— Senhor Presidente Barack Obama:
e o Estado Palestino?

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Barack Obama

 

 

 

 

A votação na Assembléia Geral das Nações Unidas para reconhecer um Estado Palestino será uma distração no caminho para a paz com Israel.

 

Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos da América

Fonte:

http://noticias.r7.com/internacional/

 

Comentário que eu gostaria de não fazer, mas, por inalienável dever místico, farei: Ora, Senhor Presidente Barack Obama! Distração? Como distração? Distração de quê? Em relação a quê? Tudo, menos distração! Entre outras coisas, distração pode ser entendida como alheamento (alienação) ou, ainda, também, como diversão, divertimento, recreação. No caso em pauta, perdoe-me, nada disto se aplica ao demoroso conflito israelo-palestino, que se arrasta desde o tempo do Mahatma Gandhi, e, como está escrito em um texto que li na Internet, a seguir parafraseado por mim, é um rosário de planos de paz abortados e uma coleção cruel e fantasmagórica de esperanças frustradas, de sangue, de destruição, de mortes injustificadas, de lágrimas e de sei-lá-mais-o-quê. Quem desconhece isto? Faça-me o favor, Presidente! O mundo está repleto de boçais que não raciocinam, mas não só de boçais. Alguns pensam, ponderam e conseguem enxergar muito bem o que está por detrás das palavras e ler as linhas ocultas nas entrelinhas. Este conflito chegou, inclusive, a ceifar a vida de Yitzhak Rabin, Primeiro-ministro de Israel que foi brutalmente assassinado no dia 4 de novembro de 1995 quando participava de um comício pela paz na Praça dos Reis (hoje, Praça Yitzhak Rabin), em Tel Aviv, pelo estudante judeu ortodoxo Yigal Amir, militante de extrema-direita, que se opunha fanaticamente às negociações dos israelenses com os palestinos. Para muitos, como para o débil mental Yigal Amir, palestino bom é palestino morto. Todavia, será que entendi mal? Até pode ser. Com todo respeito: será que o Senhor pensou em dizer que a recusa da Assembléia Geral das Nações Unidas em reconhecer um Estado Palestino independente e autônomo autorizará a continuação da indiscriminada e covarde imolação... e se confundiu? Bolas; imolação rima com distração, mas são coisas completamente diferentes! Bem, Presidente Barack Obama, seja como for, eu tenho a mais absoluta certeza de que, em seu Coração, o Senhor apóia a criação de um Estado Palestino independente. Até seu vice-presidente Joe Biden condenou a decisão de Israel de construir novas casas em Jerusalém Oriental. O próprio Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos da América, Prêmio Nobel da Paz e autor do livro Palestina: Paz, Não Apartheid, disse neste livro que as opções de Israel incluem um sistema de 'apartheid', com dois povos ocupando a mesma terra, mas completamente separados um do outro, sendo os israelenses totalmente dominantes, e privando os palestinos de seus direitos humanos básicos, com o pretexto de combater a violência. Esta é a política que está sendo seguida agora… ainda que, como disse Carter, o sistema de 'apartheid' na Palestina não se baseie no racismo, mas no desejo de uma minoria de israelenses por terras palestinas e na repressão de protestos resultantes, que envolve violência. Uma pessoa razoavelmente informada também não desconhece isto. Por tudo isto, sim, como cinco mais cinco são dez, tenho certeza absoluta de que um Estado Palestino independente está em seus sonhos. Mas também tenho a mais absoluta certeza de que não deixam (não deixam = chacais do mundo) que o Senhor se pronuncie favoravelmente a isto e apóie publicamente a proposição de Mahmoud Zeidan Abbas, Presidente da Autoridade Nacional Palestina. Agora, não pense, Senhor Presidente Barack Obama, que as duras e necessárias compensações recairão apenas sobre as cabeças dos que não deixam; recairá sobre a sua também. Neste campo, omissão = comissão. Leve o tempo que levar, as compensações educativas acontecerão. No passado, Senhor Presidente, amorosa e fraternamente, adverti a família Bush com relação ao Iraque, que não deu a menor bola. Ela, vaidosa, se achava (e, provavelmente, ainda se acha) poderosa demais para dar bola para um brasileiro sonhador que escreve umas maluquices no Website Pax Profundis. O resultado? Bem, o resultado o Senhor sabe melhor do que eu. Mas, por falar em vaidade e em todo-poderosidade, relembre, Senhor Presidente, do General George Armstrong Custer (New Rumley, Ohio, 5 de dezembro de 1839 – Little Bighorn, Montana, 25 de junho de 1876), trucidado junto com o Sétimo Regimento de Cavalaria por uma montanha de índios enfurecidos, comandados por Touro Sentado e Cavalo Louco.

 

 

General George Armstrong Custer

General George Armstrong Custer

 

O fato é que, ciclicamente, impérios nascem e impérios fenecem. O Universo continua! Ou compreendemos que somos todos um ou pagaremos o dorido preço da incompreensão. Com relação a isto, cada desvio é uma dor; remanchar é desnorteador.

 

O reconhecimento de um Estado palestino é uma obrigação.

 

Recep Tayyip Erdogan, Primeiro-ministro da Turquia

Fonte:

http://noticias.r7.com/internacional/

 

Lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado Palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim, como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título. O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional. Venho de um País onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia, como deve ser.

 

Dilma Rousseff, Presidente do Brasil

Fonte:

http://paxprofundis.org/
livros/dilmaonu/dilmaonu.htm

 

O problema palestino é quase insolúvel. Se eu fosse judeu, diria aos judeus: não cometam a loucura de recorrer ao terrorismo, porque, assim, vocês destroem a própria causa de vocês, que, de outro modo, seria uma causa limpa e defensável... Os judeus deveriam se reunir com os árabes, associá-los à causa dos judeus europeus perseguidos na Europa, em vez de confiar em britânicos ou em norte-americanos ou, de fato, em vez de contar com qualquer tipo de ajuda de outros povos, que não os descendentes de Jeová... Os judeus só conseguirão se fixar [em paz (efetiva e duradoura)] na Palestina, se conquistarem a boa vontade dos árabes. Há centenas de modos pelos quais se pode argumentar com os árabes. A condição indispensável para qualquer argumento é que os judeus dispensem a ajuda das baionetas inglesas... Não estou defendendo os excessos dos árabes. Preferiria que os árabes tivessem optado pela via da não-violência [satyagraha —› princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto como meio revolucionário] na resistência contra o que consideram ser – e é – ocupação inadmissível das terras dos árabes. Mas, segundo os cânones aceitos por todos sobre o certo e o errado, nada se pode dizer contra a resistência árabe, face a inimigo tão imensamente mais poderoso.

 

Mahatma Gandhi

Fonte:

http://www.vivapalestina.com.br/?


 

 

 

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um mau menino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um alabardino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um clandestino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um usurpatino!1

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um crepusculino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um dragontino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um leonino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um fescenino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor não é um lascarino!

Senhor Presidente Barack Obama:

mas, enfim, e o Estado Palestino?

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o Senhor é, sim, adamantino!

Senhor Presidente Barack Obama:

já, agora, um Estado Palestino!

 

Senhor Presidente Barack Obama:

ouça o Biladi! Ouça o Hino!

Senhor Presidente Barack Obama:

autorize o Estado Palestino!

 

 

 

 

 

 

_____

Nota:

1. Usurpatino = usurpador + cretino.

 

Fundo musical:

Biladi (Meu País) é o Hino Nacional da Autoridade Nacional Palestina. Foi adotado pelo Conselho Nacional Palestino em 1996, de acordo com o Artigo 31 da Declaração de Independência da Palestina de 1988. Said Al Muzayin (também conhecido como Fata Al Thawra) o escreveu e o maestro egípcio Ali Ismael compôs sua música, sendo conhecido então como Hino da Revolução Palestina. Anteriormente, desde 1936, Mawtini (Minha Terra Natal) era utilizado extra-oficialmente como Hino Palestino.

Fonte:

http://www.4shared.com/get/fR--16bM/02
Palestinian_National_Anthem_.html

 

 

 

BILADI

 

 

Biladi Biladi
Biladi ya ardi ya arda al-judoud
Biladi Biladi
Biladi ya sha'bi ya sha'b al-khuloud
Bi'azmi wa nari wa burkani thari
Wa ashwaqi sha'bi li ardi wa dari
Sa'adto al-jibala wa khodto an-nidala
Qaharto al-mohala hattamyo al-qoyod

 


Refrão:

 

Bi'asfi al-riyah wa nari al-silah
Wa israri sha'bi li khawd al-kifah
Filisteeno dari Filisteeno nari
Filisteeno thari wa ardi as-sumood

 


Refrão:

 

Bihaqqi al-qasam tahta zilli al-'alam
Bi israri sha'bi li nari al-alam
Sa ahya fida'i wa amdee fida'i
Wa aqdee fida'i ila ann ta'oud

 

Fida'i = aquele que põe sua vida em risco voluntariamente; aquele que se sacrifica. Daí vem a palavra fedayin (devoto, mártir ou aquele que se redime pelo sacrifício). Contemporaneamente, o uso do termo fedayin tem sido aplicado com mais freqüência aos militantes da guerrilha palestina contra a ocupação israelense.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biladi

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fedayin