_____
Notas:
1. Admitindo
que o paraíso exista (que não admito), aquilo lá deve
ser uma refrescante e renitente chatura paradisíaca. Ora, ficar para
sempre
em um lugar que não sai da mesma e na mesma fica deve ser
mesmo um boiante horror. Tenha a santa paciência! O inferno deve ser
bem mais divertido. Lá, entre outros, talvez estejam May Banks-Stacey,
Helena Blavatsky, Annie Besant, Mâ Ananda Mohî, Esclarmonde
de Foix, Jeanne Guesdon, Nefertiti, o Senhor Buddha, o meu Irmão
Akhenaton, Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles,
Francis Bacon, Paramahansa Yogananda, Avicena, Averróis, Michel Maier,
Lord Raymund VI, Fulcanelli, Papus, François Jollivet-Castelot, Raymond
Bernard, Sâr Alden, Sâr Validivar, Max Heindel, e, quem sabe,
Fernando Pessoa – que bebeu todas, mas que não apodreceu; isto,
se não foram todos para o limbo! Quando eu bater a alcatra na terra
ingrata, vou procurar esse pessoal todo para bater um papinho.
2. Analogamente
a Cneu Pompeu Magno, general e político romano, conhecido também
em português como Pompeu, o Grande (Picenum, 106 a.C. – Egito,
48 a.C.) que disse que navegar
é preciso; viver não é preciso,
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 1888 – Lisboa, 1935),
mais conhecido como Fernando Pessoa, escreveu no poema Navegar é
Preciso que viver não
é necessário; o que é necessário é criar.
Outra interpretação comum deste poema diz respeito ao fato
de que a navegação foi resultado de uma atitude racionalista
do mundo ocidental (a navegação exigiria precisão),
enquanto a vida poderia dispensar tal precisão. Mas, misticamente,
isto tem outro significado. Como Fernando Pessoa era um Místico,
o que provavelmente ele quis dizer com viver
não é necessário; o que é necessário
é criar é
que precisamos nos livrar de nossos grilhões escravizantes. Em outras
palavras: Viver ao invés de simplesmente
viver, e Morrer para não morrer! Há
algum tempo escrevi o texto O Lado Oculto de Fernando Pessoa. Lá,
o fundo musical também é Foi Deus, só que
interpretado pela fadista, cantora e atriz portuguesa, considerada o exemplo
máximo do fado, Amália da Piedade Rebordão
Rodrigues (Lisboa, 1920 – Lisboa, 1999). Se você
tiver interesse em ler as maluquices (mas nem tanto) que meti neste texto,
o endereço é:
http://paxprofundis.org/livros/pessoa/ppppppp.htm
Navegar
é Preciso
(Fernando Pessoa)
Navegadores
antigos tinham uma frase gloriosa:
Navegar é preciso; viver
não é preciso.
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário
é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser
o meu corpo e a (minha alma)
a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a Humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da Humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Nota
editada das fontes:
http://pt.wikisource.org/wiki/Navegar_%C3%A9_Preciso
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_pessoa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pompeio
3. Ou,
pelo menos, penso que uso.
Fundo
musical:
Foi
Deus (Alberto Janes)
Fonte:
http://tdvarios.blogs.sapo.pt/973.html