(Sexta Parte)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Mestre Kut Hu Mi
Mestre Djwal Khul

 

 

 

Introdução

 

 

Esta é a continuação de um trabalho que continuo a fazer sobre as Cartas dos Mahatmas (traduzidas por Alcyr Anísio Ferreira). Nesta parte, garimpei alguns fragmentos do conjunto de idéias dos Mestres Kut Hu Mi e Djwal Khul (que trabalha sob a orientação do Mestre Kut Hu Mi) contidos em algumas Cartas. Se, dos ensinamentos dos Mahatmas, eu conseguir transmitir ao mundo ainda que seja só uma simples letra do alfabeto da Verdade, como escreveu o Mestre Kut Hu Mi em uma de suas Cartas, terei cumprido o propósito e o objetivo deste esforço. Assim seja.

Para ler a primeira parte, dirija-se a:

http://paxprofundis.org/livros/cartas/mahatmas.htm

Para ler on-line integralmente as Cartas dos Mahatmas, consulte o Website da Loja Esotérica Virtual no endereço:

http://www.levir.com.br/index.php

Informo que as pictóricas animações distribuídas ao longo dos excertos são de minha única e exclusiva responsabilidade. Esse é um cacoete de professor do qual, como tenho dito, não consigo me livrar (porque não quero). Há outra coisa: como os fragmentos selecionados são, algumas vezes, muito intrincados e árduos, as animações auxiliam a compreendê-los e também ajudam a quebrar a monotonia de nossas cabeças ocidentais, que sempre querem tudo muito explicadinho e quanto mais rapidinho melhor. Como escrevi em outra parte deste esrtudo, felizmente ou infelizmente, nessa matéria não há rapidez, nem demonstração, prova ou documento que normalmente confirme de maneira exotérica ou objetiva uma Lei Esotérica ou Mística. Os Mahatmas, particularmente, não estão dispostos a demonstrar nada, até porque a Missão Deles não é essa. Temos nós, sim, que encontrar as confirmações em nossos Corações. Em princípio, não há outro jeito; e se houver, eu não sei qual é.

 

 

 

Fragmentos de Algumas Cartas
(Ensinamentos dos Mestres KH e
Djwal Khul)

 

 

O mundo está cheio de significações latentes e de profundos propósitos que estão por trás de todos os fenômenos do Universo. Somente as Ciências Ocultas – ou seja, a razão elevada à sabedoria extra-sensorial – podem fornecer a chave mediante a qual se revelem ao intelecto. (Mestre Kut Hu Mi).

Chega um momento na vida de um Adepto em que todas as adversidades pelas quais passou são mil vezes recompensadas. Para adquirir conhecimento adicional já não tem que recorrer mais a minuciosos e lentos processos de investigação e comparação de várias questões, mas lhe é proporcionada uma visão instantânea e implícita em cada verdade primária. (Mestre Kut Hu Mi).

A convicção deve ser alcançada mediante a experiência individual. Os testemunhos de segunda mão nunca satisfizeram a ninguém, a não ser a uma mente crédula, (ou melhor, não cética)... Não serão nunca os fenômenos físicos que trarão convicção aos corações dos incrédulos, mas os fenômenos de intelectualidade, de filosofia e de lógica, se assim posso me expressar. (Mestre Kut Hu Mi).

O impulso para a 'cultura da alma', deve ser provido pelo indivíduo. Três vêzes afortunados aqueles que podem irromper através do círculo vicioso da influência contemporânea e situar-se acima das suas fantasias. (Mestre Kut Hu Mi).

Se falta a tendência psíquica, nenhuma cultura a suprirá... Nós temos uma palavra para todos os aspirantes: TENTAI. (Mestre Kut Hu Mi).

Nós não somos ingratos e mesmo o Nirvana não pode apagar o Bem. (Mestre Djwal Khul).

O treinamento para o Adeptado aumenta a capacidade do indivíduo tanto para emitir como para sentir a força do Mesmerismo – que nós chamamos de 'Essência-Vontade' – ainda que todo mundo, mesmo que seja de forma inconsciente, praticamente demonstre essa lei todos os dias e a cada momento. (Mestre Djwal Khul).

Um grande homem é aquele que é mais forte no exercício da paciência. (Mestre Kut Hu Mi).

Os três 'venenos' que ardem dentro do coração dos homens: a ira, a cobiça e a ilusão. As cinco 'obscuridades' que ardem dentro do coração dos homens: a inveja, a paixão, a vacilação, a preguiça e a descrença – sempre impedindo-os de verem a verdade. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

 

O homem, acima de tudo, é a vítima de seu ambiente enquanto vive na atmosfera da sociedade. (Mestre Kut Hu Mi).

Posso aproximar-me de vós, mas deveis atrair-me mediante um Coração purificado e uma vontade gradualmente desenvolvida. (Mestre Kut Hu Mi). [Esta promessa foi feita em 1882 a Alfred Percy Sinnett, mas é válida para todo e qualquer ser-no-mundo sincero que queira trabalhar em prol da Humanidade. O próprio Mestre Kut Hu Mi disse mais explicitamente: é nossa lei aproximar-nos de todo aquele que tenha dentro de si ainda que somente o mais leve lampejo da verdadeira luz do 'Tathagata'. Sei que isso é assim, ainda que eu próprio, neste 1º de março de 2007, não esteja ainda entre aqueles que merecem esse Sagrado Privilégio.]

A Natureza uniu todas as partes do seu Império por meio de sutis fios de simpatia magnética, e há mesmo uma relação mútua entre uma estrela e o homem. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

 

 

Não duvideis. A aparência de dúvida enerva e faz retroceder o próprio progresso. Ter alegre confiança e esperança é completamente diferente de se entregar ao cego otimismo do insensato; o homem sábio nunca combate o infortúnio adiantadamente. (Mestre Kut Hu Mi).

Lamento profundamente, mas não tenho o direito de me ligar com tanta firmeza a quaisquer pessoas por laços de simpatia e estima pessoal a ponto de tolher os meus movimentos, ficando eu incapacitado para encaminhar os demais para algo maior e mais nobre... (Mestre Kut Hu Mi).

As nossas Regras provaram ser sábias e benéficas para o mundo ao longo do tempo. O mundo em geral e em especial as suas unidades individuais são tão terrivelmente perversos que temos que combater cada um com as suas próprias armas. (Mestre Kut Hu Mi).

Conhecer a si mesmo como uma brilhante luz não requer luz alguma para tornar a si próprio percebido... (Citação da Filosofia Vedanta pelo Mestre Kut Hu Mi).

O dever do Teósofo [e dos Místicos, em geral] é semelhante ao do semeador: revirar a terra e semear os seus grãos o melhor que puder. O resultado fica com a Natureza, e ela é escrava da Lei. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

 

Desastres podem eventualmente cair sobre os 'chelas laicos' que se apoderam de poderes proibidos, antes que a sua natureza moral se tenha desenvolvido até à plena adequação para o seu uso. (Mestre Kut Hu Mi).

O triângulo duplo (triângulos preto e branco entrelaçados), considerado pelos Kabalistas judeus como o Selo de Salomão, é o 'Sri-Yantra' do antigo Templo Ariano, o 'mistério dos Mistérios', uma síntese geométrica de toda a doutrina oculta. Os dois triângulos entrelaçados são o 'Buddhagamaas' da Criação. Contêm a 'quadratura do círculo', a 'pedra filosofal', os grandes problemas da Vida e da Morte e o Mistério do Mal. O chela que pode explicar este signo em cada um dos seus aspectos é virtualmente um Adepto. Naturalmente sabeis que o triângulo duplo – o 'Satkiri Chakram' de 'Vishnu' ou a estrela de seis pontas – é o Sete Perfeito. Em todas as obras sânscritas antigas (védicas e tântricas) encontrais mencionado o número seis mais do que o sete, estando este último algarismo, o ponto central, imperfeito, pois é o germem dos seis e suas matrizes. É então assim: o ponto central representa o sete, e o círculo – o 'Mahakasha' (espaço infinito) – representa o Sétimo Princípio Universal. Em um sentido, os dois são considerados como 'Avalokitesvara', pois eles são, respectivamente, o Macrocosmo e o microcosmo. Dos triângulos entrelaçados, o que tem o ápice para cima é a Sabedoria Oculta; o triângulo de ponta para baixo é a Sabedoria Revelada (no mundo fenomenal). O círculo significa a qualidade limitadora do Todo, o Princípio Universal, que, de qualquer ponto determinado, se expande de modo a abranger todas as coisas, ao mesmo tempo que corporifica a pontencialidade de cada ação no Cosmos. Como o ponto, então, é o centro ao redor do qual está traçado o círculo, eles são idênticos e unos. Embora sob o ângulo de 'maya' e 'avidya' (ilusão e ignorância) um está separado do outro pelo triângulo manifestado, cujo três lados representam as três 'gunas' (atributos finitos). Na simbologia, o ponto central é 'Jivatma' (o Sétimo Princípio) e, portanto, 'Avalokitesvara', o 'Kwan-Shai-yin', a 'Voz' manifestada (ou Logos), o ponto germinal da atividade manifestada. Daí, na fraseologia dos kabalistas cristãos, 'o Filho do Pai e da Mãe', comparável ao nosso 'Yi-hsin' (o Espírito único manifestado nos seres), a 'forma Una de existência', o filho de 'Dharmakaya' (a Essência difundida universalmente), tanto macho como fêmea. 'Parabrahman' ou 'Adi-Buddha', enquanto atua através daquele gérmen, se mostra externamente como uma força ativa, reage a partir da circunferência internamente como a Suprema Potência, mas latente. Os triângulos duplos simbolizam o Grande Passivo e o Grande Ativo, o macho e a fêmea, 'Purusha' e 'Prakriti'. Cada triângulo é uma Trindade pois apresenta um tríplice aspecto. O branco representa em suas linhas retas 'Jnanan (Conhecimento), 'Jnata' (o Conhecedor) e 'Jneyam' (aquilo que é conhecido). O triângulo negro representa a forma, a cor e a substância, e também as forças criativa, preservativa e destrutiva, que são mutuamente correlatas etc. etc. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

 

Pitágoras tinha razão para nunca usar o número 2 – finito e inútil – e colocá-lo de lado completamente. Quando se manifesta, o Uno pode somente se converter em Três. (Mestre Kut Hu Mi).

 

A Mônada Dual (os Princípios Sétimo e Sexto) – a fim de se manifestar como um Logos, o 'Kwan-shai-yin' – primeiro tem que se tornar uma Tríada (Sétimo Princípio, Sexto Princípio e a metade do Quinto Princípio); depois, no seio do 'Grande Abismo', atraindo para dentro de si o Círculo Uno, forma com Ele o Quadrado Perfeito, e desta maneira a 'Quadratura do Círculo' – o maior de todos os mistérios – e inscreve dentro da última a Palavra (o Nome Inefável). De outra maneira, a dualidade nunca poderia permanecer como tal e teria de ser reabsorvida no Uno. O 'abismo' é Espaço, simultaneamente macho e fêmea. 'Purush' (como 'Brahma') respira na Eternidade; quando 'Ele' inspira, 'Prakriti' (como Substância manifestada) desaparece em seu seio; quando 'Ele' expira, ela reaparece como 'maya', diz o 'sloka'. A Realidade Una é 'Mulaprakriti' (a Substância Indiferenciada) a 'Raiz sem raiz', a... (Mestre Kut Hu Mi).

O Círculo Imanifestado (o Pai ou Vida Absoluta) é inexistente fora do Triângulo e do Quadrado Perfeito. Só se manifesta no Filho quando inverte a ação e retorna o seu estado absoluto de Unidade, e o quadrado se expande uma vez mais em um Círculo – 'o Filho retorna ao seio do Pai'. Ali permanece até que é chamado por sua Mãe para que retorne ao 'Grande Abismo', para voltar a se manifestar como uma tríada, o Filho compartilhando, ao mesmo tempo, de ambas as Essências, a do Pai e a da Mãe, esta a Substância ativa, 'Prakriti' em sua condição diferenciada. 'Minha Mãe (Sophia1, a Sabedoria manifestada) me tomou', disse Jesus em um tratado Gnóstico; e pede aos seus discípulos que esperem até que ele venha... A verdadeira 'Palavra' só pode ser encontrada seguindo-se o mistério da movimentação interior e exterior da Vida Eterna, através dos estados representados nestas três figuras geométricas. (Mestre Kut Hu Mi).

Só o Espírito liberado de todo impedimento poderá ver sem um véu as coisas do Espírito. Nenhum diletante inculto poderá jamais se rivalizar com aquele que é perito neste ramo de investigação. Entretanto, os verdadeiros Reveladores do mundo têm sido poucos e seus pseudo-Salvadores, uma legião. Afortunado será se os seus semi-relances da luz não sejam, como no Islã, forçados pela ponta da espada ou como a Teologia Cristã, entre as chamas das fogueiras e as câmaras de tortura. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

Inquisição: câmara de tortura


 

 

Continua: Sétima Parte

 

 



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Nota:

1. ShOPhIa.

 

Páginas da Internet e Websites consultados:

http://www.celestial7.com/amasters.html

http://www.stjerneporten.dk/05_mestre.html

http://www.levir.com.br/index.php

 

Música de fundo:

La Mer

Fonte:

http://www.damadanoite.adm.br/internacionais.htm