Este
estudo é uma pequena compilação de alguns fragmentos
da obra A Pedra
Filosofal – Provas Irrefutáveis de sua Existência,
de autoria de Papus, pseudônimo do médico, escritor, ocultista,
Rosacruz, KaBaLista,
Maçom e fundador do Martinismo moderno Gérard Anaclet Vincent
Encausse (Corunha, Espanha, 13 de julho de 1865 – Paris, França,
25 de outubro de 1916).
Fragmentos
da Obra
Veram
Medicinam
A
Alquimia deve ser considerada como: 1º) uma Filosofia
profunda que serve de base a uma síntese natural, a qual tem como
ponto de partida a Teoria da Evolução, exposta até
suas últimas conseqüências, e a Teoria da Unidade da Substância
e do Plano, que se apóia no Axioma Alquímico: Tudo está
em tudo; 2º) uma criteriosa aplicação dos Princípios
da KaBaLa Hebraica (vinculados às tradições egípcia
e gnóstica); e 3º) uma Ciência prática físico-químico-biológica
que comprova as suas teorias científico-espirituais.
Um
Alquimista [Iniciado]
Verdadeiro era [é],
ao mesmo tempo, Médico, Astrônomo, Astrólogo, Filósofo,
KaBaLista e Químico.
Os
Essênios e os Gnósticos foram os únicos que guardaram
as Chaves da Ciência Oculta.
A
Alquimia representa a via de transmissão da Ciência
Oculta no Ocidente, cuja parte prática do Ocultismo chegou à
Europa por meio dos árabes (que haviam recebido dos Gnósticos
que estavam no Egito).
A
Pedra Filosofal Perfeita [Lapis
Philosophorum] é um pó vermelho
que tem a propriedade de transmutar todas as impuridades da Natureza. Por
ser Energia Vital condensada em uma pequena quantidade de matéria,
transmuta em ouro o mercúrio e o chumbo em fusão, é
um enérgico depurativo do sangue e atua cataliticamente sobre as
plantas e as faz crescer, amadurecer e frutificar em algumas horas. Por
isto, os Alquimistas A denominavam Remédio dos Três Reinos.1
A
Pedra Filosofal Perfeita transmuta 10.000 vezes o peso
de um metal em ouro.2
Quem
não eliminou de si-mesmo o desejo do ouro jamais será [espiritualmente]
Rico.
Tio
Patinhas (Uncle
Scrooge)
No
momento da projeção [transmutação],
a Pedra Filosofal deverá estar completamente coberta com
um pouco de cera, para que fique protegida dos vapores do metal em fusão
que será transmutado.
O
4 (Quatro) e o 7 (Sete) expressam a mesma coisa.
4
1 + 2 + 3 + 4 = 10
7
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 =
28 2 + 8 = 10
Uma
Verdade só poderá ser considerada verdadeira, se for verídica
em seu triplo aspecto: físico, metafísico e espiritual.
Todas
as coisas provieram e provêm do Um. Assim, todas as coisas provêm
da Unidade (Força Universal) por adaptação.
Um
Mestre da Alquimia considera a Alquimia com total indiferença, isto
é: quem desejar a Pedra Filosofal pelas riquezas que ela poderá
proporcionar jamais a possuirá.
Filosofia
Hermética Unidade da
Substância.
Segredo
da Grande Obra Princípio
Universal Expandido.
Thelema
AUR
ROuaH-ALHIM Mercúrio
Universal Luz Astral
Movimento Força Oculta.
INRI
Igne
Natura Renovatur Integra. A Natureza Inteira é Renovada pelo Fogo.
(Fogo = Força Universal = G).
Conclusão
A
Alquimia Operativa tem
por finalidade principal a preparação da Verdadeira Medicina
(Veram Medicinam).
Fulcanelli escreveu:
O
sapiente sabe apaziguar a sua dor. O ramo de oliveira, símbolo
de paz e de concórdia, marca a união perfeita dos elementos
geradores da Pedra Filosofal. Ora, esta Pedra, pelos conhecimentos certos
que traz, pelas verdades que revela ao Filósofo, permite-lhe
dominar os sofrimentos morais que afetam os outros homens e vencer as
dores físicas, suprimindo a causa e os efeitos de grande número
de outras doenças. A própria elaboração
do Elixir mostra-lhe que a morte, transformação necessária,
mas, não real aniquilamento, não o deve afligir. Bem pelo
contrário: a alma, liberta do fardo corporal, goza, em pleno
impulso, de uma independência maravilhosa, toda banhada dessa
inefável Luz acessível apenas aos espíritos puros.
Ele sabe que as fases de vitalidade material e de existência espiritual
se sucedem umas após outras, segundo leis que lhes regem o ritmo
e os períodos. A alma só deixa o seu corpo terrestre para
ir animar outro novo. O velho de ontem é a criança de
amanhã. Os desaparecidos se reencontram, os perdidos se reaproximam,
os mortos renascem. E a atração misteriosa que liga entre
si os seres e as coisas de evolução semelhante reúne,
sem eles saberem, os que ainda vivem e os que não existem já.
Não há, para o Verdadeiro Iniciado, autêntica, absoluta
separação, e a ausência, só por si, não
lhe pode causar desgosto. Os seus afetos, ele os reconhecerá
facilmente, embora revestidos de diferente invólucro, porque
o Espírito, de essência imortal e dotado de eterna memória,
saberá dar-lhos a distinguir... Estas certezas, materialmente
controladas ao longo do trabalho da Obra, garantem-lhe uma serenidade
moral indefectível, a calma no meio das agitações
humanas, o desdém das alegrias mundanas, um estoicismo resoluto
e, acima de tudo, este pujante reconforto que lhe dá o conhecimento
secreto das suas origens e do seu destino. No plano físico, as
propriedades medicinais do Elixir põem o seu feliz possuidor
ao abrigo das taras das misérias fisiológicas. Graças
a ele, o sapiente sabe acalmar a sua dor. Batsdorff [Le Filet d’Ariadne]
assegura que ele cura todas as doenças externas do corpo, ...úlceras,
escrófulas, quistos, paralisias, feridas e outras moléstias
semelhantes, sendo dissolvido em um licor conveniente e aplicado sobre
o mal, por meio dum pano embebido no licor. Por seu lado, o autor de
um manuscrito alquímico iluminado [La Génération
et Opération du Grande-Oeuvre] gaba igualmente as altas virtudes
da Medicina dos Sapientes. ‘O Elixir – escreve ele –
é uma cinza divina mais miraculosa do que qualquer outra, e se
distribui, tal como é visto, conforme a necessidade que se apresenta,
e não se recusa a ninguém, tanto para a saúde do
corpo humano e o alimento desta vida caduca e transitória, como
para a ressurreição dos corpos metálicos imperfeitos...
Na verdade, ele ultrapassa todas as triagas e medicinas mais excelentes
que os homens pudessem fazer, por mais sutis que fossem. Ele torna o
homem que o possui ditoso, grave, próspero, notável, audacioso,
robusto, magnânimo.’ Enfim, Tiago Tesson dá aos novos
conversos sábios conselhos do Bálsamo Universal. ‘Falamos
– diz o autor dirigindo-se ao sujeito da Arte – do fruto
de bênção saído de ti; agora, diremos como
é preciso te aplicares; é ajudando os pobres e não
as pompas mundanas; é curando os enfermos necessitados, e não
os grandes e poderosos da Terra. Porque temos de ter cautela a quem
damos, e saber quem devemos amparar, nas enfermidades e nas doenças
que afligem a espécie humana. Não administres este poderoso
remédio senão por inspiração de Deus, que
tudo vê, tudo conhece, tudo ordena.
Mas,
como saber, como ter certeza de que a Pedra foi adequadamente produzida?
Como confirmar sua potência? A resposta é simples: Transmutação.
Pela cura de um leproso (metal inferior), ou seja, pela transmutação
de um metal menos perfeito em ouro. Portanto,
a Transmutação Alquímica Operativa é tão-somente
um teste da potência da Pedra, ou em termos mais atuais: Transmutação
é meramente controle de qualidade. E o Pó de Projeção,
neste processo, funciona, opera, enfim, como indutor artificial da transmutação.
Artificial porque – ensinam os Alquimistas –
os metais usuais, no estado natural
(minérios), estão em processo lento de evolução,
alcançando a perfeição como ouro nativo. A produção
de ouro alquímico é uma simples(!) aceleração
do processo natural. A Lei da Necessidade é universal. Nada existe
no Universo que se evada desta Lei.
Raciocinando
quimicamente, o Pó de Projeção age como se tivesse
função catalítica e, neste sentido, é o Catalisador
Universal. Opera em minutos o que a Natureza leva milênios (ou milhões)
de anos para realizar. Talvez bilhões! Uma observação
de suma relevância deve ser acrescentada: as Transmutações
Alquímicas não são todas iguais, quer sob o aspecto
quantitativo, quer sob a observação qualitativa. Dependendo
de como é fermentada a Pedra Filosofal, se com ouro ou com prata
muito puros, e dependendo da própria potência do Pó
de Projeção e do respectivo leproso a ser curado, mais ou
menos prata alquímica ou ouro alquímico são produzidos.
Sob outro ângulo de observação, enquanto o zinco, por
exemplo, ganha alguma coisa ao se converter em ouro, o chumbo perde alguma
coisa. É preciso que se diga, já que se trata de Alquimia,
que essas algumas coisas podem ter naturezas iguais ou diferentes. Pensa-se,
s.m.j., que devam ser da mesma natureza.
E
assim, sob os moldes da físico-química contemporânea,
os dois processos poderiam, especulativamente, ser assim esquematizados:
30Zn64
+ 49X133
—› 30Au197
(incremento)
82Pb208
– 3Y11
—› 79Au197
(decremento)
49X133
e 3Y11
podem induzir o raciocinador
a admitir que sejam partículas distintas. Mas, na verdade, X e Y
representam instâncias de uma mesma coisa, que falta ao zinco para
se transmutar em ouro, e que sobra no chumbo para se alquimiar em ouro.
Tudo converge, assim, para o ouro, para o sol (e para o Sol) pelo incremento
ou decremento – dependendo do caso – de uma mesma substância,
e a Pedra tem o poder secreto e alquímico de operar a transmutação.
Se o Pó de Projeção foi obtido por fermentação
com a prata, a conversão será menos nobre, e o produto da
Laboração Alquímica será prata alquímica.
Se com o ouro... Entretanto, neste nível profundamente esotérico,
que conceito adequado pode ser atribuído à nobreza?
A
Transmutação Alquímica, entretanto, não é
um processo tão elementar assim. A coisa se passa, substantivamente,
mas não exclusivamente, no nível nuclear, e o ganho ou perda
em cada caso (e em todos os outros) não se faz em uma só etapa.
Segundo os conhecedores da Arte tudo se passa (sempre) em conformidade com
a Lei do Triângulo. E como não poderia deixar de ser: o ouro
alquímico também não apresenta isótopos. E a
insecabilidade elementar fica proscrita. A Alquimia Prática ou Operativa
– ao se considerarem todas as informações coligidas
– é uma ciência antiqüíssima, positiva, que
utiliza nas suas operações técnicas particulares, que
permitem ao Adepto chegar a um fim previsto, irredutível e específico.
Por isto, nunca foi, não é, e não poderá ser
jamais uma mera abstração romântica ou um apelo emocional
descaracterizado. A acusação de nefelibatismo arremessada
aos Alquimistas é improcedente, inidônea, malsã, invejosa,
inverídica, mesquinha e inculta. No mínimo é preconceituosa.
Tranquibérnia Impingida
Tanto
ócio, tanta improficiência!
Tanta
genuflexiva subserviência!
Quanta
credulidade aquiescida!
Quanta
tranquibérnia impingida!
Chutam...
E o ente-aí acredita!
Amedrontam...
E o ente-aí tirita!
Impõem...
E o ente-aí (con)cede!
A Noite
se esvai... O Dia chega...
—
Oh!
Anabolizei tanta parvoíce!
Como
pude abocar tanta bobice?
O ente-aí
embarca... E navega...
—
Oh! Como tudo é
tão diferente!
Como
pude ser tão aquiescente?
______
Notas:
1. Sobre
a Pedra Filosofal – Grande Cera Vermelha – Fulcanelli comentou:
A Pedra Filosofal
se nos oferece sob a forma de um corpo cristalino, diáfano, vermelho
quando em massa, amarelo depois de pulverizado, o qual é denso e
muito fusível |funde
a 64ºC|, embora
fixo a qualquer temperatura, e cujas qualidades próprias o tornam
incisivo, ardente, penetrante, irredutível e incalcinável.
É solúvel no vidro em fusão, mas, se volatiliza instantaneamente
quando é projetado sobre um metal fundido. Há
alguns anos, publiquei o trabalho Princípios Elementares de Alquimia,
que poderá ser consultado no endereço:
http://paxprofundis.org/livros/alquimia/alquimia.htmL
2. Em
22 de junho de 1916, o escritor, conferencista, pintor, desenhista, filósofo,
ocultista, filantropo, cientista e Místico Rosacruz Harvey Spencer
Lewis (25 de novembro de 1883 – 2 de agosto de 1939), fundador, nos
Estados Unidos, da Ordem Rosacruz – AMORC (Antiga e Mística
Ordem Rosæ Crucis), sendo seu primeiro Imperator, de 1915 à
1939, operou publicamente uma transmutação de zinco em ouro,
durante uma demonstração clássica de princípios
alquímicos, na cidade de Nova Iorque. Uma equipe de Grandes Mestres
da AMORC, membros da AMORC, cientistas e um jornalista assistiram de perto
o processo, que era composto pela mistura de reagentes selecionados em uma
ordem preestabelecida. Na ocasião, após a transmutação,
foi declarado que o produto do resultado do experimento tinha as mesmas
propriedades do ouro, e tal anúncio consta na American Rosæ
Crucis. Os reagentes utilizados na transmutação do zinco
em ouro nunca foram revelados; apenas o que se sabe é que a matriz
transmutável foi o zinco.