SATÃ

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Como tudo, o Cristianismo também tem a sua história. O Cristianismo do século XIX não foi o Cristianismo da Idade Média, e o Cristianismo da Idade Média não era o dos primeiros Concílios. Enfim, o Cristianismo dos primeiros Concílios também já não era mais o dos Apóstolos nem foi o Cristianismo ensinado por Jesus. [Friedrich Max Müller (6 de dezembro de 1823 – 28 de outubro de 1900]. [In: Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia), Helena Petrovna Blavatsky.]

Deixando de lado a interpretação esotérica de que o demônio (ou o demônio tentador) significa o nosso próprio corpo terrestre, que, depois da morte, certamente, se dissolverá nos elementos ígneos ou etéreos, a palavra eterno, pela qual os teólogos interpretam as palavras para todo o sempre, não existe na língua hebraica, nem como palavra nem como sentido. Não há nenhuma palavra hebraica que expresse exatamente a eternidade. Já no Velho Testamento, a expressão para sempre significa apenas um longo espaço de tempo. [Ibidem.]

 

Por ter sido um discípulo de Amônio Sacas (cerca de 175 240/242), Orígenes (cerca de 185 253) negou corajosamente a perpetuidade dos tormentas do inferno. Ele sustentava que não apenas os homens, mas, inclusive, os demônios (e por esse termo ele entendia os pecadores humanos desencarnados), após um período mais ou menos longo de punição [aqui, é melhor entender ajuste educativo-compensatório], seriam perdoados [aqui, é melhor entender pela compreensão seriam ascensionados], e, finalmente, reconduzidos ao céu [aqui, como céu não existe, é melhor entender qualquer coisa diferente de céu]. Em conseqüência desta e de outras heresias, Orígenes foi, naturalmente, exilado. [Ibidem.]

 

Os cristãos foram os primeiros a fazer da existência de Satã um dogma da Igreja. Então, fica a pergunta: qual seria a utilidade de um papa, se o diabo não existisse? [E qual seria a necessidade de uma religião, nos moldes da Religião Católica?] Quanto a isto, escreveu o padre Joaquim Ventura de Ráulica (1792 1861): Satã conquistou a sua maior vitória no dia em que conseguiu que negassem sua existência. Demonstrar a existência de Satã é restabelecer um dos dogmas fundamentais da Igreja, que serve de base ao Cristianismo [aqui, padre Ráulica se equivocou, pois, Satã serve de base ao Catolicismo, não ao Cristianismo], e que, sem o qual, Satã seria apenas um nome. A Magia, o Mesmerismo, o sonambulismo, o Espiritismo e o hipnotismo não passam de outros nomes para o Satanismo. Revelar tal verdade e mostrá-la em sua plena luz é desmascarar o inimigo. É revelar o imenso perigo de certas práticas reputadas como inocentes. É bem servir à Humanidade e à religião. [Ibidem.]

 

 

 

 

 

 

Com a invenção de Satã,

o Catolicismo retrocedeu

ao inimaginável.

Com a invenção do infernum ad æeternum,

o Catolicismo infernizou

o infernizável.

Com a invenção do Dia do Julgamento
(Juízo Final, Julgamento Final, Dia do Juízo Final, Dia do Senhor),

o Catolicismo prescreveu

o angustiável.

Com a invenção da machidão eclesial,

o Catolicismo normatizou

o separável.

Com a invenção do desdouro a Maria Madalena,1

o Catolicismo cavilou

o ilegitimável.

Com a invenção dos diversos tipos de pecados2
(original, capital, mortal e venial),

o Catolicismo regrediu

ao indefensável.

 

 

Cobra do Éden

 

 

Com a invenção fantasiosa da história da maçã,

o Catolicismo engenhou

o intragável.

Com a invenção da 'mea culpa, mea maxima culpa',

o Catolicismo projetou

o esquizofrenizável.

Com a invenção da dominação espiritual,

o Catolicismo arquitetou

o subordinável/dominável.

 

 

 

 

Com a invenção da intolerância e do preconceito,

o Catolicismo retrogrediu

ao aviltável.

Com a invenção da confissão auricular,

o Catolicismo engendrou

o conspirável.

Com a invenção do perdão dos pecadilhos e dos pecadões,

o Catolicismo maquinou

um astuto comércio das arábias negociável.

Com a invenção do exorcismo,

o Catolicismo bolou

um matreiro negócio da China comerciável.

 

 

The Exorcist (O Exorcista)
Linda Blair (Regan MacNeil) & Max von Sydow (Padre Lankester Merrin)

 

 

Com a invenção da matança das bruxas e dos hereges,

o Catolicismo instituiu

uma crueldade inaceitável.

 

 

Malleus Maleficarum

 

 

Com a invenção do limbo,

o Catolicismo retrogradou

ao insustentável.

 

 

Limbo

 

 

Com a invenção das cruzadas,

o Catolicismo desandou

para o execrável.

Com a invenção da inquisição,

o Catolicismo mergulhou

no abominável.

Com a invenção do milagre,

o Catolicismo retrosseguiu

ao irrealizável.

Com a invenção das indulgências,

o Catolicismo resvalou

para o impensável.

Com a invenção do escapulário,

o Catolicismo fomentou

o inacreditável.

Com a invenção das proibições,

o Catolicismo estimulou

o adulterável.

Com a invenção do dogma,

o Catolicismo estabeleceu

o indemonstrável.

Com a invenção da excomunhão,

o Catolicismo partejou

o intolerável.

Com a invenção do celibato,

o Catolicismo edificou

o adoentável.

Com a invenção do autoritarismo,

o Catolicismo se desviou

para o escravizável.

Com a invenção da infalibilidade papal,

o Catolicismo inventou

o ininventável.

Com a invenção do Banco do Vaticano
(o banco mais secreto do mundo),

o Catolicismo desenhou

o amesquinhável/cobiçável.

 

 

 

 

Com a invenção do desamor e da indiferença
(particularmente, contra os homossexuais),

o Catolicismo vem parindo

o cataclismável.

Com a invenção de tanta besteirada,

o Catolicismo, flagrantemente,

vem se tornando trocável.3

 

 

 

O Católico Desistente

 

 

 

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Notas:

1. Maria Madalena (em grego: ) é descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas do Mestre Jesus. Madalena não era o seu sobrenome, como popularmente se acredita. No seu tempo de vida, o conceito de sobrenome não existia entre o povo judeu. O nome Madalena, na realidade, é um adjetivo que a descreve como sendo natural de Magdala, cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galiléia. O Evangelho de Maria Madalena, que não foi escrito por ela, traz uma nova interpretação de quem teria sido Maria de Madalena. Segundo este texto gnóstico, ela teria sido uma discípula de suma importância à qual Jesus teria confidenciado Ensinamentos que não teria ensinado aos outros discípulos. Ela surge ali como confidente de Jesus, alguém, portanto, por mérito, mais próxima de Jesus do que os demais discípulos. Alguns fragmentos do Evangelho de Maria Madalena, que a Igreja Católica nunca pôde tolerar:

Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas; elas dependem umas das outras e se separarão novamente em sua própria origem. Pois, a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência.

Jesus disse: Não há pecado; sois vós que os criais...

A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se desequilibrou.

2. Não existem pecados; existe, sim, ignorância. A partir do momento que a Compreensão Illumina a ignorância, os pecados desaparecem. Logo, os pecados não têm existência real. Os pecados são apenas estados de consciência derivados de miragens e de ilusões, que, por um lado, impõem o samsara (fluxo necessário de renascimentos através dos mundos), e, por outro, determinam as compensações educativas.

 

 

Samsara

Pintura Tradicional Tibetana Ilustrando a Roda da Vida e os Reinos de Samsara

 

 

3. A bem da verdade, Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936), o digníssimo e atual Papa Francisco, inovador, progressista, ecumênico e tolerante, que muitos admitem que seja um pedreiro-livre, está tentando mudar um pouco este imbróglio multimilenar fedorento e amesquinhador católico (que é uma singularidade católica, mas, não Cristã). Mas, como, nesta Era de Aquarius, todas as religiões darão lugar a uma Religião Universal (que, stricto sensu, não será propriamente uma Religião)... Quanto a mim, que tenho dois filhos, não sei se fui um bom pai, mas, sinceramente, não estou nem um pouco preocupado com isto. Para mim, o que de fato importa é que eu os eduquei sem deuses e sem demônios, sem preconceitos e sem intolerâncias, sem manias e sem coisismos, sem ofensividades e sem separatividades, sem édens e sem geenas, sem purgatórios e sem limbos, sem fogueiras e sem inquisições, sem pecados e sem perdões, sem ajoelhações e sem beija-mãos, sem persignações e sem confissões, sem religiões e sem prisões, e, principalmente, o que é mais importante: sem cagaços.

 

 

 

 

Música de fundo:

Get Happy
Composição: Harold Arlen (música) & Ted Koehler (letra)
Interpretação: Hugh Laurie & Lisa Edelstein

Fonte:

http://mp3sbest.Com a invenção/download/get-happy-house

 

Páginas da Internet consultadas:

http://obreirosdaesperanca.blogspot.com/

http://www.geekedable.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Samsara

http://s269.photobucket.com/

https://adilsoncardoso.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_
Madalena#O_Evangelho_de_Maria_Madalena

https://www.teepublic.com/

http://www.borjaruete.com/

http://gifgifs.com/resizer/35094/

https://www.vectorstock.Com a invenção/

https://gifer.Com a invenção/en/Q9F

https://gfycat.Com a invenção/

https://www.diferenca.Com a invenção/

https://www.geledes.org.br/

https://giphy.Com a invenção/

https://www.revelacoes.net/2018/07/29/13-
incontestaveis-razoes-pelas-quais-o-papa-francisco-e-maCom a invenção/

http://www.libertar.in/2013/04/
maconaria-admite-que-elegeu-papa.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ju%C3%ADzo_Final

http://soundbible.com/1127-Computer-Error.html

https://edoc.site/queue/
isis-sem-veuvoliiihpblavatsky-pdf-free.html

 

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