do Cosmo Infinito. A adição
teosófica de 142857 é igual a 27 e sua redução
equivale a 9. Além disso, observa-se a semelhança
de 3,142857 com o valor matematicamente aceito para .
Outro número importantíssimo no âmbito da
Doutrina Arcaica e do Alto Simbolismo é o 31415, que, por
falta de espaço neste ensaio, não será examinado.
E 9 é o resultado de 3 x 3, entretanto, ainda inferior
a 12, ou seja, 4 x 3. Enfim, tudo é um número procedente
do Não-Número. AIN-SOPh.
5
de fevereiro de 1962: Era de Aquarius. Ar. Ar de Aquarius.
LIBERDADE. INDEPENDÊNCIA. FRATERNIDADE. AMOR INCONDICIONAL.
URANO. YN-RI. OEAOHOOE.[12]
DADOS
SOBRE O AUTOR
Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor
em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do
CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente
do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura
do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa
Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de
Desenvolvimento Humano - IDHGE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. LEWIS, H. Spencer. A profecia simbólica
da Grande Pirâmide/The symbolic profecy of the Great Pyramid.
12ª ed. Traduzido por Alcídio M. de Souza e Ana Lúcia
de Moura. Rio de Janeiro: Editora Renes, 1974, p. 105. Cs. também
a obra As Grandes Iniciadas ou O Misticismo no Feminino,
de Hélène Bernard, pp. 174-80.
2. Salvo melhor juízo, a primeira personalidade que tornou
público excertos comentados deste Livro, foi Helena Petrovna
Blavatsky, em sua magistral obra A Doutrina Secreta (Secret
Doctrine). Tradução de Raymundo Mendes Sobral.
São Paulo: Pensamento, 1973, passim.
3. LEWIS, H. Spencer. A vida mística de Jesus/The mystical
life of Jesus. 7ª ed. Traduzido, composto, revisado
e impresso na Ordem Rosacruz, AMORC. Curitiba – Paraná:
AMORC, 1997, pp. 191-2.
4. Ibid., p. 220.
5. Valor Secreto de um Número – VSN – é
o resultado da soma acumulada, a partir da unidade, de todos os
números inteiros até o número em questão.
A fórmula para obtenção do Valor Secreto
de um Número é:
VSN = N(N + 1) ÷ 2
6.
LEWIS, H. Spencer. A profecia simbólica da Grande Pirâmide/The
symbolic profecy of the Great Pyramid. 12ª ed. Traduzido
por Alcídio M. de Souza e Ana Lúcia de Moura. Rio
de Janeiro: Editora Renes, 1974, p. 106.
7. A hipótese de que Jesus tenha proferido esta sentença
está examinada no Capítulo XV (A Verdade Sobre
a Crucificação) na obra referida na citação
n° 3.
8. Para informações mais detalhadas, consultar as
seguintes obras: A Doutrina Secreta, de Helena Petrovna
Blavatsky, As Grandes Mensagens, de Serge Raynaud de
la Ferrière, La Cabbale: Tradition Secrète de
L’Occident, de Papus, Meditações
Sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô, anônimo
e O Museu Hermético: Alquimia e Misticismo, de
Alexander Roob, passim. Em hebraico, no alto da cruz,
Pilatus mandou escrever em um letreiro (equivalente a INRI)
as seguintes palavras (transliteradas): IESCHUA HA-NOTZERI
MELEK HA-IEHUDIM.
9. No início do século XX, Mirza Chulam Ahmad Qadiani
declarou que a crucificação e a ressurreição
de Jesus não aconteceram, nem da forma como acreditam os
católicos, nem da maneira como admitem os muçulmanos.
Entre tantos autores que têm examinado este tema controverso,
Serge Raynaud de La Ferrière também revelou que
o Avatar da Era de Peixes não morreu na cruz, como histórica
e teologicamente é admitido. O próprio episódio
da traição não ocorreu da forma como é
tradicionalmente anunciado. Enfim, ENTREGAR SEU SOPRO,
significa que o poder e a autoridade especial que recebeu –
manifestação em Si do CRISTO CÓSMICO –
retornaram à Consciência Cósmica, ou seja,
ao plano hierárquico original do próprio CRISTO.
A partir da entrega do SOPRO (ESPÍRITO segundo algumas
traduções), Jesus ficou – de acordo com Sâr
Alden – no estado de alguém que havia completado
sua missão. O PODER VIVENTE DO LOGOS - VERBUM DIMISSUM
- na Terra, a partir da entrega do SOPRO (paredoken te pneuma),
não mais estava com Jesus. E sua vida continuou como Mestre
da Grande Fraternidade Branca por muitos anos após o Mistério
do Golgotha. Todo este SACRIFÍCIO profetizado e consumado
ocorreu por amor à Humanidade. Para que mais um degrau
na reintegração dos seres, a partir de então,
pudesse acontecer. Hoje o ser humano é outro e pode receber
e compreender, sem reservas, este sagrado Mistério. Para
informações mais concertadas sobre os fatos aqui
relatados, sugere-se a leitura da obra A Vida Mística
de Jesus, de Harvey Spencer Lewis, já referida.
10. SheM-a (340) refere-se ao mundo teogônico criado
diretamente pela PALAVRA. SheMAH-IM (396) representa
o número da sabedoria cósmica. SheM-a também
significa aquele que possui o conhecimento essencial do NOME EFETIVO.
SheMAH-IM também simboliza a esfera vibratória
determinada na qual os opostos se unem. Pode ser entendida como
a combinação de ESh (fogo) com MaIM
(água). O MEShI-Ha (360) pôde encarnar como
MeShIa-H (358), descendo todos os planos do duplo Universo,
porque a virgem que o concebeu vibrava no plano da Vida Verdadeira:
a Santa Essência inacessível de IHOH e sua
imagem IShO (ShADAI, ShVa-DHA)-MEShI-Ha
(316-360). Assim, a concepção ideal (MEShI-Ha)
precedeu a concepção plástica (MeShIa-H).
360 —› 358.
11. Para uma pesquisa mais aprofundada sobre o Cristianismo esotérico,
consultar a obra L’Archéomètre de
Saint-Yves d’Alveydre. Esta obra foi publicada postumamente
pelos amigos de Saint-Yves, dentre os quais sobressaem a Marquesa
de Saint-Yves d’Alveydre, o Conde Alexandre Keller e Gérard
Encausse (Papus). L’archéomètre influenciou
o pensamento de diversos místicos e filósofos contemporâneos,
como foi o caso de Serge Raynaud de la Ferrière.
12. 7 horas da manhã...! 7 vogais...! 7...! Realmente,
qualquer número que não seja múltiplo ou
submúltiplo de 7, dará como resultado da divisão
por 7 uma dízima periódica simples ou composta,
na qual aparecerá sempre o NÚMERO DA ETERNA EVOLUÇÃO
DO COSMO INFINITO. Mas, os resultados das divisões 9/7,
10/7, 22/7, 24/7, 365/7 e outros têm aplicações
esotérico-cabalísticas que, certamente, merecem
uma atenção especial e um exame mais acurado, pois
estão vinculados à leis universais inalteráveis
na noite do tempo. Por isso, reproduz-se uma sábia asserção
do eminente pensador e ocultista Éliphas Lèvi: 7
é chave da criação mosaica e dos símbolos
de todas as religiões. Ou, como disse Fílon
de Alexandria (Fílon, o Judeu), após ter observado
a presença do 7 em diversas leis bíblicas, em a
Natureza e no homem: Toda a Natureza exulta no sete.
Em realidade, mais do que trino o ser humano é sétuplo
em sua constituição. Os 7 planos constitutivos do
ser humano são: físico, etérico, astral,
eu, manas, buddhi e athma. Quanto ao planeta Terra –
MaLKhUTh– é, concomitantemente, o quarto
e o sétimo Mundo. É o quarto se considerado pela
ordem dos planos – OLaM WShIaH , Mundo da Ação,
referenciado no Zohar – e, é o sétimo,
quando contado a partir do primeiro Globo de cima. E, assim, 7
(e não 5) são os sentidos do homem, quais sejam:
audição, tato, visão, gustação,
olfato, mente e entendimento. Sete são, ainda, segundo
Aristóteles, as Virtudes Éticas, que correspondem
à parte apetitiva da alma, a seguir recordadas: a coragem,
a temperança, a liberdade, a magnanimidade, a mansidão,
a franqueza e, a maior de todas, a justiça. Por isso se
disse na Introdução: em tudo o que buscardes,
buscai a compreensão. Entre os gnósticos egípcios,
Thoth ou Hermes era o Chefe dos Sete Devas, que, segundo Orígenes,
são: Adonai, gênio do Sol; Tao,
da Lua; Eloi, de Júpiter; Sabaoth, de
Marte; Orai, de Vênus; Astaphai, de Mercúrio;
e Ildabaoth (Jeová), de Saturno. E, assim, se
tudo no Universo para se manifestar segue a Lei do Triângulo,
a coisa, quando manifesta, está sempre subordinada à
Lei Setenária. Neste sentido, a primeira ponta do triângulo
é sétupla, como também são as outras
duas. Daí os 21 (vinte e um) passos da Grande Obra, que
remetem ao número 231 (duzentos e trinta e um), ou seja,
o número de combinações – N (N –
1)/2 – das 22 (vinte e duas) letras do alfabeto hebraico
duas a duas sem permutação. Por isso, está
escrito no Sepher Yezirah: Toda criatura e toda palavra
emanam de um NOME. Por esta razão, também,
o nome místico OEAOHOOE – a Raiz Setenária
da qual tudo procede – divulgado na Doutrina Secreta (Cosmogênese),
não surtirá nenhum efeito, sem a compreensão
e a sabedoria de sua tríplice pronúncia. Alcançada
a compreensão, o que se banha na Luz de OEAOHOO,
jamais será enganado pelo véu de Mâyâ.
O máximo que se pode presumir, é que a letra H,
inserida entre tantas vogais, deva corresponder a uma breve pausa,
uma suave inspiração. Mais não deve ser dito.
A VERDADE só brotará IN IMO PECTORE.
PAZ
PROFUNDA