OMAR KHAYYAM
(Fragmentos Rubaiyáticos)

 

 

 

 

Omar Khayyam

 

 

 

 

Uma colaboração de
Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Introdução
e
Objetivo do Trabalho

 

 

 

 

Há alguns anos publiquei o trabalho Omar Khayyam: Aqui Enviados de onde?

 

A presente pesquisa amplia o trabalho anterior revisitando o pensamento de Ghiyas od-Din Abol-Fath Omar ibn Ebrahim Khayyam Neyshaburi (1048 – 1131) sob a forma de alguns fragmentos garimpados em suas rubais. As poucas edições que tive que fazer nos fragmentos, para acomodá-los a este tipo de texto, não alteraram o conteúdo do seu pensamento. Para ler a biografia de Omar, por favor, dirija-se ao texto de minha autoria e citado anteriormente no endereço:

http://paxprofundis.org/
livros/omarkhayyam/omarkhayyam.html

 

Uma advertência é necessária: como todo Místico e Iniciado, Omar Khayyam escreveu de forma hermética e cifrada. Não se pode ler as obras de autores como Omar pensando que se vai encontrar nas palavras e nas frases a coisa escrita de forma clara e transparente. Não é assim. Por isto, alguns fragmentos omarianos (tanto quanto algumas de suas rubais) são difíceis de ser compreendidos, pois o que está à vista é o oposto do que está oculto. A obra Rubaiyat De Omar Khayyam Explicado Por Paramahansa Yogananda poderá auxiliar inestimavelmente aqueles que quiserem se aprofundar no pensamento de Omar.

 

 

 

 

 

Fragmentos Rubaiyáticos

 

 

 

 

Não desespero: sou um homem sincero.

 

O que vale mais? Meditar em uma taverna ou prosternado na mesquita implorar o Céu?

 

Se queres paz e serenidade, lembra-te da dor de tantos outros, e te julgarás feliz.

 

Que o teu saber não humilhe o teu próximo.

 

Busca a felicidade agora; não sabes de amanhã.

 

Antes de apertares a mão que te estendem, considera se um dia ela não se erguerá contra ti.

 

Que pobre o coração que não sabe amar e não conhece o delírio da paixão. Se não amas, que Sol pode te aquecer e que lua pode te consolar?

 

Quero o Vinho que me dá calor.

 

Amanhã... que sabes do amanhã?

 

Além da Terra, pelo Infinito, procurei, em vão, o Céu e o Inferno. Depois uma Voz me disse: Céu e Inferno estão em ti.

 

Tenho igual desprezo por libertinos e por devotos.

 

Como o rio ou como o vento, vão passando os dias. Há dois dias que me são indiferentes: o que foi ontem e o que virá amanhã.

 

Vem! Vamos beber desta taça e esquecer a nossa incurável ignorância.

 

Cristãos, judeus, muçulmanos rezam com medo do inferno; mas, se realmente soubessem os segredos de Deus, não plantariam as mesquinhas sementes do medo e da súplica.

 

O vasto mundo: um grão de areia no espaço.

 

Eu estava com sono e a Sabedoria me disse: a Rosa da Felicidade não se abre para quem dorme.

 

As nossas moradas são provisórias...

 

Os sábios mais ilustres caminharam nas trevas da ignorância e eram os luminares do seu tempo. O que fizeram? Balbuciaram algumas frases confusas e depois adormeceram, cansados.

 

O mundo gira distraído dos cálculos dos sábios. Renuncia à vaidade de contar os astros...

 

Sono sobre a Terra; sono debaixo da Terra. Homens chegam; outros partem.

 

Quando morrermos, outra Rosa desabrochará.

 

 

 

 

Não esperes nada...

 

Baixinho, a argila dizia ao oleiro que a torneava: já fui como tu, não te esqueças; não me maltrates.

 

O oleiro ia modelando as alças e os contornos de uma ânfora. O barro que ele conformava era feito de crânios de sultões e de mãos de mendigos.

 

O bem e o mal se entrelaçam no mundo. Não agradeças ao Céu pela sorte que te coube, nem o acuses. Ele é indiferente!

 

Se em teu Coração cultivaste a Rosa do Amor, quer tenhas procurado ouvir a voz de Deus, quer tenhas esgotado a taça do prazer, a tua vida não foi em vão.

 

Quem sabe o que é Céu e o que é Inferno?

 

A aragem mais leve é fatal à Rosa já desabrochada.

 

O meu nascimento não aumentou o Universo nem a minha morte lhe amputará o esplendor.

 

Não te importes com o passado. Não sondes o futuro. Não percas este instante. Eis a paz.

 

Presta atenção à vertigem que faz cair perto de ti os teus companheiros.

 

Recuso o perdão que não pedi.

 

Falam de um Criador... Por que Ele deu forma às criaturas para destruí-las?

 

Fui buscar os segredos do Universo e voltei invejando os cegos que encontrei pelo caminho.

 

Sem inquietação, ouve o vasto Silêncio do Universo.

 

Sabes se poderás terminar a frase que vais dizer?

 

Convicção e dúvida; erro e verdade. Palavras como bolhas de ar... Como a existência dos homens.

 

Não creias que Deus vá fazer as contas dos teus vícios e das tuas virtudes.

 

O amor que não consome não é Amor.

 

O Vinho... inunda-te de LLuz e te liberta da prisão!

 

Eu estava em uma olaria e mil ânforas murmuravam. Então, uma delas comentou: — Silêncio, deixem que esse homem se lembre dos oleiros e dos compradores de ânforas que já fomos.

 

Não te apegues; não questiones livros nem pessoas...

 

A aurora encheu de Rosas a Taça do Céu e o último rouxinol canta o seu meigo canto. E ainda há quem pense em honras e glórias...

 

O Vinho é da cor das Rosas; talvez não seja o Sangue das Uvas, mas das Rosas. E o azul desta taça talvez seja o céu cristalizado. E não seria a Noite a pálpebra do Dia?

 

Não tragam as lâmpadas; os mortos não precisam delas.

 

Ouço dizer que os amantes do vinho serão castigados no inferno. Se os que amam o vinho e o amor vão para o inferno o paraíso deve estar vazio.

 

Eu enviei minha alma para o espaço sem-fim para um traço aprender nos destinos do além. Minha alma, devagar, foi retornando a mim e me disse: eu sou o céu e o inferno também.

 

Despe-te dessas roupas que te envaidecem e que não trazias ao nascer.

 

É preciso Viver; os mortos não se lembram!

 

Hoje caiu a primeira pétala!

 

 

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Omar_khayyam

http://paxprofundis.org/
livros/omarkhayyam/omarkhayyam.html

http://www.alfredo-braga.pro.br/
poesia/rubaiyat.html

 

Fundo musical:

Lawrence Of Arabia (Theme Song)
Compositor: Maurice Jarre

Fonte:

http://www.gameroom.com/
sxybr/midis/TVTHEMESNMOVIES/