Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

 

 

 

Você tem se lembrado de agradecer

a quem vem dobrando o seu pára-quedas?

Muitos têm o mau hábito de se esquecer

daqueles que os amparam em suas quedas!

 

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A vida é como as estações:

depois do inverno vem a primavera.

Mas, em um Ventrículo Illuminado dos nossos Corações

em Santo Silêncio – nosso Eu Interior espera!

 

Não se pode contar com tempo bom

para o Conclave com o nosso Eu Interior,

pois Ele é o nosso Sacrossanto Prior.

 

O Inexcedível Bem, o Incomparável Belo e o Ilimitado Bom

– brilhe o Sol ou faça chuva – estão dentro de nós.

Por que não 'orardecer'1 ou deixar para um pouco após?

 

 

 

 

Música de fundo:

Cycles (Gayle Caldwell). Na animação acima, a frase Life is like the seasons,/After winter comes the spring foi tirada da letra da música Cycles. No próprio soneto ela aparece traduzida nos dois primeiros versos do segundo quarteto.

Fonte:

http://www.100-top.co.uk/cmidi/

Notas:

1. 'Orardecer' = orar + agradecer.

2. Este soneto foi baseado em um fato verídico. Eu só aproveitei a deixa. E por falar em fato verídico, eu sempre me pergunto por que as pessoas têm tanta dificuldade em agradecer. Porém, apesar de sempre me perguntar o porquê de as pessoas não serem gratas, eu sei direitinho resposta. E você, meu Irmão? Antes de fechar este trabalhinho dê mais uma espiada no título. A animação em flash do título é bastante educativa e simbólica. Pare e pense um pouquinho nos seus significados místico e interpessoal. Bem, os solipsistas e os cruéis, se quiserem Viver, precisarão, um dia, transmutar 4 —› 3 em 3 —› 4 e fixar essa transmutação, porque a relação poderá se inverter novamente! A relação 4 —› 3 só tem cabimento e sentido se for produzida mística e temporariamente, mas isso é outra coisa. Então, para o outro caso, talvez se possa pensar em uma relação do tipo 3 —› 1 —› 3. Depois, bem depois, estabilizada a relação 3 —› 4, ela precisará (ou poderá) ser transmutada em 2 —› 5. E por aí vai. No soneto Kósmos que escrevi recentemente, eu o terminei com a frase: O devir no vir-a-ser é o corolário.