VIDOMO

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Peter Pan, o Mandrake e o Super-homem não podem fazer por nós o que nos cabe fazer. Somos responsáveis por tudo.

 

 

 

 

 

Objetivo do Ensaio

 

 

 

Neste ensaio, discutirei muito sucintamente a tríplice questão que mais atormenta a mente humana: a vida (vi), a doença (do) e a morte (mo). Como o texto é para todos e não para um grupo de pessoas em particular, terei que usar vocábulos que não são muito adequados, e também conceitos que nem sempre serão concertadamente efetivos ou apropriados. Fazer o quê? Isto não quer dizer que o ensaio ficará incompleto ou que não será fidedigno ao que eu penso sobre este tema; apenas não o aprofundarei mais do que o necessário para explicar o triângulo vidomo e nem entrarei em matérias que poderiam mais complicar do que elucidar. O que realmente desejo é que ele possa levar a quem que o ler um pouco de serenidade e de alegria, porque só a serena compreensão mística e a alegre confiança interior libertam e fazem ascensionar. E sem serenidade e alegria nada poderá funcionar a contento; e se funcionar, funcionará mal, claudicante.

 

 

 

 

A Vida e a Morte

 

 

 

A vida nada mais é do que um aspecto, uma expressão, da Vida – a Vida Eterna. Não há um único ponto do Universo global que não esteja impregnado de Vida, mas a vida, como a conhecemos e entendemos, só se manifesta quando conspiram, por assim dizer, todas as condições necessárias para que ela apareça, isto é, ar, água, substâncias nutrientes, pressão adequada, temperatura conveniente etc. Mas será que sempre serão necessários ar, água, substâncias nutrientes, pressão adequada, temperatura conveniente etc. para que a vida exista como vida da Vida e se manifeste?

 

Para Euclides de Alexandria (360 a.C. – 295 a.C.), o espaço possuía 3 dimensões: para cima (ou para baixo), para a esquerda (ou para a direita) e para a frente (ou para trás). Já o espaço-tempo na Teoria da Relatividade Especial de Albert Einstein (1879 – 1955) tem uma variedade de 4 dimensões: uma temporal e três espaciais. Presentemente, os cientistas que estudam a Teoria das Cordas (ou Teoria das Supercordas), uma espécie de Teoria de Tudo1, admitem que haja onze dimensões: 3 espaciais (altura, largura e comprimento), 1 temporal (tempo) e 7 dimensões recurvadas (sendo a estas atribuídas outras propriedades como massa e carga elétrica, por exemplo), o que explicaria as características das forças fundamentais da Natureza. Bem, por que apenas onze dimensões? Se, especulativamente, é apenas por enquanto, tudo bem; mas se algum desses cientistas vier a afirmar que só há onze dimensões no espaço e ponto final, tudo mal. Isto é mais ou menos como a história dos elementos químicos, que quando eu estava na faculdade eram 103, e hoje já são 116, ainda que cerca de 20% deles, os mais recentemente descobertos, não existam livres em a Natureza (nesta Terceira Dimensão), pois foram preparados sinteticamente em laboratório em condições controladas e especiais. Agora, não é impossível que no Universo existam mais elementos químicos. Em outras condições vibratórias, os que aqui não podem se manifestar livremente, talvez em estados diferenciados não agasalhados pela Terra, mas compatíveis com suas existências, esses elementos possam ter existência natural. O número 144 é muito interessante!

 

 

 

 

 

 

Dito isto, é preciso que se entenda que a desde sempre inviolável harmonia universal – ou seja, suas leis – vale para uma dimensão específica. O que regula e harmoniza os corpos celestes de uma dada dimensão não é necessariamente igual (e, talvez, nem mesmo seja equivalente) ao que regula e harmoniza os corpos celestes de outra dimensão. Pense comigo: hoje vivemos e nos manifestamos em uma faixa vibratória do Teclado Universal que corresponde à Terceira Dimensão. Admita que, um dia, por mérito, possamos ascender à Quarta Dimensão. Se as coisas se passassem aí nesta Quarta Dimensão exatamente como na Terceira, se as Leis fossem exatamente as mesmas, qual seria o sentido desta promoção? É certo que os seres da Quarta Dimensão e de outras dimensões superiores (que não se limitam apenas a onze) são regidos por leis que não se aplicam a nós, da mesma forma que se libertaram das sujeições impostas pelas leis da Terceira Dimensão, que só os afetam quando, volitivamente e por amor a nós, aqui se projetam. Tudo isto só reafirma e sublinha o princípio de que não há um único ponto do Universo global que não esteja impregnado de Vida, ainda que, como parece ser, as vidas da Vida se manifestem em conformidade com a Dimensão Cósmica à qual estão vinculadas. Você planta uma semente do Phaseolus vulgaris, rega e lhe oferece luz solar. O quê se pode esperar que germine daí? Uma Citrullus lanatus? Uma Cucurbita maxima? Um Hippopotamus amphibius? Bolas, claro que não; Phaseolus vulgaris só pode dar feijão!

 

 

 

 

Então, o que se pode compreender e depreender, preliminarmente, desta coisa toda? Simplesmente que a vida, una com a Vida, foi, é e será sempre vida da Vida. A morte nada mais é do que a continuação da vida na Vida. Nada acaba definitivamente. Também não ficaremos encarnando e desencarnando nesta Terra lindíssima para sempre. Mas, para nos alforriarmos desta obrigação educativa temos que aqui nascer e morrer tantas vezes quantas sejam (ou forem) necessárias. E assim, quem nasce em um Plano, por assim dizer, morre no Plano em que estava; e quem morre em um Plano evidentemente que só pode nascer em um Plano em que não estava. Bolas! Se o Universo é unicidade, isto é assim, mas não é tanto assim; mas serve como idéia para reflexão! O que importa é a vida da Vida é. E, para este ensaio, escolherei a alegria como a categoria que sintetiza o que entendo por vida da Vida.

 

 

 

 

A Doença

 

 

 

Como regra, em toda doença (que jamais é uma causa, mas uma conseqüência) há um quê espiritual triste e meio difícil de ser definido, mas fácil de ser compreendido, pois, como afirma Barbara Ann Brennan, toda doença é uma mensagem direta dirigida a você, dizendo-lhe que não tem amado quem você é e nem se tratado com carinho, a fim de ser quem você é. Seja como for, penso que existam três tipos básicos de doenças, quais sejam: doenças físicas, doenças espirituais e doenças físico-espirituais.

 

 

Doenças Físicas

 

 

São aquelas que, basicamente, afetam o corpo físico. O indivíduo come uma feijoada, uma paella ou um sarapatel, passa mal e tem uma baita caganeira. Alguém escorrega, cai e quebra um braço. Um trabalhador é exposto a ruídos de intensidade excessiva, durante longos períodos e por muito anos; acaba, claro, por perder irreversivelmente os elementos sensoriais da audição. Pessoas que, pelo seu trabalho ou por lazer, se expõem muito ao Sol são mais suscetíveis ao câncer da pele. Gentes que começam a beber socialmente e acabam alcoólatras. Homens e mulheres que, por lazer, experimentam narcóticos, entorpecentes ou estupefacientes, e acabam deles dependentes. E por aí vai...

 

 

Doenças Espirituais

 

 

São aquelas oriundas de nossas vibrações pessoais ou originárias e derivadas das vibrações de pessoas com quem eventualmente entramos em contato.

 

 

 

Doenças Espirituais
Oriundas de Nossas Vibrações Pessoais

 

 

Aparecem, geralmente, decorrentes de pensamentos desarmônicos (inveja, rancor, preconceito, ódio, ciúme, medo, idéias de vingança etc.), de palavras injuriadoras e de atos irresponsáveis e detrimentosos que praticamos. Todos (pensamentos, palavras e atos) poderão, no futuro, próximo ou remoto, gerar doenças físico-espirituais.

 

Uma segunda possibilidade são as doenças que se manifestam educativamente em uma (re)encarnação como decorrência de comportamentos equivocados em (re)encarnações anteriores. Podem ser de dois tipos: 1º) malformações congênitas, como hemangiomas, privação do sentido da visão, ausência do sentido da audição, cardiopatias congênitas, síndrome de Down, lábio leporino, fibrose cística etc.; e 2º) alterações biológicas adventícias. Enquanto essa maçaroca vibratória negativa não é transmutada – básica e fundamentalmente, primeiro, pelo amor, depois, pela compreensão – estamos sujeitos à toda sorte de achaques, de mal-estares e de doenças mais ou menos graves, que poderão ou não redundar em incapacitação física ou mental e até em morte dolorosa. Agora, verdadeiramente dantesca é a acumulação – isto é, a bagulhada reencarnacionista (antiga) mais a bagulhada encarnacionista (atual) – na qual as retribuições de antanho se somam às compensações derivadas da energia negativa produzida na (re)encarnação atual. Isto é mesmo digno do Inferno, de Dante Alighieri (1265 – 1321)! Uma exceção, mas nem tanto, é relativa àqueles que estão encarnando na Terra pela primeira vez, vindo de planetas da Terceira Dimensão mais atrasados do que a Terra. Um caso à parte são os homens-sem-alma.

 

 

Doenças Espirituais
Originárias das Vibrações de Outras Pessoas

 

 

Pelo menos uma vez na vida, todos nós já apertamos a mão de alguém e sentimos um calafrio. Quem já não foi à casa de alguém e acabou ficando doente? Quem já não sentiu um olhar vampirístico? Quem já não usou uma roupa qualquer de outra pessoa e passou mal? Isto tudo pode ser entendido e definido como simbiose espiritual ou astral inconscientemente consentida. E assim, no caso em questão, negativo atrai negativo, coisa inteiramente diferente da que ocorre com um material ferromagnético, no qual seu pólo sul é atraído pelo pólo norte magnético da Terra.

 

Pois é. Pessoas e lugares podem adoecer pessoas e até matá-las. E assim, podemos adquirir doenças por causa de vibrações pessoais deletérias ou por contato físico ou psíquico com pessoas de baixo teor vibratório que, voluntária ou involuntariamente, poderão comprometer nossa saúde. André Luiz, em Nos Domínios da Mediunidade, explica que assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células materiais. Contudo, não esqueçamos: isto tudo tem mão e contramão, ou seja, tanto podemos ficar doentes por causa de vibrações deletérias alheias, como também podemos adoentar as pessoas com as nossas episódicas vibrações negativas. São estas mesmas episódicas (ou permanentes) vibrações negativas em nós que autorizam que ocorra o que discorri mais acima: simbiose espiritual ou astral inconscientemente consentida. E aí não adianta chorar o leitinho derramado!

 

 

 

 

O Quê Fazer?

 

 

 

Aqui cabem duas possibilidades: quanto aos outros e às vibrações negativas ambientais e quanto a nós. Quanto aos outros e às vibrações negativas ambientais, dê um espiada no trabalho que escrevi denominado Os Três Círculos Protetores, cujo endereço é:

http://paxprofundis.org/livros/
circulos/circulos.htm

 

Quanto a nós, só cabem duas coisas: vergonha na caratonha trombuda e, com alegria, transmutação de pensamentos, palavras e hábitos. Ninguém poderá fazer por nós o que nos cabe fazer. Imaginar que a oração de um religioso, um passe magnético ou um milagre formidável poderão dissolver ou anular nossas retribuições é igualzinho a crer que os poderes sobrenaturais do Peter Pan, do Mandrake ou do Super-homem possam fazer por nós o que nos cabe fazer. Quem pensa assim merece de aniversário uma chupeta mamilar.

 

 

 


 

 

_____

Nota:

1. Uma Teoria de Tudo, ou Teoria do Todo, ou ainda Teoria Unificada ou Unificadora, expressão mais simples para Teoria da Grande Unificação (TGU), é uma teoria científica hipotética que unificaria e procuraria explicar e conectar em uma só estrutura teórica todos os fenômenos físicos (juntando a Mecânica Quântica e a Relatividade Geral) em um único tratamento teórico e matemático. Hipotética, mas nem tanto! Quem sabe, um dia!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Droga

http://www.rtv.unicamp.br/
saude/smv_2/smv-2_20.htm

http://www.doutorarnaldo.org/
materia.php?ref=prevcomoevitar

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=
modload&name=News&file=article&sid=2649

http://www.isegnet.com.br/
arquivoscurso/atuais/anexo2.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Teoria_da_relatividade

http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/
artigos/historia_descoberta.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Teoria_das_cordas

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Teoria_de_tudo

 

Fundo musical:

Strangers in the Night (Charles Singleton, Eddie Snyder & Bert Kaempfert)

Fonte:

http://www.piano-bar.com/pages/stranger.htm