Oitavo
Arrependimento de Pistis Sophia:
1 —
Em Ti – Oh!, Luz! – confiei. Não me deixes no Caos; guia-me
e salva-me de acordo com a Tua Gnose.
2 —
Atende-me e salva-me. Sê o meu Salvador, oh!, Luz! Salva-me e me conduz
até à Tua Luz.
3 —
Pois Tu és o meu Salvador e me levarás até Ti. Pelo
Mistério do Teu Nome, guia-me e me dá o Teu Mistério.
4 —
Tu me salvarás deste poder rosto de leão que eles puseram
como cilada para mim, pois Tu és o meu Salvador.
5 —
E nas Tuas mãos colocarei a purificação da minha Luz.
Tu me salvaste – Oh!, Luz! – de acordo com a Tua Gnose.
6 —
Tu me tornaste iracunda com aqueles que me vigiam e não serão
capazes de me reter por completo, pois tive Fé na minha Luz.
7 —
Regozijar-me-ei e cantar-Te-ei louvores pela compaixão que tens tido
e por me haveres escutado e salvo da angústia em que me encontrava.
E Tu porás o meu Poder fora e livre do Caos.
8 —
Não me deixaste nas mãos do poder rosto de leão, mas
me guiaste a uma região que não está atribulada.
9 —
Tem piedade de mim – Oh!, Luz! – pois me oprimem novamente.
Devido ao Teu Mandato, a Luz em mim, o meu Poder e o meu Entendimento ficam
conturbados.
10 —
O meu Poder começou a se desvanecer enquanto me encontro nestas aflições,
assim como o número do meu tempo enquanto permaneço no Caos.
A minha Luz diminuiu, pois eles arrebataram o meu Poder e todas as forças
em mim se agitam.
11 —
Tornei-me impotente na presença de todos os Regentes dos Aeons que
me odeiam e na presença das Vinte e Quatro emanações
em cuja Região estive. E o meu irmão – o meu Par –
teve medo de me ajudar devido àquilo em que fui colocada.
12 —
E todos os Regentes da Altura me consideraram matéria sem Luz. Tornei-me
um poder material abandonado pelos Regentes.
13 —
E todos os que moram nos Aeons disseram: Ela converteu-se no Caos. E, desde
então, todas as forças ímpias me rodearam propondo-se
arrebatar a Luz que há em mim.
14 —
Mas eu confiei em Ti – Oh!, Luz! – e disse: és o meu
Salvador.
15 —
E o meu Mandato, que decretaste para mim, está nas Tuas mãos.
Salva-me das mãos das emanações do Obstinado que me
oprimem e perseguem.
16 —
Envia-me a Tua Luz, pois apareço sem valor ante Ti. Salva-me segundo
a Tua compaixão.
17 —
Não me desdenhes, pois Te cantei louvores. Deixa que o Caos cubra
as emanações do Obstinado, e faz com que sejam levadas para
baixo, para as trevas.
18 —
Que as suas bocas emudeçam, essas bocas que com manha me devorariam
e que diriam: retiremos toda a sua Luz, não obstante eu não
lhes ter feito qualquer mal.
...
quando o Número Perfeito estiver completo
e terminado o Universo...
Comentário:
Aqui, em princípio,
compreendo o fim de um ciclo. Mas, serão 12.960 anos? 64.800 anos?
144.000 anos? 453.600 anos? 4.320.000.000 anos? Ou um outro período
específico? A que Número Perfeito se
referiu Jesus? Mas, como
Jesus fez referência a terminado o Universo –
e em outra passagem fala de Ascensão
do Universo, que é a sua dissolução –
é possível, salvo
melhor juízo, que o ensinamento se refira a uma Vida de Brahman,
também chamada de Mahamânvântâra,
com duração de 311.040.000.000.000 anos, que, segundo Helena
Petrovna Blavatsky (1831 – 1891), é o período de atividade
do cosmo.
Por outro lado, em Matemática, um número perfeito é
um número inteiro para o qual a soma de todos os seus divisores positivos
próprios (excluindo ele mesmo) é igual ao próprio número.
Por exemplo:
6 = 1 + 2 + 3.
28 = 1 + 2 + 4 + 7 +
14.
Os
sete primeiros números perfeitos são: 6, 28, 496, 8.128, 33.550.336,
8.589.869.056 e 137.438.691.328.
Enfim, isto é
certo: quanto a nós, seres-no-mundo em reintegração,
nosso Número Perfeito será alcançado se e quando os
diversos divisores psíquicos retrogressivos que nos aprisionam ao
Samsara
(fluxo incessante de renascimentos através dos mundos) forem dissolvidos
e transmutados.
Nono
Arrependimento de Pistis Sophia:
1 —
Oh!, Luz! Aniquila quem arrebatou o meu Poder e arrebata o poder daqueles
que arrebataram o meu.
2 —
Pois eu sou o Teu Poder e a Tua Luz. Vem e me salva.
3 —
Deixa que as trevas envolvam os meus opressores. Diz ao meu Poder: Eu sou
Aquele que há de te salvar.
4 — Que todos aqueles que arrebatam totalmente
a minha Luz se vejam privados de poder. Que sejam enviados ao Caos e se
tornem impotentes; sim, esses que arrebatam totalmente a minha Luz.
5 —
Que o seu poder se torne pó e que Jeú [Veedor
da Luz que emanou, em primeiro lugar, da Luz Pura da Primeira Árvore],
o Teu Anjo, os aniquile.
6 —
E se, porventura, chegassem à Altura, que a obscuridade os envolva,
resvalem e retornem ao Caos. E que o Teu Anjo Jeú os persiga e os
arroje às trevas inferiores.
7 —
E pois que usaram o poder rosto de leão como uma armadilha para mim,
apesar de que nada lhes fiz de mal, a sua luz lhes seja arrebatada, pois
oprimiram o meu Poder. Contudo, não serão capazes de mo arrebatar.
8 —
Agora e portanto – Oh!, Luz! – retira a purificação
do poder rosto de leão, sem que ele o saiba — a idéia
que o Obstinado havia tido de levar a minha Luz — e retira-lhe a sua
própria luz; que a luz seja arrebatada, a esse poder rosto de leão,
o qual pôs a armadilha para mim.
9 — Mas o meu Poder regozijar-se-á na Luz
e alegrar-se-á de ser salvo por Ela.
10 —
E todas as partículas do meu Poder, dirão: não há
maior Salvador do que Tu. Pois me salvarás da mão do poder
rosto de leão, o qual arrebatou o meu Poder e me salvarás
das mãos daqueles que levaram o meu Poder e a minha Luz.
11 —
Pois eles contra mim se levantaram, mentindo acerca de mim e dizendo que
eu conheço o Mistério da Luz que está na Altura (a
Luz na qual tive fé) e me constrangeram (dizendo) diz-nos o Mistério
da Luz das Alturas — o qual desconheço.
12 —
E se vingaram com todo este malefício porque tive fé na Luz
das Alturas e deixaram o meu Poder sem Luz.
13 — Mas enquanto me constrangiam, sentei-me na
obscuridade e a minha Alma dobrou-se, lamentando-se.
14 —
Realiza-o, Oh!, Luz! Por esta razão Te louvo. Salva-me. Eu sei que
me salvarás porque cumpri, a todo o momento, a Tua Vontade quando
estava no meu Aeon, tal como os Invisíveis que estão na minha
Região e tal como o meu Par; e chorava buscando incessantemente a
Tua Luz.
15 —
Agora, todas as emanações do Obstinado me rodearam e têm
se regozijado por minha causa e me oprimiram dolorosamente sem eu as conhecer.
E têm se distanciado e cessado de me oprimir; porém, não
tiveram piedade de mim.
16 —
Retornaram e têm me humilhado e oprimido; e cravaram os seus dentes
em mim, desejando arrebatar-me a Luz por completo.
17 —
Durante quanto tempo permitirás – Oh!, Luz! – que me
oprimam? Salva o meu Poder dos seus maus pensamentos e salva-me do poder
rosto de leão, pois sou a única dos Invisíveis que
está nesta região!
18 —
Cantar-Te-ei louvores, oh!, Luz! No meio daqueles que contra mim se unem
e gritar-Te-ei no meio dos que me oprimem.
19 —
Agora e portanto – Oh!, Luz! – não permitas que aqueles
que me odeiam e desejam arrebatar o meu Poder se regozijem com a minha desdita
— esses que me detestam e que lançam olhares fulminantes, ainda
quando nada lhes tenha feito.
20 —
Certamente, me têm eles adulado com doces palavras, interrogando-me
sobre os Mistérios da Luz que desconheço; e, maliciosamente,
falaram mal de mim, irritando-se porque tive Fé na Luz da Altura.
21 —
Abriram as suas faces frente a mim e disseram: certamente arrebatar-lhe-emos
a sua Luz.
22 —
Agora, pois – Oh!, Luz! – conheces a sua culpa; não afastes
de mim a Tua ajuda.
23 —
Reivindica-me e vinga-me rapidamente, oh!, Luz!
24 —
Julga-me segundo a Tua Bondade. Assim pois – Oh!, Luz de Luzes! –
não permitas que arrebatem a minha Luz.
25 —
E não deixes que digam nos seus corações: o nosso poder
está sedento da sua Luz. E que não digam: consumimos o seu
Poder.
26 —
Mas permite, antes, que a obscuridade chegue até eles e que aqueles
que desejam me arrebatar a Luz se tornem impotentes. Que o Caos e as trevas
envolvam os que dizem: arrebataremos a sua Luz e o seu Poder.
27 —
Agora e portanto, salva-me e que eu me regozije, pois suspiro pelo Décimo
Terceiro Aeon, a Região da Virtude e sempre direi: que a Luz do Teu
Anjo Jeú brilhe mais e mais.
28 —
E a minha língua cantará louvores à Tua Gnose, eternamente,
no Décimo Terceiro Aeon.
Amém,
Amém, te digo, Santiago: tu serás o primeiro no Reino dos
Céus, antes que todos os Invisíveis e todos os Deuses e Regentes
que estão no Décimo Terceiro Aeon e no Décimo Segundo
Aeon. E não somente tu, mas também aqueles que
realizarem os Meus Mistérios.
Comentário:
Mais uma vez, fica claro o seguinte: 1º) o Cósmico
não pune; 2º) o Cósmico não premia; 3º) o
Cósmico (inconscientemente) educa; 4º) só pela Iniciação
nos libertaremos; e 5º) não há milagre; tudo depende
exclusivamente de nós.
Os
últimos serão os primeiros e os primeiros serão os
últimos. Assim, pois, os que primeiro foram criados, antes de nós,
são os Invisíveis e, certamente, surgiram antes da Humanidade;
eles, os Deuses, os Regentes e os Homens que receberão os Mistérios,
serão os primeiros no Reino dos Céus.
Oh!,
Luz! Em quem tive fé desde o Princípio e por cuja causa suportei
grandes penas, ajuda-me! E, nesta hora, foi aceito o seu Arrependimento.
O Primeiro Mistério escutou-a, e por Seu Mandato fui enviado para
ajudá-la secretamente. Fui ajudá-la e a conduzi para fora
do Caos, porque ela tinha se arrependido e também porque havia tido
fé na Luz e suportado grandes penas e grandes perigos. Passei entre
os Aeons sem que um só Poder o soubesse, nem os do Interior do interior,
nem os do Exterior do exterior, exceto o Primeiro Mistério... E Sophia
me viu brilhar dez mil vezes mais do que o poder rosto de leão, e
viu que eu estava cheio de compaixão por ela.
Décimo
Arrependimento de Pistis Sophia:
1 —
Por Ti clamei, na minha opressão, oh!, Luz das Luzes! E Tu me escutaste.
2 —
Oh!, Luz! Salva o meu Poder dos lábios injustos e sem lei. E das
astutas armadilhas.
3 —
A Luz que, com subtil ardil fora arrebatada, será levada para Ti.
4 —
Pois as armadilhas do Obstinado e os laços dos imisericordiosos estão
por todo o lado.
5 — Ai de mim, longe da minha morada e vivendo
no Caos.
6 — O meu Poder estava nas Regiões que
não são as minhas.
7 —
E implorei àqueles ímpios. E quando lhes implorei, lutaram
contra mim sem motivo algum.
Décimo
primeiro Arrependimento de Pistis Sophia:
1 —
Por que o grande poder se enlaçou no mal?
2 —
O seu conjuro arrebatou a Luz que em mim havia e, como afiado ferro, retirou
o meu Poder.
3 —
Preferi descer ao Caos do que permanecer no Décimo Aeon – a
Região da Virtude.
4 —
E eles, astutamente, me levaram, a fim de consumirem toda a minha Luz.
5 —
Por esta razão, a Luz retirar-lhes-á toda a sua luz e também
toda a matéria se converterá em nada. Ser-lhes-á retirada
toda a sua luz e não lhes será permitido permanecer no Décimo
Terceiro Aeon, o seu lugar de morada, e não terão o seu Nome
na Região daqueles que viverão.
6 —
E as Vinte e Quatro emanações verão o que te sucedeu,
oh!, poder rosto de leão! E temerão e não desobedecerão,
mas darão a purificação das suas Luzes.
7 —
E te verão e se regozijarão, dizendo: olhai uma emanação
que não deu a purificação para poder ser salva. Apenas
alardeou de si própria a abundância da Luz do seu Poder, a
qual não emana do Poder que nele há e que afirmou: levarei
comigo a Luz de Pistis Sophia, a qual não me será retirada.
Décimo
segundo Arrependimento de Pistis Sophia:
1 —
Oh!, Luz! Não esqueças o meu canto de louvores.
2 —
Pois o Obstinado e o seu poder rosto de leão têm aberto as
suas faces contra mim e atuado astutamente.
3 —
E têm me rodeado desejando arrebatar o meu Poder e me odeiam por Te
ter cantado louvores.
4 —
Em vez de me amarem, difamaram-me. Contudo, eu cantei louvores.
5 —
Contra mim fizeram maquinações para arrebatar o meu Poder,
por Te haver cantado louvores, oh!, Luz! E me odeiam por ter Te amado.
6 —
Que a obscuridade caia sobre o Obstinado e o Regente da maior escuridão
permaneça junto a ele.
7 —
E quando Tu lhe deres a sentença, toma dele o seu poder e anula os
atos que tem urdido para me arrebatar a Luz.
8 —
E que todos os seus poderes, assim como a luz que nele há, se acabem,
e outro dos Três Triplos Poderes receba a sua soberania.
9 —
Que todos os poderes das suas emanações careçam de
influência e que a sua matéria fique sem Luz.
10 —
Que as suas emanações permaneçam no Caos e não
ousem ir à sua Região.
11 —
Que o Receptor – o Purificador das Luzes – purifique todas as
luzes que há no Obstinado e as retire das suas emanações.
12 —
Que os Regentes da obscuridade inferior dominem as suas emanações
e não permitam que nenhuma venha a morar na sua Região. E
não permitas que no Caos alguém atenda ao poder das suas emanações.
13 —
Deixa que levem a luz que há nas suas emanações e limpa
o seu nome do Décimo Terceiro Aeon, ou melhor ainda, retira o seu
nome dessa região, para sempre.
14 —
E permite que ponham no poder rosto de leão, o pecado que ele emanou
ante a Luz e não apague as iniqüidades da matéria que
o produziu.
15 —
Que o seu pecado esteja eternamente ante a Luz e que não lhe seja
permitido olhar para além do Caos e retirar os seus nomes de todas
as regiões.
16 —
Pois não se compadeceram, mas oprimiram a todo aquele cuja Luz e
Poder arrebataram, bem como a mim, de comum acordo com quem aí me
colocou. E desejaram arrebatar a minha Luz.
17 —
Eles quiseram descer ao Caos. Deixa-os, pois, aí permanecer e que
daí não saiam. Não desejaram a Região da Virtude
como morada e jamais serão levados aí.
18 —
Ele se envolveu na obscuridade como roupagem e entrou nela como na água,
introduzindo também nela os seus poderes, como o azeite.
19 —
Deixa-o envolver-se a si mesmo no Caos como em uma veste, e cingir a obscuridade
como um cinturão, para sempre.
20 —
Que isto ocorra a quem, em Nome da Luz, me trouxe aqui, dizendo: arrebatemos-lhe
todo o Poder.
21 —
Porém Tu – Oh!, Luz! – tem piedade de mim pelo Mistério
do Teu Nome; salva-me pela bondade da Tua Graça.
22 —
Pois eles arrebataram a minha Luz e o meu Poder e este se desmoronou internamente
de modo que não pude estar erguida no seu centro.
23 —
Cheguei a ser como matéria caída, arrojada daqui para acolá,
tal como um demônio no ar.
24 —
O meu Poder pereceu porque não possuo o Mistério e a minha
matéria diminuiu por falta de Luz, pois eles A arrebataram.
25 —
E têm escarnecido de mim, olhando-me e movendo as suas cabeças
de modo trocista.
26 —
Ajuda-me segundo a Tua Misericórdia.
Oh!,
Luz de Luzes! Atravessei os Doze Aeons, desci deles e, por tal motivo, expressei
Doze Arrependimentos, um por cada Aeon. Agora e portanto – Oh!, Luz
de Luzes! – perdoa a minha transgressão, que é muito
grande, uma vez que abandonei as Regiões da Altura e vim morar nas
regiões do Caos. E
este foi o seu Décimo Terceiro Arrependimento:
1 —
Escuta o meu Canto de louvor a Ti, oh!, Luz de Luzes! Ouve o meu Arrependimento
pelo Aeon Treze, a Região fora da qual estive a fim de que o Décimo
Terceiro Arrependimento do Aeon Treze se cumpra — o Décimo
Terceiro daqueles Aeons que transpus e fora dos quais estou.
2 —
Agora e portanto – Oh!, Luz de Luzes! – escuta o meu Canto de
louvores a Ti no Aeon Treze, a minha Região, fora da qual me encontro.
3 —
Salva-me –
Oh!, Luz! – no Teu Grande Mistério; e perdoa o meu pecado
em Teu perdão.
4 —
Dá-me o Batismo e perdoa os meus pecados; purifica a minha transgressão.
5 — O meu pecado é o rosto de Leão,
que nunca Te será ocultado pois, devido a ele, desci.
6 —
E só eu, entre os Invisíveis em cujas Regiões estive,
pequei e desci ao Caos. E mais, ainda, porque pequei, que o Teu Mandamento
se cumpra.
Pistis
Sophia, já fora do Caos, cantou seus louvores, clamando:
1 —
Cantar-Te-ei louvores, oh!, Luz! Pois desejei vir para Ti. Cantar-Te-ei
louvores –
Oh!, Luz! – pois és o meu Guia.
2 —
Não me deixes no Caos, salva-me –
Oh!, Luz das Alturas! –
pois és quem tenho louvado.
3 —
Tu me enviaste a Tua Luz através de Ti Própria e me salvaste.
Tu me conduziste até às regiões superiores do Caos.
4 —
Que as emanações do Obstinado, que me perseguem, se afundem
nas regiões inferiores do Caos e não alcancem as partes superiores
para me verem.
5 —
E que a maior obscuridade as cubra e a mais escura treva desça sobre
elas. Não permitas que me vejam na Luz do Teu Poder, que enviaste
para me salvar, para que assim não logrem novo domínio sobre
mim.
6 —
E não permitas que a resolução que tomaram de arrebatar
o meu Poder tenha efeito. E tal como falaram contra mim para me arrebatarem
a Luz, assim lhes seja retirada a sua, em vez da minha.
7 — Propuseram-se arrebatar toda a minha Luz,
mas não puderam fazê-lo pois o Teu Poder-Luz estava em mim.
8 —
Posto que formaram conselho sem o Teu Mandato, oh!, Luz! Mas não
foram capazes de arrebatar a minha Luz.
9 —
E porque tive fé na Luz, não temerei; a Luz é o meu
Guia e não temerei.
Nesta
Terceira Parte, direi assim:
Desejos!
Cobiças! Paixões!
Continua...