— Parte II —

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Vyasadeva

 

 

 

Este trabalho é a continuação e a conclusão de um estudo circunstanciado que fiz sobre a Bhagavad Gita. Para sua elaboração, foram consultados diversos Websites e Páginas da Internet, mas a fonte principal desta pesquisa foi a obra Srimad Bhagavad Gita – Bhagavan Sri Krishna levada a cabo por Haydée Touriño Wilmer, publicação em português de 2002 que acrescenta 8 capítulos aos 18 capítulos da Gita tradicionalmente conhecida, isto é, esta versão possui 26 capítulos e 745 slokas (versículos).

A divulgação da segunda parte deste sintético estudo, tanto quanto a primeira parte, objetiva oferecer um momento de meditação – um momento sagrado de comunhão com o que se possa entender como O Mais Sublime em nosso interior – pois se, em um sentido, somos todos seres individuais, singulares, por outro, somos e seremos irredutivelmente e ad semper unos no e com o Todo-Sempre-Todo. Como afirmei na primeira parte, obviamente, esta continuação também não substitui ou corrompe os princípios místico-metafísicos contidos na Gita, que, salvo melhor juízo, poderá ser lida integralmente por aquele que desejar conhecer as palavras do Senhor Krishna compiladas por Krishna Dvaipayana Vyasadeva.

Os comentários entre colchetes e eventuais citações, apostos a alguns fragmentos, são meramente entendimentos pessoais que podem ser desprezados na leitura dos excertos, tanto quanto as notas apresentadas ao final do texto; evidentemente, minha intenção não foi corrigir ou modificar o conteúdo da Gita, ainda que, eventualmente, umas poucas edições do texto (para mera adaptação a este tipo de trabalho) tenham sido feitas, sem, contudo, modificar em nada sua mensagem original.

Espero, sinceramente, que o leitor que está entrando em contato pela primeira vez com esta Sabedoria multimilenar seja estimulado a proceder à leitura integral da Gita, que é, apenas, um capítulo do épico hinduísta Mahabhárata, e que, ainda assim, sob nenhum aspecto, poderia estar condensada neste despretensioso rascunho.

Peço desculpas pelos equívocos que eu involuntariamente possa ter cometido.

A bibliografia, todas as páginas da Internet e todos os Websites consultados estão listados ao final do texto.

Por último, convido e recomendo, antes de ser procedida a leitura-estudo desta segunda parte, que seja examinada a primeira parte, que pode ser lida em um dos endereços abaixo:

http://svmmvmbonvm.org/vyasadeva.pdf

http://paxprofundis.org/livros/vyasa/deva.htm

 

 

 

 

 

 

 

 

Bhagavad Gita
(Fragmentos Escolhidos)

Parte II —

 

 

 

 

O aspirante [só] alcançará a Realização Espiritual2 praticando os diversos atos que conduzem a Ela.

 

Ó Bhárata!, assim como o único Sol ilumina o mundo inteiro, do mesmo modo a manifestação do Princípio da Vida3 ilumina4 [Illumina] o processo samsárico5 mundanal em todo o Cosmo.

 

 

Samsara

 

 

Assim como o expansivo céu (éter) não é limitado em virtude de sua sutileza, assim o Princípio da Vida, embora atuando no corpo (no processo samsárico mundanal) em todas as condições, não é maculado nem limitado por isso.

 

O Cosmo infinito6 emana da Plenitude7; por esta Plenitude Ele evoluciona; nesta Plenitude o infinito Cosmo se sublima – somente esta Plenitude permanece.

 

O aspirante cuja única alegria é a Realização espiritual, cuja Mente alcançou a tranqüilidade8, e que encontra o êxtase no Athma, para ele não existe fruto da ação, ocupando-se sempre impessoalmente em atos necessários e legítimos.

 

 


Mente Livre

 

 

Teu dever consiste em executar somente ações legítimas sem jamais considerar seus frutos; não te apegues nem sequer ao fruto da ação legítima, nem te deixes dominar pela tendência a omitir ou desistir da ação justa.9

 

O aspirante deve enaltecer-se por meio de uma Mente desapaixonada, sem se deixar cair em desalentos mentais; em verdade, a Mente é sua própria amiga, porém, ela pode ser igualmente sua inimiga.

 

Desejo e aversão, prazer e dor, contatos dos Sentidos, Inteligência (ou Consciência) e Faculdade Sintetizadora10 tudo isto, coletiva e separadamente, constitui o Kshetra ou unidade corporal (ou o Cosmo).

 

As armas (os elementos de Prithivi, ou terra) não ferem o Princípio da Vida; o fogo não O queima; a água não O molha; nem o vento O seca.11

 

Para o nascido a morte é certa, e para o que morre o nascimento é uma certeza; portanto, não há justificativa para que te aflijas por aquilo que é inevitável.11a

 

Ó Kaunteya!, não deixes de fazer a ação necessária, ainda que ela seja manchada pelo desejo de seu fruto, pois todas as atividades estão assim manchadas, como a chama o está pela fumaça.12

 

 

Ação Necessária

 

 

O aspirante que reconhece que todas as ações são efetuadas por meio da atividade próxima de Prakriti,13 compreende, conseqüentemente, que o Princípio da Vida não é o executor, senão somente a Causa remota da ação.

 

Aqueles, cujo discernimento átmico está obscurecido por desejos pessoais, adoram... a muitos Devas seguindo disciplinas particulares, e, por isso, estão sujeitos à influência trigúnica14 dos próprios Devas.15

 

Se alguém, apesar de haver estado anteriormente sob o domínio de conduta asúrica,16 chegasse a ser inteiramente devotado a Mim [o Deus de seu Coração], seria considerado como um Sadhu.17

 

Um devoto Yogue, que sempre se regozija no Athma, com Mente disciplinada e firmeza de convicção, havendo dedicado a Mim [o Deus de seu Coração] seu Manas18 e seu Buddhi,19 está livre de ódios, é amistoso com todos os seres, é compassivo e é desprendido; não é egoísta, transcende o prazer e a dor e sua natureza está sempre disposta ao perdão. [Este fragmento foi editado dos slokas 12 e 13 do capítulo XXIII da Gita, o Bhakti Dharma Gita.]

 

Um devoto Yogue não tem qualquer interesse pessoal ao praticar atos justos, nem ao não praticar atos injustos; tampouco há nele, verdadeiramente, qualquer expectativa pessoal, de qualquer classe, em sua atuação no processo samsárico mundanal. [Isto, em outras palavras, significa que um verdadeiro Místico só age movido por Imperativos Categóricos, jamais por imperativos hipotéticos. Immanuel Kant (1724–1804), nos Fundamentos da Metafísica dos Costumes, deixou gravado: Existe tão-só um Imperativo Categórico, que é este: Age somente, segundo uma máxima tal, que possas querer, ao mesmo tempo, que se torne Lei Universal. Em uma passagem do Mahabhárata, está escrito: Este é o resumo de todos os deveres: não façais nada aos outros que, se fosse feito a vós, vos causasse mágoa. Maomé também sentenciou: Nenhum de vós é um crente até quererdes para o vosso vizinho aquilo que quereis para vós. E Siddhartha Gautama, séculos antes, asseverou: Não magoeis os outros com aquilo que vos magoa a vós.]

 

A pessoa que tem discernimento sintético não deve perturbar, necessariamente, o entendimento daqueles que não o têm, e que, por isso, estão apegados ao fruto da ação; porém, deve, como um Yukta20, transcendendo o fruto da ação, regular todos os seus atos visando a elevação deles.

 

Aquele que – com Mente bem disciplinada – se mantém sereno em meio às dualidades de calor e frio, de prazer e dor, como também de censura e elogio, está bem próximo de alcançar a Graça do Grande Princípio da Vida. [Eu diria, salvo melhor juízo, que a Primeira Grande Graça é a Santa Liberdade.]

 

O aspirante que percebe o Princípio da Vida residindo no amigo, no ser amado, nos Sábios, nos estranhos que lhe são indiferentes, no neutral, no inimigo [adversário], nos parentes, como também naqueles que têm e nos que não têm discernimento átmico, logra excelência em sua atuação no processo samsárico mundanal. [Isto se resume a Três Palavras: Somos Todos Um.]

 

 

Somos Todos Um

 

 

Ainda se foras o maior pecador entre todos os pecadores, ainda poderias fazer a travessia a salvo, navegando sobre todos os pecados (ciclos de nascimento e morte) na Barca do Conhecimento.21 ... o Fogo do Conhecimento Átmico consome a impureza do apego (que causa a escravidão) em toda ação. [Este fragmento foi editado dos slokas 18 e 19 do capítulo XXIV da Gita, o Gñana Dharma Gita.]

 

O aspirante, ao entoar a Sílaba Mística AUM (o transcendente Pranava de Brahm), meditando na Brahma-Shakti22, e dedicado a Mim [o Deus de seu Coração], juntamente com o fruto de todas as suas ações, alcança a Suprema Transcendência.

 

O Princípio da Vida, encarnado em todos os seres, é Eterno e Imortal... [Disse Mestre Apis Kemet, Hierofante da Organização Svmmvm: A Vida é Eterna; as criaturas são transitórias.]

 

 

 

A Vida é Eterna;
as criaturas são transitórias.

 

 

 

 

Considerações Finais

 

 

Não creio que seja inoportuno e nem demasiado repetir o que apresentei como conclusão da Parte I. Assim sendo, vou reapresentar as Oito Qualidades Átmicas e as Vinte e Seis Qualidades Dáivicas, pois, penso que essas Trinta e Quatro Qualidades resumam o Summum Bonum místico e esotérico da Sabedoria contida na Gita.

As Oito Qualidades Átmicas:


1) Amplitude de visão e discernimento; 2) Ausência de orgulho; 3) Inofensividade; 4) Tolerância; 5) Retidão; 6) Pureza; 7) Firmeza de caráter; e 8) Ausência de egoísmo. A estas Oito Qualidades devem ser adicionadas: a) Disciplina mental; b) Desapego; c) Equilíbrio mental; e d) Reconhecimento dos males provenientes do nascimento, das enfermidades, da velhice e da morte, todos necessários à evolução humana.

As Vinte e Seis Qualidades Dáivicas:

1) Ausência de medo ou de temor; 2) Natureza pura; 3) Firme convicção na síntese de todo conhecimento; 4) Doação e ajuda desinteressada; 5) Domínio dos sentidos; 6) Oferenda com invocação (Sacrifício); 7) Estudo espiritual; 8) Austeridade; 9) Retidão; 10) Impossibilidade de ferir ('Ahimsa'); 11) Veracidade; 12) Ausência de desejos de vingança; 13) Dedicação; 14) Calma, Paz (Shanti);15) Não se imiscuir em insignificâncias; 16) Compaixão por todos os seres; 17) Ausência de cobiça; 18) Afabilidade; 19) Humildade; 20) Constância; 21) Magnanimidade; 22) Perdão; 23) Atitude unificadora (conciliadora); e 24) Superação da vaidade e da presunção.

E, mais uma vez, pondero: se em uma encarnação pudermos dominar perfeitamente, pelo menos, uma destas 34 Qualidades, já teremos feito um bom Trabalho. É escusado tentar dominar todas; afinal, (ainda) não somos super-homens, isto é, ainda não somos capazes de desenvolver plenamente a condição humana, criando novos valores e sentidos para a realidade, e afirmando intensamente a vida, a despeito do inevitável sofrimento que a cerca. (Nietzschianismo). O açodamento, neste campo, é o pior conselheiro. Tudo, entretanto, começa com uma laboriosa disciplina mental, pois uma mente indisciplinada fica à deriva e não é capaz de obter resultado satisfatório algum. Em nada.

Enfim, ao concluir este estudo, se eu tivesse que resumir todas estas reflexões...

 

 

 

 

 

 

Bibliografia:

SAINT-YVES D’ALVEYDRE. El Arqueómetro/L’Archéomètre. 2ª ed. Traduzido por Manuel Algora Corbí. España: Editorial Humanitas, S.L., 1997.

SRIMAD BHAGAVAD GITA (Bhagavan Sri Krishna). Obra completa traduzida do texto original com 26 Capítulos e 754 Slokas. 1ª edição. Tradução, resumo do Mahabhárata, glossário e artigos complementares por Haydée Touriño Wilmer. Rio de Janeiro: Editora Vozes Ltda, 2002.

 

_____

Notas:

1. Gáyatri = Verso ou Mantra dirigido ao Sol Espiritual que os Brâhmanes (e todo ariano) recitam mentalmente todos os dias ao nascer e ao pôr do Sol, durante suas práticas devocionais. Normalmente se admite que os mantras são originários do Hinduísmo, porém são utilizados também no Budismo, no Jainismo e por místicos não formalmente vinculados a uma determinada religião. Admite-se, também, que o vocábulo mantra provém de duas palavras sânscritas: man (o ato de pensar; estado ou disposição particular da mente) e tra (alavanca, liberação). Nesse sentido, entre outras possibilidades, um mantra auxilia a liberação da mente. Em terras tibetanas (budistas), a prece-mantra mais comum é OM MANI PEME HUM (pronúncia tibetana), conhecida como o Mantra de Chenrezi[g] – o Buddha da compaixão. Este poderoso Mantra, originário da Índia, à medida que foi migrando para o Tibete, foi tendo sua pronúncia modificada, porque algumas palavras e alguns sons sânscritos eram difíceis de ser pronunciados pelos tibetanos. Em sânscrito sua pronúncia é: AUM MANI PADME HUM (Mantra de Avalokiteshvara). AUM OM. Como afirma Swami Subrahmanyananda no prefácio da edição completa da Bhagavad Gita (com 26 capítulos), publicada na Índia em 1917, o Monossílabo OM... quando pronunciado por um verdadeiro Mago Branco é capaz de produzir os mais maravilhosos resultados. Enfim, um outro mantra muito especial para todos os Rosacruzes é AUM RA MA HUM.

2. Brahma-Prâpti.

3. AThMa = 1000 + 400 + 40 = 1440 = 1 + 4 + 4 = 9. Eu Sou a 'AMaTh'. Este é o Selo do Logos-Vivente, a Verdade da qual todas as verdades procedem. Segundo Saint Yves d'Alveydre, na obra L’Archéomètre, 1440 multiplicado por 100 (144.000), corresponde ao Hierarca do Modo Inarmônico da Sabedoria Divina. Por isso, para não haver nenhum equívoco, no Livro da Revelação (VII, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e XIV, 1, 2, 3), ele soa através de 144.000 Harpas, e é cantado por 144.000 Eleitos. Também ensina Saint Yves:

 


 

ThaMA —› Milagre da Vida; Sua Manifestação na Existência Universal.

AThMa —› Existência Infinita (eu prefiro denominar de Existência Ilimitada) da Essência Absoluta.

MaThA —› Razão Suprema de todas as razões verdadeiras; a Incidência de todas as reflexões; a Legislação de todas as leis. É, em última instância, a Raiz de todas as doutrinas.

4. Inicia.

5. Samsara = Do sânscrito, Samsa (ilusão) e Ra (movimento), isto é, perambulação, fluxo incessante de renascimentos através dos Mundos ou Planos, nos quais se dá o processo evolutivo do ser, ou seja, o processo evolutivo mundanal. Logo, não é um lugar; é um processo. Na escola Advaita de Vedanta hindu, o samsara é visto como a ignorância do verdadeiro Eu (Eu Interior), Brahman, e sua personalidade-alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal (ilusão derivada da ignorância e do apego à noção de si-mesmo). Shânkara (788 – 820), um metafísico e monge errante indiano, definia o samsara como sendo o caminho atemporal realizado pelo Athma em avidya ou ignorância. No Budismo Tibetano, samsara é a perpétua repetição do nascimento e da morte, desde o passado até o presente e o futuro, através dos reinos: Inferno dos Demônios Famintos, dos Animais, do Asura ou dos Demônios Belicosos, do Ser Humano e da Bem-aventurança. A menos que se adquira a perfeita sabedoria ou se seja iluminado, não se poderá escapar da Roda do Samsara. Aqueles que estão livres desta Roda são considerados Lamas, Illuminados (ou Buddhas, em sânscrito). Enfim, o Senhor Buddha certa vez perguntou aos seus discípulos: — O que vocês acham que é maior: a água dos grandes oceanos ou as lágrimas que vocês já derramaram nessa perambulação samsárica?* Como não obtivesse resposta, Ele mesmo respondeu: — As lágrimas.

* Samsar-ização.

6. Eu prefiro o vocábulo ilimitado.

7. Suddha-Brahm.

8. Mente livre de quaisquer objetivos passionais.

9. Recentemente escrevi o soneto abaixo, que transcrevo aqui como resultado da compreensão deste sloka:

 

O que é a Justa Ação?

É a execução de uma Ação indispensável,

necessária, insubstituível e indeclinável,

sempre desconsiderados os frutos da Ação.

 

O que é uma injustificada conduta?

É a materialização de uma ação hipotética,

interesseira, caramboleira e anética,

considerados sempre os frutos da conduta.

 

É muito difícil viver dignamente;

mas temos que empenhar Coração e Mente

 

Quem vive a esperar um prêmio

ou, como enfiteuta, cobra um injusto laudêmio

'samsarizará' surdo para a Voz do Coração.

 

10. Yóguica.

11 e 11a. Também escrevi um poema sobre estes slokas:

 

O Fogo não queima o Princípio da Vida.

O Vento não seca o Princípio da Vida.

A Água não molha o Princípio da Vida.

A Terra não macula o Princípio da Vida.

 

Ele é sem nascimento. Jamais perece.

Vibra assiduamente. Jamais esmorece.

Registra perenalmente. Jamais esquece.

Ele é. Não se alegra e não se entristece.

 

Para o nascido, declivar é incontestável.

Para o não-nascido, nascer é desejável.

Para o criminoso, permanecer é dubitável.

 

Para o Sincero, a Viagem continuará.

Para o Buscador, a Porta se abrirá.

Para o Iniciado, a Santa LLuz se fará.

 

12. Fazer algo é melhor do que dormir e nada fazer.

13. Prakriti – para os estudiosos vedantinos e no âmbito da Teosofia – é a natureza objetiva, que é entendida como ilusória.

14. As Gunas (universalmente difundidas em a Natureza) são qualidades ou atributos de Prakriti (ou Matéria) e constituem sua própria natureza. As Gunas são: Satwa, Rajas e Tamas.

Satwa = Equilíbrio, harmonia, ritmo, luz, poder iluminador, verdade. No ser humano se manifesta como bondade, equanimidade, pureza, doçura, retidão de caráter, altruísmo e incapacidade de causar dano ao que quer que seja (Ahimsa).

Rajas = Impulsionadora do Princípio da Vida. Seus efeitos no Plano Objetivo são movimento e energia. No Subjetivo aparece como sofrimento, dor, perturbação, ansiedade, inquietude, agitação, tédio, desgosto, ciúme, inveja, instabilidade, confusão, ambição, desejo, paixão, amor (sensual), ódio, malícia, gosto pela discórdia e pela maledicência, desequilíbrio, intranqüilidade, desordem, violência, luta, esforço e atividade.

Tamas = Inércia; estabilidade. No Mundo Objetivo, Tamas (a qualidade trigúnica mais baixa ou inferior) se manifesta como inércia, densidade e tenebrosidade. Em a natureza interna do homem aparece como abatimento, medo, desconfiança, indecisão, indolência, preguiça, ignorância, cegueira espiritual, ilusão, insensatez, apatia, displicência, dureza de Coração, torpeza, sono excessivo, letargia, sensualidade, falta de pudor, maldade, indiferença, irresponsabilidade, negligência etc.

15. Deva é um ser resplandecente, divino, celestial, glorioso. Os Devas, segundo a Filosofia Hindu, habitam os três Planos ou Mundos superiores aos nossos (em ordem de sutileza). Os Devas são, na Índia, o que os Anjos e os Arcanjos são para os cristãos. Também são chamados de Devas os Espíritos da Natureza, os Elementais (Salamandras – Elementais do Fogo; Silfos – Elementais do Ar; Ondinas, Nereidas, Sereias etc. – Elementais da Água; Pigmeus, Gnomos etc. – Elementais da Terra).

16. Asura é uma categoria de personagem da mitologia hindu. A palavra significa antideus. Os asuras são antagonistas dos suras, devas ou deidades. O nome é um cognato de ahura, do Zoroastrianismo, no qual Ahura é um sinônimo de Æsir. [Os Æsires são deuses que residem em Ásgarðr (Asgard), ou seja, o país dos Æsires. Suas contrapartes, e uma vez inimigos, com os quais guerrearam, são os Vanires. Os Vanires são deidades mais da natureza e da fertilidade, enquanto os Æsires são mais guerreiros do que seus rivais. Os Æsires formam o panteão principal dos deuses na mitologia nórdica. Incluem muitas das figuras principais, tais como Odin, Frigga, Thor, Balder e Týr.] Mais tarde a tradição hindu passou a considerar os asuras como demônios, possivelmente pelos períodos de secas que assolaram a região. Com o surgimento dos arquétipos das forças do bem e do mal nos sutis ou invisíveis reinos da existência humana, o mundo ficou dividido entre divino (daiva) e demoníaco (asura). De uma maneira geral, de acordo com a tradição hindu, a renúncia conduz à pureza, á bondade e à verdade; por outro lado, a ação hipotética e malévola leva ao sofrimento, tornando o ser insaciável pelo desejo, pela cobiça, pela hipocrisia, pelo orgulho, pela arrogância e pela desilusão. Na tradição semita-cristã, os asuras poderiam ser caracterizados e comparados com os anjos caídos. O fato que haverá de, um dia, ser compreendido, é que somos nós, individual e coletivamente, que criamos nossos deuses e nossos demônios, nossos céus e nossos infernos, nossas prisões e nossas libertações. Somos responsáveis por tudo. Sem exceção. Caímos? Se quisermos, poderemos nos levantar. Deste entendimento, fiz o poema abaixo:

 

Muitos querem e perseguem a salvação,

mas não ouvem a Voz do Coração.
(In Corde loquitur nostro Vox Dei)

Não há salvação-arrebatamento a priori;

não há salvação-arrebatamento a posteriori.

 

Não existe salvação-redenção conclusiva;

não existe remissão-premiação definitiva.

O Trabalho deve ser vitalício, permanente,

categórico, perseverante e persistente.

 

Mesmo os que (ainda) adoram os asuras

e causam aterrorizações, dores e paúras

poderão, se quiserem, se Trabalharem, se libertar.

Salvação/redenção conclusiva, definitiva, é um vão acreditar.

 

17. Devoto, puro, bom, justo, reto e virtuoso. Já um muni é, literalmente, um silencioso, um asceta contemplativo.

18. Mente.

19. Intelecto.

20. Yukta = Aquele que, misticamente unido à Divindade (em seu interior), abstraiu-se do mundo e se tornou um exemplo vivo, neste Plano, de Bem e de Beleza.

21. Brahma-Gñana (Conhecimento Divino).

22. Poder Divino Feminino = MA. [AUM RA MA HUM].

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Imperativo_categ%C3%B3rico

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aesir

http://pt.wikipedia.org/wiki/Asuras

http://pt.wikipedia.org/wiki/Prakriti

http://www.saindodamatrix.com.br/
archives/2006/03/samsara.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Samsara

 

Música de fundo:

Illusion

Fonte:

http://www.hotfiles.co.za/
midi/CREATIVE/PIANOIMP/

 

Observação 1:

A animação em flash Samsara foi produzida a partir de uma pintura de Daniel Peron disponibilizada em sua Galeria:

http://www.dperon-peintures.com/
GALERIE3_/galerie3_.html

 

Observação 2:

A animação em flash Mente Livre foi produzida a partir de uma fotografia digital disponibilizada na Página:

http://www.beotel.yu/~gmarjanovic/