(Sétima Parte)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Mestre Kut Hu Mi
Mestre Morya

 

 

 

Introdução

 

 

Esta é a continuação de um trabalho que continuo a fazer sobre as Cartas dos Mahatmas (traduzidas por Alcyr Anísio Ferreira). Nesta parte, garimpei alguns fragmentos do conjunto de idéias dos Mestres Kut Hu Mi e Morya contidos em algumas Cartas. Se, dos ensinamentos dos Mahatmas, eu conseguir transmitir ao mundo ainda que seja só uma simples letra do alfabeto da Verdade, como escreveu o Mestre Kut Hu Mi em uma de suas Cartas, terei cumprido o propósito e o o objetivo deste esforço. Assim seja.

Para ler a primeira parte, dirija-se a:

http://paxprofundis.org/livros/cartas/mahatmas.htm

Para ler on-line integralmente as Cartas dos Mahatmas, consulte o Website da Loja Esotérica Virtual no endereço:

http://www.levir.com.br/index.php

Informo que as pictóricas animações distribuídas ao longo dos excertos são de minha única e exclusiva responsabilidade. Esse é um cacoete de professor do qual, como tenho dito, não consigo me livrar (porque não quero). Há outra coisa: como os fragmentos selecionados são, algumas vezes, muito intrincados e árduos, as animações auxiliam a compreendê-los e também ajudam a quebrar a monotonia de nossas cabeças ocidentais, que sempre querem tudo muito explicadinho e quanto mais rapidinho melhor. Mas, felizmente ou infelizmente, nessa matéria não há rapidez, nem demonstração, prova ou documento que normalmente confirme de maneira exotérica ou objetiva uma Lei Esotérica ou Mística. Temos que encontrar as confirmações em nossos Corações. Em princípio, não há outro jeito.

 

 

 

Fragmentos de Algumas Cartas
(Ensinamentos dos Mestres KH e Morya)

 

 

É somente aquele que tem em seu Coração amor à Humanidade e que é capaz de sentir intimamente a idéia de uma Fraternidade prática e regeneradora é que tem o direito à posse dos nossos segredos. Só um homem assim jamais fará mau uso de seus poderes, pois que não haverá receio algum de que os utilize para fins egoístas. O homem que não coloca o bem da Humanidade acima do seu próprio bem não é digno de se tornar nosso chela, não é digno de alcançar mais elevado conhecimento do que o seu vizinho. Caso anseie por fenômenos, que ele se satisfaça com as distrações do espiritismo. Tal é o estado real das coisas. Houve um tempo que, de oceano a oceano, das montanhas e desertos do norte até as grandes florestas e colinas do Ceilão, havia somente uma fé, um incitante grito: salvar a Humanidade das misérias da ignorância em nome d'Aquele que ensinou primeiro a solidariedade de todos os homens. Como está isso agora? Onde está a grandeza do nosso povo e a da Verdade Una? (Mestre Morya).

Agora estamos em meio a um povo em conflito, um povo ignorante e obstinado, buscando conhecer a verdade, entretanto incapaz de encontrá-la, pois cada um a procura para o seu próprio benefício e gratificação sem dar um pensamento para os outros. (Mestre Morya).

O mundo obscureceu a Luz do Verdadeiro Conhecimento, e o egoÍsmo impedirá a sua ressurreição porque exclui e não reconhece a total fraternidade de todos que nasceram sob a mesma imutável Lei Natural. (Mestre Morya).

Meus votos de 'Arhat'1 foram pronunciados e eu não posso buscar vingança nem ajudar outros a obtê-la... A vingança é ímpia, mas nós admitimos a defesa... (Mestre Morya).

Há uma lei geral de visão (física, mental ou espiritual), mas há uma lei especial qualificadora provando que toda visão tem que ser determinada pela qualidade ou grau do espírito e da alma do homem, e também pela capacidade para transferir diversas qualidades de ondas de luz astral para a conscicência. Há somente uma Lei Geral da Vida, mas inumeráveis leis qualificam e determinam as miríades de formas percebidas e de sons ouvidos. Há aqueles que voluntariamente são cegos e outros o são involuntariamente. Os médiuns pertencem aos primeiros; os sensitivos aos últimos. A não ser que regularmente Iniciados e treinados – no concernente à visão espiritual das coisas e as supostas revelações feitas ao homem em todas as épocas (desde Sócrates até Swendenborg e Fern) – nenhum vidente ou clariaudiente auto-instruído jamais viu ou ouviu com completa exatidão. (Mestre Morya).

O caminho através da vida terrena conduz a muitos conflitos e provas, mas aquele que nada faz para vencê-los não pode esperar nenhum triunfo. (Mestre Morya).

Os afetos pessoais têm pouca influência, se é que têm alguma, sobre qualquer verdadeiro Adepto no cumprimento do seu dever. À medida que o Adepto se eleva em direção ao perfeito Adeptado, as fantasias e as antipatias do seu eu anterior são enfraquecidas. Nesse sentido, o Adepto acolhe em seu Coração toda a Humanidade e a considera em conjunto. (Mestre Morya).

 

 

Com o indivíduo 'visível' nada temos a ver. Ele é para nós somente um véu que oculta aos olhos profanos o outro Ego com cuja evolução estamos ocupados. No 'rupa-D' externo, fazei o que gostais, pensai o que quereis. Somente quando os efeitos dessa ação voluntária são vistos no 'corpo-E' é nosso dever prestar atenção. (Mestre Morya).

Nossa maior dificuldade é a de ensinar aos discípulos a não serem enganados pelas aparências. (Mestre Morya).

Cada homem é pessoalmente responsável diante da Lei de Compensação por cada palavra que emite voluntariamente. (Mestre Morya).

Se vós (como vosso legendário 'Shloma') tão-somente escolherdes a Sabedoria, todas as outras coisas serão acrescentadas no tempo exato. (Mestre Morya).

Verso de Kut Hu Mi citado por Morya:

'Não serpenteia o caminho montanha acima durante todo o seu percurso?

Sim, até que termine.

Não demorará o dia inteiro a jornada diária?

Desde a manhã até a noite, amigo meu'. (Mestre Kut Hu Mi).

O Conhecimento para a mente, como o alimento para o corpo, destina-se a nutrir e ajudar o crescimento; mas requer que seja bem digerido. E quanto mais completo e pausadamente se leve a cabo o processo, melhor será para o corpo e para a mente. (Mestre Morya).

Nós aconselhamos e nunca ordenamos. Mas influímos nos indivíduos. (Mestre Morya).

Há ciclos de 7, 11, 21, 77, 107, 700, 11.000, 21.000 etc. deste modo, inúmeros ciclos compõem um ciclo maior, e assim por diante. (Mestre Morya).

Recordai: uma expectativa demasiadamente ansiosa não só produz tédio, como também é perigosa. Quanto mais cálida e mais rapidamente bater o coração, tanto mais vida se desgasta. As paixões e os afetos não devem ser gratificados por aquele que busca SABER, porque eles 'desgastam' o corpo terrestre com o seu próprio poder secreto; aquele que deseja alcançar o seu propósito deve ser frio. Não deve mesmo desejar tão ansiosa ou tão apaixonadamente o objeto que aspira alcançar; do contrário, o próprio desejo impedirá a possibilidade da sua realização, quando muito, retardando-o, recuando-o... (Mestre Kut Hu Mi).

Nunca os espíritas [ou qualquer espiritualista de qualquer Fraternidade] encontrarão médiuns e videntes confiáveis (nem mesmo em grau algum), enquanto estes e seu 'círculo' se saturarem com sangue animal e com os milhões de infusórios dos fluidos fermentados. (Mestre Kut Hu Mi).

A esperança adiada não é esperança perdida. (Mestre Kut Hu Mi).

Nunca foi a intenção dos Ocultistas, realmente, esconder dos estudantes ardorosos e determinados o que eles têm escrito, mas, sim, ocultar a sua informação, por razões de segurança, em uma caixa-forte segura, cuja chave é a intuição. O grau de diligência e zelo com o qual o estudante busca o significado oculto, é, em geral, a prova de até onde ele está qualificado para a posse de tesouro tão enterrado. (Mestre Kut Hu Mi).

A sede de conhecimento nunca foi considerada como sendo um pecado... (Mestre Kut Hu Mi).

A ciência Oculta não é uma ciência na qual os segredos possam ser transmitidos de uma vez, mediante uma comunicação verbal ou mesmo escrita. Se assim fosse, tudo o que os 'Irmãos' teriam que fazer seria publicar um Manual da Arte que poderia ser ensinado nas escolas, como a gramática. É um erro comum das pessoas crerem que nos envolvemos e aos nossos poderes voluntariamente no mistério; que desejamos guardar o nosso conhecimento para nós mesmos e que por nossa própria vontade recusamos comunicá-los 'deliberada e desconsideradamente'. A verdade é que até que o neófito atinja a condição necessária para este grau de Iluminação, para o qual está qualificado e apto, a maior parte dos segredos, senão todos, são incomunicáveis. A receptividade deve ser igual ao desejo de instruir. A Iluminação deve vir do íntimo. Até então, nenhum conjuro, encantamento, pantomima de roupagens, palestras, discussões metafísicas ou penitências auto-impostas podem dar essa Iluminação. Todos estes são apenas meios para um fim, e tudo o que podemos fazer é dirigir o emprego daqueles meios, que foram comprovados pela experiência da idade, como conducentes ao objetivo esperado. E isso não é segredo nem o foi durante milhares de anos. Jejum, meditação, castidade de pensamento, palavra e ação, silêncio durante certos períodos de tempo para permitir a própria natureza que fale a quem se aproxime dela em busca de informação, domínio das paixões e dos impulsos animais, completo altruísmo de intenção e uso de certo tipo de incenso e fumigações com propósitos fisiológicos foram divulgados como meios desde os dias de Platão e Jâmblico no Ocidente e desde os tempos mais remotos ainda de nossos 'Rishis' hindus. O modo de como tudo isso tem que ser cumprido para se adaptar a cada temperamento é, naturalmente, assunto de experimentação da própria pessoa e da cuidadosa observação de seu tutor ou Guru. Isso é de fato uma parte de seu curso de disciplina, e o seu Guru ou iniciador somente pode assistir com a sua experiência e poder de vontade, mas não pode fazer nada mais até a última e Suprema Iniciação. Sou também de opinião que poucos candidatos imaginam o grau de desconforto, e até sofrimento e dano a si mesmo, a que o mencionado Iniciador se submete para o bem do seu discípulo. As condições peculiares, físicas, morais e intelectuais de neófitos, como de Adepto, variam muito, como qualquer pessoa compreenderá facilmente. Assim, em cada caso, o Instrutor tem que adaptar as suas condições as do discípulo, e a tensão é terrível, pois para conseguir êxito temos que nos colocar em plena sintonia com o indivíduo sob adestramento. E quanto maiores os poderes do Adepto, menos ele está em simpatia com a natureza do profano, que, com freqüência, vem até ele saturado com as emanações do mundo exterior, aquelas emanações animais da multidão egoísta e brutal que tanto tememos. Quanto mais afastado o Instrutor se encontra desse mundo e quanto mais puro se tenha tornado, tanto mais difícil é a tarefa a que se impôs. Além disso, o conhecimento só pode ser comunicado gradualmente; e alguns dos mais elevados segredos, ainda que formulados, mesmo em vosso bem preparado ouvido, poderiam soar a vós como um palavrório insano, apesar de toda a sinceridade de vossa presente convicção de que 'a confiança absoluta desafia a incompreensão'. Esta é a causa verdadeira de nossa reticência. É por isso que tão freqüentemente as pessoas se queixam, com certa plausível parte de razão, de que nenhum novo conhecimento lhes é comunicado, apesar de terem estado se esforçando por ele, dois ou três ou mais anos. Que aqueles que realmente desejam aprender abandonem tudo e venham até nós, em vez de pedir ou esperar que nós vamos até eles. Mas, como se poderia fazer isto em vosso mundo e atmosfera? ... Dar a um homem mais conhecimento do que está capacitado a receber é uma experiência perigosa, e, ademais, freiam-me outra considerações. A súbita comunicação de fatos, que transcendem tanto o comum, é, em muitos casos, fatal não só para o neófito, mas também para os que o rodeiam diretamente. É como entregar uma máquina infernal ou um revólver carregado e engatilhado nas mãos de um homem que nunca viu tais coisas. Nosso caso é exatamente análogo. Nós sentimos que o tempo se aproxima e estamos fadados a escolher entre o triunfo da Verdade ou o Reino do Erro e do Terror. Temos que comunicar o Grande Segredo a alguns Eleitos, ou permitir que os infames 'Shammar' conduzam as melhores mentes da Europa para a mais fatal e insana das superstições, o Espiritismo. E sentimos como se estivéssemos pondo todo um carregamento de dinamite nas mãos daqueles que estão tão ansiosos de ver defenderem-se contra os Irmãos da Sombras – os Barretes Vermelhos. (Mestre Kut Hu Mi). (Grifo Meu).

O mau uso do conhecimento pelo discípulo sempre reage sobre o Iniciador... Ao participar os seus segredos com alguém, o Adepto – devido à Lei imutável – retarda o seu progresso para o Eterno Repouso. (Mestre Kut Hu Mi).

Perambular daqui para ali no Caminho não conduz à uma rápida chegada ao fim da Jornada. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

Até agora, no mundo, só se reconhece como verdadeiro sábio aquele que mais habilmente conduz os negócios na vida, de modo que possa produzir o maior rendimento material, honrarias ou dinheiro. A qualidade da Sabedoria sempre foi e será negada por muito tempo (até o fim da Quinta Raça) a quem busca a riqueza da mente para o seu próprio benefício e para o seu próprio gozo e resultado, sem o propósito secundário de aproveitá-lo para a realização de benefícios materiais. Para a maioria de vossos compatriotas, adoradores do ouro, nossos fatos e teoremas serão considerados como fantásticas divagações, sonhos de loucos. (Mestre Kut Hu Mi).

O fato é que, até a última e Suprema Iniciação, todo chela (e até mesmo alguns Adeptos) são abandonados aos seus próprios recursos e opiniões. Nós temos que travar as nossas próprias batalhas e o familiar adágio de que 'o Adepto se faz, não nasce' é rigorosamente certo. Dado que cada um de nós é o criador e o produtor das causas que conduzem a estes ou outros resultados, nós temos que colher somente o que semeamos. (Mestre Kut Hu Mi).

Os nossos chelas são ajudados somente quando são inocentes das causas que os conduzem a dificuldades, isto é: quando tais causas foram geradas por influências estranhas e externas. A vida e a luta pelo Adeptado seriam demasiadamente fáceis se todos tivéssemos atrás de nós lixeiros que varressem os efeitos que geramos mediante nossa própria imprudência e nossa própria presunção. Antes que lhes seja permitido irem para o mundo, eles – os chelas – são todos dotados com mais ou menos poderes clarividentes. E, com a exceção daquela atividade que, a não ser que seja paralisada e vigiada os levaria talvez a divulgar certos segredos que não podem ser revelados, eles são deixados no pleno exercício dos seus poderes, quaisquer que estes sejam. Por que eles não os exercitam? Assim, passo a passo, e depois de uma série de penalidades, o chela aprende por amarga experiência a guiar e a reprimir os seus impulsos; perde a sua temerária impetuosidade, sua presunção, e não volta a cair nos mesmos erros. (Mestre Kut Hu Mi).

Ninguém entra em contato conosco sem deixar de ser submetido à prova e posto por nós à provação. (Mestre Kut Hu Mi).

Cada ser humano possui dentro de si vastas potencialidades. É obrigação dos Adeptos rodear o aspirante a chela com circunstâncias que lhe permitam tomar 'a senda da direita', se possui a capacidade em si mesmo. Não somos tão livres para reter a oportunidade de um postulante quanto para guiá-lo e dirigi-lo no seu próprio caminho. No melhor dos casos, só podemos lhe mostrar – depois de terminar com êxito o período de provação – que se faz isto, irá bem, que se faz aquilo, irá mal. Mas, até que tenha passado este período, nós o deixamos para que trave as suas batalhas o melhor que possa. Ocasionalmente temos que proceder assim com os chelas mais elevados e Iniciados... Nós permitimos que nossos candidatos sejam tentados de mil maneiras, a fim de expor a totalidade de suas naturezas íntimas e dar-lhes a oportunidade de ficarem como conquistadores, em um sentido ou noutro. (Mestre Kut Hu Mi).

Não é uma frase vazia do 'Tathagata' que 'aquele que domina o seu Eu é maior do que aquele que vence milhares em uma batalha'. Não há outra luta tão difícil quanto essa. Se assim não fosse, o Adeptado seria uma aquisição muito vulgar. (Mestre Kut Hu Mi).

Alguém que hoje é verdadeiro e é aprovado, pode, amanhã, sob uma nova conjunção de circunstâncias, mostrar-se um traidor, um ingrato, um covarde, um imbecil. O junco se for dobrado além da sua flexibilidade se partirá em dois. (Mestre Kut Hu Mi).

Certamente não é necessário o Ocultismo para que um Ego puro e bom se torne um 'Anjo' ou um Espírito, dentro ou fora do 'Devachan', pois a Angelidade (sic) é o resultado do 'Karma'. (Mestre Kut Hu Mi).

Aqueles que estão vigiando a Humanidade no decorrer dos séculos deste ciclo, viram se repetir constantemente os detalhes de uma luta de morte entre a Verdade e o Erro. Aqueles, no passado, que mantiveram acesa a lâmpada nas gerações precedentes pagaram com as suas vidas o seu conhecimento... Coragem, então, para todos vós que anseiam ser os guerreiros da Verdade Divina e Una. Permanecei resolutos e confiantes; cuidai da vossa força moral sem desperdiçá-la em futilidades... (Mestre Kut Hu Mi).

A melhor maneira para expulsar hóspedes indesejáveis desta classe (elementais), é viver com pureza de pensamento e ações. (Mestre Kut Hu Mi).

Mesmo um Adepto, quando atua em seu corpo, não está isento de erros, devido ao descuido humano. (Mestre Kut Hu Mi).

 

Continua: Oitava Parte

 



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Notas:

1. Arhat: budista que atingiu o estado de Nirvana através de rigorosas autodisciplina e abnegação.

 

Páginas da Internet e Websites consultados:

http://www.celestial7.com/amasters.html

http://www.stjerneporten.dk/05_mestre.html

http://www.levir.com.br/index.php

http://www.davebytes.com/aug_26_06.htm

 

Música de fundo:

La Mer

Fonte:

http://www.damadanoite.adm.br/internacionais.htm