O
Espírito de Elias está ligado a João, o Baptista. João,
o Baptista é Elias, de quem vos falei que viria.
Olhei
para baixo, sobre o mundo da Humanidade, e encontrei Maria, a quem chamam
de minha mãe, de acordo com o corpo de matéria. Falei com
ela como Gabriel, e quando retornou do alto, para Mim, dali verti a Primeira
Força que havia recebido de Barbelo, que é o corpo que tenho
levado no alto. E, em vez do espírito, verti nela a força
que recebi do Grande Sabaoth, o Digno, que está na região
da Direita.
ZAMA
ZAMA OZZA RACHAMA OZAI = Oh!, Mistério que não tem par no
Mundo, por cuja causa surgiu o Universo! Esta é a total saída
e a ascensão total que emanou todas as emanações e
tudo o que está depois e por cuja razão surgiram todos os
mistérios. Vem a nós porque somos vossos membros e semelhantes.
Todos estamos contigo; somos um e o mesmo. Tu és o Primeiro Mistério
que existiu desde o princípio, no Inefável, antes de aparecer,
e o Seu Nome somos todos nós. Agora, portanto, vimos encontrar-Te
no último limite, o qual é o Último Mistério
desde dentro; Ele mesmo é um pedaço de nós. Agora,
enfim, enviamos-Te a vestidura que Te pertence desde o princípio
e que deixaste atrás no Último Limite, o qual é também
o Último Mistério desde dentro, até que seja consumada
a sua hora de acordo com os mandamentos do Primeiro Mistério. A sua
hora chegou. Veste-a!
Comentário:
Segundo Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891), na Doutrina Secreta,
volume IV, os orientalistas traduzem ZAMA
ZAMA OZZA RACHAMA OZAI como as vestes – as gloriosas vestes
de minha força. Tais palavras eram, na verdade, um Véu Anagramático
dos Cinco Poderes Místicos representados sobre as vestes do Iniciado
Ressuscitado, após sua última prova de três dias de
sono cataléptico, porque o cinco só passa sete depois da sua
Morte, quando o Adepto se converte no Christos
pleno...
O
Grande Tirano e todos os tiranos em todos os Aeons começaram a lutar
em vão contra a Luz, sem saberem contra quem estavam a lutar, uma
vez que nada mais viam do que a sobredominante Luz. Sucedeu, então,
que, quando lutavam contra a Luz, todos se debilitaram e foram expulsos
dos Aeons e se converteram nos habitantes da Terra, mortos e sem alento
de vida.
E
eles se amotinaram e lutaram contra a Luz...
Deixai ouvir o que tiver ouvidos
para ouvir.
Mudei
os seus caminhos... a fim de que aqueles que se salvam possam ser rapidamente
purificados e elevados... e aqueles que não se salvam possam ser
rapidamente destruídos.
E abreviei os círculos e tornei
o seu caminho mais veloz; e este será sumamente acelerado... Abreviei
os tempos da minha eleição; de outro modo nenhuma Alma poderia
ter sido salva. E abreviei os tempos e os períodos devido ao perfeito
número de Almas que receberão os Mistérios, quer dizer,
os escolhidos. E se Eu não tivesse abreviado os seus períodos,
nenhuma Alma material teria sido salva, mas todas teriam perecido no fogo
que está na carne dos Regentes.
Como
é que o Senhor do Universo passou entre nós sem o sabermos?
Comentário:
Como alguns podem e conseguem viver apartados do Deus de seus Corações
e dos Deuses de todos os Corações? Como alguns se pensam e
se dizem deuses, quando, ainda, não são nada mais do que meros
homens peregrinantes? Como alguns dizem eu, se todos somos nós?
Pistis
Sophia e o seu Par e as outras Vinte e Duas Emanações formam
as Vinte e Quatro Emanações que o Antepassado Invisível
e os Dois Grandes Triplos Poderes emanaram.
Canção
de louvor que Pistis Sophia expressou no seu Primeiro Arrependimento:
1
— Oh!, Luz das Luzes!, em quem, desde o princípio, eu tive
Fé. Escuta-me, agora – Oh!, Luz! – no meu arrependimento!
Salva-me – Oh!, Luz! – pois entraram em mim maus pensamentos!
2 —
Olhei – Oh!, Luz! – para as Partes inferiores; vi ali uma luz
e pensei: Irei a essa região a fim de poder tomar essa luz. E fui
e me encontrei a mim própria na escuridão que está
no Caos de baixo e não pude me apressar a voltar à minha região
porque todas as emanações do Obstinado me prenderam dolorosamente
e o poder rosto de leão tirou-me a minha Luz.
3 —
E gritei pedindo ajuda, mas a minha voz não saiu das Trevas. E olhei
para as Alturas para que a Luz, na qual eu tive Fé, me ajudasse.
4 —
E quando olhei para as Alturas, vi todos os Regentes dos Aeons. E como em
seus Números olhavam para baixo e se regozijavam à minha custa,
mesmo quando eu não lhes fizera mal, mas eles me detestavam sem motivo.
E quando as emanações do Obstinado viram os Regentes dos Aeons
regozijarem-se por minha causa, souberam que os Regentes dos Aeons não
viriam em minha ajuda; assim, essas emanações se animaram
e me oprimiram dolorosamente e com violência, e a Luz que eu não
tomei delas, tomaram-Na de mim.
5 —
Agora e portanto – Oh!, Luz da Verdade! – Tu que sabes que eu
fiz isto inocente, pensando que o Poder-luz com rosto de leão Te
pertencia, o pecado que cometi é evidente para Ti.
6 —
Não permitas que me falte a minha Luz, oh!, Senhor! Pois eu, desde
o princípio, tive Fé na Tua Luz, oh!, Senhor! Oh!, Senhor
dos Poderes! Que eu não sofra mais por falta da minha Luz!
7 —
Pois, por me teres induzido e por Amor à Tua Luz, caí nesta
opressão e me vejo coberta de vergonha.
8 —
E, pela ilusão da Tua Luz, converti-me em uma estranha para a minha
família, os Invisíveis, e para as Grandes Emanações
de Barbelo.
9 —
Isto aconteceu-me – Oh!, Luz! – por ter ambicionado a Tua morada,
e a ira do Obstinado caiu sobre mim. Ele, que não escutou o Teu mandato
para emanar a emanação do seu poder porque eu estava no seu
Aeon sem desempenhar o seu mistério.
10 —
E todos os Regentes dos Aeons se riram de mim.
11 —
E eu estava nessa região, lamentando-me e procurando a Luz que vira
nas Alturas.
12 —
E os Guardiões das portas dos Aeons procuraram-me e todos os que
permaneciam no seu Mistério se riram de mim.
13 —
Mas eu olhei as Alturas, para Ti e tive Fé (em Ti). Agora e portanto
– Oh!, Luz das Luzes! – encontro-me dolorosamente oprimida na
escuridão do Caos. Se agora Tu desejas me salvar, — grande
é a Tua Misericórdia — escuta-me então de verdade
e salva-me.
14 —
Retira-me da escuridão desta matéria! Que não me submerja
nela, que eu seja salva das emanações do Obstinado que me
mantém oprimida e das suas más ações.
15 —
Não permitas que me submerja nestas Trevas e não permitas
que o poder rosto de leão devore por completo todo o meu poder...
E não permitas que este Caos amortalhe o meu poder!
16 —
Escuta-me – Oh!, Luz! – pois a Tua Graça é preciosa!
Olha-me, para baixo, de acordo com a Grande Misericórdia da Tua Luz!
17 —
Não me vires o rosto, pois estou sumamente atormentada.
18 —
Apressa-Te, escuta-me e salva o meu Poder!
19 —
Salva-me dos Regentes que me detestam, pois Tu sabes da minha dolorosa opressão
e do meu tormento; do tormento do meu Poder que eles me tiraram. Eles, que
me colocaram em todo este mal, estão ante Ti; trata-os segundo o
Teu desejo.
20 —
O meu Poder olhou para diante no meio do Caos e no meio da Escuridão
e esperei pelo meu Par, ele que devia vir e lutar por mim, mas que não
veio, o que eu procurei para que viesse e me emprestasse seu Poder, mas
que não encontrei.
21 —
E quando procurei a Luz, eles me deram Trevas! E quando procurei o meu Poder,
eles me deram matéria!
22 —
Agora, portanto – Oh!, Luz das Luzes! – que a obscuridade e
a matéria que as emanações do Obstinado me trouxeram
cheguem até eles, os observem e que sejam aí apanhados e castigados,
e que sejam forçados a tropeçar e a não voltar à
região do seu Obstinado.
23 —
Que permaneçam na escuridão e não vejam a Luz; que
olhem o Caos para sempre e não lhes seja permitido olhar para a Altura.
24 —
Caiam sobre eles as suas próprias vinganças; e que o Teu Juízo
neles permaneça!
25 —
Que não venham, daqui em diante, à sua região, ao seu
Deus Obstinado, e que as suas emanações não venham,
daqui em diante, até às suas regiões; pois o seu deus
é ímpio e obstinado, o qual pensou que fiz este mal, por si
mesmo, sem saber que, se não tivesse sido eu trazida para baixo de
acordo com o Teu Mandato, ele não teria tido qualquer autoridade
sobre mim.
26 —
Todavia quando Tu, por Teu próprio Mandato, me trouxeste para baixo,
mais eles me perseguiram, e as suas emanações acrescentaram
tormento à minha humilhação.
27 —
E eles tiraram-me o Poder de Luz e caíram sobre mim, oprimindo-me
até à dor, a fim de levar toda a Luz que havia em mim. Por
isto em que me colocaram, que não ascendam ao Décimo Terceiro
Aeon – a Região da Justiça.
28 —
E que não sejam considerados no lote d’Aqueles que se purificam
a si próprios e à Luz, e que não sejam considerados
entre Aqueles que rapidamente se arrependerão e rapidamente poderão
receber Mistérios na Luz.
29 —
Eles me tiraram a Luz e o meu Poder começou a cessar e fui destituída
da minha Luz.
30 —
Agora e portanto – Oh!, Luz! – que estás em Ti e em mim,
eu canto louvores ao Teu Nome – Oh!, Luz! – glorifïcando-Te.
31 —
Que o meu Canto de Louvor seja do Teu agrado, oh!, Luz! Como um Mistério
admirável que guia às Portas da Luz, às quais Aqueles
que se arrependerão, o pronunciarão e aos quais a Luz purificará.
32 —
Agora e portanto, que todas as matérias se regozijem, que toda a
Luz Te busque e que o poder das estrelas que está em Ti, perdure.
33 —
Pois a Luz ouviu as matérias e a ninguém deixará sem
as haver purificado.
34 —
Que as Almas e as matérias louvem o Senhor de todos os Aeons; que
as matérias e tudo o que nelas há O louvem.
35 —
Pois Deus salvará a Alma de todas as matérias e uma Cidade
será preparada na Luz. E todas as Almas que se salvarem habitarão
nesta Cidade e a herdarão.
36 —
A Alma d’Aqueles que receberão os Mistérios habitará
nessa Região e Aqueles que tenham recebido Mistérios em seu
Nome, morarão nela.
Comentário:
O Valor Secreto de 36 é 666 [(36 x 37) ÷ 2].
Segundo Arrependimento de Pistis
Sophia:
1
— Luz de Luzes em quem tive Fé, não me deixes na obscuridade
até ao fim dos meus dias.
2
— Ajuda-me e salva-me através dos Teus Mistérios; inclina
Teu ouvido para mim e salva-me.
3—
Que o poder da Tua Luz me salve e me leve até os mais altos Aeons,
pois Tu me salvarás e me guiarás à altura dos Teus
Aeons.
4
— Salva-me – Oh!, Luz! –
da mão deste poder rosto de leão
e das mãos das emanações do deus Obstinado.
5
— Porque és Tu –
Oh!, Luz! –
Aquele em cuja Luz tive fé e em cuja
Luz confiei desde o princípio.
6
— Eu tive Fé nela desde o momento em que me emanou e naquele
em que Tu mesmo fizeste que eu emanasse; tive Fé na Tua Luz desde
o princípio.
7
— E quando tive Fé em Ti, os Regentes dos Aeons riram-se de
mim, dizendo: Ela cessou no seu Mistério. Tu és o meu Salvador
e Redentor e Tu és o meu Mistério, oh!, Luz!
8
— A minha boca se encheu de louvares. Que eu possa falar do Mistério
da Tua grandeza a todo o momento.
9
— Agora e portanto –
Oh!, Luz! –
não me deixes
no Caos até o término dos meus dias. Não me abandones,
oh!, Luz!
10
— Pois todas as emanações do Obstinado me retiraram
todo o meu Poder-luz e me derrotaram. Elas desejam arrebatar por
completo toda a minha
Luz e vigiam o meu Poder.
11
— Dizem umas às outras: A Luz abandonou-a. Capturemos e arrebatemos
toda a Luz que nela há.
12
— Portanto –
Oh!, Luz! –
não
me deixes. Vira-Te –
Oh!, Luz! –
e salva-me
das mãos dos imisericordiosos.
13
— Que aqueles que arrebatam o meu Poder caiam e se tornem impotentes.
Que aqueles que arrebatam o meu Poder-luz se vejam envolvidos na escuridão
e afundados na impotência.
Comentário:
Mutatis mutandis,
a Luz,
à qual Pistis
Sophia apela,
é o Deus de nossos
Corações; e os imisericordiosos
são os demônios
que, há milênios, descaradamente, temos fabricado e que têm
por morada o nosso Corpo Astral. Quanto
mais filhos-da-puta formos, mais eles adoram! Bolas! Let’s fall
in love!