PARA VOCÊ

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Foi há tanto tempo

que nós nos achamos!

Foi um contratempo?

Como nos ilhamos?

 

Os anos choraram...

Eu quase desandei!

Os anos passaram...

E me reencontrei!

 

A meiguice ficou;

a saudade partiu.

A letargia murchou;

a minh'alma sorriu.

 

Se findou o amor,

a vida conserta.

Plantação de rancor

é nojo na certa.

 

E você, como vai?

Esqueceu-se de mim?

Para você: kampai!

Eu sou mesmo assim.

 

Sem misantropia

e sem vazio sentir,

nos veremos, um dia,

 

 

 

 

 

 

Observação:

O final deste poema e a animação que o encerra não pretendem, sob qualquer aspecto, sugerir a existência de almas gêmeas. A fantasia de uma ‘alma gêmea’ é um conceito contrário à religião instituída, à metafísica fundamental e à filosofia mística. Isto quem disse não fui eu; foi Ralph Maxwell Lewis (1904 – 1987), segundo Imperator da Ordem Rosacruz – AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosæ Crucis) para a Jurisdição Internacional das Américas, Comunidade Britânica de Nações, França, Alemanha, Holanda, Suíça, Suécia e África deste segundo Ciclo Iniciático no Ocidente, de 1939 à 1987. Em Atalanta Fugiens, emblema XXI, Michael Maier (1568 – 1622), escreveu: De um homem e de uma mulher, faze um círculo; daí, um quadrado; em seguida, um triângulo; depois, um círculo; e terás a Pedra Filosofal. E Carl Gustav Jung (1875 – 1961) afirmou: Em alguma parte, alguma vez, houve uma Flor, uma Pedra, um Cristal; uma Rainha, um Rei, um Palácio; um Amado e uma Amada, há muito tempo, no Mar, numa Ilha, há cinco mil anos... É o Amor – a Flor Mística da Alma – é o Centro, é o Si-Mesmo... Há uma grande confusão entre Androginia Mística e o estapafúrdico e retrocessivo [des]conceito de alma gêmea (mesmo que bem-intencionado). Na peregrinação Daquilo que acabou por se tornar o homem (Homo sapiens) como hoje é conhecido, em um dado momento, o I (andrógino) se transmutou em Y (invertido), e o que era uma Unidade Andrógina, à semelhança do Universo, bipartiu-se em duas polaridades, por assim dizer, desconvergindo-se (para evolucionar). Por isto, inclusive, a Lei da Necessidade (Lei da Reencarnação) opera ciclicamente (não alternadamente), isto é: o ser – positivo ou negativo, macho ou fêmea, homem ou mulher – manifesta-se através das duas polaridades, uma vez positiva, outra negativa, o que não obriga alternância imediata, mas se identifica e está em conformidade com a Lei do Sete. A partir da transmutação do I (andrógino) em Y (invertido, e, depois, bipartido), não há retorno àquela condição originária/originante, pois os dois componentes da primitiva Unidade (+ e –) seguem caminhos ascensionais e reintegradores distintos, e, até que ocorra a reintegração total de ambos, geralmente não há compatibilidade entre seus estados vibratórios. E mesmo que houvesse simultaneidade vibrátil, a refusão, repetindo Ralph Maxwell Lewis, é contrária à religião instituída, à metafísica fundamental e à filosofia mística, ou seja, é incompatível com a autêntica Tradição Iniciática, desde sempre uma e idêntica a si mesma. Retornar, freqüentemente, é retroceder. E nem quando o mânvântâra se transforma em prâlâya há retrocesso. O novo mânvântâra que sucederá o prâlâya, que está a acordar, se encontrará em um ponto mais elevado da Spira Legis Universal – evento cósmico que produz continuamente a evolução de tudo (grifo meu), segundo o Frater Vicente Velado. Isto remete ao significado místico da palavra AMORCUS, que é: Akhenaton Magister Omnes Rosæ Circa Universus Spira, ou seja, Akhenaton Mestre de Todas as Rosas em Torno da Espiral. Bem, quem sabe contrariando o que acabei de explicar, penso que o conceito de evolução (e também o de reintegração) é meramente simbólico, e não expressa com o devido concerto o que normalmente pretende comunicar, pois, não pode haver nem evolução nem reintegração de algo em Algo, do qual o algo nunca esteve isolado ou separado. De maneira geral, no que concerne à evolução, esta só ocorre em um sistema termodinamicamente fechado (mesmo que, para nós, tenha aparência de aberto) – que é aquele sistema que não sofre interferência externa, não ganhando nem perdendo energia para o exterior. Se o Universo é um, se as coisas que existem só podem existir neste Universo, como poderá haver evolução, mesmo considerando o Universo finito, porém ilimitado, e assim, fechado em si mesmo? Evoluir de quê para quê? De onde para onde? Em sua obra, Platão explica tudo isto muito direitinho. Tente, enfim, entender a animação abaixo, considerando que não importa que mudanças (grandes ou pequenas) aconteçam no Universo – manvantáricas, pralaycas, químicas, físicas, físico-químicas, nucleares, biológicas etc. – a energia total deste mesmo Universo permanece constante. Realmente, nada pôde, pode ou poderá ser criado ou destruído (no sentido de desaparecimento), embora transformações de todas as gradações estejam constantemente acontecendo no Universo, a mais exuberante de todas sendo, efetivamente, a própria transformação manvantárico/pralayca.

 

 

 

 

Música de fundo:

Pra Você
Composição e interpretação: Silvio Cesar

Fonte:

http://www.4shared.com/get/P-fQRhJ6/
Silvio_Cesar_-_Pra_voc.html