O SORRISO

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

Música de fundo: Ave Maria do Morro - Herivelto Martins
Fonte:
http://www.musicasmaq.com.br/

 

O SORRISO

 

 

Homens tristes pela rua

Caminhando sem destino.

A cabeça no mundo da Lua,

Pensando: Quero voltar a ser menino!

 

Finda a noite, começa o dia,

E tudo fica como está.

Aparentam uma falsa alegria,

Às vezes pensando em coisa-má.

 

Locupletação é a regra

Para os bolsos poder encher.

Regra-insana que só desregra;

Regra-louca que faz adoecer.

 

Há melhores e piores.

Uns furtam; outros matam.

Mas todos são devedores

Das Estrelas que faíscam.

 

E quando dão um sorriso

Parece um molde de gesso.

Amarelo é cada riso

Mostrando o caráter revesso.

 

Mas, há seres diferentes

Que transmitem uma certa luz.

Mesmo que não tenham dentes

O riso deles reluz.

 

Feio como a necessidade

É o irmão da fotografia.

Nele não sinto maldade

Nem tampouco covardia.

 

De que vale um sorriso de merda

Ou uma merda de sorriso?

Se a cabeça é mais do que lerda

E a vida um desaviso!

 

Prefiro os feiosos sem dentes,

Sem maldade e sem rancor.

Neles estão claramente ausentes

Pensamentos que produzem dor.

 

Às vezes me dá tristeza,

Às vezes me bate um cansaço...

De pensar na fútil realeza

Fazendo queda-de-braço.

 

Pois eles se julgam reis,

E só pensam em dominar.

Então, ó plebe, não sabeis?

Vossas artérias queremos sangrar.

 

Mas, não há quem escape da morte.

Qual não serão as surpresas

Dos que contam com a sorte

Pra escapar das safadezas?

 

Pensar que há perdão de Deus

Para crimes de lesa-humanidade?

Ouçam crentes e ateus:

Compensação, Justiça e Verdade.

 

Para quem sorri com a alma

A boca pode estar deformada.

Pois a personalidade-alma

Na transição será festejada.

 

Para todos peço Paz;

Para todos peço Luz.

Pois só na Profunda Paz

Cada um (re)conhecerá a LLUZ.

 

*

 

PAZ PROFUNDA

PAZ PROFUNDA

PAZ PROFUNDA

PAZ PROFUNDA

 

Lótus