Rodolfo Domenico
Pizzinga
O Primeiro
Mistério é o Vigésimo Quarto
Introdução
Segundo
a Tradição Gnóstica, Jesus, o Cristo, depois do processo
de crucificação, passou alguns anos ensinando diversos Princípios
Gnóstico-iniciáticos aos seus discípulos, Princípios
estes registrados por diversos escritores cujos nomes se perderam no tempo,
assim como também se perderam, na maioria das vezes, os registros escritos
no idioma original. Um destes textos é o
Evangelho de Valentino, que trata das explicações
dadas por Jesus a seus discípulos acerca dos mistérios do Universo,
que, depois de Illustrados,
estes benditos escolhidos deveriam levar, como levaram, as boas novas da Vida
Eterna para todos os cantos da Terra. Nas palavras de Jesus: Regozijai-vos
– Oh!, Bem-aventurados! – pois sois vós que,
entre todos os homens, havereis de salvar o mundo.
Este
estudo é uma muito pequena coleção de alguns fragmentos
(didaticamente editados, algumas vezes, para melhor compreensão) deste
Evangelho (considerado apócrifo pela Igreja Católica), que parece
ter sido a fonte inspiradora para o autor da obra Pistis
Sophia. Em algumas passagens, interpolei algumas explicações
e alguns comentários; em outras, inseri uma animação
explicativa por si. Entretanto, como sempre digo, o melhor, o insubstituível,
é ler a obra integralmente.
Seja
como for, minha mais acalentada esperança é que uma palavra
que eu escreva, no caso, que eu multiplique, e uma animação
que eu produza possam, de súbito, abrir uma Porta. E, se uma Porta
vier a ser aberta para você, foi mérito seu. Mas, não
a mantenha trancada para os outros; nosso dever é, responsavelmente,
esparramar o que soubermos. Quem tiver olhos para ver verá, quem tiver
ouvidos para ouvir ouvirá, quem tiver entendimento para entender entenderá.
E, mesmo os que pouco disto tenham ou que nada disto tenham sempre aproveitarão
alguma coisa.
Evangelho
de Valentino
(Fragmentos)
O Primeiro Mistério é
o mesmo que o Último, desde as coisas interiores até as exteriores
– que é o Vigésimo Quarto... Ele rodeia o Primeiro Preceito
e os Cinco Moldes, a Grande LLuz e os Cinco Assistentes e, igualmente, todo
o Tesouro da LLuz.
Comentário:
Será que poderemos pensar no Primeiro
Mistério como sendo (ou embutindo) a manifestação
do Sanctum Verbum
Dimissum et Inenarrabile?
A
Alma de Elias estava em João Batista... E quando Eu cheguei à
Região dos Éons, tomei Elias e o enviei ao corpo de João,
o Batista...
Comentário:
Naqueles tempos, a Lei da Reencarnação (ou Lei da Necessidade),
que provavelmente não era conhecida com esta designação
(de acordo com o Shorter Oxford English Dictionary, a palavra reincarnation
foi usada pela primeira vez em 1.858, sendo definida como ato de encarnar
novamente), era coisa trivial e aceita e compreendida por (quase) todos, fossem
meros catecúmenos, fossem próceres de alto escalão. Por
que a Lei Cósmica da Reencarnação foi excluída
do cânone católico? Simplesmente por não atender aos interesses
político-seculares da Igreja Católica e por temor de que seu
poder fosse minguando... até sumir. Jerri Roberto Almeida, no trabalho
A Reencarnação na História (Anatematizando Orígenes),
explica: As diversas crises que abalaram o Império Romano, a partir
do século III d.C., culminaram com a divisão do Império
Romano, realizada por Teodósio em 395, em Império do Ocidente
e Império do Oriente. O império romano do Oriente ficou com
sua capital em Constantinopla e passou a ser conhecido também como
Império Bizantino. No decorrer do medievo, o Império Bizantino
procurou manter-se depositário das tradições romanas,
fundadas num império universal de forte influência eclesiástica.
No mundo bizantino do século VI, sob o comando autocrático do
Imperador Justiniano (que reinou entre 527 – 565), a idéia das
vidas sucessivas novamente estaria na pauta dos debates e das heresias a serem
definitivamente combatidas pelo poder institucional. Desta vez, eram os origenistas,
seguidores das idéias de Orígenes, que estavam no foco das críticas.
Na prática, no entanto, os polêmicos debates religiosos refletiam
a luta pela direção espiritual do mundo cristão oriental.
Mas, quem era Orígenes? Orígenes nasceu em família cristã
em 185 ou 186 da nossa era, provavelmente em Alexandria. Aos dezoito anos
assumiu a direção da escola catequista como sucessor de Clemente,
mas em 215 os massacres praticados por Caracalla obrigaram Orígenes
a deixar Alexandria e fugir para Palestina, onde os bispos Alexandre de Jerusalém
e Teócito de Cesaréia o acolheram com honra e o fizeram pregar
nas suas igrejas. Fundou uma escola teológica em Cesaréia, tendo
como discípulo San Gregório Taumaturgo, onde permaneceu até
a morte, aos 69 anos, durante perseguição comandada por Décio.
Considerado o membro mais eminente da escola de Alexandria e estudioso dos
filósofos gregos, sustentava em seus ensinamentos que Deus é
puramente espiritual, o Uno, e que transcende a verdade, a razão e
o ser. Justiniano, julgando-se teólogo do trono imperial, tirou da
obra de Orígenes 'De Principiis', nove anatematismos, encerrando com
eles sua obra 'Adversus Origenem Líber ou Edictuam' (escrito entre
o fim de 542 e o início de 543). Os anatematismos de Justiniano foram
lidos no Sínodo de Constantinopla em 543. O principal anátema
é o da condenação da preexistência da alma. O texto,
no original em latim, assevera:
'Si
quis dicit, aut sentit proexistere hominum animas, utpote quae antea mentes
fuerint et sanctae, satietatemque cepisse divinae contemplationis, e in deterius
conversas esse; atque ideirco apofixestai id este refrigisse a Dei charitate,
et inde fixás graece, id est, animas esse nuncupatas, demissasque esse
in corpora suplicii causa: anathema.'
Na
versão traduzida para o português, tem-se:
Se
alguém diz ou sustenta que as almas humanas preexistem, no sentido
de serem anteriormente mentes e forças santas que se desgastaram da
visão de divina e se voltaram para o pior, e, por isto, se esfriaram
no amor a Deus, tomando daí o nome de almas e que por punição
foram mandadas para os corpos embaixo, seja anátema.
O
Edito publicado por Justiniano em 543, combatendo as idéias de Orígenes,
seria confirmado por ocasião da convocação, pelo próprio
Justiniano, em 553, do Quinto Concílio Geral da Igreja, na cidade de
Constantinopla, atual Istanbul, na Turquia. Para alguns estudiosos, a condenação
da Doutrina da preexistência da alma estaria fortemente associada à
Teodora, esposa de Justiniano, mulher de temperamento forte e ambiciosa. Ela
havia sido uma cortesã, e iniciou uma rápida ascensão
no Império. Buscando libertar-se de seu passado, conta-se que Teodora
mandou expurgar do Império quinhentas de suas antigas colegas. Conhecedora
das idéias sobre as vidas sucessivas, e com receio da idéia
de ter que retornar à Terra para reparar seus feitos equivocados, Teodora
teria influenciado seu marido no combate a tais idéias. Não
temos como avaliar efetivamente o quanto esta possível influência
de Teodora tenha contribuído para que Justiniano combatesse a Doutrina
da Reencarnação. De qualquer forma, é importante notar
que certamente não foi essa a questão determinante, uma vez
que nos três primeiros séculos do Cristianismo a nascente Igreja
Católica, através de seus bispos, havia percebido que sua sobrevivência
e auto-afirmação institucional estavam condicionadas a uma teologia
que fortalecesse sua importância enquanto mediadora entre os homens
e Deus, sobretudo, na questão vital da salvação das almas.
Neste sentido, a idéia da Reencarnação apresentava-se
como uma perigosa proposta para a Igreja, pois atribuía ao homem, e
não a uma instituição, a responsabilidade pessoal por
sua 'salvação'.
O
Concílio convocado por Justiniano, em 553, excluiu até o Papa
da época, Virgilius, que, segundo Carneiro, havia sido preso a mandado
do próprio Imperador. Dois problemas, no entanto, parecem ter ocorrido.
O primeiro, diz respeito a validade universal de um Concílio que não
havia sido convocado pelo Papa. Em segundo, fica uma possível intervenção
de Justiniano, no sentido de forçar o Papa Virgilius a assinar o documento
oficial do Concílio e de lhe dar validade e reconhecimento. Não
menos interessante, é a descrição citada por Carneiro,
do início desse Concílio, constante na obra Hefele, History
of the Conucils, Vol. IV, p. 289:
'De
acordo com ordens do Imperador mas sem o consentimento do Papa, o Concílio
foi aberto em 5 de maio de 553 da nossa era crista, na Secretaria da Igreja
da Catedral em Constantinopla. Entre os presentes, achavam-se os Patriarcas
Eutichis de Constantinopla, quem o presidiu, Apollinaris de Alexandria, Domnius
de Antioquia, três bispos como representantes do Patriarca Eustochius
de Jerusalém, e 145 outros bispos metropolitanos, dos quais vários
vieram também em lugar de colegas ausentes.'
Após
uma série de discussões e debates, comandados por Justiniano,
o Concílio chegou ao fim com um documento apresentado ao Papa para
sua ratificação, denominado 'Os Três Capítulos
– Os Cânones do II Concílio de Constantinopla (553)'. Mas,
precisamente no seu Cânon 11, o documento faz referência a Orígenes
e anatematiza suas idéias. Vejamos a versão em espanhol seguida
de sua tradução:
'Cânon
11: Si alguno no anatematiza a Arrio, Eunomio, Macedonio, Apolinar, Nestorio,
Eutiques y Origenes, juntamente con sus impíos escritos, y a todos
los demás herejes, condenados por la santa Iglesia Católica
y Apostólica y por los cuatro antedichos santos Concilios, y a los
que han pensado o piensan como los antedichos herejes y que permanecieron
hasta el fin en su impiedad, ese tal sea anatema.'
Tradução:
Se alguém não condena a Arrio, Eunomio, Macedonio, Apolinar,
Nestorio, Eutiques e Orígenes, juntamente com seus escritos ímpios,
e a todos os demais hereges, condenados pela Santa Igreja Católica
e Apostólica e por todos os quatro santos concílios mencionados,
e a todos os que pensam como os mencionados hereges e que permaneceram até
o fim em sua impiedade, que seja condenado.
Após
o Concílio, os monges seguidores de Orígenes, da Palestina,
foram expulsos de seus monastérios, e os textos origenistas destruídos.
Com a rejeição da Lei da Reencarnação, a Igreja
teve que encontrar uma outra explicação para a ocorrência
de fatos negativos a pessoas boas. Sem as ações passadas para
explicar as diferenças entres os destinos, restou à Igreja continuar
defendendo a Doutrina do Pecado Original, aprovada no Concílio de Orange,
em 529.
Então,
ao invés da compreensão/aceitação da Lei da Reencarnação,
a Igreja passou liminarmente a rejeitá-la. Em seu lugar, esta Igreja
partejou dogmas sobre dogmas absolutos, definitivos, imutáveis, infalíveis,
inquestionáveis e sobre os quais não pode pairar nenhuma dúvida,
dogmas estes, por exemplo, como tudo o que existe foi criado por Deus a partir
do nada, o pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por
geração, não por imitação, o Papa é
infalível sempre que se pronuncia ex
cathedra (quando delibera e define solenemente algo em matéria
de fé ou de moral), a Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os
pecados cometidos após o Batismo, a Confissão Sacramental dos
pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária
para a salvação et
cetera, dogmas, enfim, que apenas lançam obscuridade sobre
os problemas da vida, revoltam a razão e impõem dominação,
ignorância, apatia e graves entraves à autonomia da razão
humana e ao desenvolvimento espiritual da Humanidade. Mas, como deixou escrito
Gilberto de Tournai, intelectual francês do Século XIII, jamais
encontraremos a verdade se nos contentarmos com o que já foi encontrado.
Os que escreveram antes de nós não são para nós
como senhores, mas como guias. A verdade está aberta a todos; ela ainda
não foi possuída por inteiro. E,
ainda que a verdade, realmente, jamais possa vir a ser possuída por
inteiro, perquiri-la é preciso. Salvo melhor juízo.
E,
segundo o Mandamento do Primeiro Mistério, pus em Maria, que é
chamada de minha mãe carnal, a Primeira Força, que recebi do
Grande Barbelon, quer dizer, o corpo que vem das regiões superiores.
E, no lugar da alma, coloquei nela a Força que recebi do Grande Sabach,
o Bom, que está no hemisfério da direita.
O
Mistério que está fora do mundo – e que é a causa
do mundo – é toda ação e toda elevação,
e projeta suas emanações e está em todas elas. E todos
nós somos Seu Nome.
Melquizedech
– o Grande Herdeiro da LLuz.
IAO
– o Guardião da LLuz.
...
para os que haverão de se salvar sejam
prontamente purificados e levados à Regiões Superiores, e para
os que não devam se salvar sejam destruídos.
Comentário:
Em textos anteriores, já discuti este conceito de salvação.
Nesta oportunidade, desejo reiterar que nenhuma Porta se abrirá, se,
primeiro, não houver arrependimento sincero das iniqüidades e
dos equívocos cometidos.
Todo
aquele que receber o Mistério da LLuz permanecerá no lugar em
que o houver recebido. Mas ninguém terá a faculdade de se elevar
às regiões que estão acima dele. E o que houver recebido
o Primeiro Mistério na Primeira Disposição terá
a faculdade de ir aos lugares que estão abaixo dele, mas não
aos que estão acima. E o que houver recebido o Mistério do Primeiro
Mistério poderá ir aos lugares que estão fora do seu,
mas não aos que estão acima do seu. E estes serão os
que receberão os Mistérios Superiores.
A
fiel Sabedoria elevou um hino deste modo: LLuz das Luzes, eu creio em Ti;
não me deixes para sempre nas trevas. Ajuda-me e protege-me em Teus
Mistérios. Aproxima de mi Teu ouvido e me salva. Que a Força
da Tua LLuz me preserve e me leve até os éons elevados. Livra-me
da força da cabeça de leão e de todos os meus inimigos.
Acreditei em Ti desde o começo; Tu és meu Salvador e meu Tesouro
de LLuz. Minha boca está repleta de glória, para que eu cante
sempre em Teu louvor e enalteça o Mistério da Tua grandeza.
Não me deixes no caos e não me abandones, porque meus inimigos
quiseram arrebatar toda a minha luz. Volta para mim – Oh!, LLuz! –
e livra-me destes malvados. Quem quiser tirar a minha força caia –
Oh!, LLuz! – nas trevas.
Bem-aventurado
o que se humilha porque ele desfrutará a misericórdia.
Tem
piedade de mim, oh!, LLuz! Pelo Mistério do Teu Nome, salva-me em Tua
misericórdia.
Nada
há neste mundo que seja da espécie das coisas do céu.
Em verdade vos digo: cada Invisível é maior do que o céu
e maior do que a esfera que está abaixo Dele. Porque nada há
neste mundo mais deslumbrante do que a LLuz do Sol. Mas, em verdade, em verdade
vos digo: os Vinte e Quatro Invisíveis têm uma LLuz dez mil vezes
mais brilhante do que a do Sol deste mundo. E a LLuz do Grande Antepassado
Invisível é dez mil vezes mais brilhante do que a LLuz que Eu
vos disse que têm os Vinte e Quatro Invisíveis.
Quando,
nas Regiões Superiores, virdes as formas que não têm comparação,
vereis a glória em que se encontram, e olhareis o mundo que está
diante de vós como a obscuridade da obscuridade. E quando mirardes
o mundo em que habita o gênero humano, pela grande distância que
vos separará dele, ele vos parecerá um grão de poeira.
Esforçai-vos
para compreender... Procurai em vosso interior a Força da LLuz... Não
temais que vos seja difícil compreender os Mistérios do Inefável
porque vos digo que, em verdade, este Mistério está em vós...
Aquele que renunciar a este mundo e às suas atividades entrará
no conhecimento deste Mistério... A emanação do Universo
é o conhecimento deste Mistério... E os que houverem recebido
os Mistérios Brilhantes serão reis nas Regiões Brilhantes;
e os que houverem recebido os Mistérios Inferiores serão reis
nas Regiões Inferiores. E todos segundo a categoria do Mistério
que tiverem recebido... Portanto, não deixeis de buscar noite e dia
até que houverdes encontrado os Mistérios do Reino da LLuz,
porque Eles vos purificarão e vos levarão ao Reino da LLuz.
Comentário:
Do Plano Vibratório do Mistério recebido para baixo, tudo; do
Plano Vibratório do Mistério recebido para cima, nada. Uma Iniciação
abre a Porta imediatamente superior à Porta da Iniciação
anterior, mas só abre esta Porta.
Renunciai
ao mundo e a tudo quanto há nele. Renunciai a todas
as suas crueldades, renunciai a todos os seus pecados, renunciai à
sua gula, renunciai a todos os seus discursos, renunciai à maledicência,
renunciai à obediência, renunciai ao juramento, renunciai à
língua embusteira, renunciai aos falsos testemunhos, renunciai ao orgulho
e à vaidade, renunciai ao amor próprio, renunciai aos maus pensamentos,
renunciai à avareza, renunciai ao amor do mundo, renunciai à
rapina, renunciai às palavras más, renunciai ao erro, renunciai
à cólera, renunciai ao adultério, renunciai ao homicídio,
renunciai às ações perversas, renunciai à impiedade,
renunciai aos envenenamentos, renunciai às blasfêmias, renunciai
às más doutrinas... Renunciai ao mundo e a tudo quanto há
nele para que sejais dignos dos Mistérios da LLuz e para que sejais
elevados aos Mistérios da LLuz porque estes são os caminhos
dos que se fazem dignos dos Mistérios da LLuz.
Não
há nenhum nome mais elevado do que o NOME que contém
todos os nomes e todas as luzes e todas as potências. E aquele que conhecer
este NOME, ao sair do seu corpo material, não poderão
perturbá-lo trevas, nem arcontes, nem arcanjos, nem potências,
porque se disser este NOME ao fogo, o fogo se apagará;
se O disser às trevas, as trevas se dissiparão.
E se O disser aos demônios e aos satélites das
trevas exteriores, e aos arcontes e às potências das trevas,
todos... clamarão: Santo és, Santo és, Santo de todos
os Santos.
Todavia,
o que tiver cometido todos os pecados e todas as iniqüidades e encontrar,
enfim, os Mistérios da Santa LLuz... entrará na posse de
todos os Tesouros da LLuz.
E
as Almas justas e boas se converterão nos Mistérios da LLuz...
até que sejam enviadas outra vez à busca dos Mistérios
da LLuz.
Tem
piedade de nós, tem piedade de nós, tem piedade de nós,
ainda que tenhamos pecado...
Uma
Breve Reflexão
O
que nos ensinam os (ditos) Evangelhos Apócrifos? Simplesmente que tudo
depende de nós. Não necessitamos de intermediários, quaisquer
que sejam os intermediários, para que possamos ser Illuminados.
Ora, isto, de modo geral, nunca interessou às religiões organizadas,
muito particularmente à Religião Católica, pois um ser
liberto, consciente, independe de qualquer religião. Daí, os
amedrontamentos, as coisas proibidas, os dogmas, as excomungações,
as instituições dedicadas à supressão da heresia,
as fogueiras, o Index
Librorvm Prohibithorvm (Índice dos Livros Proibidos) etc.
Como, por exemplo, não entenderam ...
a luz e as trevas, a vida e a morte, os da direita e os da esquerda são
irmãos entre si, sendo impossível separar uns dos outros. Por
isto, nem os bons são bons, nem os maus são maus, nem a vida
é vida e nem a morte é morte. Assim é que cada um virá
a se dissolver em sua própria origem desde o princípio; mas,
os que estão além do Mundo são indissolúveis e
eternos... (Evangelho
de Filipe), ...
os que dizem que o Senhor primeiro morreu e depois ressuscitou, enganam-se,
pois primeiro Ressuscitou e depois Morreu... (Evangelho
de Filipe), ...
quando de dois fizerem um, vocês se tornarão filhos do homem...
(Evangelho do Dídimo Judas Tomé), ...
não há pecado; sois vós que os criais...
(Evangelho de Maria Madalena), como, de resto, toda a Gnose Iniciática,
proibiram, subverteram e apocrifaram. Enfim, se, como afirmei anteriormente,
nenhuma Porta poderá ser aberta, se, primeiro, não houver arrependimento
sincero das iniqüidades e dos equívocos cometidos, é necessário
coragem e liberdade para, depois de aberta a Porta... Paz Profunda!
Páginas
da Internet consultadas:
http://jerrialmeida.blogspot.com/
2010/03/reencarnacao-na-historia-parte-ii_909.html
http://www.apologiaespirita.org/
http://www.guia.heu.nom.br/
supressao_da_reencarna%C3%A7ao.htm
Bibliografia:
O EVANGELHO
DE VALENTINO. In: Apócrifos
IV: Os Proscritos da Bíblia. Compilação
e tradução de Maria Helena de Oliveira Tricca e de Júlia
Bárány. São Paulo: Mercuryo, 2001.
Fundo
musical:
Golden
Sun Sanctum
Fonte:
http://www.midishrine.com/index.php?id=73