Este
estudo (incompleto e esburaquento) tem por objetivo apresentar para reflexão
a 1ª parte de alguns fragmentos importantes e deglutíveis da
obra A KaBaLa Prática
– uma introdução ao estudo da KaBaLa
Mística e Prática, e a operatividade de suas Tradições
e dos seus Símbolos, visando a Teurgia – de autoria de Robert
Ambelain (2 de setembro de 1907 – 27 de maio de 1997), que, além
de Iniciado Maçom, participou de outras Organizações
Iniciáticas, como a Ordem KaBaLística
da Rosa+Cruz e a Ordem Martinista.
Esta
obra de Robert Ambelain é, de certa forma, difícil de ser
compreendida (meio intrincada, até), mas, sem prejuízo do
conteúdo, procurei resumir e facilitar ao máximo o seu entendimento,
pois, não adianta nada ler e não entender o que se está
lendo, particularmente quando se trata de KaBaLa.
Mas, não tente decorar nada; apenas absorva o que você puder
absorver, e, no final, tente resumir em uma única frase o que, para
você, a KaBaLa
significa, como eu resumi o Rosacrucianismo que estudei (e ainda estudo)
em uma única sentença: Deus de meu (nosso) Coração.
Encompridando as coisas vamos embaralhando e desacrescentando; sintetizando
vamos organizando e aumentando.
Seja
como for, você não se tornará de pronto um KaBaLista
lendo este trabalho, mas, faça este estudo com atenção
porque diversos temas que não abordei em trabalhos anteriores estão
aqui contemplados e comentados nas notas (que devem ser, preferencialmente,
consultadas à medida que forem aparecendo no texto). Um pouquinho
hoje... Um pouquinho amanhã... E os pouquinhos virarão um
montinho... Depois, um montão! Isto vale para todos nós.
No
que concerne à Teurgia, sabe-se que o início de tudo, digamos
assim, aconteceu em 1754, quando Martinès de Pasqually [teósofo
do século XVIII – (1710 – 1774)] criou a Ordem Iniciática
dos Elus-Cohen. A base do Trabalho Iniciático era a reintegração
do homem mediante a prática teúrgica. Esta Teurgia, em última
instância, apoiava-se no relacionamento do homem com as Hierarquias
Angélicas, única via, segundo Pasqually, para sua reconciliação
com a Divindade. O Martinismo, contudo, não é uma extensão
da Ordem dos Elus-Cohen, e com o falecimento de Pasqually, em 1774, seus
ensinamentos tomaram caminhos distintos. Dois discípulos de Pasqually
se sobressaíram e impuseram orientações esotéricas
específicas para o pensamento original de seu Mestre: Jean-Baptiste
Willermoz (1730 – 1824) e Louis-Claude de Saint-Martin (1743 –
1803) conhecido sob o Nome Iniciático de Phil… Inc… (Philosophe
Inconnu).
Willermoz,
adepto da Franco-Maçonaria e da Teurgia, apesar de não ter
transmitido àquela Agremiação as práticas teúrgicas
dos Elus-Cohen, fez com que, em 1782, os ensinamentos de Martinès
de Pasqually fossem incorporados aos graus de Professo e de Grande Professo
da aludida Fraternidade.
Já
Louis-Claude de Saint-Martin renunciou à Teurgia – senda externa,
segundo seu entendimento – em proveito da Senda Interna. Considerava
a Teurgia perigosa e temerária. Reputava, outrossim, arriscada a
invocação angelical quando operada pela via externa. O Caminho
era o Interior. Saint-Martin desejava: entrar
no Coração da Divindade e fazer a Divindade entrar em seu
Coração.
A
Iniciação transmitida por Saint-Martin se perpetuou até
o final do século XIX. Mas, não foi ele próprio o fundador
de uma associação com o nome de Ordem Martinista. Havia, entretanto,
uma Sociedade dos Íntimos (Círculo Íntimo) formada
de discípulos que recebiam a Iniciação diretamente
de Saint-Martin. No final do século XIX, dois homens eram os depositários
deste Conhecimento e desta Iniciação: Gérard Anaclet
Vincent Encausse (1865 – 1916), conhecido nos círculos esotéricos
com o pseudônimo de Papus, e Pierre-Augustin Chaboseau (1868 –
1946). Foram estes dois homens que, em 1888, decidiram transmitir a Iniciação
de que eram depositários a alguns buscadores da verdade, e fundaram
a Ordem Martinista. É a partir desta época que se pode efetivamente
falar em uma Confraternidade Martinista.
Bem,
o grande perigo-perigosíssimo da Teurgia é comprar gato por
lebre ou Iridomyrmex
humilis por Eunectes
murinus. Teurgia é meio que como Kundalini:
devemos evitar bulir com elas. Como preconizava Saint-Martin, o
Caminho é Interior – in
Corde. Na realidade, não precisamos de nada que esteja
do lado de fora nem dos outros, sejam anjos, sejam homens, sejam lá
quem forem; temos tudo à disposição em nosso Coração.
E assim, a própria KaBaLa,
tema do presente estudo, por si-mesma, não leva ninguém a
lugar nenhum. A KaBaLa
só ajudará se, por assim dizer, 'KaBaLizarmos'
a nossa vivência e a nossa consciência. O fato
é que ler e/ou estudar a KaBaLa
sem mudançarmos o nosso interior é continuar na mesma e na
mesma ficar – com KaBaLa
ou sem KaBaLa.
Pronunciar uma Palavra de Poder simplesmente por pronunciar é inútil.
Entoar um Mantra apenas por entoar não adianta bulhufas.
Fragmentos
da Obra
Existe
na [personalidade-]alma
um Princípio Superior à natureza exterior [objetiva].
Através deste Princípio, poderemos ultrapassar o Cosmos e
os sistemas do nosso Universo. Quando a [personalidade-]alma
se eleva às Essências Superiores [oitavas
mais elevadas do Teclado Universal], abandona este Cosmos ao
qual está temporariamente ligada. E, por um magnetismo misterioso,
ela é atraída para um Plano Superior com o qual se mistura
e se identifica...1
'Quem
quer que se aproxime [da
Divindade] sem estar purificado atrairá sobre si a condenação
e será entregue ao Espírito do Mal.' (Heinrich
Cornelius Agrippa von Nettesheim, apud Robert
Ambelain).2
A
KaBaLa nunca se dedicou a qualquer outra coisa que não tivesse sido
a manifestação do próprio Mistério! Não
parece haver outra coisa na KaBaLa do que a Arte de tirar anagramas místicos
do texto oficial do Pentateuco, enriquecendo, assim, a lista, já
longa, dos "Nomes Divinos". Em realidade, a KaBaLa é a
Via Iniciática Tradicional do Ocidente Cristão.3
Toda
ascese permite que se alcance certos níveis de consciência
normalmente inacessíveis. Isto, incontestavelmente, é equivalente
à uma "Realização Iniciática".4
'A
Verdadeira Filosofia procura antes compreender do que negar.' (Edward
George Earle Bulwer-Lytton, apud Robert
Ambelain).
'Existe
na [personalidade-]alma
um Princípio Superior à Natureza exterior. Por este Princípio,
podemos ultrapassar a ordem e os sistemas deste mundo, e participar da vida
imortal e da energia das Essências Celestes. Quando a [personalidade-]alma
se eleva por caminhos da Natureza superiores à sua, ela abandona
o Ordem à qual está temporariamente ligada, e, por um magnetismo
espiritual, é atraída para um Plano Superior com o qual se
mistura e se identifica.' (Jâmblico,
apud Robert
Ambelain).
'Uma
força oculta, adormecida pela queda, está latente no Homem.
Ela pode ser desperta pela Graça Divina ou pela arte da KaBaLa.'
(Jan Baptist van Helmont,
apud Robert
Ambelain).
O
Adepto age altruística e ocultamente para a melhoria dos interesses
superiores da coletividade. [Silêncio!].
Nomes
Divinos Palavras de Poder.
As
doutrinas místicas são inacessíveis à multidão.5
ATENÇÃO:
No Universo, há forças destrutoras e maléficas que
não devem ser postas em movimento nem devem ser dirigidas impunemente.
Por trás dos diabos e dos demônios das lendas, se dissimulam
correntes energéticas e conscientes que são, em potência,
para o homem, o que este é para o inseto.
IESOUSHOUAH
é um dos Nomes Divinos da Sephirah GeBURaH.
Estrela
de Cinco Ramos Escudo de Davi
Pentagrama Pitagórico
Símbolo de Saber e de
Conhecimento.
Selo
de Salomão (Símbolo da Tradição Salomônica)
Estrela de Seis Ramos
Hexagrama da Magia Medieval
Justiça Retributiva
Lei do Karma ou da Causa e do Efeito
Liberação pelo Amor. [Símbolo
Místico da G.'.L.'.B.'.].
Lei
do Perdão Arcano Reitor
do Cristianismo.
Fato
Histórico Ignorado: União do Sacerdócio de Israel e
da Maçonaria Operativa ou Companheirismo Judaico.
Shimon
bar Yochai [Discípulo
de Rabi Akiva e Rabino e KaBaLista
do século II): Depositário dos Arcanos Secretos
da Torá [Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio]
e Salvador da KaBaLa.
À
margem da Torá (ou versão oficial da Lei) [que
o povo hebreu trouxe da Antiga Babilônia, que, na realidade, veio
de muito mais longe], se desenvolve uma versão secreta,
esotérica, alma e razão de ser das Fraternidades Iniciáticas.6
Evolução
= Reinterpretação
+ Retificação.
[Reinterpretação
+ Retificação = Reintegração].
O
que era bom, antigamente, para uma vida pastoril, primitiva, não
é suficiente para reger a [Ascensão
para a] Vida.
Vinho
YaYN
SOD 70
Mistério. [Segredo]!
Cada
vez que se revela o sentido secreto de um texto religioso é sob uma
alegoria nova.
A
KaBaLa é a Doutrina Eterna, dissimulada sob todos os símbolos
e em todos os relatos lendários, simplesmente veiculada por tradições
vindas do fundo das idades. O esoterismo gnóstico-cristão
foi seu principal mensageiro.
O Zohar
[]
é o resumo exotérico de trinta séculos de
Misticismo Judaico.
Luz
KaBaLística —›
Fusão Judaico-cristã. Possuindo as Chaves da KaBaLa é
possível penetrar nos Mistérios dos dois Testamentos. Reconciliação
com e no Verbo Incriado!
KaBaListas
Mestres dos Mistérios
da Torá. A KaBaLa é, por assim dizer, uma oposição
à casuística talmúdica, uma forma de revolta da fé
contra a lei. Ela é o refúgio dos espíritos que não
se encontram cômodos nas malhas sutis e inextricáveis das leis
talmúdicas e no quadro estreito das fórmulas rituais, cultuais
e litúrgicas, buscando uma fonte de Água Viva.
'O
Infinito [Ilimitado]
é o Ser absolutamente perfeito-sem-lacuna. Pois, quando se diz que
há Nele uma força ilimitada, mas, não a força
a se limitar, se introduz uma lacuna em Sua plenitude. Por outro lado, se
diz que o Universo – que não é perfeito – provém
diretamente Dele, se declara que sua potência é imperfeita.
Pois bem, como não se pode atribuir nenhuma lacuna à Sua perfeição,
é preciso, necessariamente, admitir que o En-Sof [AIN
SOPh] tem o poder de limitar, e o dito poder
é Ele mesmo Ilimitado. Uma vez que este limite sai Dele em primeira
linha, são os Sephiroth [Obreiros
Divinos, Forças Energéticas Inteligentes]
que constituem, ao mesmo tempo, a potência de perfeição
e a potência de imperfeição.' [Ezra-Azriel
(Azriel of Gerona), apud Robert
Ambelain].
Ação
gradual dos Sephiroth:
A primeira potência é destinada a se manifestar onde preside
a Força Divina, a segunda é a Força dos anjos, a terceira
é Força profética, a quarta esparge a graça
entre as essências superiores, a quinta derrama o terror de sua força,
a sexta verte a piedade sobre as coisas inferiores, a sétima faz
crescer e fortifica a alma sensível em desenvolvimento, a oitava
produz a gradação sucessiva, a nona faz emanar a Força
de todas as outras, a décima é a via pela qual o conjunto
de todas as outras Forças se difundem no mundo inferior.
'Não
é suficiente para ser digno das grandes revelações
ser um homem de estudo. Antes de tudo, é necessário ser um
homem de fé. Não é suficiente conhecer a Bíblia,
a Mischnah e a Haggadah. Tudo isto é vão se não se
tem a fé, se não se aspira com confiança, no cansaço
do curso comum da vida, a sublime e misteriosa Merkabah.' [Ezra-Azriel
(Azriel of Gerona), apud Robert
Ambelain].7
Deus
é um, idêntico a Si-mesmo em todas as suas forças, como
a chama que brilha em variadas cores.8
O
primeiro homem foi criado andrógino. [Pensamento
de Nahmanide (Moshe ben Nahman Girondi), apud
Robert
Ambelain].
Para
Nahmanide, enquanto o homem dorme, o corpo limita a liberdade da alma sensível,
a alma sensível limita a liberdade da alma racional, a alma racional
limita a liberdade do anjo [o
Anjo Guardião]
etc. A alma, se sentido em má companhia com o corpo, rompe quando
pode este casamento. Antes mesmo do divórcio definitivo, ela tem
ausências passageiras, ela vai errar no céu, retoma contato
com suas irmãs, e, quando volta ao corpo, este toma consciência
de tudo o que ela viu. Daí, as visões do sonho.9
Mesmo
o Justo não é perfeito.
Há
dores que são produzidas para fazer a [personalidade-]alma
passar de potência a ato.10
O
Misticismo, para Nahmanide, longe de se aquartelar na busca pura, deve conduzir
rapidamente à conquista e ao domínio das Forças Cósmicas.
A
[obra medieval de KaBaLa
Prática] Sepher Raziel se apresenta como o estudo que
forneceu à KaBaLa
Prática e em geral à tradição
judaica seu arsenal mais rico em amuletos, talismãs, fórmulas
propiciatórias, fórmulas curativas, misturas mágicas,
filtros de amor e de ódio e petições.
As
Vias pelas quais se revelam as intenções verdadeiras e os
mistérios da Lei são em número de três: o Notarikon
[acrologia], a Gematria [evolução numérica] e o Ziruph
[permutação].
Segundo
Abraham ben Samuel Abulafia, a KaBaLa
compreende dois domínios: um concernente ao conhecimento de Deus
por meio dos dez Sephiroth, e o outro concernente ao conhecimento de Deus
por meio das vinte e duas letras que compõem os nomes e os signos
e que conduzem à aspiração profética.
Abraham
ben Samuel Abulafia: Combinações Aritméticas —›
União da [personalidade-]alma
racional com Deus.
Abraham
ben Samuel Abulafia:YHVH, YH e ALHIM [Elohim]
são os Três Nomes Sagrados [Santo,
Santo, Santo] que testemunham o Mistério da Trindade e
da Trindade na Unidade [Sabedoria, Inteligência e Ciência].
Deus
tem um Nome Uno, se fazendo notar Sua Substância Una, mas, que, entretanto,
é tríplice, todavia, sendo esta Trindade una.11
Os
Sephiroth estão no plano da Natureza Naturante. Especificam a emanação,
pelo Pensamento Divino, das condições de possibilidade para
a criação, a conservação e a perfeição
de toda realidade.12
KaBaLa
= KaBaLa Mística
+ KaBaLa Prática
—›
Mediação entre o Absoluto e o Relativo.13
Nomes
Divinos Expressões Imaginadas
dos Aspectos do Absoluto.
Somente
a percepção e a concepção do "Divino"
[em nós]
permitirão ao Homem conservar a Vida no seio do Caleidoscópio
Cósmico eternamente mutável e de vir a se tornar um Ser Imortal.
Divino
Conhecimento Chave do Eterno
Vir-a-ser.
Sephiroth
Emanações. Os
Sephiroth são a potência de ser de tudo o que é, de
tudo o que está sob o conceito do Número Puro. (Ezra-Azriel).
Os Sephiroth, quanto à essência, aderem a Causa
Primeira, mas, quanto a operação, são mediadores que
representam a Causa Primeira. (Moisés
de Córdoba). Os Sephiroth são as potencialidades
emanadas pelo Absoluto, AIN SOPh, e são todos, necessariamente, entidades
limitadas pela quantidade, que, como a vontade, sem mudar de natureza, diferencia
as coisas, que são
as possibilidades das coisas multiformes. Os Sephiroth são os intermediários
entre o Absoluto AIN SOPh [Natura
Naturans] e o mundo contingente [Natura
Naturata].
(Baruch Spinoza).
Para
o Ser, que é a Causa e o Governo de todas as coisas, compreendemos
o que é AIN SOPh, quer dizer um Ser Ilimitado, livre, absolutamente
idêntico a Si-mesmo, unido em-si, sem atributos, nem vontade, nem
intenção, nem desejo, nem pensamento, nem palavra, nem ação,
de tal sorte que estes atos dependem, de fato, uns dos outros. [Baruch
Spinoza, apud Robert Ambelain].
Se
a Causa Primeira do mundo é ilimitada e imanente, nada pode existir
fora Dela mesma. [Baruch
Spinoza, apud Robert Ambelain].
Os
Sephiroth, ao mesmo tempo receptivos e comunicativos, ainda que em íntima
conexão com AIN SOPh (consubstanciais com AIN SOPh) e constituam
um Todo Perfeito, em sua pluralidade são necessariamente imperfeitos.
Por
que existem dez Sephiroth? Porque todos os corpos têm dimensões,
e cada dimensão repete as três outras. Se aí acrescentarmos
o espaço, obteremos: (3 x 3) + 1 = 10. Logo, como os Sephiroth são
as potencialidades de tudo o que é, eles só podem ser em
número de dez. [Baruch
Spinoza, apud Robert Ambelain].
É
impossível ao Homem definir o que Deus não é.14
AIN
SOPh AUR Luz Vazia e sem Limites
(Divindade Negativa).
AIN
SOPh
Vazio Obscuro e Ilimitado (sem fim, um-em-si, sem atributo, sem vontade,
sem idéia, sem intenção, sem palavra, sem ação).
Entre
o que jamais foi, o que não é e o que não será
e o que sempre foi, é e será há uma "Passagem"
– o "Umbral" – e se chama KeTheR, a "Coroa de
Eternidade" [que,
como explicou Éliphas Lèvi, é
a Potência ou Coroa Suprema que repousa sobre a Sabedoria Imutável
(ChoKMaH)
e a Inteligência Criadora (BINaH)].
Sobre
as margens do último "Umbral", há o "horror
que não tem nome" – o "nada absoluto" anunciado
por Moisés Maimônides.15
O
Ilimitado é o Ser absolutamente perfeito sem lacuna. Pois, quando
se diz que há Nele uma força ilimitada, mas, não a
força para se limitar, se introduz uma lacuna em Sua plenitude. Por
outro lado, se dizemos que este Universo – que não é
perfeito – provém diretamente Dele, se declara que Sua potência
é imperfeita. Pois bem, como não se pode atribuir nenhuma
lacuna à Sua perfeição, é preciso, necessariamente,
admitir que o AIN SOPh tem o poder de se limitar, cujo poder é Ele
mesmo ilimitado. Uma vez saído Dele diretamente esse limite, esTes
são os Sephiroth que constituem ao mesmo tempo a potência de
perfeição e a potência de imperfeição.
Em efeito, quando eles recebem a plenitude superabundante que emana de Sua
perfeição, eles têm uma potência perfeita, mas,
quando o escoamento não lhes chega, eles têm uma potência
imperfeita. Eles tem, por conseqüência, o poder de agir ao mesmo
tempo de uma maneira perfeita e de uma maneira imperfeita. A perfeição
e a imperfeição fundamentam a variedade das coisas.
Tudo
o que nasce do azar não tem ordem fortalecida.16
Os
Sephiroth são a potência de ser de tudo o que [foi,]
é [e será],
de tudo o que é limitado, de tudo o que está sob o conceito
do Número.
Tudo
aquilo que é limitado se separa em uma substância e um lugar,
pois, não há substância sem lugar e não há
lugar sem a presença de uma substância.
Dez
e não nove; dez e não onze. Dez sem fim.
O
lugar existe por conseqüência da substância e que a substância
e o lugar constituem uma só e a mesma coisa.
A
Unidade é o fundamento de todos os números, e, conseqüentemente,
a multiplicidade sai da Unidade.
Emanação
Modo de prodigalizar sem nada
perder [diminuir].
Toda
coisa para ser perceptível deve ser limitada.
O
primeiro Sephiroth [KeTheR]
existe em Deus desde toda a eternidade, mas, somente "em potência".
Os
Ophanim desembaraçam o caos, os Aralim mantêm a forma da matéria
sutil, os Hasmalim asseguram a representação da efígie
dos corpos e das formas materiais, os Serafim produzem os elementos, os
Malachim produzem o reino mineral, os Elohim produzem o reino vegetal, os
Beni Elohim produzem o reino animal, os Querubim presidem a a criação
dos homens e os conduzem para a Vida Eterna e os Ischim dão aos homens
a inteligência e a compreensão das coisas divinas.17
O
Mal, como entidade pura, não existe. É a maior ou menor ausência
do Soberano Bem (a Essência Divina mais ou menos retirada de alguma
coisa) que dá a ilusão.18
A
Década Sagrada se encontra ainda na Mitologia Grega, com Apolo e
as Nove Musas, que são: Apolo [a Glória], Clio [a História],
Urânia [a Metafísica], Tália [a Comédia], Melpômene
[a Tragédia], Polímnia [a Eloqüência], Calíope
[a Epopéia], Erato [a Poesia Ligeira], Euterpe [a Música]
e Terpsícore [a Dança].
Unidade
—› Ternário
—› Setenário.
É na
ação do Verbo [Verbum
Dimissum Sempiternum et Inenarrabile] sobre
a Natureza Naturante [Natura
Naturans] que se concretiza a Criação
[Natura
Naturata].19
Continua...
Há
Um Tempo Para Tudo
Hoje,
o que todos somos
é
o que outrora nós fomos.
Mais
concertados? Talvez.
Cada
tempo tem sua vez.
Há
um tempo para tudo.
Tempo
de ser zé-teimudo,
tempo
de se reencontrar,
tempo
de se emancipar.
O
tempo? Não é Tempo!
E não
há o tal destempo.
Cada
ente-aí é proprietário
do seu
próprio abecedário.
______
Notas:
1. Este
Plano
Superior não
é um lugar fora de nós, em algum ponto de espaço, em
sei-lá-onde;
ele está em nosso próprio interior.
2. Acho
que isto não é bem assim, pois, por mais que nos purifiquemos,
jamais estaremos absolutamente puros para, dignamente, nos aproximarmos
da Divindade (o Deus de nossos Corações). Mas, esta Divindade,
Consolatrix et
Sapientissima, na verdade, não está preocupada,
digamos assim, se somos ou se estamos suficientemente puros ou não;
está, sim, atenta para as nossas intenções. O que regula
tudo no âmbito do Esoterismo Iniciático são as intenções
do postulante. Enfim, se formos esperar para estar suficientemente puros,
nunca faremos contato com o Deus de nossos Corações. E eu
acho que Ele sabe disto muito direitinho. E mais: a Divindade, em nosso
interior, jamais nos entregará ao Espírito
do Mal. Ora, como isto seria
possível? Eu,
que sou um liberal incorrigível e um magnânimo confesso,
não compreendo e não aceito isto de forma alguma.
3. Não
creio que a
KaBaLa seja a Via Iniciática Tradicional
do Ocidente Cristão, mas,
sim, uma das Vias Iniciáticas Tradicionais.
Agora, se considerarmos que, no fundo, tudo seja KaBaLa,
então...
4. Mas,
aqui, cuidado. E, todo cuidado é pouco, pois, tudo o que demais é
moléstia.
5. E,
aqui, vale a pena dizer que, mesmo que a multidão tenha acesso à
certas informações que os traidores divulgaram, quando muito,
conhecerá, apenas, a primeira página do Livro da Doutrina
Mística, desde sempre una e impenetrável sem a Iniciação.
É por isto que as traições não afetam o arcabouço
de uma Fraternidade Iniciática nem a própria integralidade
da Doutrina Mística; só comprometem os próprios traidores,
que padecerão muito até serem readmitidos no Caminho, isto
se forem admitidos novamente. O fato é que ninguém visitará
o Templo se não tiver a Chave, e o que os traidores divulgaram (particularmente,
hoje, pela Internet) não foi a Chave do Templo, pois, se A tivessem,
realmente, não A divulgariam. O que foi queimado, se foi queimado,
digamos assim, não tem qualquer valor. Você já havia
pensado nisto? Por outro lado, responda à esta pergunta: quem joga
no lixo um tesouro? Seja lá como for, neste caso, não cabe
o perdoai-os, pois,
não sabem o que fazem. Todos sabiam direitinho o que
estavam fazendo. E, como sabiam, a compensação será
mesmo muito dura. Enfim, até para dizer as palavras hebraicas Nekan,
Adonai! Chol-begoal! – Vingança, Senhor! Abominação
a todos! – ditas por Jacques De Molay (1244 – 1314), último
Grão-mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, no momento
do seu martírio, é preciso saber o porquê de dizê-las,
como dizê-las e em que situação dizê-las.
Cavaleiro
Templário
6. Em
tudo, sempre houve, há e haverá as linhas e as Entrelinhas.
As linhas, por assim dizer, mostram que há uma Porta; mas, para conhecer
a parte mais profunda e impenetrável da Coisa, é preciso ler
as Entrelinhas, isto é, atravessar a Porta. E assim, por exemplo,
o que significa o Número 142857? 142857 é o Período
da Dízima Periódica Simples resultante da divisão:
De todas
as formas possíveis, venho dizendo que cada Número (Número-deus)
é equivalente à uma Letra (Letra-deus),
que as Letras formam Sons (Mantras-deuses)
e que cada Mantra tem um poder e uma finalidade específica. Agora,
pense um pouquinho no Número 3,142857. G.'. ...
KaBaLa,
antes de tudo, é Número.
Um segundo
exemplo é uma sentença gnóstica do Evangelho (apócrifo)
de Felipe (que tem data de elaboração estimada entre
120 e 180 d.C.): A
LLuz e as trevas, a Vida e a morte, os da [Mão]
Direita e os da
[mão] esquerda são irmãos entre si, sendo
impossível separar uns dos outros. Por isto, nem os bons são
bons, nem os maus são maus, nem a vida é vida e nem a morte
é morte. Assim é que cada um virá a se dissolver [ser
entropizado] em
sua própria origem desde o princípio; mas, os que estão
além [das
coisas ilusivas] do
Mundo são indissolúveis [neguentrópicos]
e eternos [no e com o Um].
Simplesmente o que esta sentença (à qual interpolei
algumas explicações) quer ensinar é que somos todos
um. Mas, apesar de sermos um com todos, com tudo, no Todo e com o Todo-desde-sempre-Um
– individualmente, somos uma personalidade-alma diferenciada (indiferenciada
da e na Alma Cósmica). Contudo, só não sofreremos os
efeitos entrópicos da Entropia Universal e não seremos reciclados,
se Nascermos para a Eternidade – para e na LLuz.
Portanto, por mais admoestadora e paradoxal que a sentença do Evangelho
de Felipe possa aparentar e se apresentar, no que concerne à
manutenência individual do ser-aí como personalidade-alma-ser-aí,
a eternidade não existe como eternidade absoluta; ela precisa ser
conquistada diuturnamente e indescançavelmente pelo esforço
e pelo mérito. Ninguém reencarna sem merecer reencarnar; ninguém
continua sem ser digno de continuar. O Universo não derrama um milésimo
de lágrima pelos que escorregam, caem, afundam, chafurdam e não
se levantam, cujo destino, por fim, é o buraco negro da entropização.
Isto pode ser duro de ser lido, mas, é assim que é, e é
assim que as Entrelinhas do Evangelho de Felipe devem ser compreendidas.
Ternura, caridade e misericórdia não significam endossamento,
solidariedade e compactuamento com abrutamento cruel e irreversível.
Precisamos ter em mente que ninguém reencarna até fazer calo
na personalidade-alma. Já disse e repetirei: reencarnação
é sinônimo de mérito. E mérito é Ora
et Labora, Solve
et Coagula, Correção-Retificação
e Transmutação-Retransmutação
permanentes, incansáveis e intermináveis. VITRIOLVM:
Visita Interiora Terræ Rectificando Invenies Occultum Lapidem –
Veram [Vniversalis]
Medicinam.
7. Merkabah
é uma tradição mística da KaBaLa
que retrata o Merkabah
ou Trono ou Carro de Deus, que podia subir ou descer através de diferentes
câmaras ou palácios celestiais conhecidos como Hekhalot
– o último deles revelava a Divina Glória de Deus. Durante
o período do Segundo Templo, a Visão de Ezequiel foi interpretada
com um vôo místico para o céu, e os Místicos
KaBaListas
desenvolveram uma técnica para usar o símbolo do Merkabah
como ponto focal de meditação. O místico faria uma
viagem interior para os sete palácios e usaria os nomes mágicos
secretos para garantir uma passagem segura por cada um deles. Até
bem recentemente, estes procedimentos e fórmulas místicas
só eram conhecidos pelos estudiosos da KaBaLa.
Contudo, os textos relevantes do Hekhalot
Maior – o principal trabalho dos místicos do Merkabah
– foram publicados em inglês no importante livro intitulado
Meditation and Kabbalah (1982), de autoria de Aryeh Kaplan.
8. Se
quisermos admitir que isto é assim, tudo bem, mas, devemos considerar,
paralelamente a este entendimento, que, em nosso interior, brilha uma Chama,
de uma determinada cor, deste mesmo Deus.
9. Observe
que os conceitos Esotérico-iniciáticos das diversas Tradições
são muito semelhantes (KabaLa
e ShOPhIa
Gnóstica, Doutrina dos Sephiroth
e Doutrina do Pleroma – totalidade dos Poderes Divinos), mas, quando
são absorvidos ou transpostos para as diversas religiões,
com elas se tornam inconciliáveis e acabam se transformando em monstrenguinhos
assustadores carecas com mil olhos.
10.
Já tive ocasião de explicar que as três formas de aprendizado
são: 1ª) pela dor (sofrimento); 2ª) pelo amor (solidariedade);
e 3ª) pela compreensão (libertação). Mas, estes
planos, patamares ou degraus de evolução (reintegração)
não são ou estão isolados, estanques, impermeáveis.
Entretanto, à medida que a compreensão vai prevalecendo e
se impondo, a dor diminui e o amor se converte em justiça imparcial.
Logo, a bondade amorosa dos homens santos e dos ascetas é um estágio
passível de melhoramento e de aperfeiçoamento, e não
ser motivo de imitação conclusiva ou definitiva. Mas, não
esqueçamos: a compreensão é eternamente assintótica.
Neste processo, quem dorme perde o Bonde da História.
11.
Penso que não erraremos se admitirmos este Nome
Uno
de Deus
como sendo o Verbum
Dimissum Sempiternum et Inenarrabile.
12.
Devemos entender criação
como mudança-transformação, isto é, modificação
de um estado vibratório em outro, pois, se para o Ser nunca houve
começo, a criação como processo puramente generativo
não pode acontecer. (Do nada —› nada).
13.
Formulo a seguinte questão para reflexão: se tudo é
um, o que é Absoluto e o que é relativo? Bem, podemos entender
por coisa relativa a Coisa Absoluta que ainda não tem consciência
de que é Absoluta. Somos relativos porque ainda não realizamos,
em nós, a Absolutividade Cósmica. E assim, a ilusão
é relativa e a Verdade é Absoluta. Simples assim. Mas, como
a Verdade, como Coisa Absoluta, é um processo, caímos no conceito
de assíntota, discutido na nota 10.
14.
Bem, Deus não é o que Ele é (ou é o que Ele
não é), mas, o que Ele é (ou não é) não
pode ser concebido simplesmente com a (des)razão, que, geralmente,
costuma transferir para a Divindade categorias puramente humanas, do tipo:
onipotência, primeiro motor, onissapiência, causa primeira,
onividência, necessidade insubstituível, ser oniparente, perfeição
absoluta, onibenevolência, inteligência ordenadora e mais o
que quisermos acrescentar. Então, tentar provar a existência
de Deus, Seus atributos et
cetera e tal, seja lá do jeito que for, é, ao
mesmo tempo, um exercício estéril e inútil. Na verdade,
não devemos nos preocupar sequer com a existência ou com a
inexistência de Deus, porque isto não leva absolutamente a
lugar algum. Se pudermos, devemos, sim, tentar descobrir em nós –
categoricamente – o Deus de nossos Corações, porque
este é o único Deus que poderá, de alguma forma, nos
interessar, já que somos todos seres-no-mundo imperfeitos
em permanente busca e peregrinação rumo à inatingível
perfeição. Seja como for, Anselmo de Cantuária (1033
– 1109), fundador do escolasticismo, propôs: 1º) existe
na mente de todos os homens a idéia de um Ser que não se pode
pensar outro maior; 2º) existir só na mente é menos perfeito
do que existir na mente e também na realidade (a existência
é uma das qualidades da perfeição); 3º) se o ser
maior do que o qual não se pode pensar outro só existisse
na mente seria menor do que qualquer outro que também existisse na
realidade; 4º) logo, o ser do qual não se pode pensar outro
maior deve existir também na realidade (existência real necessária),
e assim, se conclui que Deus existe e que este ser é o mais perfeito
de todos. Entre outros, apoiaram e defenderam estas teses, com argumentos
distintos, São Boaventura, Duns Scoto, Descartes, Leibniz, Hegel,
Isaac Newton (quando citou a mecânica celeste ou gravitação
universal), Karl Bath, N. Malcom. Rejeitaram este argumento ontológico
David Hume, Immanuel Kant e Tomás de Aquino (1225 – 1274).
Tomás de Aquino propôs: 1º) é necessário
que haja uma Causa Primeira Eficiente (Primeiro Motor) que por ninguém
tenha sido causada; 2º) é preciso que haja um Ser Necessário
(algo necessário por si mesmo) que fundamente a existência
dos seres contingentes, e que não tenha a sua existência fundamentada
em nenhum outro ser (Causa Primeira); 3º) o Universo está ontologicamente
hierarquizado, logo, deve existir um Ser que seja o detentor do máximo
de perfeição (Ser Perfeito) e que seja a Causa da Perfeição
dos demais seres; 4º) toda ordem é fruto de uma inteligência,
logo, há um Ser Inteligente (Inteligência Ordenadora) que dispôs
(e dispõe) o Universo em forma ordenada, pois, a ordem não
vem do caos nem do acaso. Se você observar cuidadosamente estes argumentos
de Tomás, verá que, como eu afirmei mais acima, todos eles
estão alicerçados em categorias puramente humanas transferidas
para uma presumida Divindade (fora de nós), que Tomás viveu
e morreu acreditando que existe. Eu poderia tentar fazer uma análise
detalhada destas reflexões teológicas, mas, aqui, não
é o momento. Entretanto, veja bem, quando Anselmo de Cantuária
diz que existe na mente de todos os homens a idéia de um Ser que
não se pode pensar outro maior, como ele pode saber o que se passa
na mente de todos os homens? E o que maior e o que é menor? Enfim,
este é um dos gravíssimos problemas do ser humano: as pessoas
costumam achar que as suas verdades são as verdades de todos, que
servem para todos e que, por isto, todos devem adotá-las. A inquisição
matou muita gente por causa disto, e muita gente, ainda hoje, continua a
matar por causa disto. É, mais ou menos, como aquela estória
da boa mãe que está com frio e obriga o filho a usar um casaco,
ou daqueles que pensam que os que não fazem parte do povo escolhido
por deus irão virar pedra de gelo no inferno. Epílogo: a preguiça
mística, o preconceito e o deixa-pra-lá
farão com que a ignorância só seja percebida e confrontada
depois da morte, e, aí, o zé-minhoca, primo do joca, haverá
de ver o pau cantar na casa de noca.
—
Dê
um tempo, seu Madureira;
domingo
é dia de fazer a feira.
—
Que feira nada.
É dia de missa.
Devemos
festejar a vinda de Issa!
15.
Como o nada não existe, este "nada
absoluto" anunciado por Moisés Maimônides,
obrigatoriamente, é alguma coisa, já que o próprio
processo entrópico não remete a coisa entropizada a um inexistente
nada, mas, digerida, digamos assim, é retornada à Sempre-existência.
A Sempre-existência é o que sempre foi; logo, Nela, não
há buracos nem acréscimos. A coisa manifestada que, por um
motivo ou por outro, não tem condições de continuar
se manifestando como coisa individualizada, por meio de um processo de dissolução-desagregação
entrópica, retorna à Sempre-existência, para, de uma
forma ou de outra, (re)voltar a existir. E assim, como este retornar a existir
começa do zero, não há karma
a ser compensado nem lembrança
presente das coisas passadas, como diria Santo Agostinho de
Hipona (354 – 430). Tente elaborar melhor esta explicação
que acabei de dar porque nem eu sei se é exatamente assim que acontece,
muito menos o tempo de duração deste decurso. Seja como for,
uma coisa é certa: o joio não pode atrapalhar nem obstaculizar
o desabrochamento do trigo.
16.
Nascer do azar
é equivalente a porventura, por hipótese, acaso, por acaso,
imprevisibilidade, casualidade, eventualidade, fortuitidade etc., e isto
não existe no Universo. Definitivamente, para tudo há uma
causa. O que normalmente ocorre é que nós desconhecemos as
causas motivadoras que dão origem às coisas (efeitos), e,
muitas vezes, confundimos causa com efeito e efeito com causa. Um exemplo
disto são as guerras, que, por mais dolorosas que sejam, sempre são
efeitos (cumprimentos cármicos), nunca causas. Então, quando
se diz que a causa de tal guerra foi isto ou aquilo estamos relativizando
e minimizando o que não deve ser relativizado e minimizado, ainda
que qualquer guerra seja mesmo um horror. Assim, dizer que o que catalisou
a Primeira Grande Guerra foi o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro,
o arquiduque Francisco Fernando da Áustria (1863 – 1914), em
Sarajevo, na Bósnia, em 28 de junho de 1914, por Gavrilo Princip
(1894 – 1918), um estudante sérvio-bósnio e membro da
Jovem Bósnia, não é absolutamente correto, pois, além
de o arquiduque Francisco Fernando não ter sido o tipo de personalidade
que comandava a popularidade e de sua morte não ter lançado
o império em profundo luto, houve, certamente, razões cósmicas
retributivas que a razão-filosofia humana desconhece. Na animação
abaixo, o que é causa e o que é efeito?
17.
Aqui não há erro de concordância nominal ou verbal,
pois, a terminação IM
indica caráter plural.
18,
Como a Essência Divina poderia ser ou estar retirada de alguma coisa?
Isto contrariaria o princípio de que somos todos um. A Essência
Divina não está nem mais nem menos retirada de nada. A percepção-realização
desta Essência Divina é que varia de ente para ente. Não
há um único microponto do Universo em que haja modificação
na (ou da) intensidade da Essência Divina. Nem nos quintos dos infernos
ela é menor ou menos intensa. Admitir que haja variação
na intensidade da Essência Divina é presumir que existam pontos
no (ou do) Universo privilegiados ou banalizados em relação
a outros, o que é um sesquipedalíssimo e jumentíssimo
absurdo.
19. Aqui está um
tremendo busílis, porque criação, no sentido que a ela
é ordinariamente dado ou emprestado, não existe. Na verdade,
nada é criado e nada é destruído; tudo é transformado
(transmutado, reciclado). Se, em qualquer texto filosófico ou esotérico,
mentalmente, você trocar a palavra criação por transformação
ou transmutação, em primeiro lugar, não errará,
e, em segundo lugar, lerá a matéria com mais facilidade e fidedignidade.
Aqueles que usam a palavra-conceito criação, na realidade, não
se desligaram da idéia de um deus barbudo absoluto, onipotente e transcendente,
sentado em um trono, que faz o que quer (se o aprouver), se quer (se o deleitar),
quando quer (se o contentar) e como quer (se o satisfizer), o que não
deixa de ser, como já comentei mais acima, transferir para uma divindade
idealizada nos porões da nossa ingênua ignorância categorias
puramente humanas. Reconheço que este é um problema de difícil
solução, pois, como poderemos definir algo que não conhecemos
sem utilizar categorias humanas? Penso que só haja uma possibilidade:
não definir nada. Por favor, releia a nota 15.
Páginas
da Internet consultadas:
http://animated-gifs.gifmania.co.il/Animations-Animated-
Letters/Animated-Gifs-Alphabet/Images-Letters-Z/index4.htm
http://toons.artie.com/alphabet/ralph/arg-a-50-trans.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/
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http://frankvcarvalho.blogspot.com.br/2011/
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia_de_Deus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Argumento_cartesiano_para_a_
exist%C3%AAncia_de_deus#Argumento_ontol.C3.B3gico
http://designyoutrust.com/2011/01/
3d-animated-gif-showcase/
http://gifpeanutbutter.tumblr.com/post/11956078
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http://hollowplanet.blogspot.com.br/2011/08/
rosicrucian-inner-earth-mystery-of.html
http://alchimiadellacoppia.com/
gallery/solve-et-coagula/
http://www.clker.com/
clipart-madison-s-water-drop.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Jac%C3%B3_de_Molay
http://cavaleirostemplariosdobrasil.
blogspot.com.br/2013_10_01_archive.html
http://www.deldebbio.com.br/2010
/03/18/a-morte-de-jacques-demolay/
http://www.netanimations.net/Skeletons_Skulls
_Bones_Skeletal_Body_Part_Animations.htm
http://www.layoutsparks.com/pictures/thunder-1
http://disney.wikia.com/wiki/File:March_hare.gif
http://www.netanimations.net/Cute-little
-pussycats-doing-funny-things.htm
http://paxprofundis.org/livros/saint/martin.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Ambelain
http://www.hermanubis.com.br/LivrosVirtuais.htm
Música
de fundo:
Música
KaBaLística
para o Shabbat
Composição e interpretação: Oren Levi
Fonte:
http://www.kabbalah.info/engkab/
kabbalah-music/music-inspired-by-kabbalah
Direitos
autorais:
As animações,
as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo)
neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a
quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las,
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