APENAS SORRIA 1

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Música de fundo: Smile
(Charles Chaplin)
Fonte: http://www.marieb.com/midis.html

 

Depois de escrever tantos textos, este poema foi um dos que escrevi com o Coração. E, de repente, quando fui lê-lo pela última vez antes de passá-lo para o Website Pax Profundis, me veio a seguinte idéia: vou sugerir a quem vier a ler este poeminha que o leia devagar e em voz alta. Então, apenas como sugestão, leia este poema em voz alta, devagar. E pense no que o meu Coração rascunhou e ouça o que o seu Coração irá lhe segredar. Isso é que é realmente importante. Ora, não disse Pascal que o coração tem razões que a própria razão desconhece? Será que foi ele mesmo quem disse isso? Bem, não vou corrigir Pascal, mas vou modificar um pouquinho essa máxima e fazer um virado à la Rofoldo: No Coração há transrazões que a mera razão jamais poderá conhecer. Esse Coração – que de vez em quando eu escrevo com a letra C maiúscula – não é o coração físico nem, muito menos, o emocional.

De qualquer maneira, a inspiração primeira para rabiscar esse poema veio da música Smile. Obrigado Charlot. E vê se não torra o crânio de São Pedro aí no Céu senão ele é capaz de dizer que não te conhece! O que eu acho é que você continua pensando em demasia e sentindo muito nossas dores aqui embaixo. Se você visse como andam os nossos Tempos Ultramodernos! Quando você denunciou e viveu em 1936 a profunda melancolia da vida no seu Modern Times, nem poderia imaginar no que se tornaria o nosso Planeta em 2005! Corre-corre... Atentados... Execuções... Supervalias diversas... Demonstrações de força e de poderio bélico... Desrespeito aos direitos dos seres humanos, dos seres animais, dos seres vegetais, dos seres minerais e de outros seres que são desrespeitados sem que as pessoas saibam o quê ou a quem estão desrespeitando... Mensalões... Será que acabamos nos tornando um rebanho de ovelhas ou rebanho de demônios? A Democracia que você tanto defendeu, em muitos países, acabou se tornando uma esplêndida Sacanocracia! Chato isso, não é? Vamos mudar de assunto. Mas, por falar em Tempos Modernos ou Ultramodernos, como vai a Paulette Goddard? Dê um abraço nela e, por favor, conte à ela que, quando eu era garoto, eu era tarado por ela. Ah! Paulette das minhas fantasias! Vamos mudar de assunto de novo... Olha, apesar das dificuldades, eu tenho seguido o seu conselho: vou vivendo e vou sorrindo. Agora, vou passar essa idéia para quem se descuidar e escorregar por aqui. Vê se ficou bom!

 

Charles Chaplin
Uma cena de Modern Times

 

 

 

 

APENAS SORRIA

 

 

Sorria!

Mesmo que seu coração esteja doendo,2

Apenas sorria!

Mesmo que em seu interior esteja chovendo,

Sorria! Sempre sorria!

 

 

Sorria!

As experiências da vida são sempre úteis!

Apenas sorria!

Os desencontros nunca são fúteis!

Sempre... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Mesmo que você tenha vontade de chorar,

Apenas sorria!

Agora é o tempo de viver, lutar e... mudar!

Não se esqueça disso. Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Ou você vai esperar morrer para viver?

Apenas sorria!

MORRA conscientemente agora para poder VIVER!

Entendeu? Então... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Não há dor que não possa ser transmutada!

Apenas sorria!

Não há dor que mereça ser cultivada!

Não cultive dor alguma. Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Os medos logo desaparecerão!

Apenas sorria,

E as vitórias logo acontecerão!

Mas, não esqueça: Sempre sorria!

 

 

Sorria!

E aprenda a brincar a esmo!

Apenas sorria!

Seja tolerante com você mesmo!

Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Não se leve tanto a sério!

Apenas sorria!

Viva! Viva! Esqueça o climatério!3

Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Deixe em casa o guarda-chuva!

Apenas sorria!

Viva! Viva! Faça Sol ou faça chuva!

Sempre sorria! Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Não se preocupe em ter tantas certezas.

Apenas sorria,

E logo serão dissipadas as incertezas!

Contudo... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Contemple as estrelas... Contemple o Sol!

Apenas sorria!

Insisto: em seu interior nascerá um Grande Sol!

Mas... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

A vida rapidamente se iluminará!

Apenas sorria,

E o Portal da Luz imediatamente se abrirá!

Então... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

E o Mundo sorrirá com você!

Apenas sorria,

Pois ninguém poderá sorrir por você!

Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Agradeça pelo milagre da Vida em você!

Apenas sorria,

E reconheça o Sumo Bem que está em você!

Simplesmente... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Apenas sorria! Não é preciso muito mais!

Apenas sorria...

E não deseje que a Vida lhe dê demais!

Seja grato, e... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Não perca tempo remoendo o passado!

Apenas sorria!

O que passou deve ser comemorado!

Se você compreendeu isso... Então, sorria!

 

 

Sorria!

Não se aflija; não se desespere.

Apenas sorria!

Ouça seu Coração... e espere!

Com calma, espere... Mas... Sempre sorria!

 

 

Sorria!

Tudo se solucionará.

Apenas sorria!

Tudo se dissipará.

Para tudo há solução. Sempre sorria!

 

 

Sempre, sempre sorria!

Pois viver é simplesmente uma bendição!

Apenas sorria!

Agradeça e seja digno dessa Santa Bênção!

Sorria! Sempre! Sorria!

 

 

 

 

 

 

 

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Referências

1. Poema inspirado na música Smile de Charles Chaplin. E, por isso: Obrigado Charlot por essa linda música! I'm smiling now!

2. Smile, Charles Chaplin.

3. Climatério foi usado aqui no sentido de representar o término do nono período de sete anos que todos nós atravessaremos em nossas vidas, ou seja, o sexagésimo terceiro ano —› nove ciclos de sete anos. Bem, se não o cruzarmos aqui... Ele será transposto do lado de lá. Lado de lá? Eu sei é que já estou saturado de fazer 63 anos. Saturado no sentido de que já deveria ter aprendido a não fazer certas rodolfices que ainda faço!!! Precisamos, todos nós, aprender a dominar nossa mais baixa astralidade, para podermos ingressar na Eterna Vida. Enquanto rirmos, ao invés de SORRIRMOS, nada feito! Gargalhar cai bem no purgatório, no limbo e no inferno que fabricamos diariamente. Como disse Jules Renard (1864-1910), no paraíso isso não seria conveniente! Ele também disse (e vale a pena parar para pensar): O burguês é o outro, sempre o outro, somente o outro. Então, se ficamos prestando atenção nos atos e nos hábitos dos outros, e os considerando como sendo burguesices e breguices... Ora eu não vou nem continuar. Já escrevi muito sobre isso. Vou sorrir um pouquinho e vou dormir. Caramba! São 5 horas da madruga!

 

Websites Consultados

http://www.laurapoesias.com/index.html

http://physics.bu.edu/

http://www.gmroper.com/

http://www.babyhampers.com.au/ultimatetwins.htm

http://www.ventanagallerybigsur.com/NEW%20HOME.htm

http://david.bieder.free.fr/texte/6.html