Este
estudo se constitui da segunda parte de uma coletânea de fragmentos
da obra Secretário Íntimo (Preboste ou Juiz ou Mestre
Irlandês – Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel
– 6º Grau – 7º Grau – 8º Grau – Esta
é a Maçonaria), de autoria de Jorge Elias Adoum (Mago
Jefa), escritor e médico naturista – Iniciado da Fraternitas
Rosicruciana Antiqua (FRA) e da Maçonaria.
Jorge
Elias Adoum
Fragmentos
da Obra
O
Corpo Astral vive e se alimenta por meio da respiração.
A
mente é o veículo do Eu. É como o espelho que reflete
as imagens dos objetos. Não conhecemos as coisas em si mesmas, senão,
apenas, pelo efeito que produzem em nossa consciência.
Consciência
é o conhecimento de nossa individualidade – do Eu-Sou –
distinguindo-o dos
demais seres e das coisas existentes no mundo exterior. Tudo quanto fazemos
na vida diária, em estado de vigília, temos consciência
de que somos nós que o fazemos sob o domínio da consciência.
Subconsciência
é o conjunto de atos e funções tais como a digestão,
a circulação do sangue, a respiração e outras
operações que se efetuam ordinariamente sem que tenhamos consciência
direta delas, ainda que se admita a possibilidade de que a consciência
foi o incentivo destes fatores e que chegue mesmo a reger a subconsciência.
Superconsciência
é a consciência do Eu-Sou
em estado superior ao da consciência ordinária e, por isto,
é chamada também de Consciência Superior (Eu Sublimado).
Toda
enfermidade que não foi ocasionada por uma queda ou por um acidente
externo tem certamente por causa um defeito das funções da
digestão e da respiração (porque o homem adoece pela
boca e pelo nariz) ou, ainda, em conseqüência de pensamentos
ou de perturbações sinistras da mente e do ânimo.
INSTRUÇÕES
DE MEDICINA
PSÍQUICA E UNIVERSAL
a)
Conservar a saúde ou recuperá-la por meio da auto-educação
e da sugestão consciente consiste em adquirir a convicção
e contrair o hábito saudável de beber durante o dia
de dois a três litros de água fresca provinda de manancial
de pureza indiscutível.1
b)
O pensamento posto nos efeitos saudáveis da água estabelecerá
uma corrente de energia mental que influirá nas células.
c)
Dar graças à mesa, por meio da oração,
é um costume que tem por fim concentrar o pensamento positivo
nos alimentos, a fim de que sejam reparadores, saudáveis
e proveitosos ao corpo.
d)
Afirmar que a comida nos trará proveito, dar-nos-á
boa digestão e boa assimilação.
e)
Comer com medo de sofrer um dano, mesmo que o alimento seja bom
e puro, é o mesmo que comer algo prejudicial e afirmar que
não nos irá fazer mal. Ambas as atitudes são
erradas, mesmo que, às vezes, a auto-sugestão prevaleça
contra as más condições do alimento.
f)
A magnetização da água, empregando a palavra
durante a magnetização, produz efeitos surpreendentes.
Por exemplo, estender as duas mãos sobre o recipiente de
água é dizer: certamente esta água lavará
meu corpo, favorecendo a ação dos rins para purificar
o sangue e aumentar a secreção dos sucos digestivos
para favorecer a digestão.
g) Fazer regularmente exercícios respiratórios, pensando
no saudável efeito do oxigênio de ar na purificação
do sangue.
h)
Nunca se deve queixar de doença, para não aumentar
o sofrimento. O povo diz: quanto mais se faz caso da dor, mais ela
aumenta. E é verdade, porque fazer caso da dor significa
pensar nela. Não fazer caso da dor é dirigir o pensamento
a outro ponto, e a dor é aliviada.
i)
Finalmente, para recuperar e conservar a saúde, é
indispensável ter presente a recíproca dependência
entre o corpo, a mente e a [personalidade-]alma,
que constituem a trindade humana à imagem e semelhança
de Deus.
|
O
Espírito é o princípio do progresso; a Matéria
é o princípio da conservação. A conservação
é a base do progresso, porque conservar o que existe é assegurar
um ponto de partida para chegar a fazer o que ainda não está
manifestado. A conservação é o ponto conhecido de onde
se pode chegar ao progresso desconhecido. A conservação deve
ser como a Matéria, sempre em transformação; do contrário,
será inércia – negação do movimento e
do progresso. A conservação é um estacionamento em
um lugar determinado; dura o tempo necessário até preparar
os elementos para chegar a um novo progresso. Cada feito de progresso fica
como base, até que outro venha ultrapassá-lo e ocupar o seu
lugar, aí ficando imóvel, para servir ao progresso que virá
depois, e assim sucessivamente. Logo, o progresso se eleva sobre a conservação.
Assim, a conservação é uma escala; sobre seu grau inferior
se apóia o progresso para chegar a um grau superior, e, desta forma,
até chegar à Perfeição Infinita. Quando o progresso
abandona um grau inferior, este se introduz na História e deixa de
existir para o mesmo progresso que ascendeu a um grau superior. O progresso
é um melhoramento moral, que deve se manifestar em melhoramento material;
de outra maneira, não poderia ser apreciado nem cairia debaixo dos
nossos sentidos. Todo progresso é, então, o resultado de uma
conservação, e toda a conservação é o
meio de um novo progresso, cuja finalidade é a Perfeição
Infinita.
A conservação não pode existir senão onde existir
o progresso, e o progresso se detêm se não encontra a conservação
como auxiliar. Assim como a Matéria está subordinada ao Espírito,
a conservação o está ao progresso.2
Fora
dos dois ilimitados – Espírito e Matéria –
nada poderá
existir. Desta forma, todos os fenômenos morais e materiais que se
manifestam no Universo estão igualmente em germe [potência3]
no Espírito e na Matéria. Todo efeito tem sua causa; o efeito
é o resultado da ação comum do Espírito e da
Matéria, ou seja, a causa.
O
que rege o Todo rege também
as partes.
Liberdade
—›
Lei que rege o Espírito e todos os seus efeitos morais. Faculdade
que tem o Espírito ativo de operar nos limites de sua natureza. A
Lei da Liberdade dá nascimento a duas Leis de ordem inferior: o direito
e o dever.
Fatalidade,
ou Lei Natural
—› Lei
que rege a Matéria e seus efeitos físicos.
Liberdade
é a faculdade de fazer o bem como obrigação moral de
fazer o bem. Se a faculdade de fazer o bem é direito e a obrigação
de fazer o bem é dever, então, a liberdade é o direito
e o dever de fazer o bem. Direito e dever são duas Leis do Espírito,
e aplicáveis a todas as consciências morais. O direito não
existe senão em favor do progresso. E o dever não existe senão
em favor do direito. O direito sem o dever é loucura. O dever sem
o direito é a escravidão. Fora da liberdade não há
direito nem dever.
O
Espírito emana atividade –›
a atividade produz o poder –›
o poder tem liberdade
–›
a liberdade possui
o direito –›
o direito engendra o dever. Mas, o dever tem autoridade.
O
progresso se manifesta pela ação de Espírito sobre
a Matéria.
Para
que o Espírito possa operar sobre a Matéria, com vistas ao
progresso, ele precisa se unir com ela para poder fecundá-la. A linha
de união entre os dois para haver colaboração para
um objetivo comum – que é o progresso –
e conservando cada
qual seu papel, é a supremacia do Espírito-esposo sobre a
Matéria-esposa, e a obediência desta ao Espírito. Esta
linha de união entre os dois é a autoridade. A autoridade
é o direito absoluto que usa o Espírito sobre a Matéria
para que haja progresso. A autoridade provém do dever. Somente um
Ser Superior poderá exercer sua autoridade sobre um ser inferior;
assim, a autoridade é o exercício do poder.
Da
autoridade do Espírito sobre a Matéria, resultou a organização
do Universo. Para chegar a este primeiro feito, que não é
mais senão o primeiro passo no caminho do progresso, o Espírito
pôs em movimento sua atividade.
Espírito
e Matéria caminharão para o progresso ilimitado, por meio
de uma série de progressos limitados,
ou seja, por meio de uma série de ações determinadas,
que produzem feitos cada vez mais elevados. Então, o Espírito
e a Matéria devem partir do ilimitado para chegar ao limitado. E
para que o Espírito e a Matéria partam do ilimitado,
é necessário que o Espírito integral opere sobre a
Matéria integral. Mas, para chegar ao limitado, é mister que
o Espírito se divida ao dividir a Matéria.
O
Espírito não pode se dividir sem dividir igualmente seu correlativo,
o Tempo [que ainda não
tempo], em uma infinidade de durações ou partes
finitas de tempo [tempo
objetivo].
A Matéria também não pode se dividir sem dividir o
seu correlativo, o espaço, em uma infinidade de extensões
ou partes limitadas do espaço. Ao Espírito dividido se chamará
feitos morais; à Matéria dividida se chamará feitos
físicos; ao tempo dividido se chamará durações;
e ao espaço dividido se chamará extensões. O Espírito,
a Matéria, o Tempo e o espaço não existirão
mais como um só bloco, mas, eles não serão menos ilimitados,
porque o número dos seus feitos morais, físicos, durações
e extensões serão sempre ilimitados.
Desta maneira, o Espírito e a Matéria partem do ilimitado
para chegar ao limitado, e do limitado para chegar ao ilimitado.
Assim é que o primeiro objetivo do Espírito é dividir
em partes o que é um todo, começando por si mesmo.
Um
feito moral é o derivado do Espírito. Um feito físico
é o derivado da Matéria. A duração é
o derivado do Tempo. A extensão é o derivado do espaço.
Os derivados são a transição do ilimitado ao limitado,
mas, passando do ilimitado, ao limitado. Não mudam
de natureza. Cada derivado conserva todas as propriedades primitivas menos
a de ilimitado,
que ele deve perder.4
Os
derivados têm um princípio e um fim, por isto deixam de ser
ilimitados. Eles têm limites no espaço e no tempo; nascem e
morrem como aglomeração, como corpo ou como parte, mas, como
substância material ou moral são eternos.
A
primeira ação do Espírito sobre a Matéria foi
uma ação integral sobre a Matéria integral. A segunda
ação do Espírito sobre a Matéria foi a operação
do Espírito parcelado sobre a Matéria parcelada. É
o átomo do Espírito que atua sobre o átomo da Matéria
e a ação do limitado sobre o limitado, em vista do ilimitado.
Se
nada foi começado, nada poderá ser terminado. Tudo o que existe
é, então, ilimitado no tempo e no espaço.
O
progresso é ilimitado como a fonte de onde emana.
O
Espírito e a Matéria passam do ilimitado ao feito limitado,
para chegarem ao progresso ilimitado.
A
coisa se passa mais ou menos assim.
______
Notas:
1. Não me custa
repetir, e o faço com prazer, que o Triângulo da Saúde
é: bons pensamentos (pensamentos amenos, calmos, bonançosos,
fraternos, solidários, favoráveis, recatados, compostos, moderados,
harmoniosos), alegria e água. Se um destes lados do Triângulo
da Saúde, de alguma forma, estiver comprometido, o resultado fatal
será a enfermidade, que poderá desembocar em uma morte prematura.
Agora, a boa saúde não tem por objetivo fazer o indivíduo
viver 120 anos para apenas gozar a vida, mas, basicamente, permitir que
ele possa concertadamente receber as inspirações do Deus de
seu Coração e compartilhá-las com a Humanidade. Não
há nada pior para o Eu e não há nada que achaque mais
a personalidade-alma do que o amor exagerado aos próprios valores
e interesses a despeito dos de outrem, isto é, o exclusivismo que
leva uma pessoa a se tomar como referência a tudo, cujos alicerces
são: a vaidade, a pretensão, o orgulho e a presunção.
Em uma palavra: egoísmo.
2. Quanto a este tema,
o filósofo, cientista, matemático, diplomata e bibliotecário
alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (Leipzig, 1º de julho de 1646
– Hannover, 14 de novembro de 1716) concebeu o Universo como um plenum
contínuo, tendo por base dois princípios fundamentais:
o Princípio
da Razão Suficiente e o Princípio
de Perfeição. O primeiro, relacionado com o Princípio
de Não-contradição –
– (formulado por Aristóteles, diz que uma proposição
verdadeira não pode ser falsa e uma proposição falsa
não pode ser verdadeira, ou seja, nenhuma proposição
pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo), aplica-se às essências
possíveis, e explica o porquê de só os possíveis
não-contraditórios (compossíveis ou compatíveis)
poderem de fato existir, já que, segundo ele,
todo possível se caracteriza por sua aspiração
a existir. O segundo explica porque o atual mundo existente
é o melhor de todos os mundos possíveis e o mais perfeito.
Por outro lado, Leibniz admitia que não havendo em a Natureza dois
seres perfeitamente idênticos, as mônadas diferem entre si.
A mônada só pode se modificar por um princípio interno,
mas, respeitado o fato de que sempre
alguma coisa muda e outra permanece.
3. Na Filosofia Aristotélica,
entelequia ou enteléquia (do grego, ,
por transliteração entelékheia, en
= dentro + telos
= finalidade), é a realização plena e completa de uma
tendência, potencialidade ou finalidade natural, concluindo um processo
transformativo de todo e qualquer ser animado ou inanimado do Universo.
É o ser em ato, isto é, plenamente realizado,
em oposição ao ser em potência. Para
Aristóteles, a enteléquia é a tensão de um organismo
para se realizar segundo leis próprias, passando da potência
ao ato.
4. Estas explicações
minudenciosas justificam o asserto do conceito: Tudo é Um.