Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Continuação

 

 

 

Para ler as Partes anteriores deste trabalho-estudo, por favor dirija-se a:

1ª Parte:
http://paxprofundis.org/
livros/alcsag/alcsag.htm

2ª Parte:
http://paxprofundis.org/
livros/alcsag1/alcsag1.htm

 

 

Esta Terceira Parte está constituída de excertos recolhidos (e eventualmente comentados) da 31ª Surata (Lucman) à 45ª Surata (Al Jássiya).

 

 

 

 

 

 

 

Pérolas Alcorânicas Eternas

 

 

Entre os humanos, há aqueles que entabulam vãs conversas, para com isso desviar nesciamente (os seus semelhantes) da senda de Deus, escarnecendo-a. (Surata Lucman, versículo 6). [Mas há aqueles que lutam contra isto. O Frater Vicente Velado, no Prólogo do livro O Eremita, recentemente revisado e divulgado on-line pela Ordo Svmmvm Bonvm, escreveu e afirmou: No fim do Século XX Satanás havia alcançado sua maior vitória na face da Terra desde o Advento de Nosso Senhor Jesus Cristo: conseguira que a maioria dos homens não acreditasse mais na sua existência e tinha sob seu controle numerosas organizações que enganavam os incautos dizendo-se a serviço de Deus e propondo-lhes o bem estar e a vitória no mundo material em troca de dinheiro e louvores em ritmo histérico. Eu, Vicente Velado, da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, decidi lutar contra isto. O capítulo VII deste livro, Os Círculos, Como Meio de Filtrar as Iniciações Maiores, é extremamente educativo, razão pela qual vou reproduzi-lo abaixo integralmente, ainda que, em parte, ele contradiga os ensinamentos do Sagrado Alcorão, mas em grande parte os corrobore:

 

A razão que me leva neste livro a falar tanto sobre ordens iniciáticas prende-se ao fato, deveras paradoxal, de que por meio da iniciação esotérica tenha um cristão encontrado o caminho de volta à verdadeira Casa de Deus, que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Tanto mais paradoxal e estranho isso se afigura se considerarmos que durante a Idade Média, de triste memória, houve acirrada perseguição por parte do clero aos esoteristas. Mas, note-se bem que eu me refiro aqui a clero e não a monges, porque é necessário e fundamental, para a compreensão desta matéria, que se saiba o exato significado das palavras. Um dominicano, por exemplo, não é um monge: ele vive em conventos, mas tem vida social, interage com a comunidade, e seu lar é toda a Ordem dos Frades Pregadores, à qual pertencia São Tomás de Aquino. Da mesma forma os franciscanos. Os membros destas ordens religiosas, que não são ordens monásticas, são chamados de freis. Um dominicano, como um franciscano, pode ser transferido de uma província para outra, mudando de convento, tal qual um padre secular é removido de uma diocese para outra. Já um beneditino é um monge cenobita, que vive em isolamento e fez voto de estabilidade ao mosteiro no qual entrou. Os membros da Ordem Beneditina observam, também, o silêncio, pois NPS Bento, em sua Santa Regra, ao discorrer sobre a humildade, estabelece que o nono grau consiste “em que o monge negue o falar à sua língua”, pois “o homem que fala muito não se encaminhará bem sobre a Terra”, como mostra a Escritura. Tradicionalmente, o clero não tem sido o melhor amigo dos cristãos, justamente por não poder ficar apartado das mazelas do século, como ocorre com os monges. Tanto assim é que, se nos reportarmos à vida de São Pacômio – o iniciador do monaquismo ocidental – constataremos que, já naquela época, no Egito, os monges preferiam deixar a cargo do clero o ritual da Santa Missa, pois não gostavam de ter clérigos entre si, mesmo porque o simples fato de ser sacerdote poderia fazer com que um homem se sentisse melhor que os demais e se deixasse inchar pela soberba, dando ocasião a escândalos.

Os monges do Egito dedicavam oito horas do dia à oração, outras tantas ao trabalho duro e as restantes eram dedicadas a estudos esotéricos voltados para a ascese, sobrando umas parcas três horas por noite para o sono (e naqueles primórdios do monaquismo não havia canto gregoriano para energizar os ascetas). Como se vê, não dispunham de tempo para o falar inútil, quanto mais para o palrar clerical. Tão avessos ao clero eram os Padres do Deserto e seus filhos espirituais, que quando um destes santos-homens foi instado a assumir o cargo de bispo decepou ambas as orelhas, para que lhe fosse impossível usar a mitra, descartando-se, assim, definitivamente daquela imposição. Esses monges é que detinham os conhecimentos secretos sobre o Eu Interior e sua ligação com Deus, que foram preservados pela Ordem de São Bento e, posteriormente, repassados para as ordens iniciáticas esotéricas.

No alvorecer do esoterismo laico, era muito íntima e estreita a ligação entre as ordens iniciáticas, como a Rosacruz, e a Igreja de Pedro. Porém, com o passar do tempo, a Igreja foi adotando posições temporais que nada tinham a ver com a postura dos Apóstolos, ligando-se ao poder estatal. Foi a partir desse momento histórico que as ordens iniciáticas começaram a se afastar da Igreja, e a própria Igreja se pôs a perseguir ordens monásticas, pois o Vaticano se mostrava temeroso do poder dessas ordens, cujos dirigentes máximos ficavam paralelos ao Papa, como foi por muito tempo o Superior Geral dos Jesuítas, cognominado "O Papa Negro". Nessa época, como se comprova pela leitura da vida dos santos, satanás mantinha um escritório no Vaticano, e ia lá todo dia a uma determinada hora, quando parava momentaneamente de atormentá-los, pelo que se vê quão terrível é a ação do diabo, que conseguiu penetrar na própria Casa de Deus para perpetrar suas fraudes. Também não é segredo que servidores do demônio se sentaram no Trono de São Pedro, praticando crimes nefandos, na tentativa, mal sucedida, de conspurcar a Igreja.

Seria de se perguntar como uma organização tão vasta como a Igreja, ao ser penetrada pelo demônio em nada menos que o cerne de seu poder central, não desmoronava. Eis porque: o verdadeiro cerne do poder espiritual da Igreja está nas ordens monásticas, nas quais o antigo inimigo, por mais que fizesse, não conseguiu jamais se impor, se bem que, vez por outra, tenha feito tombar algum monge relaxado. São os monges, entregues à ascese e ao Ofício Divino instituído por são Bento, que sustentam a egrégora da Igreja e mantêm incólume a sua santidade e a sua unidade, a despeito de quantos prelados poderosos satã tenha logrado possuir.

Entretanto, como a tendência inata do vulgo é julgar pelos erros e não pelos acertos, a Igreja, no mundo moderno, ficou marcada pelos erros da Idade Média e, volta e meia, os desmandos da Santa Inquisição são evocados para se tentar denegrir a imagem da Cúria Romana. Tem sido muito feita, no final do Século XX, a acusação de que a Igreja tem promovido o atraso econômico no Terceiro Mundo, para colocar as massas sob o jugo dos poderosos a que se teria aliado. Em que pese uma certa dose de verdade nessa acusação, deve-se ressaltar que a Igreja há muito reviu essas posições e cerrou fileiras ao lado dos oprimidos, reivindicando justiça social. Isso muito desagradou aos imperialistas americanos, que trataram de inundar a América Latina com seitas apostáticas eletrônicas, financiando a atuação delas. (Grifo meu). Uma dessas seitas chegou ao cúmulo de tentar vilipendiar a imagem da Santíssima e Gloriosíssima Mãe de Deus, para solapar os verdadeiros sentimentos de amor cristão, mas, obviamente, sem nada conseguir, a não ser a maldição e o opróbrio sobre si mesma, nas pessoas execráveis de seus dirigentes, que revelaram a mais abjeta e miserável servidão ao diabo. A missão específica dessas seitas apostáticas é alienar a população dos países pobres, para que continue subjugada à exploração imperialista. (Grifo meu).

A atuação das seitas apostáticas eletrônicas se dá de duas maneiras distintas e bem definidas. Na primeira, prometem aos pobres fiéis as benesses do mundo material em troca do louvor a Deus, como se fosse um negócio: o fiel comparece ao culto, paga o dízimo, e Deus lha dá um carro do ano, um televisor a cores, um computador, um emprego garantido na fábrica de um dos empresários que pertencem à congregação. Na segunda forma de alienação, fazem ver aos fiéis que devem suportar com estoicismo toda a sorte de injustiças sociais, deixando-se roubar e espoliar, que tal passividade será recompensada em uma futura vida celestial cheia de prazeres terrenos.

A Igreja Católica Apostólica Romana, que também teve seus erros em situações parecidas, luta hoje contra as fraudes diabólicas a que acabamos de nos referir. Padres têm sido perseguidos, torturados e assassinados por defender os oprimidos no Terceiro Mundo, especialmente na América Latina. E se é verdade que a Igreja reviu suas posições, em parte por estar perdendo adeptos, também é verdade que se recuperou e não se deixou destruir pelo diabo porque seu cerne e sua seiva sempre foram bons, porque estavam sustentados pelo monaquismo, que forma seu círculo interno. Eis porque a Igreja é indestrutível e as portas do inferno não prevalecem contra ela.

Santo Atanásio, Santo Agostinho e Santo Ambrósio (340-397, Arcebispo de Milão, introdutor na Igreja ocidental da forma antifônica - solista e congregação - no canto dos salmos e hinos) falavam de caridade e de trabalho como "conselhos de perfeição" na autêntica vida monástica. O gesto espontâneo de dar, de uma só vez, toda a fortuna herdada, já não bastava em si mesmo: tornava-se preciso exercer a caridade de forma contínua e o trabalho era olhado como instrumento desse exercício, com o qual São Francisco revigorou o cristianismo, segundo frisa em seus escritos Maquiavel, ele próprio um franciscano da Ordem Terceira. Mas foi somente através de São Bento que essa prática se consolidou como princípio. Para os monges beneditinos, segundo o que está na Regra, que prescreve orar e trabalhar [Ora et labora], é um dever tratar dos doentes, alimentar os pobres e vestir os nus.

Situação parecida com a da Igreja tem sido vivida pelas ordens iniciáticas, mas elas, bem ou mal, têm conseguido se salvaguardar pela força de seus círculos internos. Atualmente, essas ordens iniciáticas estão cada vez mais distanciadas da Igreja, devido ao endurecimento de posições de parte a parte. Não se pode ocultar, também, o fato de que as ordens iniciáticas, devido a não serem voltadas para a conversão de vida, não possuem a necessária força para uma luta frente a frente com o demônio. Muitas, para ocultar essa deficiência, passaram, pura e simplesmente, a negar a existência do diabo, creditando-a às conveniências políticas da Igreja. E a própria Igreja, curiosamente, deixou de dar ênfase ao combate ao antigo inimigo. Tanto assim que o Rituale Romanum foi retirado do prelo pelo Santo Padre (antigamente, ao ser ordenado, cada padre secular recebia um). Hoje em dia, há padres que sequer conhecem o latim e muito menos o grego, fundamental para a leitura de obras como o "Parvum Asceticum", de São Basílio Magno.

Foi exatamente nesse contexto que eu abracei a missão de reorganizar a Ordem dos Exorcistas dentro da Igreja, e essa conjuntura levou-me à condição de eremita. Eu sabia, interiormente, que tinha de "passar a conviver comigo mesmo". Um eremita dos tempos modernos, que procurava seguir a Regra de São Bento, mas deveria se virar para se manter dentro da sociedade de consumo e tinha de se haver sozinho com Deus e o diabo, que me atacava cada vez mais furiosamente, chegando a penetrar no computador em que eu escrevia meus livros... O demônio persegue um homem quando percebe que esse homem abriu os olhos da alma e tomou posição ao lado de São Miguel Arcanjo, já não se deixando iludir pelas ilusões do mundo material, regido por satã. Aí, esse homem se torna um estorvo à obra diabólica e as hostes infernais tentam destruí-lo.]

 

Ó filho meu, observa a oração, recomenda o bem, proíbe o ilícito e sofre pacientemente tudo quanto te suceda, porque isto é firmeza (de propósito na condução) dos assuntos. (Surata Lucman, versículo 17).

E não vires o rosto às gentes, nem andes insolentemente pala terra, porque Deus não estima arrogante e jactancioso algum. (Surata Lucman, versículo 18).

E modera o teu andar e baixa a tua voz,1 porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos. (Surata Lucman, versículo 19).

No dia da vitória de nada valerá a fé tardia dos incrédulos, nem serão tolerados. (Surata As Sajda, versículo 29). [Aqui, com todo respeito pelo Sagrado Alcorão e salvo melhor juízo, penso que jamais será tarde para que haja arrependimento e reconciliação. O próprio Sagrado Alcorão sempre se refere a Deus como Clemente e Misericordioso.]

Recorda-te de quando instituímos o pacto com os profetas; contigo, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Jesus, filho de Maria, e obtivemos deles um solene compromisso. (Surata Al Ahzab, versículo 7). [Este versículo mostra claramente que a Transmissão é ininterrupta.]

Nunca acharás mudanças na Lei de Deus! (Surata Al Ahzab, versículo 62).

Tendes um encontro marcado para um dia, o qual não podereis atrasar nem adiantar por uma só hora. (Surata Sabá, versículo 30).

A verdade [ainda que relativa] tem prevalecido, e a falsidade nada cria e nem restaura. (Surata Sabá, versículo 49).

Se me desviar, será unicamente em detrimento meu... (Surata Sabá, versículo 50).

Que a vida terrena não vos iluda, nem vos engane o sedutor... (Surata Fáter, versículo 5). Posto que Satanás é vosso inimigo; tratai-o, pois, como inimigo, porque ele incita os seus prosélitos a que sejam condenados ao tártaro. (Surata Fáter, versículo 6).

Jamais se equipararão o cego e o vidente. (Surata Fáter, versículo 19). Tampouco as trevas e a luz. (Surata Fáter, versículo 20). Ou a sombra e a canícula.2 (Surata Fáter, versículo 21). Nem tampouco se equipararão os vivos e os mortos... (Surata Fáter, versículo 22).

E entre os humanos, entre os répteis e entre o gado há indivíduos também de diferentes cores. (Surata Fáter, versículo 28). [Misticamente, isto pode ser entendido que não viemos todos do mesmo lugar (Plano vibratório ou Dimensão) nem voltaremos todos para o mesmo lugar (Plano vibratório ou Dimensão). E mudar de Plano ou de Dimensão depende exclusivamente de nós.]

A conspiração para o mal somente assedia os seus feitores. (Surata Fáter, versículo 43).

Todos, unanimemente, comparecerão ante Nós. (Surata Yá Sin, versículo 32). [Aqui, misticamente, o entendimento é o de que não há privilégios no Universo. Apenas Privilégios.]

E o Sol, que segue o seu curso até um local determinado... (Surata Yá Sin, versículo 38). [Uma das leis irrevogáveis do Universo é o movimento. Pralâya...3 Mânvântâra... Pralâya... Mânvântâra... Pralâya... Mânvântâra... Ad æternum...]

Não é dado ao Sol alcançar a Lua; cada qual gira em sua órbita. Nem a noite pode ultrapassar o dia. (Surata Yá Sin, versículo 40). [Resumindo: o Universo funciona sob dois aspectos imutáveis: sistema e ordem.]

Porventura, Quem criou os céus e a Terra não será capaz de criar outros seres semelhantes a eles? (Surata Yá Sin, versículo 81). [Fica a pergunta: a vida, tal qual a conhecemos, será uma exclusividade do Planeta Terra? Quem sabe, da mesma forma que nosso entendimento evoluiu do geocentrismo para o heliocentrismo, talvez evoluamos para algo semelhante a um tipo de pontocentrismo, ponto este que está em toda parte e que não está, estático, fixo, em parte alguma.]

 

 

E também Elias4 foi um dos Mensageiros. (Surata As Sáfat, versículo 23). [No versículo 30 desta Surata está escrito: Que a paz esteja com Elias!]

Invocais Baal5 e abandonais o Melhor dos criadores... (Surata As Sáfat, versículo 25). [Misticamente, o entendimento é o de que enquanto invocarmos e adorarmos os deuses egregóricos, criados pelas mentes humanas, não poderemos dar início à edificação consciente do Mestre-Deus de nossos Corações. Enquanto esta situação permanecer, talvez esta seja a pior de todas as prisões.]

Os incrédulos estão imbuídos de arrogância e separatismo. (Surata Sad, versículo 2).

Este (Alcorão) não é mais do que uma Mensagem para o Universo. (Surata Sad, versículo 87).

Haverá alguém mais iníquo do que quem mente acerca de Deus e desmente a Verdade, quando ela lhe chega? (Surata Az Zúmar, versículo 32).

Quem cometer uma iniqüidade, será pago na mesma moeda... (Surata Gháfer, versículo 40). [Não creio que qualquer iniqüidade deva ser paga na mesma moeda, pois isto seria reviver a Lex Talionis, cujos primeiros indícios foram encontrados no Código de Hamurabi, em 1730 a. C., no reino da Babilônia. Penso, sim, que devemos e haveremos de compensar nossas faltas; mas esta compensação se dará apenas quando estivermos aptos a compreender a experiência compensatória. E, entre tantas formas de compensação, a caridade desinteressada é uma delas.]

Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Muhammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo! (Surata Fússilat, versículo 34).

Tudo quanto te dizem já foi dito6 aos Mensageiros que te precederam. (Surata Fússilat, versículo 43).

E todo o infortúnio que vos aflige é por causa do que cometeram vossas mãos... (Surata Ax Xura, versículo 30). [E, mais uma vez, tenho que insistir; somos responsáveis por tudo.]

Quem perseverar e perdoar saberá que isso é um fator determinante em todos os assuntos. (Surata Ax Xura, versículo 43).

E embora o demônio o desencaminhe da verdadeira Senda, crerá que está encaminhado. (Surata Az Zúkhuruf, versículo 37). [Assim são os perversos, os homicidas, os fazedores de guerras, os enganadores, os açuladores etc.]

E quando é dado como exemplo o filho de Maria, eis que o teu povo O escarnece! (Surata Az Zúkhuruf, versículo 57). [No versículo 58 desta Surata está escrito: E dizem: Porventura, nossas divindades não são melhores do que Ele? Porém, tal não aventaram, senão com o intuito de disputa. Esses são os litigiosos!]

E quando Jesus lhes apresentou as evidências, disse: Trago-vos a sabedoria, para elucidar-vos sobre algo que é objeto das vossas divergências... (Surata Az Zúkhuruf, versículo 63).

Sê condescendente para com eles [os iníquos consigo mesmos] (ó Muhammad) e dize: Paz! (Surata Az Zúkhuruf, versículo 89).


 

 

 

 

Sabei que o dia fixado para todos será o dia da Discriminação. (Surata Ad Dukhan, versículo 40).

Ai de todo mendaz, pecador. (Surata Al Jássiya, versículo 7).

Havíamos concedido aos israelitas o Livro, o comando, a profecia e os agraciamos com todo o bem, e os preferimos aos seus contemporâneos. (Surata Al Jássiya, versículo 16).

Deus criou os céus e a Terra com prudência, para que toda a alma seja compensada segundo o que tiver feito; e ninguém será defraudado. (Surata Al Jássiya, versículo 22).

 

 

Fim da 3ª Parte.




 

 

 

 

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Notas:

1. Explica Samir El-Hayek: O "meio-termo" ou a "moderação" é o pivô da filosofia de Lucman, assim como o é da filosofia de Aristóteles, e também do Islã. E isso flui, naturalmente, de uma verdadeira compreensão da nossa relação com Deus, com o Seu universo e com os nossos semelhantes, especialmente o homem. Em todas as coisas, diz ele, sê moderado. Não apertes o passo e não sejas moroso ou fiques estacionário. Não sejas falador, nem calado. Não sejas espalhafatoso, nem tímido. Não sejas muito confiante, nem te acovardes. Se tiveres paciência, ser-te-ão dadas constância e determinação, para que bravamente enfrentes as porfias da vida. Se tiveres humildade, isso será para te salvaguardar da indecorosa jactância, e não para te refrear o espírito correto ou a determinação racional.

2. Calor muito forte.

3. Pralâya, segundo a Teosofia, é o período de tempo do ciclo de existência dos planetas em que não ocorre atividade. Ele dura, segundo o cômputo dos Brâmanes, 4.320.000.000 de anos. O período de atividade, chamado Mânvântâra, tem a mesma duração. Tomando 360 Mânvântâras e igual número de Pralâyas, obtem-se um "Ano de Brahman". A duração de 100 "Anos de Brahman" forma uma "Vida de Brahman", também chamado de Mahamânvântâra, durando, no total, 311.040.000.000.000 anos. Este é, segundo Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891), o período de atividade do cosmo, seguindo-se de um período de inatividade, chamado Mahapralâya, de igual duração.

4. Recorda Samir El-Hayek: Elias é o mesmo que Elijá, cuja história pode ser encontrada no Antigo Testamento, em I Reis, 17-19, e II Reis, 1:2. Elijá viveu no reino de Ahab (896 - 874 a. C.) e Ahaziah (874 - 872 a. C.), reis do reino (setentrional) desde Israel ou Samaria. Ele era um profeta do deserto, tal e qual João Batista – diferente do nosso Profeta do Islam, que tomou parte, controlou e guiou todos os assuntos do seu povo.

5. Ensina Samir El-Hayek: Baal, o deus-sol, cultuado na Síria. O culto incluía a adoração das forças da natureza e dos poderes procriadores, dando margem a que seus seguidores cometessem muitos abusos.

6. Antes de ter examinado minuciosamente o Alcorão Sagrado, como estou fazendo agora, escrevi um poema que transcrevo abaixo:

 

Tudo já foi dito

Em prosa e em verso.

Tudo já foi escrito

No verso e no anverso.

 

Tudo já foi ensinado

Por palavras e por atos.

Tudo já foi examinado

Por heróis e por pacatos.

 

Nada há de novo

Debaixo do Sol.

Ano velho... Ano novo...

Sempre o mesmo arrebol.

 

Mas, ainda que tudo se repita,

Como o inverno e o verão,

O homem não acredita

Na Voz do seu Coração.

 

Ele vê apenas com os olhos

E ouve só com os ouvidos.

Vive com eternos antolhos

Entre dúvidas e gemidos.

 

Mas, em Aquarius acontecerá

A Grande Libertação!

No Coração a Voz falará

E será grande a emoção!

 

E será por muitos realizado

O que sabem os Rosa+Cruzes:

Não há futuro, nem há passado;

As Rosas devem medrar nas Cruzes.

 

Somos todos irmãos

Peregrinando rumo à LLuz Eterna.

Mas uns levam em cada uma das mãos

Uma Rosa e uma Mágicka Lanterna.

 

7. Samir El-Hayek comenta: Jesus era um homem e um profeta para os israelitas, apesar de não ter sido aceito por eles. Algumas das igrejas, fundadas depois dele, adoraram-no como "Deus" e como "o filho de Deus", a exemplo da igreja trinitária dos nossos dias. As igrejas ortodoxas fizeram o mesmo durante o tempo do Profeta Muhammad. Quando a doutrina da Unidade foi renovada e a falsa adoração de outros, ao lado de Deus, foi estritamente proibida, todos os falsos deuses foram condenados. Jesus foi um dos maiores profetas; não era um deus, nem foi responsável pelas evasivas sutis do Credo Atanasiano.

O Credo Atanasiano, atribuído a Santo Atanásio de Alexandria (295 - 373), defensor da tese da consubstancialidade do Pai e do Filho e o mais importante e tenaz adversário da heresia ariana (que negava a divindade de Cristo), enfatiza que as três Pessoas não são três deuses, mas o único Deus verdadeiro.

1 - (Quicumque vult salvus esse...) Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que sustente a Fé Católica;

2 - A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável, certamente perecerá para sempre;

3 - Mas a Fé Católica é esta: que adoremos um Único Deus em Trindade e a Trindade em Unidade;

4 - Não confundindo as Pessoas, nem dividindo a Substância;

5 - Porque a Pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra,

6 - Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma Divindade, igual em Glória e em coeterna Majestade;

7 - O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo;

8 - O Pai é não-criado, o Filho é não-criado, o Espírito Santo é não-criado;

9 - O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado;

10 - O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno;

11 - Contudo, não há três eternos, mas um eterno;

12 - Portanto, não há três (seres) não-criados, nem três ilimitados, mas um não-criado e um ilimitado;

13 - Do mesmo modo, o Pai é Onipotente, o Filho é Onipotente, o Espírito Santo é Onipotente;

14 - Contudo, não há três Onipotentes, mas um só Onipotente;

15 - Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus;

16 - Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus;

17 - Portanto, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor;

18 - Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor;

19 - Porque, assim como somos compelidos, pela verdade cristã, a confessar cada pessoa separadamente como Deus e Senhor, assim, também, somos proibidos pela religião Católica de dizer que há três Deuses ou Senhores.

20 - O Pai não foi feito de ninguém, nem foi criado, nem gerado;

21 - O Filho procede do Pai somente; nem feito, nem criado, mas gerado;

22 - O Espírito Santo procede do Pai e do Filho; não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente;

23 - Portanto, há um só Pai e não três Pais; um Filho e não três Filhos; um Espírito Santo e não três Espíritos Santos.

24 - E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor;

25 - Mas, todas as três pessoas coeternas são 'coiguais' entre si, de modo que, em tudo o que foi dito acima, tanto a Unidade em Trindade como a Trindade em Unidade devem ser cultuadas;

26 - Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo em relação à Trindade;

27 - Mas, também, é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na Encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo;

28 - É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem;

29 - Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai. Homem nascido no tempo da substância da sua mãe;

30 - Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana;

31 - Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade;

32 - O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo;

33 - Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade;

34 - Um, não, de modo algum, pela confusão de Substância, mas pela unidade de pessoa;

35 - Pois, assim como uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo;

36 - O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia;

37 - Ascendeu ao Céu, sentou à direita de Deus, Pai Onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos;

38 - Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com seus corpos e prestarão conta de suas obras;

39 - E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna. Aqueles que houverem feito o mal irão para o fogo eterno;

40 - Esta é a Fé católica, a qual, a não ser que um homem creia firmemente nela, não pode ser salvo.

De minha parte, direi o seguinte: não importa absolutamente nada no que o homem crê; importa, apenas, como ele vive e como ele age, se é sincero e se é honesto. Na verdade, isto, misticamente, independe de se acreditar ou não em Deus. Eu prefiro mil vezes mais um agnóstico lhano e probo do que alguém que mata em nome de Deus. Acho que me expressei mal: como eu poderia preferir, nem que fosse um pouquinho, alguém que mata em nome de Deus ou em nome do que quer que seja? Por isso, por exemplo, no momento, minha simpatia por George Walker Bush é nenhuma, pois ele e seus coalizadores não andam a fazer outra coisa do que matar por causa de petróleo. E já que estou estudando o Alcorão Sagrado, faço a seguinte oração: Que Allah – o Clemente, o Misericordioso – ilumine os Corações de George Walker Bush e dos seus coalizadores. Assim seja!

 

Bibliografia:

ALCORÃO SAGRADO. Versão portuguesa diretamente do árabe por Samir El-Hayek. Apresentação de S. E. Dr. Abdalla Abdel Chakur Kamel. São Paulo: Tangará - Expansão Editorial S/A, 1975; e Rio de Janeiro: Otto Pierre Editores Ltda., 1980.

 

Páginas da Internet consultadas para a elaboração deste estudo:

http://www.dec.ufcg.edu.br/
biografias/Atanasio.html

http://www.dar.org.br/adiocese2/
news/news_item.asp?NewsID=4429

http://ierb.org.br/sinodo/index.php?option=
com_content&task=view&id=28&Itemid=61

http://www.agirbrasil.com/
Apol_Geral/Credo_Atanasiano.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Lei_do_tali%C3%A3o

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pralaya

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Helena_Petrovna_Blavatsky

http://www.islam.com.br/
quoran/traducao/index.htm

http://www.hackneymuslim.org/
HomePage.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Zakat

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Alcor%C3%A3o

http://www.alcorao.com.br/

 

Fundo musical:

Domminy

Fonte:

http://www.regiaomediterranea.com/
morocco/mo_musmn.htm