SE

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Caminhando

 

 

 

Há algum tempo, divulguei uma coletânea de pensamentos e frases do contista, poeta e romancista inglês Joseph Rudyard Kipling (Bombaim, 30 de dezembro de 1865 – Londres, 18 de janeiro de 1936). Hoje, inspirado no seu If, cujo estilo é típico do estoicismo vitoriano, e publicado, pela primeira vez, em 1910, em uma coletânea de contos e poemas intitulada Rewards and Fairies [Recompensas e Fadas], estou oferecendo a vocês o meu Se, que, algumas vezes, nem eu mesmo, que tento bravamente combater o Bom Combate, consigo seguir e me manter equilibrado e eqüidistante, porque são propostas muito difíceis de ser efetivadas e mantidas integralmente. Só espero que, depois desta confissão sincera, mas, chorada, você não fique decepcionado comigo nem com o meu umbigo (que não tem nada com isso). Seja como for, uma coisa eu garanto e afirmo: não há nada neste mundo nem em mundo nenhum do nosso Universo que me faça entregar a rapadura, fazer xixi sentado e voltar a comer meleca.

 

 

 

Zé Meleka

Zé Meleka

 

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, em Silêncio, ouvir a Voz do Silêncio,

sem Dela, por vaidade, duvidar um nanograma

nem com Ela, impertinente, argumentar um picograma...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de não se indispor e não se revoltar contra

a sua personalidade-alma, contra o seu Anjo da Presença

e contra o seu Melhor Amigo – o seu Deus Interior...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, em nenhuma circunstância, se sentir diminuído,

se sentir perseguido

e se sentir excluído...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de nunca se comportar como um inocente útil,

de nunca se comportar como um maria-vai-com-as-outras

e de nunca se comportar como um pau-mandado...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, em nenhum tempo, sancionar o autoritarismo,

de, em nenhum tempo, sancionar o totalitarismo

e de, em nenhum tempo, sancionar o escravagismo...

 

e você se esforçar e for capaz

de, de modo nenhum, admitir a xenofobia,

de, de modo nenhum, admitir a homofobia

e de, de modo nenhum, admitir a sobrevalia...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de nunca promover a separatividade,

de nunca catalisar a ofensividade

e de nunca facilitar a descontinuidade...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de não maldizer o padecimento,

de não praguejar por causa do adiamento

e de não desdenhar o esquecimento...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, com dignidade, cumprir suas compensações,

de, com dignidade, suportar suas aflições

e de, com dignidade, dominar suas comoções...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de nunca jamais pré-qualificar e deslustrar,

de nunca jamais prejudicar e obstaculizar

e de nunca jamais apocopar e apoucar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de deixar a pão e laranja os demônios que gerou,

de congelar os infernos que ideou

e de anular os consultos que criou...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de se desenredar da tradição e dos dogmas,

de se libertar das crendices e das venerações

e de se desvencilhar da autoridade religiosa...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de viver sem pedir bulhufas,

de peregrinar sem ambicionar xongas

e de fazer direitinho o seu dever de casa...

 

 

Fazendo o Dever de Casa

Esses monstrinhos aí em cima
estão fazendo o dever de casa!

 

 

e você se esforçar e for capaz

de Servir sem esperar qualquer recompensa

nem agora, nesta vida,

nem depois de desencarnar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, ofendido, não se ofender,

de, oprimido, não se rebaixar,

e de, traído, não odiar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de malograr sem se lamentar,

de empobrar sem reclamar,

e de quebrar sem um milagrinho pedinchar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, prisioneiro, se manter livre,

de, amputado, se manter inteiro,

e de, na Noite, se manter honrado...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de, tentado, resistir,

de, fragilizado, se erguer,

e de, injustiçado, não vociferar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de a cada contratempo não desanimar,

de a cada desdita se reabilitar

e de a cada derrota não renunciar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de a cada estiagem tornar a regar,

de a cada curto-circuito não colapsar

e de a cada vendaval voltar a navegar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de não (pre)julgar nem condenar,

de não disjungir nem desagregar

e de não constranger nem subjugar...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de partir sem olhar para trás,

de não deplorar o que já passou

e de reconstruir o que foi destruído...

 

 

e você se esforçar e for capaz

de chegar na curva da Estrada

sem medo da morte inevitável

e sem idéias salvíficas preconcebidas...

 

 

ntão, meu irmão, você

está trilhando o Caminho Alforriador

que o Illuminará, que o Ascensionará

e que o Transmutará em um Deus (entre Deuses).

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

If You Go Away (Ne me Quitte Pas)
Compositor: Jacques Brel (Versão inglesa de Rod McKuen)
Interpretação: Frank Sinatra

Fonte:

http://niyuci.com/ytb/5SUn4JqUTsA.html

 

Páginas da Internet consultadas:

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