A KABALA PRÁTICA – 3ª Parte

 

 

 

Robert Ambelain

Robert Ambelain

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

E ste estudo (incompleto e esburaquento) tem por objetivo apresentar para reflexão a 3ª e última parte de alguns fragmentos importantes e deglutíveis da obra A KaBaLa Prática – uma introdução ao estudo da KaBaLa Mística e Prática, e a operatividade de suas Tradições e dos seus Símbolos, visando a Teurgia – de autoria de Robert Ambelain (2 de setembro de 1907 – 27 de maio de 1997), que, além de Iniciado Maçom, participou de outras Organizações Iniciáticas, como a Ordem KaBaLística da Rosa+Cruz e a Ordem Martinista.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

O homem, de direito, é seu Mestre. (Martinès de Pasqually, apud Robert Ambelain).

O Grande Segredo da Gnose operativa, o temível arcano da Vida Eterna, é conhecer os Deuses, e se liberar. Eis porque o Apóstolo pode dizer que a ignorância é o pior dos males, pois, nos sujeita aos Arcontes.1

Os símbolos e as imagens despertadas em nós sempre estarão em relação com as tradições que nos são familiares ou que se erguem de nosso subconsciente étnico.

 

 

 

 

Ao visualizarmos uma entidade em n dimensões nada nos assegura que esta entidade seja um ser de n dimensões [ou mesmo de uma dimensão qualquer].2

 

 

 

 

Um ritual é uma verdadeira fórmula de física transcendental, o operador sendo a matéria primeira submissa à ação desta fórmula – o objetivo da operação e também o resultado.

Dá-se o nome de egrégora à uma força gerada por uma potente corrente espiritual e alimentada depois por intervalos regulares, segundo um ritmo, em harmonia com a Vida Universal do Cosmos, ou à uma conjunção de entidades unificadas por um caráter [ideal] comum Toda egrégora deve possuir um signo característico de sua natureza, de seus objetivos e de seus meios.3

 

 

Egrégora Rosacruz
(AMORC)

 

 

No invisível, fora da percepção física do homem, existem seres artificiais gerados pela devoção, pelo entusiasmo e pelo fanatismo.4

A simples morte comum (sem destruição total da imagem), se tira a vida material, em nada
entrava a vida astral.

Há um poder misterioso do sangue quando ele é liberado sob a forma de sacrifício.

A Iniciação poderá ser aniquilada pela excomunhão.5

Uma egrégora vive no plano físico agindo por intermédio dos homens [dos seus filiados], e no Plano Superior por intermédio das Entidades [à ela vinculadas]. A República, a pátria, a justiça, a guerra, a fome etc. também tem imagens egregóricas.

Uma vez estabelecido e perpetuado pelo uso e pelo tempo, um ritual não pode ser modificado, sob pena de enfraquecimento da sua egrégora. Este é um dos motivos [talvez, o principal,] de o segredo se aplicar particularmente aos Rituais de Iniciação.

As grandes cerimônias rituais, tanto religiosas como filosóficas, normalmente estão situadas nos equinócios e nos solstícios ou em datas relacionadas com estas quatro grandes divisões anuais [Equinócio de Primavera, Solstício de Verão, Equinócio de Outono, Solstício de Inverno].

 

 

 

 

O Homem vitalizando conceitos necessariamente os antropomorfiza.6

Quando uma egrégora vive por muito tempo, ela costuma adquirir vida relativamente independente. Então, ela não obedece mais aos impulsos que os mestres das seitas lhe transmitem por intermédio da liturgia, e, de escrava dócil, freqüentemente se torna uma tirana feroz. Isto explica o porquê de, continuamente, um movimento se desviar para longe do objetivo primitivamente assinalado. Igualmente, ela pode mudar de mestre. A conquista de uma egrégora por sua evocação era um segredo conhecido pelos sacerdotes de Roma.

A vida material das egrégoras é assegurada pelo número de seus membros e pela disciplina, união espiritual e estrita observância dos ritos vivificadores e conservadores.

Os procedimentos de ação oculta da Magia Tradicional e da Teurgia são potentes meios de apoio ou de combate das egrégoras, com a condição, entretanto, de que sua potência esteja em relação com aquele do dito conceito. Isto explica porque o sacrilégio e a profanação tenham, em todos os tempos, sido considerados como crimes religiosos.

 

 

 

 

Os seres que, maléficos por sua natureza ou por seu estágio de evolução, buscam, por todos meios, salvaguardar sua existência assim definida, e assegurar estas condições, têm, quanto à Terra, uma região-condição toda favorável. Esta região está no Cone de Sombra (uma egrégora, no sentido corrente da palavra, pois, composto, ele é, ao mesmo tempo, unidade) que a Terra leva consigo, varrendo, assim, os espaços interestelares, e no qual a luz solar jamais penetra diretamente; só, a Lua Cheia aí se reflete, quando da oposição dos luminares.

Nutrindo-nos habitualmente da carne e do sangue de um animal, incorporaremos psiquicamente as qualidades e os vícios deste animal. Pois bem, o Cone de Sombra da Terra é constituído dos elementos menos nobres e menos puros dos homens que deixaram seus restos mortais. Este Cone é a dolorosa morada de provas, onde se retardam todas as almas insuficientemente purificadas, a fim de consumarem aí sua segunda morte, se despojando de sua forma astral. Pitágoras denominava este lugar (assim como todos os helenistas de então) o "Abismo de Hécate" ou o "Campo de Perséfone". Aí residem, neste abismo tenebroso, todas as almas ainda revestidas de seus invólucros fluídicos, de seus corpos astrais. Conforme os casos individuais, o Cone de Sombra da Terra pode ser o inferno ou o purgatório verdadeiros de que nos fala a Teologia Católica. As almas, prisioneiras do corpo astral ainda não dissolvido por sua própria vontade, envolvidas em sua atmosfera fluídica, sofrem aí um martírio real, vítimas do assalto angustiante das larvas nascidas de seus vícios, de seus remorsos, e que, como todos os seres, elas também querem subsistir.7

Deixado à sua sorte, o Fogo poderá se apagar, mas, jamais se corromperá.

As obras de baixa magia e os ritos sombrios feitos com intenções egoístas e criminosas ou simplesmente material necessitam da noite, de maneira geral, e, particularmente, da noite sem Lua, para que seja obtido o máximo de escuridão. Por este motivo, em todos os tempos e em todos os lugares, a noite da Lua Nova, quando o astro das noites está em conjunção [neomênia] com o Sol, não refletindo nenhum raio, foi escolhida para os feitiços e os encantamentos, particularmente a noite da Lua Nova do Solstício de Inverno, quando o Sol está mais fraco e as horas noturnas são maiores. No passado [e, talvez, ainda hoje], à meia-noite, ou melhor ainda, na metade da noite, o mago negro se encontrava no centro do Cone de Sombra, literalmente rodeado por todos os seres escurecidos que aí gravitam.

Ascese Egípcia: "Ninguém irá para o seio do Osíris sem antes ser purificado pela Água e pelo Fogo."

Perpétuo dilema da [personalidade-]alma: rejeitar as larvas nascidas de seus laços com o mundo material [desejos, cobiças e paixões] e se liberar ou as tolerar, tornando-se escrava.

Tudo [sem exceção] o que é obtido por meio da magia comum (magia baixa) se torna, geralmente, não importa quão boa seja a intenção original, o contrário dos interesses do pedinte e de terceiros envolvidos no caso. Cedo ou tarde, as correntes utilizadas retomam sua verdadeira natureza e dão os frutos que são os seus.

 

 

 

 

Tudo o que está contido no Cone de Sombra da Terra, todos os acúmulos milenares de hostilidade e de ódio, se voltam contra os vivos, normalmente sob a forma de angústias, desgostos, dúvidas e desesperos. E há determinados desesperos noturnos [pois, o poder desagregante das tentações é mais noturno do que diurno] que não têm outro remédio que não seja a vinda da luz da manhã.

'In Cruce Salus [et Vita]' Na Cruz Está a Salvação [e a Vida].8

YHVH + ADoNaY YHVHADoNaY. [4 Letras + 4 Letras = 8 Letras].

 

 

Cruz Latina + Cruz de Santo André
(IODHEVAVHE + ALeFDaLeTNUNIOD)
(Pantáculo de Benção Universal)

 

 

MaLKhUTh, a Rainha, último estado (inferior) da Manifestação Divina. Estamos em MaLKhUTh e MaLKhUTh está em nós.

Postulados que emanam da Tri-Unidade Divina: 1º) se a Mãe (a Esposa, a Rainha, a Noiva do Rei e do Pai) está em nós, estamos, por via de correspondência analógica, na Mãe; 2º) se a Mãe é una com o Filho (ou Pai), estando na Mãe, estamos no Filho, e a Mãe estando em nós, o Filho também está; e 3º) se o Filho (ou Pai) é uno com o Pai (ou Ancião dos Dias), e se o Filho está em nós, o Pai também está em nós.

Se nos concentrarmos sobre o nosso Deus Interior [in Corde], nos impregnaremos de Afetividade e de Conhecimento [ShOPhIa], porque estabeleceremos um ponto de contato espiritual com uma Fonte Afetiva e Iniciática [desde sempre] em nós. Ao contrário, se tomarmos como suporte de meditação não importa o quê no domínio material (uma flor, uma rocha, uma vela etc.), não alcançaremos tão facilmente o contato espiritual com esta Fonte Afetiva e Iniciática, pois, estas coisas não têm centros energéticos de Afetividade e de Conhecimento.9

 

 

Contato com o nosso Deus Interior

 

 

Um ritmo apropriado vence, no final, as mais fortes resistências.

Cada som está intimamente associado a uma idéia que forma a sua contraparte. Ao evocarmos, em nosso mental, um certo som, a idéia que a ele se liga aparecerá imediatamente. Se mantivermos constantemente na consciência uma mesma idéia espiritual, o mental se desprenderá, pouco a pouco, de suas impurezas, e sua natureza irá se afinando e se transmutando em Fogo, saído de MaLKhUTh, quer dizer Fogo Superior. Ruach, a própria essência da Mãe brilhará, então, em todo seu esplendor. O mental, composto de essências sutis de substâncias invisíveis, vê agora o Schema (repetição metódica de uma Fórmula Sagrada) restituir aos poucos, a esses elementos constitutivos, sua pureza primitiva. Enfim, a repetição do Schema tem por efeito provocar em nós uma Transformação [Transmutação].

O Schema estabelece em nós um novo campo de imantação espiritual. Suscitando o despertar da energia espiritual, quer dizer, despertando em nós a Mãe que aí dorme, aceleramos e dirigimos ao mesmo tempo nossa evolução.

Este reflexo da Mãe que levamos em nós, esta Centelha Divina que emana e se situa na extremidade inferior da coluna vertebral (Kundalini Ruach Elohim Espírito Santo), na região dos órgãos geradores, agrupa em um só feixe todas as energias diversas (conscientes e inconscientes), que agem, cada uma por sua conta, no mental. Ela lhes faz tomar, então, uma só direção.

A Árvore da Vida (com os seus Dez Sephiroth) sustenta todo o Mundo da Emanação, toda a criação celeste, todo o Universo material e todo ser vivo.10

Pilar do Rigor = BINaH + GeBURaH + HOD.

Pilar da Misericórdia = ChoKMaH + CheSeD + NeTzaCh.

Pilar do Equilíbrio ou Caminho Real = DATh11 + ThiPhAReTh + IeSOD.

O Verdadeiro Caminho de Ruach Elohim (Energia Divina emanada da MaLKhUTh Celeste) é o que vai de MaLKhUTh a KeTheR, passando por IeSOD, ThiPhAReTh e DATh.

As Tradições Iniciáticas Egípcia e Gnóstica sempre admitiram que a posse de certos Nomes ou Palavras de Passe possam abrir ao Iniciado (defunto) a Porta da Eterna Morada.

 

 

 

 

Ruach Elohim (Kundalini Espírito Santo) está habitualmente adormecida em nós (em estado causal e não-manifesto), e reside como centelha e possibilidade na Sephirah inferior, nosso próprio MaLKhUTh. Ao se elevar, Ruach Elohim vai se situando em níveis cada vez mais altos, alcançando, por fim, o centro supremo – o KeTheR Humano [a isto é denominado Illuminação].

O Não-manifestado é a base da manifestação, o suporte do mundo sensível.

Pela meditação, alguns aspirantes chegam a contemplar o Ser Universal dentro deles mesmos e através do Ser Individual. [Bhagavad Gita, apud Robert Ambelain].

Devemos sempre estar atentos para o perigo de uma elevação de consciência prematura [extemporânea]. Por um incidente fortuito, a força emotiva que se exerce em um dos Sephiroth superiores de nossa Árvore pessoal pode, como uma avalanche, descer bruscamente sobre um Sephirah inferior, suscitando, aí, uma excitação anormal dos reflexos animais e suas "lembranças" biológicas.12

As provas místicas, geralmente, se manifestam por três dos principais "pecados capitais": o orgulho (exageração da virilidade), a cólera (exageração da combatividade) e a luxúria (exageração da afetividade).

Além da morte, cada um de nós encontrará o que tiver, em sua vida terrestre, esperado aí encontrar.13

Na oração, é necessário que o homem interior – aquele que Louis-Claude de Saint-Martin chama Homem de Desejo – seja desperto e dinamizado.

Amendoeira Árvore de Aqueles que Velam. Símbolo do nascimento, tanto do nascimento terrestre como do nascimento celeste. A amendoeira é a árvore que busca a luz. É o símbolo do Sábio que afronta a morte sem temor, para ver, mais tarde, a LLuz esperada.

Todo Pantáculo tem duas faces, ambas gravadas com símbolos apropriados.

A preguiça é a mãe de todos os vícios.

 

 

 

 

A Primeira Virtude é a Força ou Fortaleza Fogo. É necessário ser forte contra o mundo, contra nós mesmos, contra nossos vícios.

A Segunda Virtude é a Prudência Terra. Tudo o que parecer apresentar uma justificativa de preeminência da carne sobre o espírito deve ser rejeitado.

A Terceira Virtude é a Temperança (Misericórdia, Doçura, Indulgência, Perdão) Água.

A Quarta Virtude é a Justiça (Retribuição Exata) Ar.

A Quinta Virtude é a Fé (Confiança, filha da Certeza) Enxofre. A Fé, antes de tudo, tem sua fonte na verdade e na franqueza. A Fé depende totalmente da veracidade das nossas palavras, dos nossos atos e, sobretudo, dos nossos pensamentos. Fé é franqueza.

A Sexta Virtude é a Esperança (Ação Concertada) Mercúrio.

A Sétima Virtude é a Caridade Sal. [A Verdadeira Caridade está em fazer pelos outros sem esperar que os outros façam por nós].

Setenário = Fortaleza + Prudência + Temperança + Justiça + + Esperança + Caridade.

Sabedoria + Compreensão = Pedra Filosofal [Illuminação].

Atributos KaBaLísticos de MIHAeL: virtude de Deus, casa de Deus, semelhante a Deus.

Nome de Quarenta e Duas Letras:

 

 

 

 

 

 

Há Um Tempo Para Tudo

 

 

 

Hoje, o que todos somos

é o que outrora nós fomos.

Mais concertados? Talvez.

Cada tempo tem sua vez.

 

Há um tempo para tudo.

Tempo de ser zé-teimudo,

tempo de se reencontrar,

tempo de se emancipar.

 

O tempo? Não é Tempo.

E não há o tal destempo.

Cada ente-aí é proprietário

do seu próprio abecedário.

 

 

 

 

 

 


 

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Notas:

1. No Primeiro Apocalipse de Tiago, Jesus adverte Tiago: Não temas, Tiago! Apanhar-te-ão a ti também. Mas, separa-te de Jerusalém! É ela que dá a taça da amargura durante todos os tempos aos filhos da Luz. É um lugar de permanência de um grande número de arcontes, mas, tua redenção estará a salvo deles.

2. Isto porque nossos sentidos são particularmente presididos por mâyâ.

3. Todas as religiões e todas as Fraternidades Místico-Iniciáticas têm suas egrégoras particulares (conceitos vitalizados) e seu Hierofante privativo. Por exemplo, o Hierofante da Ordem Rosacruz AMORC é o Mestre Kut Hu Mi, e o Hierofante (Grão-pontífice) e Guia Espiritual da Fraternitas Rosicruciana Antiqua e da Igreja Gnóstica é o Mestre Rakoczi. Pela Iniciação ou por adesão intelectual a uma dessas correntes, o filiado se tornará uma de suas moléculas constitutivas. Entre o filiado e a egrégora se estabelece, então, uma espécie de circulação psíquica.

4. E até deuses!

5. Mas, ai daquele que excomungar sem um justo motivo. Agora, o que é um justo motivo?

6. Se é assim – e é – devemos nos esforçar para desantropomorfizar os conceitos. E mais: tentar não aplicar conceitos e categorias humanas e culturais ao que não é humano, do tipo: admitir hipoteticamente que Deus é onipotente, perdoador e punidor, conceber que Jesus, o Cristo, é Deus-fillho (pior: único e exclusivo), associar São Miguel Arcanjo com águas medicinais, dizer que o diabo fede a enxofre, pensar que São Longuinho ajuda a encontrar objetos perdidos, acreditar que o Curupira é um anão de cabelos vermelhos, com pelos e dentes verdes, muito poderoso e forte, convencer-se de que a mula-sem-cabeça (mula-de-padre) é uma alma penada que, nas noites de quinta para sexta-feira, se transforma em um forte animal e galopa assombrando quem encontra pelo caminho, espalhar por aí que o saci-pererê apostou sua perna em um jogo de pôquer e perdeu, consentir que Santo António de Lisboa ajuda a conceber filhos, a evitar naufrágios e a conseguir casamentos, ensinar que o bicho-papão é um ser monstruoso comedor de crianças, pensar que quando São Pedro arrasta os móveis lá no céu troveja aqui em baixo, supor que santinho de barro chora sangue, jurar de pés juntos que os estigmas humanos são a vontade de Deus, afirmar que as águas de não-sei-onde curam todas as doenças de não-sei-quem, propagar que certas pílulas e certos papelinhos bentos são miraculosos, conjecturar que bafo de tigre louco faz ressuscitar dinossauro-bico-de-pato e hipnotiza dragão-voador e por aí, sem freio e sem focinheira, vai a maluqueira. Pior é quando dia 13 cai em uma sexta-feira! Aí, até hoje, quando se dá este himeneu, muita gente só pensa besteira.

7. Considerando isto desta forma, é necessário se ter em mente que não existe um averno ou um purificatório para sempre, pois, de duas, uma: ou o ser é entropizado, pois, não tem condições de prosseguir, ou se autoliberta pela progressiva compreensão. Esta autolibertação, geralmente, é auxiliada por seres mais evoluídos. Seja como for, para sempre, só o Universo. Então, quer dizer: como tudo, o céu, o inferno e o purgatório são condições ou estados vibratórios criados e mantidos pelos pensamentos, pelas palavras e pelas ações (quereres e não-quereres) do homem.

8. Precisamos, terminantemente, nos livrar da idéia ilusória de salvação, pois, não há salvação de nada, para lugar algum. Não há ninguém (nem Ninguém), em lugar algum, que possa salvar alguém do que quer que seja. Nem o mérito justifica o convencimento equivocado de salvação, até porque o mérito sempre será relativo (pois, é progressivo), e a salvação, presumidamente, seria eterna, e eternidade estática é uma impossibilidade cósmico-metafísica. Nada disto prospera no Universo; só em nossas cabeças mâyâvicas. Há, sim, e só pode(rá) haver, por esforço pessoal, compreensão libertadora (libertação pela compreensão), e a cruz simboliza (entre outros significados simbólicos) o karma educativo a ser cumprido (compensado ou retribuído). Insisto muito neste conceito de karma educativo, pois, no Universo, como já tive a oportunidade de dizer diversas vezes, não há punição-retaliação nem prêmio-recompensa. Tudo deriva e tudo gira em torno da inexorável Lei da Causa e do Efeito. Precisamos laborar para transmutar nossa Rosa Pessoal em Lapis Philosophorum. Esta é a Obra. Este é o Caminho. Esta é a Meta.

 

 

 

 

Compreensão Llibertadora
(Libertação pela Compreensão)

 

 

9. Definitivamente: a Fonte de todo e qualquer Conhecimento está em nós – em nosso interior. Não há uma possibilidade substitutiva para este postulado, ainda que ele seja indemonstrável objetivamente. Logo, cada um terá que encontrar o Caminho, para demonstrá-Lo a si-mesmo. Como disse Robert Ambelain, limpar os subterrâneos de nossa individualidade, tal é a tarefa que incumbe à nossa vida espiritual. E o meio ativo por excelência, o mais rápido, é, sem objeção e sem desacordo, a meditação.

10, Não há, propriamente, criação celeste, pois, para que houvesse criação, seria necessário que, no Universo, existissem coisas que não existem, e isto é um absurdo conceitual. Aristotelicamente, no Universo, ou as coisas existem em potência ou as coisas existem já em ato. A existência, como a concebemos, nada mais é do que a passagem de algo do estado potencial para o estado acional. Isto é mais ou menos semelhante ao estado prâlâyco, em que tudo dorme ou está em potência, e passa, paulatina, sistêmica e ordenadamente, à (re)existência no estado mânvântárico. Enfim, o que não existe não poderá jamais vir a ter existência, pois o nada, que não existe como coisa, não pode dar origem a qualquer coisa. Quanto a tudo isto, o grande problema é que muitas pessoas acham e querem que Deus, como Ser Onipotente, tenha a capacidade de criar tudo a seu bel-prazer. E assim, para estas pessoas, se der na telha de Deus de criar uma dinamiga ou um formissauro filhotes de dinossauro com formiga Ele criará. Ora, tenha a santa paciência! Conclusão: o conjunto das Leis Universais é o conjunto das Leis Universais; este conjunto sempre existiu, sempre existirá e, por nada, poderá ser alterado. Nem por um presumistente (presumido + inexistente) deus criado à imagem e semelhança do homem! Agora, se este deus fosse criado à imagem e semelhança de um ET... Quem sabe? É por isto que eu tenho um medo que me pelo dos ETs!

11. DATh, em hebraico, significa Conhecimento. No Misticismo Judaico, DATh é a localização (um estado místico), onde todos os Dez Sephiroth da Árvore da Vida estão unidos como se fossem um só. Os Sephiroth abaixo de DATh são conhecidas como Microprosopos, ou seja, o Universo Manifesto; os Sephiroth acima de DATh são o Macroprosopos ou Universo Imanifesto. DATh não é uma emanação independente como as outras dez. Ela depende de ChoKMaH e BINaH.

12. É por isto que tenho alertado para o fato de que com Kundalini não se mexe sem se saber exata e perfeitamente o que se está fazendo. A pressa, geralmente, faz desabar o pouco que foi construído.

 

 

 

 

13. E assim, doa o que tiver que doer, o futuro será aquilo que fizermos do presente. E, dependendo do que fizermos do presente, colheremos tempestades tumultuosas, se tivermos o desatino de semear ventos destrambelhados.

 

 

 

 

Na minha horta, plantei um vento,
e colhi uma tempestade.
Hoje, mortificado, tento
(re)conquistar a minha Liberdade!

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://giphy.com/gifs/me0mqrZiCbxwQ

http://www.templesanjose.org/Judais
mInfo/tradition/Names_of_God.htm

http://artie.com/credits.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Daath

http://criar.no.sapo.pt/dicionar/vocabulario.htm

http://blood-huntress.deviantart.com/
art/4-Red-Candles-146657556

http://www.famousvashikaranspecialist.
co.in/black-magic-specialist.html

http://www.clubedotaro.com.br/
site/h22_4_eliphas_levi.asp

http://www.infoescola.com/
geografia/solsticio-e-equinocio/

http://paxprofundis.org/livros/
taumaturgia/taumaturgia.htm

http://www.pinterest.com/pin/
431993789229197103/

http://www.ctcms.nist.gov/wulffman/examples.html

http://www.dominiosfantasticos.com.br/id969.htm

http://elessandroalternativo.blogspot.com.br/2013/
09/serie-alienigenas-do-passado-ancient.html

http://teoriaalien.blogspot.com.br/2011/
04/eram-os-deuses-astronautas.html

http://www.oracula.com.br/
numeros/022010/02-chaves.pdf

http://www.hermanubis.com.br/LivrosVirtuais.htm

 

Música de fundo:

Miserere Mei Deus
Interpretação: David Eben - Schola Gregoriana Pragensis

Fonte:

http://mp3vip.org/music/david+gr

 

Direitos autorais:

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