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Notas:
1.
Ortodoxia (do grego orthodoxía): conformidade absoluta com
um certo padrão, norma ou dogma. Interpretação, doutrina
ou sistema teológico implantado como único e verdadeiro. Intolerância
com relação ao que é novo e diferente. No vai-e-vem
do Catolicismo, denomina-se Ortodoxia ao grupo de igrejas orientais católicas
que aceitam somente os primeiros sete Concílios Ecumênicos.
No século III, Constantino I (Constantino Magno ou Constantino, o
Grande) foi o primeiro Imperador de Roma a aceitar o Cristianismo como religião
oficial do Império Romano, tendo reunido no ano 325, na cidade de
Nicéia, o primeiro concílio ecumênico, que ficou conhecido
como Primeiro Concílio de Nicéia, no qual foi definida a Divindade
de Jesus Cristo. Ainda foram feitos mais seis concílios antes do
cisma das Igrejas Ortodoxas e Romana. São eles: Constantinopla I
(381), Efésio (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553),
Constantinopla III (680) e Nicéia II (787).
2.
J. D. Buck, apud Helena P. Blavatsky, in: A Chave Para a Teosofia.
3.
Ser-no-mundo (in-der-welt-sein): no heideggerianismo, constituição
ontológico-existencial necessária e apriorística do
ser-aí (dasein) – o ente humano – que deve ser
compreendido em sua inserção na realidade cotidiana, na historicidade
e na relação que estabelece com os outros entes, isto é,
um ser-com-os-outros (mit-sein-mit-anderen), um ser-no-mundo-com-outros-seres-no-mundo,
um homem-com-o-mundo-no-mundo, um ser-dialógico-e-solidário-no-mundo
ou, ainda, em termos de Gestaltoterapia, um ser-em-relação-no-mundo
(emotivo, perceptível e móvel) capaz de descobrir e de transformar
o mundo, e de ser descoberto e de ser transformado por este mesmo mundo.
Portanto, ficam as perguntas: a) poderá haver mundo sem sujeito e
sujeito sem mundo? b) qual a base moral/espiritual de um ser-que-viva-só-para-si?
c) nossas experiências devem/podem ser (sempre) compartilhadas com
os outros? d) se essas experiências devem/podem ou não devem/não
podem ser compartilhadas com os outros, quais as condições
místicas para deverem, poderem, não deverem ou não
poderem ser compartilhadas? e) se a opção for por não
dever ou não poder, poderá haver egoísmo nessa decisão?
e f) Se houver egoísmo, em que ele está fundamentado e como
e por quê ele se manifesta?
4.
Heterodoxia (do grego heterodoksía): oposição
aos padrões, normas ou dogmas estabelecidos; caráter daquilo
que não está de acordo com qualquer doutrina oficialmente
recebida. Por extensão, caráter daquilo que não se
conforma às opiniões, às idéias tradicionais
ou, em geral, às idéias admitidas. Para os católicos,
aqueles que se desviam do ensino normativo da Igreja são tidos como
heterodoxos. De Merleau-Ponty, para refletir: É em nós
mesmos que encontramos a unidade da fenomenologia e seu verdadeiro sentido.
Para quem não conhece, reproduzirei abaixo o poema de Manuel Bandeira
Vou-me Embora Pra Pasárgada:
Vou-me
embora pra Pasárgada!
Lá
sou amigo do rei;
Lá
tenho a mulher que eu quero
Na
cama que escolherei.
Vou-me
embora pra Pasárgada!
Vou-me
embora pra Pasárgada!
Aqui
eu não sou feliz.
Lá
a existência é uma aventura,
De
tal modo inconseqüente,
Que
Joana a Louca de Espanha,
Rainha
e falsa demente,
Vem
a ser contraparente
Da
nora que nunca tive.
E
como farei ginástica,
Andarei
de bicicleta,
Montarei
em burro brabo,
Subirei
no pau-de-sebo,
Tomarei
banhos de mar!
E
quando estiver cansado,
Deito
na beira do rio,
Mando
chamar a mãe-d'água
Pra
me contar as histórias,
Que
no tempo de eu menino
Rosa
vinha me contar.
Vou-me
embora pra Pasárgada!
Em
Pasárgada tem tudo;
É
outra civilização.
Tem
um processo seguro
De
impedir a concepção.
Tem
telefone automático,
Tem
alcalóide à vontade,
Tem
prostitutas bonitas
Para
a gente namorar.
E
quando eu estiver mais triste,
Mas
triste de não ter jeito,
Quando
de noite me der
Vontade
de me matar
—
Lá sou amigo do rei —
Terei
a mulher que eu quero
Na
cama que escolherei.
Vou-me
embora pra Pasárgada!
Eu
também escrevi sobre a minha triste Pasárgada, bem diferente,
portanto, da heterodoxa Pasárgada de Manuel Bandeira. Se você
quiser ler Depoimento: Em Pasárgada Não Encontrei a Paz,
dirija-se a:
http://paxprofundis.org/
livros/pasargada/pasargada.html
5.
Heresia (do grego haíresis): qualquer desvio de uma religião,
credo ou sistema religioso que pressuponha uma doutrina ortodoxa. A palavra
pode referir-se também a qualquer deturpação
de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas,
paradigmas científicos, movimentos artísticos ou outros. Ao
fundador de uma heresia dá-se o nome de heresiarca.
6.
Apatia (do grego apátheia): para os céticos e para
os estóicos, a apátheia era um estado de insensibilidade
emocional ou esmaecimento de todos os sentimentos, alcançado mediante
o alargamento da compreensão filosófica. No Ceticismo filosófico,
prevalece um viver filosófico em que o ser-no-mundo escolhe
examinar de forma crítica se o conhecimento e a percepção
que possui são realmente verdadeiros. Já o Estoicismo recomendava
viver conforme a Natureza e viver de acordo com a razão.
Sendo a razão aquilo por meio do que o ser-no-mundo se torna
livre, harmonioso e feliz, o ser-no-mundo sábio não
apreende o seu verdadeiro bem nos objetos externos, mas bem usando estes
objetos através de uma sabedoria pela qual não se deixa
escravizar pelas paixões e pelas coisas externas. Enfim, o Estoicismo
é uma doutrina filosófica que propõe viver de acordo
com a lei racional da Natureza e aconselha a indiferença (apátheia)
em relação a tudo que é externo ao ser. O ser-no-mundo
sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça
na grande ordem e propósito do Universo. Contemporaneamente, a apatia
é entendida como estado de alma não suscetível de comoção
ou interesse, isto é, insensibilidade, indiferença, ausência
de sentimentos, falta de atividade, falta de energia, falta de ânimo,
abatimento e indolência. Em termos místicos ou espirituais,
isto acontece quando o ser-no-mundo aceita e reverencia dogmas
tradicionais e outros que tais sem exercitar um mínimo de exame crítico
ao que lhe é apresentado, decorrendo daí um estado mórbido
e permanente de preconceito e de má vontade constante (animosidade)
contra tudo e contra todos que não professem a mesma crença
e não aceitem suas idéias. A conformidade absoluta com um
certo padrão, norma ou dogma (ortodoxia) gera essa permanente indisposição
e uma doentia vibração interior. O pior é que, com
o tempo, esse controvertido ser-no-mundo acaba adoecendo sem saber
o porquê de estar todo desarmonizado e, como está no poema,
acaba mesmo inscrito em um umbroso martirológio. Não quero
afirmar nada com a citação a seguir, mas ela serve para se
refletir sobre o assunto, já que somos nós, exclusivamente,
que fabricamos todas as nossas doenças: A presença de
apatia foi encontrada em 45% nos pacientes com doença de Parkinson;
esse sintoma estava associado com pior desempenho em vários testes
neuropsicológicos. O oposto de tudo isso é a empatia;
mas sem um diuturno exercício da humildade e de uma dialética
místico-espiritual nada poderá mudar. E, de uma maneira geral,
as religiões são incapazes de promover qualquer mudança
interior, simplesmente porque os princípios místicos que as
originaram acabaram, lamentavelmente, por se transformar em imitações
burlescas, caricaturais e temporais (seculares) de um ancho nada, que tão-somente
leva a um inexistente e fofo nada. A Oitava Esfera – a Lua Negra ou
Lilith – adora e festeja todas essas coisas! As vibrações
sinistras que vêm da Lua Negra originam na Terra, por magnetização
simpática, monstruosidades, abominações, crimes espantosos
repletos de repugnante sadismo, luxúria inconcebível et
cetera; ali, na Oitava Esfera, habitam almas (na realidade,
almas sem alma) totalmente separadas dos seus Eus Internos (dos seus Sagrados
Triângulos Superiores), completamente perdidas e em estado de desintegração,
pois todas as almas que volitivamente se afastaram dos seus Eus Internos
inevitavelmente se desintegram, eis que a Lei da Reencarnação
não se verifica sem redutibilidade e invariavelmente para todos os
seres-no-mundo. Se tudo isso é um fato inexorável,
ainda que doloroso, só lograremos a nossa libertação
se nos alforriarmos dessa influência lunar por aversão espontânea
e espiritual; só nos tornaremos realmente imortais e conheceremos
o Summum Bonum da Eterna LLuz se nos unirmos conscientemente aos
nossos Eus Internos, o que equivale a construirmos – por Amor e em
Bem e Beleza – nossos Mestres-Deuses interiores e individuais. Não
há outra hipótese; não há outro caminho! Não
há tempo a perder; o ajuste cíclico-planetário está
se aproximando. Precisamos vencer nossa apatia.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.gnosisonline.org/
Magia_Cosmica/lilith_a_lua_negra.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ortodoxia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino_I
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estoicismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceticismo
http://www.parkinson.med.br/
noticias.php?acao=ler&codigo=4
Música
de fundo:
Love
Is A Many Splendored Thing Paul Francis Webster & Sammy Fain)
Fonte:
http://www.kaoofa.com/search
/index.php?type=audio&search=beading