PRINCÍPIOS
ELEMENTARES DE ALQUIMIA
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Música
de fundo: Hymne à L'Amour, (Edith Piaf).
Fonte:
http://www.musicasmaq.com.br/hymne.htm
OBJETIVO
Este
trabalho pretende revisitar alguns princípios fundamentais
de Alquimia. Como suporte bibliográfico básico,
foram utilizadas as duas obras legadas por Fulcanelli:
As Mansões Filosofais e O Mistério
das Catedrais. Um alerta aos cúpidos e aos
distraídos: o Místico só dá
importância verdadeira à ALQUIMIA INTERIOR,
cujos únicos objetivos são a construção
de seu MESTRE-DEUS INTERNO e o alcançamento da
IMORTALIDADE ESPIRITUAL.
Splendor Solis
Splendor Solis
INTRODUÇÃO
No prefácio da
primeira edição do livro As Mansões
Filosofais (e o Simbolismo Hermético nas
suas Relações com a Arte Sacra e o Esoterismo
da Grande Obra), Eugênio Canseliet afirmou: Considerada
durante muito tempo como uma quimera, a Alquimia interessa
cada vez mais ao mundo científico.
E
se filosofar, como disse Aristóteles, é
estudar as causas últimas de todas as coisas,
ou se é, também, tentar fornecer uma explicação
orgânica do Universo, como afirmou o filósofo
e matemático inglês Alfred North Whitehead
(1861-1947), a Filosofia não pode dar preferência
a um ou outro campo do saber. Não. Não se
pode adstringi-la apenas ao estudo da Lógica, da
Metafísica, da Ética, da Epistemologia, da
Teodicéia, da Política, da Cosmologia, da
Psicologia ou da Estética. A Filosofia (philos
sophias) estuda tudo, pois tudo tem valor ponderável
para o conhecimento. E, também, porque qualquer coisa
pode ser examinada sob o aspecto científico ou sob
o plano filosófico. Por isso, o estudo dos aspectos
filosóficos da Alquimia está inserido no âmbito
da Filosofia das Ciências. Falar, portanto, de uma
Filosofia da Alquimia não deve causar espanto a ninguém.
Os próprios Alquimistas referem-se ao seu conhecimento
como Filosofia Natural. Em aditamento, renomadíssimos
pensadores e cientistas de todos os tempos - registradamente
os da Idade Média - a ela dedicaram fervorosos e
aprofundados estudos. A título de ilustração,
listam-se alguns nomes de notabilíssimas personalidades
de reputação ilibada e mundial, que entregaram
parte ponderável de suas vidas ao estudo da Filosofia
Alquímica: Zózimo (o Panapolitano), Ostanes
(de Synesius), Geber, Thazes, Artephius, Moriano, Maria
(a Profetiza), Hermes, Rogério Bacon (Doctor
Admirabilis), Alão de L’Isle, Cristóvão
(o Parisiense), Arnaldo de Villeneuve, Tomás de Aquino
(Doctor Angelicus), Ferrarius, Raimundo Lulio (Doctor
Illuminatus), João Daustin, João Cremer,
Ricardo (apelidado Roberto, o Inglês), Pedro Buono
de Lombardia, Guilherme (de Paris), João de Meng,
Grasseus (apelidado Hortulanus), Nicolau Flamel, Basílio
Valentim, Tritémio (o Abade), Isaac (o Holandês),
Tomás Norton, Jorge Ripley, Lambsprinck, Jorge Aurach
(de Estrasburgo), Lacini (monge calabrês), Bernardo
Trevisano, Venceslau Livínio (de Morávia),
Zacário, Paracelso, Lascaris, Eireneo Filaleuto,
Jean d’Espagnet, Fulcanelli, Eugénio Canseliet,
François Rabelais, Tiago Tesson, Francisco Vicente
Raspail, Jacob Boheme, Robert Fludd, Michael Maier, Jollivet
Castelot, Harvey Spencer Lewis, Nicolau de Grosparmy, Quercetanus,
Pierre Vicot, Limojou de Saint-Didier, Cyliani, Cipriano
Piccolpassi, Hujumsin, Nicolau Valois, Göethe, Leriche,
Luis D’Estissac, Avicena, Demócrito, Salomão,
Tollius, J.B. van Helmont, Trismosino, Alberto o Grande,
Naxágoras, Huginus à Barma, Cagliostro, Batsdorf,
Sethon (o Cosmopolita), Senior Zadith, Henrique de Linthaut,
Artéfio, Tiago Coeur, Lactâncio, Platão,
Francis Bacon, Homero, Virgílio, Ovídio, Dante,
Miguel de Cervantes, Francisco Colonna, Teobaldo de Champagne
e Jesus o Cristo. (Jesus, dos doze aos trinta anos, entre
outros países da Antigüidade, esteve na Pérsia,
na Índia e finalmente no Egito. No seu discipulado,
adeptado e mestrado a Alquimia constituiu-se em uma das
colunas fundamentais de sua preparação iniciática).
Neste ponto da presente
pesquisa, ao se iniciar o estudo dos princípios fundamentais
da Alquimia, deseja-se deixar clarificado, que o tema impõe,
além da análise filosófica necessária
e insubstituível, um aprofundamento, ainda que tangencial,
nos aspectos científico e iniciático que esta
ciência parece incontestemente contemplar. O espírito
hodierno quer mais luz! Na verdade, precisa de LLUZ. E por
isso, não aceita mais ficar aprisionado nos laços
de um Positivismo autoritário, fútil e ilusório.
O Positivismo já deu o que tinha que dar no que concerne
à negação da Metafísica. Entretanto,
a Religião da Humanidade, que tem por lema O
Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso
por fim, contraditoriamente, está ancorada em
princípios metafísicos. O pensamento daquele
agonizante século XX começa a admitir que
aquele que conhece realmente está em enteléquia.
A Alquimia, assim, passa a estar incluída como campo
de pesquisa e de interesse de cientistas, de psicólogos
e de filósofos contemporâneos. A enteléquia,
portanto, como já determinara Aristóteles,
preside as realizações do ser, quer seja na
arte, na poesia, na música, na arquitetura, na ciência,
quer se manifeste na trajetória iniciática,
pois é aquilo que conduz o postulante à possibilidade
de pleitear, e de, eventualmente, atingir a iluminação.
A enteléquia é, em última instância,
a razão de ser do progresso, pois está contida
no início e no transcurso de qualquer atividade.
Isto o Positivismo não pode denegar nem indeferir.
A Pedra Filosofal é sabidamente a meta preliminar
do Alquimista. Ela, na verdade, encontra-se na própria
matéria-prima negra, malcheirosa, de aspecto realmente
repugnante (em termos místicos, as misérias
que produzimos com os maus pensamentos, as más palavras
e os maus atos); mas pela Arte com Arte e sob os auspícios
exclusivos da Arte, passará de potência a ato.
Esse é o fundamento filosófico que norteia
e ampara toda a Ciência e Filosofia Alquímicas.
Sob este prisma, os conceitos de ato e de potência
são perfeitamente válidos e verdadeiros.
Entretanto, antes de se adentrar no tema propriamente dito,
é necessário que se recorde que na Antigüidade
- particularmente no Egito - vidreiros, ceramistas, ourives,
fundidores, esmaltadores estavam submetidos a juramento
de segredo inviolável. E, assim, trabalhavam no interior
dos templos, fazendo parte da casta sacerdotal e dependendo
das ordens e da orientação dos sacerdotes.
A hierarquia era rigorosamente observada. A própria
arte do vidro não era divulgada até praticamente
o século XIX. Esta e outras atividades eram transmitidas
de boca a ouvido e, geralmente, apenas em família.
Assim eram os costumes daqueles tempos. Quem sabia não
ensinava. O silêncio era a regra de ouro que presidia
a vida e o comportamento desses artistas.
Mas, da mesma forma que todas essas artes (técnicas)
hoje se tornaram de domínio público, a Alquimia
- quem sabe? - talvez, neste novo milênio que está
nascendo, possa vir a interessar mais pessoas do que atraiu
no passado. Haverá, contudo, dificuldades. O grande
Alquimista Fulcanelli levou mais de trinta anos para obter
sucesso, e Bernardo Trevisano empenhou cinqüenta e
seis anos de sua existência para realizar a OBRA.
Obstinação, constância e perseverança!
Simbolismo esotérico?
Mas se é laborioso realizar a OBRA, pelo menos uma
esperança há: não
há nada de oculto que não deva ser descoberto,
nem nada de secreto que não deva ser conhecido[1].
Todavia, nessa matéria, há um único
vocábulo regulador: mérito. E uma única
via para realização da Obra: Transnoesis.
Porém, há um paradoxo desconsolador e desanimador:
A Alquimia não pode ser ensinada integralmente. Se
a OBRA for passível de concretização,
cada um deverá realizá-la individualmente.
O auxílio só ocorrerá por intermédio
de chaves e sutilmente. Pelo menos, isto é o que
atestam todos os Alquimistas, do passado e do presente.
Contudo, acumulados pelo mérito os conhecimentos
necessários, poderá o pesquisador passar,
então, do domínio meramente teórico-especulativo
para o das realizações: primeiro arquímicas
e espagíricas, depois Alquímicas. Da
Grande Obra pouco dizer, muito fazer, sempre calar. E
o maior conselho que um velho Alquimista deixou aos interessados
na arte-ciência da Alquimia foi: paciência,
esperança, trabalho. Outro grande
adepto do século XV, em carta a seu filho, recomendou:
a paciência
é a escada dos filósofos, e a humildade a
porta do seu jardim. A ciência ou filosofia
hermética - a Alquimia - é, em última
e irredutível instância, um Presente do Alto,
e sua Luz Espiritual - convicção repetida
por todos os adeptos - só poderá ser obtida
por REVELAÇÃO. É quando se dá
verdadeiramente a Aurora da Vida, porque, até então,
tudo é noite, dúvida, erro e dissimulação.
A presunção da posse de qualquer forma de
conhecimento é, sob um prisma, parcial; sob outro,
ilusória. A própria realização
da OBRA não é um fim em si mesmo. É
através do adepto que a Divindade torna-se consciente
de Si Mesma. Ou, em outros termos: É através
da Obra que o Iniciado constrói seu Mestre Interior.E
isto é mais um mistério da GRANDE OBRA.
Curiosamente, há mais de cem mil
publicações sobre Alquimia; entretanto, só
no século XX alguma atenção começou
cientificamente a ser dada a esse multimilenar conhecimento.
Se, no passado, acabou por se formar um coro polifônico
contra a divulgação obscura da Obra, e a Alquimia
terminou envolta por uma conspiração de silêncio,
de desprezo e de ignorância, de 1940 a 1945 o Governo
Americano comprou a peso de ouro todos os manuscritos e
documentos alquímicos que conseguiu encontrar. Presumiam
os cientistas americanos que os procedimentos alquímicos
- a Alquimia Operativa - poderia produzir o que a física
já conhecia como campo de força. E acabaram
descobrindo, basicamente, que bastavam disposições
geométricas adequadas de materiais de altíssima
pureza para que as radiações nucleares fossem
desencadeadas. Alamogordo, primeiro; Hiroxima, depois. Um
pouquinho depois, Nagazaki. Como disse Oppenheimer, em 1955,
a ciência
havia tomado contato com o pecado. Na verdade,
o que ela fez foi parir um monstro.
Assim,
a primeira pista que a Alquimia parece deixar evidente a
todos os interessados, é que as operações
da Obra, por caminhos simbólicos, labirínticos
e profundamente crípticos, intentam chegar ao SVMMVM
BONVM do Universo, vale dizer, ao mais alto
grau de pureza que a matéria oculta nas entranhas
de sua estrutura. Há um Princípio, uma Palavra,
um Verbo... Há um aparente nada que é tudo
escondido no meio de todas as coisas em processo lento de
desocultação. Pelos caminhos da Arte - ponderam
os Alquimistas - o desencobrimento acontece de forma mais
acelerada. O calvário é apressado e a noite
negra abreviada. Todavia, a primeira chave que abrirá
o sacrário da Obra só será alcançada
no tempo próprio, quando o mérito do postulante
for absoluto e irretocável, e sua vontade inquebrantável.
Isto representa o início consciente da construção
iniciática do Deus Interior.
A
Alquimia, cuja meta última é a transmutação
do próprio Alquimista e o conseqüente acesso
a um estado superior de consciência, em 1945, teve
na transmutação nuclear produzida pela bomba
que arrasou as duas Cidades Japonesas, confirmadas as preocupações
dos Filósofos da Arte. Talvez, porque, geração
após geração, por uma cadeia ininterrupta
de Iniciados, tenham guardado na memória fatos históricos
similares aos que ocorreram em Hiroxima e Nagazaki.
Se, como advertem os Alquimistas, as práticas
da Arte dão suporte a uma ascese interior, o produto
final, no tempo adequado, será a libertação
do mais sutil, a ultraconsciência e a reintegração
assintótica na Unidade. Toda a filosofia alquímica
resume-se na sabedoria: OMNIA AB UNUM ET IN
UNUM OMNIA (Tudo provém da Unidade
e a Unidade contém tudo).
Já
a física nuclear, voltada para aplicações
militares, colheu seu mais espetacular sucesso durante a
Segunda Grande Guerra, destruindo, como se recordou, duas
Cidades, incapacitando e matando milhares de seres humanos,
comprometendo diversos sistemas ecológicos japoneses
e poluindo criminosamente a atmosfera. A devastação
foi total. Na atualidade, este foi o exemplo maior do que
se poderia denominar de antiAlquimia. Mas, essa loucura
irresponsável não sensibilizou os governos.
A guerra fria só fez impulsionar a corrida armamentista
ao limite do inconcebível. E, mesmo com a desejada
suspensão das hostilidades entre os dois principais
blocos de força da Terra, os resultados não
foram suficientemente efetivos. Em 1989 afundou, perto da
Ilha do Urso, no Mar na Noruega, um submarino nuclear da
ex-União Soviética - o Konsomoletz - equipado
com dez foguetes, armados, cada um, com ogivas de duzentos
quilotons. A bomba que arrasou Hiroxima tinha doze quilotons
de potência. Portanto, utilizando-se cálculos
elementares de matemática, conclui-se, imediatamente,
que só o Konsomoletz possuía uma capacidade
de destruição cento e sessenta e seis
vezes superior à da bomba que explodiu em Hiroxima.
Esta comparação foi necessária porque
ambas, Alquimia e Física Nuclear, no que tange à
operacionalidade, manipulam forças e campos semelhantes,
além do que, o produto final é sempre duplo
nos dois casos: material e energético. O que não
se pode deixar de observar também, é que,
enquanto a Alquimia serve-se da transmutação
no sentido último de operar uma mudança ascensional,
enquanto que interna, no próprio Alquimista-Iniciado,
tendo por objetivo o bom, o belo, o bem e a união
consciente com o Todo Cósmico, as técnicas
nucleares, quando direcionadas para o militarismo, produzem
exatamente o oposto: o mal, a desgraça, a aniquilação,
a conspurcação ambiental, o desequilíbrio
ecológico, as mutações genéticas
e suas várias conseqüências - numa palavra
- MORTE. Por isso, parece ficar evidente
que, enquanto a Arte opera na vida com vistas à Vida
(opus naturæ), a utilização
das forças nucleares voltadas exclusivamente para
o campo militar (opus mechanice) movimenta forças
incontroláveis e irredutíveis que, se e quando
liberadas, destroem a vida. Mas, se se generalizar a todos
os campos, o progresso da ciência, particularmente
neste último século, acabou por fazer do ser
humano escravo ou vítima: escravo em tempos de paz;
vítima em períodos de guerra. Escravo e vítima
de sua vaidade, de sua ignorância, de seu egoísmo
e de sua superlativa prepotência. Submisso, enfim,
à servidão que orquestrou.
No
campo específico da Tecnologia Nuclear, orientada
para fins militares, só há uma alternativa:
desativar todos os artefatos bélicos existentes,
e direcionar o conhecimento até agora adquirido e
estocado para a confecção de produtos civis.
As possibilidades são quase ilimitadas, e esta é
a única escolha moral concertada para solucionar
esse gravíssimo e aterrorizante problema. Em médio
prazo, talvez seja possível reverter a insegurança
à qual está submetida a sociedade contemporânea,
e impedir que o efeito devastador dessas incalculáveis
bombas, se detonadas, venham a, mais do que destruir o Planeta,
comprometer todo o Sistema Solar e possivelmente a Galáxia,
na qual o ser humano, como hoje é conhecido, vive
suas experiências, e cujos segredos ainda não
desvendou e não compreendeu na sua integralidade.
Em outra etapa da humana ascensão, a sociedade conhecerá
outros tipos de energia (além de já ter então
utilizado substantivamente outras formas alternativas de
energia como, por exemplo, eólica, das marés,
solar, lunar, dos gêiseres etc.), e a fissão
nuclear já então estará obsoleta e
os reatores nucleares terão sido desativados. A Humanidade
certamente virá a acessar novas e mais poderosas
formas de energia que não deixam resíduo (limpas)
e não comprometem o ambiente. E toda tecnologia haverá
de utilizar apenas meios e métodos limpos de operação,
que não induzem a efeitos colaterais comprometedores
da harmonia planetária, galáctica e universal.
Não é o caso, certamente, também, da
fusão nuclear. Quem sabe o poder dos mantras!
A quanta fome e a quanta miséria se assiste nos quadrantes
do Astro Azul, por utilização indébita
dos recursos naturais e pela inconveniente e inadequada
manipulação da forças nucleares que,
se tivessem sido direcionados para o Leste da existência,
teriam colocado toda a Humanidade já em outra esfera
de possibilidades. Só no Leste está a Verdadeira
Luz e o Sol Inexaurível.
Recentemente (maio de 1998) a Índia, unilateralmente,
realizou novos testes nucleares, pondo em risco o equilíbrio
de seus próprios ecossistemas, dos países
vizinhos e, por extensão, do Planeta. Com que intenção
o Governo de Nova Deli autorizou tais experiências?
Segurança? Depois de vinte e quatro anos? Inconcebível!
E a expansão da OTAN no Leste Europeu, a que grupos
poderá servir? Acredita-se que só aos fabricantes
de armas. À Humanidade, é óbvio, caberá
pagar a conta de um imprevisível confronto entre
Paquistão e Índia ou entre a própria
OTAN e algum país da região. A Coréia
do Norte também tem demonstrado interesse no desenvolvimento
militar em bases nucleares. A desconfiança e a ausência
de solução definitiva para o conflito árabe-israelense
é mais um exemplo de perigo à paz mundial.
Kosovo, África, Oriente Médio, Tibet, Afeganistão,
Iraque, Colômbia, Balcãs e Timor Leste são
mais alguns poucos exemplos da insanidade humana.
ALQUIMIA
– A ARTE SAGRADA
A
Arte Sagrada ou Sacerdotal herdada dos egípcios -
e conhecida como Alquimia
- foi, de todas as ciências, a que mais esteve em
voga na Idade Média, tendo se alastrado no Ocidente
por três vias principais: bizantina, mediterrânea
e hispânica. Inclusive muitos padres católicos
pertencentes a diferentes ordens monásticas e alguns
Papas por ela se interessaram. Santo Tomás, dentre
muitos, foi um deles. O Papa João XXIII, que era
um iniciado e membro da Igreja Joanita, foi outro. E João
XXII - o Papa Alquimista – possuía um anel
ornado com a gema hermética com os seguintes dizeres:
NE LA TERRA NE IL CIELO VIST HA PIU BELLA.
Várias etimologias foram atribuídas à
palavra Alquimia. Todas elas, entretanto, não correspondem
ao seu real significado, mesmo que se possa chegar a uma
definição com base em técnicas metalúrgicas.
Segundo Fulcanelli em As Mansões Filosofais, ...
o nome e
a coisa se baseiam na permutação da forma
pela luz, pelo fogo ou pelo espírito[2].
Para se compreender que tipos de relações
há entre a Química e Alquimia, propõe-se,
abaixo, um esquema simples e explicativo, no qual as duas
ciências aparecem originárias de vertentes
distintas:
Esquema 1: Origem da Química
e da Alquimia
A Química
é uma ciência que se apóia em fatos;
já a Alquimia sempre operou com as causas, tendo
sempre buscado na Filosofia Hermético-Iniciática
uma direção segura, que permita ao Filósofo
da Arte entrever e conquistar a Consciência Cósmica
através das trevas da matéria (os demônios
que fabrica ao longo da vida). Já
é tempo, afirmou Fulcanelli no princípio
do século XX, de
...dirigir as nossas pesquisas para o animador desconhecido,
agente de tantas maravilhas[3].
Fulcanelli
e J. Duclaux, pensadores contemporâneos, põem
à prova a lógica positivista da Química
e o raciocínio empirista que a sustenta, com exemplos
simples (que à luz da razão multiplicam-se
ao infinito) inexplicáveis até os dias que
correm. Refletir sobre as observações abaixo
será, certamente, profundamente revelador:
a)
2 H2(g) + O2(g)
—› 2 H2O(l). Como explicar
que o produto obtido - água - não possua nenhuma
propriedade dos reagentes que o produziram? Por que a água,
ao se solidificar, cristaliza-se sempre no mesmo sistema?
Por que hidrogênio e oxigênio são inertes
um na presença do outro, a reação química
só se operando pela interveniência do fogo,
de uma faísca elétrica ou de um corpo incandescente?
O FOGO...
b) 2 CuI2 — decomposição
espontânea —› 2 CuI + I2
Como explicar
a decomposição espontânea do iodeto
cúprico (CuI2), sendo o iodo
um oxidante e o iodeto cuproso (CuI) um redutor? Esta decomposição
é inexplicável. Se se tentar justificar o
fenômeno buscando apoiamento no conceito de entalpia,
fica-se só na observação empírico-numérica.
c)
• HNO3 (?) + Ag —›
solução clara + depósito arenoso negro
• depósito arenoso negro + água régia
—› solução amarelada semelhante
ao cloreto áurico;
• solução de cloreto áurico +
lâmina de zinco —› ouro jovem ou nascente
depositado na lâmina de zinco.
• Ouro jovem — confirmatio —›
OURO
Como clarificar
e justificar que a prata pura, mediante um processo elementar
de laboratório, possa ser transmudada em ouro (nascente)?
A química jamais conseguirá explicar este
fenômeno porque é quimicamente inexplicável.
Admitir que este ouro jovem seja um estado alotrópico
da prata seria um equívoco, pois ele é incombinável
com o sulfeto de hidrogênio (H2S
) ou com o ácido nítrico (HNO3).
Este ouro é apenas menos denso do que o ouro natural;
entretanto é mais pesado do que a prata. Entretanto,
este ouro não é alquímico. É
arquímico. Assim:
4 Ag + 2 H2S + O2
—› 2 Ag2S + 2 H2O
3 Ag + 4 HNO3 —› 3 AgNO3
+ NO + 2 H2O
Au + H2S + O2
—› não há reação
Au + HNO3 —› não
há reação
Os exemplos acima
são meramente químicos, espargíricos
ou arquímicos. A Alquimia é outra coisa. A
Alquimia operativa é, na verdade, coisa bem diferente,
atestam os Adeptos da Arte. Ainda que usem procedimentos
corriqueiros dos laboratórios químicos (será
assim?), certas fases do processo passam por instâncias
herméticas que só os Iniciados na Arte conhecem
e não as divulgam a preço de nada. Um exemplo
é a radiação lunar (luz polarizada),
utilizada em algum ponto da GRANDE OBRA
sobre as substâncias então já preparadas
e sujeitas à sua ação. Outro exemplo
é o fogo. Vulgarizado pela ciência, encerra
uma essência espiritual desconhecida ou pelo menos
esquecida. Que pretendeu São João Batista
com sua famosa frase a seguir resumida:
Eu Vos batizo na água... Ele Vos batizará
no Espírito Santo e no Fogo[4].
A regeneração última da Natureza só
se pode operar pelo FOGO, pelo BATISMO
DO FOGO.
A própria luz - no entender de Fulcanelli
- é um fogo rarefeito e espiritualizado. A produção
sintética do cloreto de hidrogênio ou gás
clorídrico (H2 + Cl2
—› 2 HCl) é irrealizável no escuro.
Basta, entretanto, submeter o recipiente que contém
os gases reagentes à luz difusa, que a reação
efetua-se a pouco e pouco. Mas se os gases são expostos
à luz solar direta, a reação é
violentamente explosiva. A este fenômeno os químicos
denominam catálise.
Ao se partir um torrão de açúcar
no escuro, observa-se saltar uma faísca azul. Tal
luz, não expressa na fórmula química
da sacarose, estava reconditamente escondida na estrutura
cristalina da sacarose.
O próprio Sol - sustentam os Alquimistas
- é um astro frio e seus raios são escuros.
A luz e o calor provêm do choque das radiações
solares (frias e escuras) contra os gases da atmosfera terrestre.
A explicação Hermético-alquímica
oferecida por Fulcanelli é:
...a
oposição ao movimento vibratório,
a reação, não são mais do
que as causas primeiras de um efeito que se traduz pela
libertação dos átomos luminosos
e ígneos do ar atmosférico. Sob a ação
do bombardeamento vibratório, o espírito,
liberto do corpo, reveste-se para os nossos sentidos
das qualidades físicas características
da sua fase ativa: luminosidade, brilho, calor[5].
É,
portanto, a exclusão desse espírito que as
ciências em geral, positivisticamente, não
admitem ainda de forma generalizada, que as privam do caráter
filosófico que sempre possuiu a antiga Alquimia.
Comparando a Química (e tal comparação
pode ser estendida a todas as outras ciências) com
a Alquimia, Fulcanelli ponderou:
Positiva
nos seus fatos a química permanece negativa no
seu espírito. E é isso precisamente o
que a diferencia da ciência hermética,
cujo domínio próprio compreende principalmente
o estudo das causas eficientes, das suas influências,
das modalidades que elas afetam segundo os meios e as
condições. É esse estudo, exclusivamente
filosófico, que permite ao homem penetrar o mistério
dos fatos, compreender a sua extensão, identificá-lo
por fim com a Inteligência Suprema, Alma do Universo,
Luz, Deus. Assim, a Alquimia, indo do concreto ao abstrato,
do positivismo material ao espiritualismo puro, alarga
o campo dos conhecimentos humanos, das possibilidades
de ação e realiza a união de Deus
e da Natureza, da Criação e do Criador,
da Ciência e da Religião[6].
Por outro lado,
a luz oriunda do Sol possui freqüências vibratórias
ainda desconhecidas da ciência contemporânea.
Certamente, não foi por acaso que Akhnaton escolheu
o Sol como símbolo do Deus Único. A Lua, assim,
reflete, polarizadamente, a luz do Sol e de outros astros
para a Terra. A Lua, sob certo aspecto e em determinado
sentido, funciona como ‘Pedra Filosofal Cósmica’.
Há um segredo nessa luz polarizada que só
os Alquimistas conhecem. Nesse sentido, tanto a luz solar
quanto a luz lunar são importantíssimas e
indispensáveis para a vida (e para a Vida) na Terra.
Os animais dependem fundamentalmente da luz lunar para poderem
viver.
Se,
por um lado, operam no plano físico da existência
de todas as coisas, operam, outrotanto, em campos nos quais
o humano saber ainda não teve ingresso generalizadamente.
O próprio orvalho é de fundamental aplicação
na OBRA. No cérebro...
Assim,
a palavra impossível é contrária ao
espírito científico, tanto quanto à
especulação filosófica. O verdadeiro
pesquisador tem confiança no futuro e não
denega o progresso. A ciência contemporânea
está chegando a conclusões que a Antigüidade
sabia desde sempre: a unidade da substância, base
invulnerável de toda a filosofia hermética
e da iniciação. Por isso, Química e
Alquimia são diferentes. Um pouco mais atrás
se mostrou que do conhecimento empírico duas ramificações
podem ser distinguidas: a) assopradores; e b) arquimistas
e espagíricos. Assopradores (ou sopradores) eram
charlatães, bruxos, truões, pessoas, enfim,
desinformadas, incultas, alheias e descomprometidas com
a Tradição Iniciática e Alquímica,
que, tendo ouvido falar da Arte, tentavam por todos os meios
(lícitos e ilícitos) obter ouro por transmutação.
Segundo os relatos coligidos, nunca lograram êxito
nessa empreitada. Pensa-se, erroneamente, que foram dessas
experiências temerárias, aleatórias
e infundadas que nasceu a Química. Ledo engano. Foram
os arquimistas que forneceram, primeiro aos espagiristas,
e estes à Química moderna, os métodos
e o conhecimento que progrediram até a contemporaneidade.
A arquimia, em parte, perseguia o que a Alquimia sempre
considerou subproduto de sua Arte e de valor irrisório
(ouro), mas só dispunha de meios químicos
e materiais. Espagiristas (ou espagíricos) eram metalurgistas,
ourives, vidreiros, tintureiros, destiladores, oleiros,
pintores, ceramistas, esmaltadores, que, para desempenhar
seus ofícios, tinham conhecimentos suficientes de
espagíria. Nem os arquimistas nem os espagiristas
chegaram a conhecer os segredos da Tradição,
nem produziram ouro pela Arte Alquímica. Contudo,
pela arquimia - que os desavisados costumam confundir com
Alquimia - é possível transmutar um metal
próximo ao ouro na Classificação Periódica
dos Elementos - a prata, por exemplo - no precioso metal.
Como é possível, igualmente, exaltar o ouro
de diversas maneiras como, por exemplo, fundindo-o com três
vezes o seu peso de cobre e, posteriormente, como afirma
Fulcanelli, decompondo a liga reduzida a limalha em presença
de ácido nítrico fervente. São Vicente
de Paulo, o piedoso filantropo do século XVII, conheceu
de perto os segredos espagíricos, que aprendeu no
seu cativeiro em Tunes, com um velho médico espagírico.
Arquimicamente, segundo o teor de duas epístolas
(a primeira de 24 de junho de 1607, e a segunda de 1608,
ambas endereçadas ao Sr. De Comet, advogado no Tribunal
Presidial de Dax), São Vicente produziu ouro por
transmutação espagírica, o que, talvez,
explique as numerosas obras filantrópicas que realizou,
que atingiram, na época, alguns milhões de
francos-ouro. Todavia, por conhecer o gênero humano,
o Santo Católico precaveu-se de divulgar a ordem
e a maneira de operar o processo transmutatório.
S. Vicente, ao que tudo parece indicar, todavia, não
foi efetivamente iniciado na Alquimia e, portanto, não
foi um Alquimista[7].
Mas foi um Santo Homem devotado à Humanidade. É
o que basta.
Fulcanelli, no capítulo Alquimia e Espagíria
da sua monumental obra As Mansões Filosofais,
ensinou vários passos do processo de transmutação
arquímica. O êxito das operações
pode ser verificado por qualquer pessoa que se disponha
a executá-la. Advertiu, no entanto, que o ouro obtido
é o que os Alquimistas denominam de ouro nascente,
menos denso do que o ouro natural. Pela maturação
ou consolidação, esse ouro adquire a densidade
própria (elevada) do metal adulto. Mas, aconselham
os Alquimistas, aqueles que pretenderem realizar a OBRA
(Opus Magnum) por digestões, triturações,
diluições, destilações, calcinações,
fusões e sublimações vulgares, estão
fora do Caminho. Não se pode esquecer de que a Alquimia
é parte de uma Ciência Iniciática, não
a Ciência Integral em si, e, portanto, não
se esgota em si mesma. É preciso ter tido acesso
às suas chaves e saber decifrar sua linguagem metafórica,
para se postular sucesso na Arte e imanência atemporal
consciente. É necessário, segundo os Alquimistas,
mais do que isso, ou seja, ser um Iniciado; e, mais do que
tudo, para alcançar esse conhecimento superior, ser
merecedor e provar eticamente de que é capaz, sob
juramento, de manter inviolável esse saber, bem assim
não utilizá-lo de maneira vil, egoísta
ou profana. Ninguém
o recebe se não combateu segundo as regras. E
sempre haverá de ser feita a VONTADE do Mestre, jamais
a do postulante. Mas, a Meta Iniciática é
transformar o postulante em Mestre de si próprio.
Portanto, antes de tudo: HUMILDADE.
Por outro ângulo, os hermetistas sabem que Virtvti
Fortvna Comes. A Ventura acompanha a Virtude. Não
é, entretanto e obviamente por isso, que são
virtuosos. Esse incontestável Axioma, aplicável
alquimicamente à secreta virtude do Mercúrio
Filosófico, é, mutatis mutandis,
aplicável à vida do neófito, depois
à do Adepto e, finalmente, à do Hierofante.
Constitui-se em uma das regras filosóficas que, nesse
plano de cogitação, não admite qualquer
tipo de contra-argumento nem mesmo de contradição.
Na
Arte Alquímica são vários os símbolos
utilizados para expressar os diversos princípios
e métodos. A dualidade ou polaridade cósmica
é geralmente representada pelos pares enxofre e mercúrio,
homem e mulher, rei e rainha, noivo e noiva, leão
e leoa, vermelho e branco, e também pelo sol e pela
lua.
Splendor Solis
A
tríade é simbolizada pelo enxofre, pelo mercúrio
e pelo sal. O quaternário, pelo fogo, pelo ar, pela
terra e pela água. O Alquimista, durante os passos
que o conduzirão à recompensa final (Digna
Merces Labore, Trabalho Dignamente Recompensado), sabe
que o calor do fogo é temperado pela friúra
do ar, e a secura da terra é neutralizada pela umidade
da água. Sabe também que os quatro elementos
e essas quatro propriedades estão relacionados conforme
abaixo são apresentados:
QUENTE |
|
AR |
|
ÚMIDO |
|
|
|
|
|
FOGO |
|
5 |
|
ÁGUA |
|
|
|
|
|
SECO |
|
TERRA |
|
FRIO |
Figura 1: Formação
dos Quatro Elementos
Na Idade Média
a ARTE foi comparada a um ovo, no qual quatro instâncias
estão unidas: a casca é a terra; a clara
é a água; a membrana entre a casca e a clara
é o ar; e a gema é o fogo. O quinto elemento
ou QUINTESSÊNCIA é o pintainho. O núcleo
embriônico é, em Alquimia, comparado ao sol
nascente e ao LAPIS. A fecundação
não é ela própria Alquímica?
Pedra... Vegetal... Animal... Homem... É isto que
está em vigência nesta Quinta Raça-raiz
desta Quarta Ronda. Mas, na Sétima Raça-raiz
da Sétima Ronda... A dualidade, princípio
macho e virtude fêmea, unida segundo regras secretas,
forma alquimicamente o andrógino, o hermafrodita
ou o Espelho da Arte. Essa substância, segundo Fulcanelli,
é a base e o fundamento da Grande Obra. É
a Pedra dos Filósofos (ou Terra Filosofal), na qual,
originariamente, os quatro elementos estão presentes,
entretanto, de forma confusa e desordenada. Essa desordem,
todavia, existente na Pedra dos Filósofos (Matéria
Filosófica) encontra-se coesa, porque há um
consórcio energético entre o fogo e o ar,
que é absolutamente necessário para a reunião
do enxofre (terra) e do mercúrio (água). Entretanto,
é da terra que o Alquimista fará aparecer
o fogo que atuará sobre a água para que a
Obra seja levada a bom termo. Esse fogo é, alquimicamente,
de outra ordem, e só aparece no transcurso das primeiras
manipulações. Assim, o enxofre é terra
em um sentido; em outro, é fogo (interno). E esse
fogo interno aparece e é excitado pelo fogo externo
no crisol alquímico. Esse
espírito imortal flutuará sobre as águas
caóticas, até que um novo corpo seja formado[8].
A Matéria Filosófica - a base primeira do
labor alquímico - encontra-se no reino mineral; é,
assim, de origem mineral e metálica. Dessa matéria-prima
leprosa (o nada que contém tudo) é extraído
o mercúrio (o Louco da Grande Obra). É ele
o jazigo e a raiz do ouro. Do mercúrio, com o mercúrio
e pelo mercúrio a Obra é iniciada, terminada
e multiplicada. O enxofre é o fogo sagrado dos sapientes.
EU
SOU A VIDA; EU SOU O PÃO VIVO; EU VIM PÔR FOGO
NAS COISAS.
... na
elaboração do mercúrio, nada poderia
substituir o fogo secreto, esse princípio suscetível
de o animar, de o exaltar e de fazer corpo com ele,
depois de o ter extraído da matéria imunda[9].
O
enxofre é extraído, por sua vez, sob o aspecto
de um pó seco, que nessa forma é inútil,
mas que sem ele nada pode ser feito, sendo, por isso, insubstituível.
Na prática alquímica todas as lavagens são
ígneas, e todas as purificações são
feitas no fogo, pelo fogo e com o fogo. E para levar a termo
a Obra de Prata o enxofre a ser empregado deve ser branco;
para a Obra Solar, o amarelo. Confirmando, no Castelo Damprère,
em Coulonges-sur-l‘Autize, informou Fulcanelli, entre
várias inscrições sobre a Obra, há
uma que particularmente se refere ao enxofre: Nec
Te Nec Sine Te. Não Tu, mas Nada sem
Ti. Assim, preliminarmente, deve ser entendido que, na Arte
Alquímica, o filósofo opera tendo por meta
a obtenção dos dois princípios metálicos
(naturezas primeiras) com os quais a OBRA começa,
perfaz e acaba. São os gênios sulfuroso (o
fogo) e mercurial (vinho dos filósofos) unidos na
substância caótica original (a Pedra dos Filósofos).
Enxofre e mercúrio são, pois, os Pais da Pedra.
O terceiro corpo - o Sal - é o resultado da união
dos dois princípios, e nasce da destruição
recíproca desses dois princípios. O Sal -
e por extensão a própria Pedra Filosofal -
nasce da ruína de duas naturezas contrárias.
É o aparecimento do terceiro ponto do triângulo:
dois princípios produzindo um terceiro.
Nas palavras do axioma clássico de Sêneca:
Nascendo Quotidie Morimur. Nascendo,
cada dia morremos. Por outro lado, sabem e afirmam os Adeptos
que se o mercúrio não morrer não renascerá
jamais. Ou como disse Jesus: Em
verdade vos digo: se o grão de trigo não morrer
depois de o deitarem à terra, ficará só;
mas, se morrer, dá muito fruto[10].
Também sob outro enfoque, para que possa tingir,
o mercúrio precisará primeiro ser tingido.
O Sal não se constitui ele próprio em um princípio;
antes é conseqüência da união do
princípio ativo (enxofre) com o princípio
passivo (o mercúrio - a Lua dos Sapientes). A GRANDE
OBRA é, em todos os sentidos, um resumo da OBRA DIVINA,
cujo trabalho permanente se constitui na purificação
sucessiva do mercúrio, tendo por objeto a obtenção
da Pedra Filosofal. Sobre a PEDRA FILOSOFAL - GRANDE CERA
VERMELHA - Fulcanelli comentou:
... a
pedra filosofal se nos oferece sob a forma de um corpo
cristalino, diáfano, vermelho quando em massa,
amarelo depois de pulverizado, o qual é denso
e muito fusível |funde a 64ºC|, embora fixo
a qualquer temperatura, e cujas qualidades próprias
o tornam incisivo, ardente, penetrante, irredutível
e incalcinável. ... é solúvel no
vidro em fusão, mas se volatiliza instantaneamente
quando é projetado sobre um metal fundido[11].
Continuando a
confirmar a presença do ternário na Filosofia
Alquímica, e sabendo que o enxofre representa o fogo,
e por isso é o Pai, e é simbolizado por um
triângulo com um vértice para cima, e que o
mercúrio também representa a água,
e por isso é a mãe, e tem por símbolo
o mesmo triângulo invertido, após o combate
no matraz alquímico entre esses dois princípios,
cessam as efervescências. Tudo se torna calmo. Céu
e Terra se unem. A sobreposição dos dois triângulos
representa este altíssimo conceito hermético
expresso pelo Selo de Salomão, que tem por símbolo
a Estrela do mesmo nome. O Emblema Salomônico, por
outro lado, indica, outrossim, a indissolubilidade dos quatro
elementos, que estiveram presentes no começo, e estarão
presentes no fim do Magistério Alquímico,
sob outra dimensão, qualidade e potência. Sob
outra ótica, inteiramente mística e iniciática,
a Estrela Hexagonal representa a Estrela
Tetraédrica da Grande Fraternidade Branca,
e é a materialização, nos planos densos
- como o da Terra - do Símbolo da '.'G '.'F
'.'B'.'. Ao
ser representado materialmente, este Símbolo eterno
e imaterial se insere em um tetraedro físico, adquirindo
três dimensões, como um poliedro de quatro
faces (hemioctaedro), que representa o Universo Físico
no qual o Sol do Sistema Solar se manifesta como representação
material do Grande Sol Central. (Consultar
a obra do Frater
Vicente
Velado
em Summum Sanctum Sanctorum, publicação
da ORDO
SVMMVM BONVM)
Figura 2: Estrela Tetraédrica da Grande Fraternidade
Branca
Este
é o significado das bodas químicas, consórcio
místico do irmão e da irmã —
de Apolo e de Diana (gêmeos herméticos filhos
de Latona e pais da Pedra). A Lei do Triângulo
também não aparece no mistério da fecundação?
Recordando-se
que o mercúrio representa a água, a Alquimia
opera no sentido de realizar a concórdia entre o
fogo e a água. Sendo o mercúrio a matéria
verdadeira sobre a qual os Adeptos se debruçam e
laboram, dentre as intermináveis e incontáveis
passagens bíblicas e figurações mitológicas,
passa-se a compreender, por exemplo, o sentido oculto e
ao mesmo tempo hermético do ato de Moisés
- e mais tarde repetido por Jesus - que ao ferir o rochedo
Horeb três vezes (matéria passiva) dele fez
jorrar água pura. Este gesto equivale à separação
do trigo do joio. Iniciaticamente, é o joio que deve
ser transmutado no interior do aprendiz. Dessa Transmutação
Alquímica Interna o Mestre Interior surgirá.
Mas a verdade verdadeira, oculta em todos os tratados sobre
Alquimia, é que o vero mercúrio sobre o qual
aplicaram e aplicam aturados esforços todos os adeptos,
é um segundo mercúrio, obtido do primeiro.
Há, portanto, uma interação, iterada
e hermética, primária entre o fogo e a água
que produz o sal (água ígnea ou fogo aquoso),
dissolvente utilizado na preparação do mercúrio
filosófico, que produzirá, ao fim e ao cabo
de tanto labor, a tão almejada Pedra Filosofal. Esse
é o segredo da MAGNA OBRA. Entretanto,
não pode ser esquecido jamais, advertiu Fulcanelli,
que, na base
de todo o trabalho, só existe um mercúrio,
e o segundo deriva obrigatória e necessariamente
do primeiro. O segundo mercúrio é
por isso conhecido como Mercúrio dos Sapientes, Sal
Celeste ou Sal Florido. In Mercurio est quicquid
quae runt sapientes. No Mercúrio está
tudo o que buscam os Sapientes.
Mas é preciso, então, agora, ser explicado
o que efetivamente a Alquimia pretende. Os adeptos, em verdade,
procuram, através de técnicas herméticas,
realizar a Medicina Universal e o Pó de Projeção.
A Luz Inextinguível aparece no segundo estágio
das operações herméticas. A Medicina
Universal é a Pedra Filosofal propriamente dita.
Solúvel em qualquer licor, apesar de não possuir
um único átomo de ouro, é conhecida
pelos Alquimistas como Ouro Potável. Essa Medicina,
segundo todos os Filósofos da Arte, tem excepcional
valor curativo, auxilia a conservar a saúde e a prolongar
a vida e tem ação particular sobre os vegetais.
A Luz Inextinguível é a substância fundamental
das Lâmpadas Perpétuas. O Pó de Projeção
é obtido pela fermentação da Medicina
Universal com ouro ou prata, que é a terceira forma
da PEDRA, e próprio, exclusivamente neste caso, para
a transmutação metálica. São
três assim as formas nas quais a PEDRA ALQUÍMICA
pode se manifestar. Deve-se acrescentar, ainda, que autores
muito antigos, afirmam que é possível, sob
efeito de uma têmpera progressiva, transformar cristal
em rubi e quartzo em diamante.
Resumindo
até o presente ponto o que foi revisitado sobre a
Arte Hermética, pode-se observar que o número
completo da Obra é o 10 (X), ou
seja: Unidade (Pedra dos Filósofos), Duas Naturezas
(macho e fêmea), Três Princípios (enxofre,
mercúrio e sal) e Quatro Elementos (terra, água,
ar e fogo). Numericamente tem-se: 1 + 2 + 3 + 4 = 10. Por
redução UM. Este segredo,
pode-se inferir, era já preconizado por Pitágoras.
Mas como teria chegado a conhecê-lo? Egito e Babilônia
talvez tenham sido as chaves. Talvez seja o momento apropriado
de afirmar que Pitágoras era um Mestre Ascensionado
da '.'G '.'L '.'B'.', atualmente conhecido
no âmbito das fraternidades esotéricas como
MESTRE
KUT - HU
- MI,
O ILUSTRE – AMADO HIEROFANTE DA ORDEM
ROSACRUZ - AMORC.
KUT-HU-MI,
O ILUSTRE
(MANUAL Rosacruz, H. Spencer Lewis, p. 18)
D...
G... M... do Tibete (Bod-Yul), Amado Hierofante da R+C.,
é Grande Mestre Adjunto da GRANDE LOJA BRANCA DA
GRANDE FRATERNIDADE BRANCA. Em determinada época
foi conhecido na Terra como Thutmose III, do Egito, e,
em sua mais recente encarnação no plano
terrestre, viveu em Kichingargha, em um mosteiro secreto.
Foi tornado conhecido dos teosofistas por Helena Petrovna
Blavatsky, que era sua discípula pessoal. (Manual
Rosacruz. Biblioteca Rosacruz. Vol 8. Brasil: Suprema
Grande Loja da AMORC, 1964, 274 p.)
Outros
aspectos numéricos do Magistério (hermético)
são as vinte e uma operações que a
Obra impõe para a obtenção da Pedra.
E aqui aparece o dado de jogar escondendo(?) um significado
esotérico específico. A sua figura geométrica
é a de um cubo, portanto, com seis faces, com os
algarismos dispostos da forma abaixo, e cuja soma é
SETE:
1
2 3
6 5 4
O próprio
cubo designa a PEDRA FILOSOFAL, mas para ser obtida são
necessárias três repetições sucessivas
da mesma série de sete operações, que
corresponde, a vinte e uma operações, ou seja,
a soma dos seis números que compõem o dado
(1 + 6 + 2 + 5 + 3 + 4 = 21). SETE —› LEI SETENÁRIA
UNIVERSAL. As 7 (sete) operações da Obra podem
ser entendidas (alquimicamente) como segue:
1º passo: CALCINAÇÃO
- transformação por ação do
fogo;
2º passo: SUBLIMAÇÃO
- o puro é separado do impuro;
3º passo: DISSOLUÇÃO
- a quente dissolve gorduras; a frio dissolve sais, substâncias
corrosivas e corpos calcinados;
4º passo: PUTREFAÇÃO
- o vivo morre e o que está morto ganha nova vida
(Primeira Iniciação);
5º passo: DESTILAÇÃO
- as águas, os líquidos
e os óleos são sutilizados;
6º passo: COAGULAÇÃO
- pelo fogo é fixa; a frio não o é;
e
7º passo: TINTURA
- o imperfeito torna-se perfeito. (Iniciação
Final).
O Alquimista Inglês Ripley Scrowle, entretanto, dá
outra ordem para os Sete Passos da GRANDE OBRA, a saber:
Calcinação, Putrefação, Dissolução,
Destilação, Sublimação, Coagulação
e Fixação ou Tintura. Mas estes Sete Passos
podem ser reduzidos a QUATRO:
1º - PREPARAÇÃO
2º - SOLVE
3º - COAGULA
4º - MULTIPLICAÇÃO
Que são sintetizados em DOIS:
SOLVE ET COAGULA
Na Biblioteca
do Palais des Arts, em Lyon, há, informa o autor
de As Mansões Filosofais, um
esplêndido manuscrito iluminado, executado no começo
do século XVIII ?contendo? vinte e uma figuras pintadas,
representando cada uma as vinte e uma operações
da Obra[12].
O próprio baralho (das 78 Lâminas do Tarô
foram suprimidas as 22 maiores e os 4 cavaleiros), formado
por cinqüenta e duas cartas de jogar divididas em quatro
naipes, oculta, a juízo do autor deste trabalho,
possivelmente, todos os princípios alquímicos
que foram neste estudo resumidos até agora. Basicamente,
pode-se entender que os quatro elementos estão representados
pelos quatro naipes: Espadas ou Gládios (Ar, Leste,
Aquarius, Branco, São Mateus, Saber); Ouros
ou Pentáculos (Terra, Sul, Taurus, Amarelo,
São Lucas, Querer); Paus ou Bastões (Fogo,
Oeste, Leo, Negro, São Marcos, Ousar); Copas
ou Taças (Água, Norte, Scorpius,
Vermelho, São João, Calar). Os quatro naipes
podem, por outro lado, simbolizar as quatro Virtudes Cardeais
- Justiça, Fortaleza, Temperança e Prudência
- guardiãs da Tradição Alquímica
e das ciências antigas. Podem aludir, outrotanto,
às quatro estações térmicas
da Obra. O valete, a dama e o rei simbolizam os três
princípios: enxofre, mercúrio e sal. Também
podem remeter às três Virtudes Teologais que
todo postulante deve possuir para começar, prosseguir
e concluir o Magistério: Fé (Confiança),
Esperança, Caridade.
As cartas de ás a dez patenteiam o número
completo da Obra, na qual o ás emblema a Pedra dos
Filósofos ou Matéria Primeira. As cores do
baralho, negra e vermelha, sobre um fundo branco, indicam
as cores básicas que aparecem (não necessariamente
nesta ordem) ao longo do Magistério. A cor amarela,
quase imperceptível nas figuras, recorda a pedra
pulverizada. Dois naipes pretos e dois naipes vermelhos
têm a intenção de indicar que os quatro
elementos acham-se reunidos na Pedra dos Filósofos,
ainda que desordenadamente, dois a dois. Pode indicar, também,
as duas vias da Obra: seca e úmida. O baralho, finalmente,
começando pelo ás (VITRIOLUM),
completa, com a décima terceira carta, o rei, o trabalho
global da GRANDE OBRA. Se por um lado o rei exprime o andrógino
alquímico inicial, por outro designa a androginia
última, que é a própria PEDRA FILOSOFAL,
e meta de todo Alquimista.
Splendor Solis
Por
último, o número de cartas do baralho, por
redução, é igual a sete (52 = 5 + 2
= 7). E assim o Conhecimento Iniciático é
perpetuado. O perpetuamento da Tradição opera
também no âmbito do aparente ilogismo.
Novamente
os números. Ensina Fulcanelli que a via (úmida)
dos pobres, dos simples e dos modestos para a preparação
da Pedra, obriga até nove meses de ininterrupto trabalho,
e só requer una re, una via, una dispositione.
Uma matéria, um cadinho de terra refratária,
um forno. Os
grandes mestres referiram-se a este labor como sendo semelhante
a trabalho de mulher e jogo de crianças[13].
Splendor Solis
O
ternário também está presente nas cores
principais (conforme já se assinalou) que aparecem,
sucessivamente, ao longo da Obra: negra, branca e vermelha.
Certa ocasião, em San Leo di Montefeltro, na Fortaleza
na qual esteve encarcerado o Conde Alessandro di Cagliostro,
um insólito visitante depositou sobre o leito duro
de tábua na cela onde o Mestre Desconhecido padeceu
ao pé da tartaruga, um maço de rosas amarrado
com três fitas: preta, branca e vermelha. Curiosamente,
foi também em San Leo que Dante se inspirou para
escrever os Cantos do Inferno! Preta, branca e vermelha
são as cores da Grande Obra. Preta, branca e vermelha
são igualmente as cores iniciáticas da Tradição
Martinista e Gnóstica. Três são os livros
da Divina Comédia: Inferno, Purgatório e Paraíso.
No Paraíso o ser encontra paz e iluminação
na rosa branca celeste iluminada pela Luz de Deus. As vinte
e uma operações da Obra (3 x 7),
conforme se aludiu anteriormente, reclamam, por outro lado,
quatro estações de calor. Assim, a Obra passa
sucessivamente por quatro estágios crescentes de
temperatura. Um erro térmico em um desses estágios
porá a perder todo o trabalho até então
ali desenvolvido. Mas, advertiu Filaleuto: interpretar que
os quatro regimes do fogo (ou estados térmicos) representem
o sentido exato que se possa ter do processo, proporcionará
um equívoco intransponível. A cocção
alquímica é linear, ou seja, igual, constante,
regular e uniforme. Os quatro estágios de calor referem-se
à correspondência biunívoca entre fogo
e enxofre. O fogo alquímico, como se disse, é
de outra natureza. Por isso, enquanto o fogo durar... Como
escreveu S. Paulo na sua Epístola aos Hebreus (XII,
29), O
nosso Deus é um fogo devorador. Donec Ervnt Ignes.
E poética e sabiamente testemunhou Fulcanelli:
Enquanto
o fogo durar, a vida irradiará pelo Universo;
os corpos submetidos às leis de evolução
de que ele é o agente essencial, completarão
os diferentes ciclos das suas metamorfoses até
a sua transformação final em espírito,
luz ou fogo. Enquanto fogo durar, a matéria não
cessará de prosseguir a sua penosa ascensão
para a integral pureza, passando da forma compacta e
sólida (terra) à forma líquida
(água), depois ao estado gasoso (ar) e ao estado
radiante (fogo). Enquanto o fogo durar, o homem poderá
exercer a sua industriosa atividade sobre as coisas
que o rodeiam e, graças ao maravilhoso instrumento
ígneo, submetê-las a sua vontade própria,
ligá-las, sujeitá-las a sua utilidade.
Enquanto o fogo durar, a ciência se beneficiará
de extensas possibilidades em todos os domínios
do plano físico e verá alargar-se o campo
dos seus conhecimentos e das suas realizações.
Enquanto o fogo durar, o homem estará em relação
direta com Deus, e a criatura conhecerá melhor
o seu criador...[14].
Já é,
agora, chegado o momento de encerrar este incompleto, modesto,
sucinto e provavelmente incorreto (não no todo, mas
em algumas considerações) estudo sobre a Alquimia,
cujo objetivo é colocar o adepto em relação
com Deus. A Alquimia, como se viu, pode ser operativa (ou
prática) ou transcendental. Em ambos os casos, só
um iniciado - segundo os Mestres da Arte - pode ter acesso
a esse antigo, mas sempre novo, conhecimento. Iniciados
eram (e são) aqueles que buscavam (e buscam) a iluminação
interna. Perseguem humildemente a possibilidade de poderem
projetar e construir seu próprio Mestre Interior.
E a senda para o alcançamento dessa iluminação,
da qual os filósofos voltados para o tema sempre
falaram, é interior, in Corde.
É no âmago do ser, no santuário sagrado
e inviolável da consciência do ser, que haverá
de existir e de acontecer a autêntica e insubstituível
CRISOPÉIA. O Reino dos Céus
está dentro, não fora. A Pedra dos Filósofos
está em todos os lugares e em todos os seres viventes.
Alquimicamente é representada pelo VITRIOL
(Visita Interiora Terræ Rectificando Invenies
Occultum Lapidem), que deverá ser alquimiado
em ouro filosofal. O Rei e a Rainha dormem no ser. Assim,
pela Alquimia Interna, o neófito, percorrendo ascensionalmente
os degraus da Justiça, da Fortaleza, da Temperança
e da Prudência, encharcado de Fé (transracional),
Esperança e Caridade, alcançará o Adeptado.
Um dia - é o seu supremo ideal - será aceito
como par dos Mestres. E será também Mestre,
porque construiu um Mestre Imortal. Seu ser terá
sido, então, igualado ao Ser. Sua luz, agora é
Luz. Ele e o Pai (Mãe) realizaram a suprema androginia.
O ser singular, agora andrógino, funde-se no e com
o TODO. São UM.
Contudo, esta é apenas uma etapa... Apenas mais uma
etapa... Pois a reintegração é ilimitada...
E assintótica...
Mas a caminhada, que levará, em termos cabalísticos,
o ser de MaLKhUTh a KeTheR, é longa,
árdua, solitária e dolorosa. Esse percurso
está emblematicamente inscrito nos passos da Obra
que, a bem da verdade, quando concluída, só
diploma o postulante no primeiro plano (MaLKhUTh).
As outras etapas (outros planos), salvo melhor conhecimento,
quando muito, só podem ser vislumbradas ou intuídas,
pois tais instâncias têm obrigatoriamente de
ser vencidas e ultrapassadas uma a uma. O segundo degrau
é obrigatoriamente IeSOD. Assim, a sensação
de unidade e a androginia referidas são, realisticamente,
as realizações preliminares do ser neste segundo
plano vibratório da consciência em ascensão
(IeSOD), até, presumidamente (e que assim
possa ser para todos), a experiência derradeira e
definitiva, ao mesmo tempo insubstituível e irrefragável
de absorção integral no TODO
(KeTheR), do qual nada no Universo esteve, está
ou estará verdadeiramente afastado, isolado ou transcendentemente
separado. Mas acima de KeTheR há AIN
SOPh... Esse é, indubitavelmente, o
Magistério dos Magistérios; o Segredo Secretíssimo
a ser desvendado por todos os filhos do Pai. Todos estão
convidados para a ULTIMÍSSIMA CEIA
no inexistente tempo eviterno.
Mas
qual será o objetivo da Alquimia Prática?
Como se viu páginas atrás, a obtenção
preliminar da Medicina Universal - a própria Pedra
- e do Ouro Potável, detentor de propriedades ainda
desconhecidas da Medicina. Intermediariamente, o processo
permite a obtenção da Luz Inextinguível.
E, por último, o Pó de Projeção.
Deve-se ter sempre em mente, contudo, de que a meta de todo
iniciado é vencer o plano de MaLKhUTh e
ascender a IeSOD, segundo Sephirah da
KaBaLa, o Jardim das Hespérides. A Medicina
Universal, entre várias possibilidades, progressivamente
transmutando o adepto, coloca-o - segundo as pesquisas coligidas
- em um plano transnoético de consciência.
A libertação de MaLKhUTh, único
plano onde não está configurada a androginia,
assim, poderá ocorrer, eximindo o Alquimista da obrigação
de neste plano continuar a atuar compulsoriamente. Ao aprender
todas as lições, será diplomado em
MaLKhUTh. Mas, voltar ao Mundo da Concretização
– à Caverna – é um ato de misericórdia
e de solidariedade que nenhum Iniciado Autêntico se
recusa a exercitar. Geralmente, estes Iniciados retornam,
incognitamente, para servir àqueles que estão
nas sombras. Entretanto, geralmente, são execrados,
caluniados, vilipendiados, perseguidos e desonrados. Sâr
Alden sofreu todos os tipos de injúrias
e de difamações por ter instalado o Segundo
Ciclo de Atividades da Ordem Rosacruz – AMORC, no
início do século XX. Sofreu, mas concluiu
a obra, que Ralph M. Lewis (Sâr Validivar)
deu prosseguimento. Presentemente, o Imperator Christian
Bernard (Sâr Phœnix) dá
seqüência ao trabalho iniciado em 1909. No Brasil,
o Grande Mestre Charles Vega Parucker tem a seus cuidados
a Grande Loja da Jurisdição de Língua
Portuguesa, trabalho principiado com muito esforço
por Maria A. Moura e alguns abnegados auxiliares.
Voltando à Alquimia, lâmpadas perpétuas
que encerram a Luz Inextinguível foram (e são)
sinais deixados pelos Iniciados, com o fito de informar
que a OBRA é possível. A Luz Inextinguível
produzida pelas Lâmpadas Perpétuas, segundo
relato de Raymond Bernard, é uma forma de iluminação
que, na verdade, não é eterna. Foi-lhe atribuído
esse qualificativo porque dura muitos anos sem interrupção,
mas, como tudo, tem um fim. O princípio baseia-se,
por assim dizer, em uma espécie de desintegração
do átomo no 'vácuo', todavia em escala
infinitesimal. A claridade produzida por essa desintegração
é, nesse sentido, perpetuada no vácuo. Uma
anotação: vácuo absoluto não
há. Registros há que quando essas lâmpadas
se quebram, imediatamente a claridade - ou luz - extingue-se.
Assim, uma pista que a Alquimia parece deixar aos pesquisadores
é de que o processo operativo apóia-se em
leis radioativas ainda desconhecidas, já que a física
nuclear só conhece, até o momento, processos
que não incluem exclusivamente operações
que requeiram uma matéria, um cadinho de terra refratária,
um forno. VITRIOL(VM), Crvcibvlvm, Athanor.
É no cadinho que o vitríolo morre para renascer,
transmutado, espiritualizado, purificado. É no cadinho
que a matéria-prima sofre a paixão semelhante
a do próprio Cristo. É no cadinho que se opera
o percurso cristológico de purificação,
no qual são repetidas três
vezes a mesma série de sete operações.
É no cadinho que se resume e se replica a Obra Divina,
cuja meta é auxiliar a livrar o homem do medo, da
ignorância e da dor.
Algumas
transmutações historicamente registradas também
tiveram essa sublime e superior intenção.
Portanto, que fique claro - é o que insistem todos
os adeptos - a Alquimia Operativa tem por finalidade principal
a preparação da Medicina (VERAM
MEDICINAM). Fulcanelli escreveu:
‘O
sapiente sabe apaziguar a sua dor’. O ramo de
oliveira, símbolo de paz e concórdia,
marca a união perfeita dos elementos geradores
da pedra filosofal. Ora, esta pedra, pelos conhecimentos
certos que traz, pelas verdades que revela ao filósofo,
permite-lhe dominar os sofrimentos morais que afetam
os outros homens, e vencer as dores físicas,
suprimindo a causa e os efeitos de grande número
de outras, doenças. A própria elaboração
do Elixir mostra-lhe que a morte, transformação
necessária, mas não real aniquilamento,
não o deve afligir. Bem pelo contrário,
a alma, liberta do fardo corporal, goza, em pleno impulso,
de uma independência maravilhosa, toda banhada
dessa inefável luz acessível apenas aos
espíritos puros. Ele sabe que as fases de vitalidade
material e de existência espiritual se sucedem
umas após outras, segundo leis que lhes regem
o ritmo e os períodos. A alma só deixa
o seu corpo terrestre para ir animar outro novo. O velho
de ontem é a criança de amanhã.
Os desaparecidos reencontram-se, os perdidos reaproximam-se,
os mortos renascem. E a atração misteriosa
que liga entre si os seres e as coisas de evolução
semelhante reúne, sem eles saberem, os que ainda
vivem e os que não existem já. Não
há, para o verdadeiro Iniciado, autêntica,
absoluta separação, e a ausência,
só por si, não lhe pode causar desgosto.
Os seus afetos, ele os reconhecerá facilmente,
embora revestidos de diferente invólucro, porque
o espírito, de essência imortal e dotado
de eterna memória, saberá dar-lhos a distinguir...
Estas certezas, materialmente controladas ao longo do
trabalho da Obra, garantem-lhe uma serenidade moral
indefectível, a calma no meio das agitações
humanas, o desdém das alegrias mundanas, um estoicismo
resoluto e, acima de tudo, este pujante reconforto que
lhe dá o conhecimento secreto das suas origens
e do seu destino. No plano físico, as propriedades
medicinais do Elixir põem o seu feliz possuidor
ao abrigo das taras das misérias fisiológicas.
Graças a ele, o sapiente sabe acalmar a sua dor.
Batsdorff [Le Filet d’Ariadne] assegura que ele
cura todas as doenças externas do corpo, ...úlceras,
escrófulas, quistos, paralisias, feridas, e outras
moléstias semelhantes, sendo dissolvido num licor
conveniente e aplicado sobre o mal, por meio dum pano
embebido no licor. Por seu lado, o autor de um manuscrito
alquímico iluminado [La Génération
et Opération du Grande-Oeuvre] gaba igualmente
as altas virtudes da medicina dos sapientes. ‘O
Elixir, escreve ele, é uma cinza divina mais
miraculosa do que qualquer outra, e distribui-se, tal
como é visto, conforme a necessidade que se apresenta,
e não se recusa a ninguém, tanto para
a saúde do corpo humano e o alimento desta vida
caduca e transitória, como para a ressurreição
dos corpos metálicos imperfeitos... Na verdade,
ele ultrapassa todas as triagas e medicinas mais excelentes
que os homens pudessem fazer, por mais sutis que fossem.
Ele torna o homem que o possui ditoso, grave, próspero,
notável, audacioso, robusto, magnânimo.’
Enfim, Tiago Tesson dá aos novos conversos sábios
conselhos do bálsamo universal. ‘Falamos,
diz o autor dirigindo-se ao sujeito da arte, do fruto
de bênção saído de ti; agora,
diremos como é preciso aplicar-te; é ajudando
os pobres e não as pompas mundanas; é
curando os enfermos necessitados, e não os grandes
e poderosos da Terra. Porque temos de ter cautela a
quem damos, e saber quem devemos amparar, nas enfermidades
e nas doenças que afligem a espécie humana.
Não administres este poderoso remédio
senão por inspiração de Deus, que
tudo vê, tudo conhece, tudo ordena’[15].
Mas, como saber,
como ter certeza de que a PEDRA foi adequadamente produzida?
Como confirmar sua potência? A resposta é simples:
TRANSMUTAÇÃO. Pela cura de um leproso (metal
inferior), ou seja, pela transmutação de um
metal menos perfeito em ouro. Aqui uma digressão
esotérica bastante oportuna e interessante. Perante
o MENINO nascido sob o sinal - sob o prodígio celeste
- os Três Magos - herdeiros dos mistérios caldeus
- depositaram três presentes notadamente simbólicos:
OURO, símbolo solar do Conhecimento;
INCENSO, símbolo da Divindade; e
MIRRA, símbolo da Não-mortalidade
compulsória.
Seguindo: a Transmutação Alquímica
Operativa é tão-somente um teste da potência
da Pedra, ou em termos mais atuais: Transmutação
é meramente controle de qualidade. E o Pó
de Projeção, nesse processo, funciona, opera,
enfim, como indutor artificial da transmutação.
Artificial porque - ensinam os Alquimistas - os metais usuais,
no estado natural (minérios), estão em processo
lento de evolução, alcançando a perfeição
como ouro nativo. A produção de ouro alquímico
é uma simples(!) aceleração do processo
natural. A LEI DA NECESSIDADE é universal. Nada existe
no Universo que se evada desta LEI. Raciocinando quimicamente,
o Pó de Projeção age como se tivesse
função catalítica e, nesse sentido,
é o catalisador universal. Opera em minutos o que
a Natureza leva milênios (ou milhões) de anos
para realizar. Talvez bilhões! Uma observação
de suma relevância deve ser acrescentada: as Transmutações
Alquímicas não são todas iguais, quer
sob o aspecto quantitativo, quer sob a observação
qualitativa. Dependendo de como é fermentada a PEDRA
FILOSOFAL, se com ouro ou com prata muito puros, e dependendo
da própria potência do Pó de Projeção
e do respectivo leproso a ser curado, mais ou menos prata
alquímica ou ouro alquímico são produzidos.
Sob outro ângulo de observação, enquanto
o zinco, por exemplo, ganha alguma coisa
ao se converter em ouro, o chumbo perde alguma coisa.
É preciso que se diga, já que se trata de
Alquimia, que essas algumas coisas podem
ter naturezas iguais ou diferentes. Pensa-se, s.m.j., que
devam ser da mesma natureza. E assim, sob
os moldes da físico-química contemporânea,
os dois processos poderiam, especulativamente, ser assim
esquematizados:
30Zn–64 + 49X–133
—› 79Au–197
(incremento)
82Pb–208 – 3Y–11
—› 79Au–197
(decremento)
49X–133
e 3Y–11 podem induzir o raciocinador
a admitir que sejam partículas distintas. Mas, na
verdade, X e Y representam instâncias de uma mesma
coisa, que falta ao zinco para transmutar-se
em ouro, e que sobra no chumbo para se
alquimiar em ouro. Tudo converge, assim, para o ouro, para
o sol (e para o Sol) pelo incremento ou decremento - dependendo
do caso - de uma mesma substância, e a PEDRA tem o
poder secreto e alquímico de operar a transmutação.
Se o Pó de Projeção foi obtido por
fermentação com a prata, a conversão
será menos nobre, e o produto da Laboração
Alquímica será prata alquímica. Se
com o ouro... Entretanto, neste nível profundamente
esotérico, que conceito adequado pode ser atribuído
à nobreza?
A Transmutação Alquímica, entretanto,
não é um processo tão elementar assim.
A coisa se passa, substantivamente, mas não exclusivamente,
no nível nuclear, e o ganho ou perda em cada caso
(e em todos os outros) não se faz em uma só
etapa. Segundo os conhecedores da Arte tudo se passa (sempre)
em conformidade com a Lei do Triângulo.
E como não poderia deixar de ser: o ouro alquímico
também não apresenta isótopos. E a
insecabilidade elementar fica proscrita. A Alquimia Prática
ou Operativa – ao se considerarem todas as informações
coligidas e os anos de estudo que este pesquisador vem dedicando
ao tema – é uma ciência antiqüíssima,
positiva, que utiliza nas suas operações técnicas
particulares, que permitem ao Adepto chegar a um fim previsto,
irredutível e específico. Por isso, nunca
foi, não é, e não poderá ser
jamais uma mera abstração romântica
ou um apelo emocional descaracterizado. A acusação
de nefelibatismo arremessada aos Alquimistas é improcedente,
inidônea, malsã, invejosa, inverídica,
mesquinha e inculta. No mínimo é preconceituosa.
Há uma certeza intraduzível em todas estas
afirmações.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A posse da GEMA
HERMÉTICA foi festejada por vários adeptos.
Eugênio Canseliet, discípulo dileto de Fulcanelli,
afirmou que quem a possui tem assegurado o tríplice
apanágio: Conhecimento,
Saúde, Riqueza. Henrique de
Linthaut assegurou que ela encerra
o mistério da criação, iluminando as
coisas tenebrosas. O Cosmopolita asseverou
que, pela consecução da Obra, o
Filósofo percebe e aprende como o mundo foi criado.
E Fulcanelli, para enaltecê-la e a todo o labor alquímico,
deixou duas obras monumentais: O Mistério das
Catedrais e As Mansões Filosofais.
Certamente, Fulcanelli, de todos os autores antigos e modernos,
é, de longe, o mais didático, o mais sincero,
o mais convincente e o mais fraterno que dissertou sobre
a Ars Magna, e o que mais reverenciou a PEDRA FILOSOFAL.
A
Alquimia não visa apenas obter o LAPIS,
disse Paracelso, mas
CURAR.
Por último, é preciso que se leve em conta
que os Alquimistas possuem, entre todas as superlativas
qualidades que deles se possa presumir, esperar ou admitir,
um altíssimo senso ecológico. E, assim, compreendem
que modificações ou alterações
ambientais provocadas são deletérias ao próprio
equilíbrio planetário e universal. Por via
de conseqüência, as transmutações
que realizaram - ou permitiram que fossem realizadas - sempre
ocorreram em mínimas quantidades. A riqueza à
qual aludiu Canseliet - nesse sentido - só pode e
só deve ser entendida como de ordem ESPIRITUAL,
MÍSTICA, ESOTÉRICA,
INICIÁTICA e HERMÉTICA.
A trajetória real da PURIFICAÇÃO
CRISTOLÓGICA opera-se, em última
instância, no próprio Alquimista. É
no próprio ser singular que toda a coisa atua. As
exaltações do ouro acontecidas em diversos
momentos históricos, nunca foram obras Alquímicas
ou de filósofos herméticos. Assim, pode-se
admitir que cada Alquimista tenha realizado uma única
Transmutação em toda a vida. É muito
improvável que um Alquimista tenha tido necessidade
de realizar uma Segunda Peregrinação. Até
porque, e justamente por isso, a PEDRA FILOSOFAL pode ser
exaltada, segundo os ensinamentos de Fulcanelli, até
a SÉTIMA POTÊNCIA.
Tudo
o que foi exposto neste rascunho-reflexivo, constitui-se
na essência do que acreditam os Alquimistas. Os vocábulos
utilizados podem nem sempre coincidir, mas a Obra e suas
finalidades - operativa e transcendental - são, em
linhas gerais, o que acima se resumiu. Os fatos ora relatados
podem, em primeira reflexão, causar estranheza, mas
assim é que pensam e operam os Alquimistas. Operam
e pensam em conformidade com o que preconiza o Salmo CIV,
4, buscando na Obra e em SI a FACE DE DEUS.
Portanto, o que não foi compreendido sobre Alquimia
é porque de três, uma verdade, no mínimo,
prevalece: a) os Alquimistas não puderam ser mais
explícitos do que foram; b) a compreensão
plena só pode advir do interior de cada ser singular
por experiência pessoal; e c) este pesquisador não
pôde ou não teve a capacidade de exprimir adequadamente
suas reflexões e convicções. A cada
um caberá, se for o caso, buscar por seus próprios
meios a iluminação mínima para iniciar
a decodificação das cifras Alquímicas.
Indubitavelmente, o caminho será florido e, no tempo
próprio, a ROSA libertar-se-á
da CRUZ. A Alquimia pertence a todos e
é de todos. Como a extraordinária Mater
et Magistra de João XXIII ensina, Cristo
é de todos, mesmo dos que o repelem. Assim
também, encerrando-se e se concluindo este modesto
ensaio, reafirma-se: A ALQUIMIA É DE TODOS,
INCLUSIVE DAQUELES QUE A REJEITAM E A RIDICULARIZAM.
De qualquer forma, hoje, como sempre, alguma forma de Alquimia
está sendo operada em cada elétron do Universo,
pois as Leis da Necessidade, da Entropia e da Reintegração
são universais.
.'.ORA ET LABORA.'.
.'.SOLVE ET COAGULA.'.
DADOS
SOBRE O AUTOR
Mestre
em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia,
UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ.
Consultor em Administração Escolar. Presidente
do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura
do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e
da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico
do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
[1].
Bíblia, S. Mateus, X,
26.
[2]. Op. cit., p. 66.
[3]. Ibid., p. 73.
[4]. Bíblia, S. Mateus,
III, 11.
[5]. FULCANELLI. As Mansões Filosofais
(e o Simbolismo Hermético nas suas Relações
com a Arte sacra e o Esoterismo da Grande Obra),
Lisboa: Edições 70, 1965, p. 78.
[6]. Ibid., p. 80.
[7]. Alquimia e Espagíria,
In: As Mansões Filosofais..., Fulcanelli,
passim.
[8]. Bíblia, Gênese,
I, V, 2.
[9]. As Mansões Filosofais...,
p. 147. Cs. tb. do mesmo autor O Mistério
das Catedrais, passim.
[10]. Bíblia, S. João,
XII, V, 24.
[11]. Ibid., pp. 154 e 155.
[12]. Op. Cit., pp. 312 e 213.
[13]. Ibid., p. 327.
[14]. Cs. As Mansões Filosofais...,
Fulcanelli, pp. 408. Cs. tb. do mesmo autor O
Mistério das Catedrais, passim.
[15]. Ibid., pp. 344 a 346.
BIBLIOGRAFIA
FULCANELLI.
As mansões filosofais/Les demeures philosophales.
Tradução de António Last
e António Lopes Ribeiro. Lisboa: Edições
70, 1977, 517 p.
______. O mistério das catedrais
(e a interpretação esotérica
dos símbolos herméticos da Grande Obra)/Le
mystère des cathédrales. Tradução
de Jean-Jacques Pauvert. Lisboa: Edições 70,
1964, 213 p.
BÍBLIA. Português. Bíblia
Sagrada. 9ª ed. São Paulo: Paulinas, 1958,
1501 p.
ROGER, Bernard. Descobrindo a Alquimia/A la
découverte de l’alchimie. 10ª
ed. Tradução de Newlton Roberval Eichemberg.
São Paulo: Pensamento. 1997, 313 p.
ROOB, Alexander. O museu hermético: Alquimia
e misticismo. Tradução de Teresa
Curvelo. Itália: Taschen, 1997, 711 p.
PAZ
PROFUNDA