José
Alencar Gomes da Silva é casado com a Senhora Mariza Campos Gomes
da Silva e tem três filhos: Josué Christiano, Maria da Graça
e Patrícia.
Eugen
Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de fevereiro de 1898 – Berlim,
14 de agosto de 1956), certa vez, disse: há
homens que lutam um dia, e são bons; há outros que lutam muitos
dias, e são muito bons; há homens que lutam muitos anos, e
são melhores. Mas há os que lutam toda a vida; esses são
os imprescindíveis! José Alencar é um desses
imprescindíveis.
Reflexões e Pensamentos Alencarinos
Eu
tenho uma marca na minha vida: não tenho medo da morte. O que eu
não quero é vida que não possa ser objeto de orgulho.
Emocionado
ao dizer que não tem medo da morte: ... não se
sabe o que vem depois dela. Se for para encontrar o papai e a mamãe,
eu quero morrer agora. A esperança de encontrar pessoas queridas
é um alento muito grande e uma grande razão para não
ter medo do momento da morte.
Sou
de família católica, mas nunca fui de ir à missa. Nem
agora faço isso. Quando a coisa aperta, rezo o Pai-nosso. Ultimamente,
tenho rezado umas duas, três vezes ao dia.
Por
exemplo, nesse meu caso de saúde, há muitas pessoas que não
pronunciam a palavra câncer. Eu penso que devemos acabar com esse
preconceito e falar de câncer, discutir o câncer porque nós
podemos vencer o câncer... Todos sabem que o diagnóstico precoce
é o fator principal para se combater o câncer.
Sinto
a obrigação de ser absolutamente transparente quando me refiro
à doença em público – ninguém tem nada
a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer
do vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não
se pertence.
Desconheço o sentimento da
angústia. Nunca tive isso. Desde pequeno sou assim, e não
é a doença que vai mudar isso.
Quando
fiz uma operação que durou 18 horas, ouvi muita gente falando:
‘É muita coragem’. Mas que coragem? Se o médico
disse que eu tenho que operar, eu opero e acabou.
O desespero não ajuda.
Eu
passei por quinze cirurgias... Eu cheguei a sancionar lei da UTI. Eu não
parei de trabalhar.
Quando
eu ficar curado vou merecer até diploma de oncologista.
Eu
não tenho medo da morte, eu já falei isso. Tenho certeza que
vou morrer um dia, todos nós temos. Mas se Deus quiser me levar agora
não precisa de câncer para isso. Se não quiser que eu
vá, não há câncer que me leve e tudo indica que
Ele não quer me levar agora.
Não tenho medo da morte porque
não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte
é melhor ou pior. Eu não quero viver nenhum dia que não
possa ser objeto de orgulho. Peço a Deus que não me dê
nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar Dele.
Como
cristão, não colocaria em minha plataforma política
a defesa da união civil de pessoas do mesmo sexo, por considerar
o homossexualismo uma forma de violência à natureza humana.
O
Estado é um péssimo administrador... O Estado quebrou vários
bancos públicos em uma época em que o que mais dinheiro deu
no Brasil foi banco.
Quando
soube da diminuição de seus tumores: Não
sabia se deveria contar a todos a boa notícia. Pensei que, sabendo
que eu ainda posso viver mais um pouco, o pessoal iria parar de falar tão
bem de mim.
Se
alguém defende meu nome por causa de dinheiro para campanha, peço
que me esqueçam. Me exauri nas campanhas.
Golpe
de falso seqüestro: Eu estava sozinho, em casa, e atendi
um cidadão dizendo que havia seqüestrado minha filha. Ele a
colocou no telefone, ela chorou e disse:
—
Papai, eu fui assaltada.
E eu tinha absoluta segurança de que era ela, pela voz. Então,
eu dialoguei com o camarada por algum tempo, com paciência, e no fim
acabou tudo bem. Alencar contou que o interlocutor lhe pediu R$ 50 mil e
que travou o seguinte diálogo com o suposto seqüestrador:
Eu
disse para ele: — eu não tenho nada aqui, eu estou no Rio,
eu não tenho dinheiro aqui.
— Não tem jóia?
Eu disse: — não tem jóia.
—
Mas sua mulher não tem jóia?
—
Não tem jóia; ela não usa jóia.
—
Qual é a atividade do senhor?
Eu disse: — eu sou vice-presidente da República.
Ele disse assim: — O quê?
—
Eu sou o vice-presidente da República.
—
Qual é o nome do senhor?
—
José Alencar Gomes da Silva.
E nisso chegou o meu pessoal, a Marisa e as meninas. Elas ligaram para a
Maria da Graça, minha filha. Ela estava em casa; tudo bem.1
Os
partidos políticos, como componentes do poder político nacional,
não se fazem no curto prazo; os partidos se fazem com trabalho, com
dedicação, e também com comportamento correto, para
que eles comecem a ganhar a confiança nacional.
O Partido Republicano Brasileiro
(PRB) tem compromisso com o trabalho, a dedicação, a probidade
e o exemplo de honradez.
Quando se fala hoje em Economia de
Mercado, há que se acrescentar responsável.
A simples reprodução
do conhecimento não é a principal atribuição
da universidade, que deve ter o ser humano como questão primordial,
para evitar o distanciamento da realidade social em que está inserida.
As
lições da vida pública são muitas. A gente aprende
todo dia na vida pública. Agora, eu poderia dizer que uma das mais
importantes lições é a convicção, a consciência
de que o trabalho honrado pode nos levar a um novo tempo no Brasil. Porque
hoje a grande preocupação reside no fato de que alguns homens
públicos não têm contribuído para a respeitabilidade
da categoria. Claro que isso é uma minoria. Felizmente, a grande
maioria é constituída de gente séria, gente boa, mas
o ideal é que todos estivessem firmes no propósito de merecer
uma eleição. O Brasil precisa disso. E o Brasil passará
a ser outro país.
Eu
não sei se eu poderia passar algum ensinamento para os jovens brasileiros.
O que eu poderia dizer é que, como diziam os antigos de Minas, fora
da lei não há salvação. Vamos procurar realizar
o nosso trabalho rigorosamente obedecendo às leis. É muito
mais fácil crescer dentro da lei do que à margem dela, o que
pode nos levar à perdição. O que eu tenho recebido
como ensinamento é que vale a pena obedecer rigorosamente às
normas, não só éticas mas também às morais,
as normas comportamentais. A vida pública é uma doação.
Ninguém precisa pensar que vai ser feliz ingressando na política
para se servir. Tem que ter a consciência absolutamente segura de
que está ali para servir, e não para se servir.
A
principal característica do comportamento republicano é justamente
esse compromisso sério com a Democracia, com o respeito, com a causa
pública. A República – a 'res publica'.2
Nós estamos prestando um serviço à República.
O comportamento tem que ser aquele capaz de colocar a República como
fim, não como meio para vantagens subalternas. Ser republicano é
respeitar a República.
O
Rio é o berço da República, foi a capital da República
durante muitos anos e pertence a cada brasileiro. Em Minas, nos acostumamos
desde cedo a trabalhar, ganhar uns trocados e vir gastar no Rio. Costumava
me hospedar num hotel antigo chamado Vera Cruz, na Rua Pedro I. Esse hotel,
de tão comprido que era, ia da Rua Pedro I até o Largo da
Carioca. Depois o hotel foi demolido e, no lugar, construíram o Hotel
Presidente.
Tenho
uma familiaridade grande com o centro do Rio, onde não existia nenhuma
violência. Foram muitas as vezes que voltei do teatro, do cinema,
meia-noite ou mais, na Cinelândia, passando pelo terminal de bonde
na Lapa. Parava para comer no Spaghettilândia, pagava 15 “pratas”
por um espaguete à bolonhesa e descia pela Rua do Lavradio, Rua dos
Inválidos e Rua do Senado. Ali havia becos e nunca me passou pela
cabeça que pudesse haver qualquer assalto; e nunca houve. O Rio teimava
pela paz, pelo respeito e era importante não só pelas praias,
mas pelas tradições políticas e culturais que estavam
reunidas no Centro. Houve um momento em que o Palácio Monroe, peça
histórica da Cidade, em frente ao Teatro Municipal, foi demolido.
Aquilo doeu para todos nós, pois não aceitávamos o
fim do Palácio. Provavelmente se não tivessem demolido o Monroe,
nós não estaríamos vendo hoje uma tentativa de demolição
do Senado em Brasília. Enfim, freqüentei muito o Rio, que era
uma cidade realmente maravilhosa e continua sendo. Há até
uma música que diz: O Rio de Janeiro continua sendo. Continua lindo,
e concordo.
A
Democracia é um péssimo regime; só que não há
outro melhor. (Winston Churchill,
apud José Alencar).
É
preciso que tenhamos condições de fazer transporte
moderno e econômico, construir núcleos residenciais que acolham
as pessoas que vivem em favelas, com educação, saúde
e tudo que uma família necessita. As favelas não são
culpadas por isso que vem acontecendo no Rio. A esmagadora maioria dos moradores
da favela é constituída de gente boa.
O Rio exerce esse poder de liderança:
ainda que não seja mais a capital da República, o que acontece
no Rio reflete no Brasil.
Lembro-me que, na época da
guerra, os fazendeiros iam para minha casa, à noite, para ouvir meu
pai ler o Correio da Manhã, sob a luz do lampião... Naquele
tempo não havia rádio nem luz elétrica.
Há certo equívoco quando
se separa a empresa das questões de interesse público. Sempre
considerei a empresa como um bem da comunidade. A empresa é uma fração
da Economia e a força econômica de qualquer país é
representada por quatro componentes básicos: setor primário,
setor secundário, setor terciário e infra-estrutura. São
as empresas que representam esses quatro segmentos da Economia; empresas
minúsculas, pequenas, médias, estatais e privadas. A PETROBRAS,
por exemplo, é uma fração gigantesca da Economia, já
a pastelaria da esquina é uma fração minúscula
da Economia. Nós queremos uma Economia próspera, forte, independente,
para que se alcancem os objetivos sociais e o objetivo maior: o bem comum.
Como ter uma Economia forte, próspera e independente se nós
condenamos o lucro? Como uma empresa pode ser forte, próspera e independente
se não der lucro? Se der prejuízo? É preciso que nós,
ao aceitarmos a idéia de que a empresa pertence à comunidade,
compreendamos a razão pela qual o empresário vive mais pela
empresa do que dela. O empresário se realiza com o sucesso e progresso
da empresa, com seu engrandecimento, e este engrandecimento significa o
engrandecimento de uma fraçãozinha da Economia nacional...
A empresa é um bem da comunidade e em vez de abominar o lucro, iremos
aplaudi-lo. Só assim chegaremos a uma Economia capaz de proporcionar
o bem comum. As grandes empresas, prósperas e fortes pagam melhor
e têm uma preocupação com a educação dos
filhos dos operários. Mas, independentemente disso, as empresas que
são prósperas estão colaborando para a prosperidade
da Economia do país. Isso é o óbvio, mas é preciso
que o óbvio seja trazido à tona para discussão.
Lição
paterna: — Meu filho, cuidado com quem você vai andar.
E outra coisa: lembra-se sempre que o importante na vida é poder
voltar.
No
Brasil, o profissional que acaba de se formar encontra dificuldade de se
colocar no mercado. É preciso orientar e dar independência
ao jovem profissional.
O
Brasil vai bem, apesar da política monetária; não graças
à política monetária.
Eu
não tenho medo da morte. Eu tenho medo da desonra. Porque o homem
honrado, especialmente o homem que milita na vida pública, não
morre nunca. Agora, se ele for um camarada desonrado, ele morre em vida.
O trabalho é uma coisa muito
boa. Eu nunca parei.
De vez em quando me acontece um certo
complexo de culpa.3
Porque eu sou vice-presidente da República e as pessoas não
têm, de um modo geral, esse tratamento que eu tenho tido. Será
que nós não podemos fazer isso para todo mundo, meu Deus?
Provavelmente,
uma das razões pelas as quais o Presidente Lula me convidou para
ser o vice foi que eu não era doutor. Se eu fosse doutor, ele já
ficava na inferioridade. Assim, a gente ficava mais ou menos empatado. Como
ele fala: 'Nós dois analfabetos'.4
Se
os doutores chegassem e dissessem que eu estou definitivamente curado, tomaria
um gole para comemorar.
Todas
as pessoas do Rio podem votar em Minas porque o Rio é uma das melhores
coisas que Minas possui no
coração.
Eu
sempre digo: eu e o Lula somos duas lideranças sindicais. Ele, liderança
sindical dos trabalhadores; eu, liderança sindical dos empregadores.
O Lula é do interior de Pernambuco
e veio para o Sul muito cedo, passando por muitas dificuldades. Eu saí
da casa de meu pai aos 13 anos e, é claro, isso pode ter alguma semelhança.
Agora, a minha vida é muito mais modesta.
Taxas
de juros brasileiras: Já gastamos, até agora, em
oito anos de Governo, quase R$ 1,2 trilhão.
A Ministra Dilma é um nome
capaz de atender a qualquer cargo. Tem também uma sensibilidade social
muito grande... É natural que haja quem prossiga o trabalho que Lula
iniciou, especialmente Dilma... Como chefe da Casa Civil, que é como
se fosse uma superintendência, ela está a par de tudo e está
preparada para dar continuidade a todos esses programas que o Brasil precisa.
Para
assumir a Vice-presidência da República, eu saí de todas
as empresas... Eu não pertenço a nada...
Um
ídolo, na vida política, é o Lula, sem dúvida
alguma; são raros os brasileiros que têm as qualidades do Lula.
Nós somos amigos, com muita honra para mim.
As
altas taxas de juros têm se constituído em um entrave terrível
ao crescimento econômico e um obstáculo incontornável
para a geração de novos empregos e a recuperação
da renda do trabalho, no Brasil.
A
humildade é a mais importante de todas as virtudes, tão importante
que sem ela não há virtude que o seja.
(Miguel de Cervantes, apud José Alencar).
A
todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade.
O sofrimento é enriquecedor.
A
morte consciente é melhor do que a morte repentina. Ela nos dá
a oportunidade de refletir.
Estou preparado para a morte como
nunca estive nos últimos tempos. A morte, para mim, hoje, seria um
prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor. Isto não significa
que eu tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um princípio
cristão, inclusive. Vivo, dia após dia, de forma plena. Até
porque nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia
da morte de seu paciente. Isto cabe a Deus, exclusivamente.
Eu
digo que o prestígio do presidente Lula junto às classes produtoras
sérias do Brasil é muito grande. Eu digo que, hoje, os produtores
são intransigentes a favor do Lula.
Não importa a cor do gato;
o que importa é que ele cace o rato. (Den
Xiaoping). Não importa a coloração ideológica;
o que importa é o bem comum. (Tradução
dos cientistas políticos). Apud
José Alencar.
Na
política externa, destaco o fato de fazer crescer o prestígio
do Brasil no conceito das nações. Hoje, o Brasil senta à
mesa. Essa luta para entrar como membro permanente no Conselho de Segurança
da ONU vai acontecer porque a respeitabilidade conquistada pelo Brasil é
muito grande.
Estamos convivendo com uma política
monetária, na minha opinião, equivocada. Não estou
falando da política econômica como um todo, estou falando da
política monetária. Refiro-me à taxa de juros, ao custo
a que nos leva à rubrica representativa dos juros com que nós
rolamos nossa dívida. Nós vamos gastar, em oito anos, coisa
parecida como R$ 1,3 trilhão de juros, quando nós podíamos
gastar a metade, e teríamos economizado R$ 600 bilhões. Se
considerar a parcela do Governo Federal do PAC, que é de R$ 60 bilhões,
seriam 10 PACs... O Lula tem o estilo dele, mas a responsabilidade maior
é dele, porque ele é que é o Presidente. E o Lula tem
um modo de ser que eu respeito. Ele, por exemplo, é muito bem orientado
pela equipe de assessores que tem. Ele sabe que o José Alencar não
é economista. Ele também não é, então
ele tem que se valer da orientação daqueles que estão
em condições do ponto de vista acadêmico, do ponto de
vista de conhecimento teórico ou mesmo prático da Economia.
Então, o que estou falando é que aceito contestação,
mas é preciso que haja contestação capaz de me convencer,
e, por enquanto, não houve. Pois bem: a taxa de juros alta inibe
também os investimentos porque você não vai investir
em uma atividade produtiva, se essa atividade não remunerar o custo
de Capital. O Capital é apenas um dos fatores de produção.
Então eu vejo o Lula dizendo: — Vamos comprar, vamos gerar
emprego, vamos investir. E a política monetária agindo diametralmente
de forma oposta.
Diante da crise, o estímulo
ao consumo por meio de desonerações, como a do IPI, são
medidas pontuais. Eu não gosto muito dessas medidas porque elas acabam
levando a uma dose de subjetividade. Você pega, por exemplo, e diz:
vamos reduzir o IPI da indústria automobilística. Então,
vem outro e diz: vamos reduzir também o
IPI da
indústria de bicicletas.
Precisamos de uma reforma tributária
capaz de corrigir todas essas discrepâncias que prejudicam alguma
coisa da Economia.
A
reforma política é ampla, e é uma missão difícil,
porque cada um tem a sua reforma na cabeça. Alguns pugnam pela Constituinte,
uma Constituinte exclusiva. Eu acho que existem muitos pontos que são
importantes, e uns dependem dos outros. Por exemplo: nós queremos
o financiamento público de campanha porque assim o tratamento será
igual para todos. Para que isto aconteça, é preciso que todos
compreendam que a contribuição, para efeito de campanha eleitoral,
será destinada ao Partido, e não ao candidato. Então,
para o caso de eleições proporcionais, a lista será
fechada. É preciso que todos passem a acreditar e respeitar os partidos
para que isto possa se realizar.
É preciso um povo sadio para
se ter uma nação forte e respeitada pelos outros países,
que ocupe com dignidade seu lugar no mundo.
Aqueles
que condenam a política social do Governo Lula como assistencialista,
e condenam a existência dela, nem pensam na sorte e na vida dessas
famílias. O que o Governo
está fazendo é dar uma demonstração de sensibilidade
com relação aos mais pobres e aos muito pobres. Paralelamente,
o Brasil se organiza para crescer, como já está acontecendo,
e gerar empregos para todos, inclusive para esses.
É
preciso muitos recursos, mais recursos, para a educação
e a saúde. A educação no Brasil conta hoje, por exemplo,
com uma proliferação de universidades por toda parte. Isso
é bom. Mas, por exemplo, é preciso que os advogados saiam
dessas escolas superiores sabendo português. Do contrário,
eles não conseguem nem registro na OAB para atuar como advogados.
Para isso, é preciso que se fortaleça o ensino básico.
É fundamental que se cuide melhor dos primeiros doze anos da escola.
É preciso também que haja investimentos no técnico,
porque nem todos desejam exercer atividades de nível superior. Alguns
querem exercer atividades de trabalho, até manual. Por isso, o Governo
está empenhado no trabalho para a instalação das escolas
técnicas federais em todas as cidades-pólo. Isto é
de uma importância muito grande para o País, porque vai preparar
aquilo que nós possuímos de melhor, que é a força
de trabalho. Então, vamos formar, preparar essa força de trabalho,
não só no ensino médio, como também no ensino
superior. Ambos, porém, embasados nos nove anos primorosos. Esses
nove anos primorosos são essenciais.
Acho
que esse saldo de inflação que tem aí, tem duas razões
básicas, na minha opinião. A primeira delas é a força
inercial de uma inflação por longo tempo no Brasil. O outro
fator é que aquela inflação trouxe a chamada correção
monetária, que foi um desastre, porque ainda que ela corrigisse,
ela nos ensinou a conviver com inflação, e nós convivemos
uma vida com inflação que foi danosa para a Economia brasileira,
graças à correção monetária.
Não sou contra a reeleição.
Mas é aquela história: cada país tem a sua cultura.
Os cinco anos sem reeleição deram ao Juscelino tempo para
fazer um excelente Governo, um Governo de grandes realizações.
Então talvez um Governo de cinco anos sem reeleição
fosse melhor do que com reeleição. O Lula tem procurado evitar
que isso faça qualquer perturbação na vida administrativa,
mas, de qualquer maneira, isto não é bom. Talvez, o ideal
fosse cinco anos sem reeleição.
Eu
já assumi a Presidência por mais de 400 dias, e o Lula faz
questão de dizer que nunca perdeu nenhum minuto de sono – ele
fala – enquanto está viajando, porque sabe que estou aqui.
A
arma nuclear utilizada como instrumento dissuasório é de grande
importância para um País que tem 15 mil quilômetros de
fronteiras a oeste e tem um mar territorial e, agora, esse mar do pré-sal
de 4 milhões de quilômetros quadrados de área... Nós,
brasileiros, às vezes somos muito tranqüilos. Nós dominamos
a tecnologia da energia nuclear, mas ninguém aqui tem uma iniciativa
para avançar nisso. Temos que avançar nisso aí.
A minha posição sobre
a
Lei de Anistia é
a seguinte: em 1979, quando foi promulgada pelo presidente de então,
que era o general Figueiredo, essa anistia foi considerada ampla, irrestrita
e prevalecendo para todos os lados. E eu sou da roça. Lá na
roça, os antigos, quando havia um caso assim, parecido, naturalmente
respeitadas as proporções, eles falavam assim: Vamos deixar
os defuntos em paz; não vamos desenterrar os defuntos. Então,
acho que os arquivos devem ser postos – como estão –
à disposição. Agora, a modificação da
Lei da Anistia eu sou contra. Acho que ela foi muito bem lançada
na época, e pôs término àquele período.
O
Brasil precisa acabar com a impunidade porque a impunidade encoraja o crime.
Então, há muitas leis que não são observadas,
porque o País ganhou uma cultura da impunidade. As pessoas dão
um jeito e fogem da lei. E fora da lei não há salvação.
Então, temos que acabar com a impunidade no Brasil, claro, sem tirar
o direito de defesa. Tem que haver punição para as coisas
erradas; não pode continuar assim, não. Esse negócio
de liberação de droga, eu lembro, por exemplo, quando houve
na Suíça. Digo para você que foi um inferno, eles voltaram
atrás. Eu me lembro como ficaram as praças. Então,
com relação às drogas, tem que haver um trabalho coercitivo
e um trabalho educativo, paralelamente, porque nós temos também
que procurar educar os filhos.
A
imprensa tem que ser livre. A liberdade de imprensa é um dos instrumentos
mais importantes para o fortalecimento da Democracia. Não pode haver
Democracia sem a imprensa livre. Você não pode cercear o direito
à liberdade de imprensa.
Já
tinha planejado minha morte porque esse tumor é recorrente. Com esse
negócio de que Deus está me curando, tenho que começar
tudo de novo, reprogramar minha vida.
Se eu recebesse a notícia
de que fui curado, abraçaria a Mariza5
e diria: — Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim.
Um
Poeminha pro Zé Alencar
Você
– que não se alapa em conca
–
ainda
que não seja insubstituível,
é,
sim, um brasileiro imprescindível.
Você
– que tem pendor pra estronca
–
vá
digladiando, vá peregrinando,
que nós,
em silêncio, vamos orando.
Você
– que não tem medo de farronca
–
sabe
que tudo é justo, que tudo é bom.6
Tudo,
em verdade, é uma parte do OM.7
______
Notas:
1. Também recebi
um telefonema semelhante a este. O episódio está relatado
do texto que divulguei intitulado Chamada à Cobrar (Aconteceu Comigo).
Para lê-lo, por favor, dirija-se a:
http://paxprofundis.org/livros/
chamadaacobrar/chamadaacobrar.htm
2. República
= res publica
= coisa pública; o Estado; a administração do Estado.
3. O acesso à
medicina de ponta.
4. Discurso do Presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia
de entrega do título de presidente emérito da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) ao vice-presidente
da República, José Alencar, em São Paulo-SP, 9 de novembro
de 2009:
Meu
querido companheiro José Alencar, vice-presidente da República,
e sua companheira Mariza Campos Gomes da Silva:
Cumprimentar
o companheiro Josué, e cumprimentando o Josué estarei cumprimentando
as irmãs, os netos e os irmãos do José Alencar, que
nunca mais me mandou a Maria da Cruz!*
Quero
cumprimentar a minha companheira Marisa Letícia Lula da Silva e Cumprimentar
o Governador do Estado de São Paulo, José Serra, e cumprimentando
o José Serra eu também estarei cumprimentando todos os governadores,
porque não me deram a nominata e eu não sei quantos têm
aqui. Então, estão cumprimentados todos os governadores. Eu
só estou vendo aqui o Eduardo Braga rindo ali, estou vendo o Luiz
Henrique que passou, mas está todo mundo cumprimentado. E também,
como eu não sou candidato, eu não preciso cumprimentar muita
gente daqui para frente.
Quero
cumprimentar o companheiro Temer, presidente da Câmara dos Deputados,
em nome do qual eu cumprimento os deputados federais e estaduais aqui presentes,
cumprimentar a companheira Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil,
e cumprimentando todos os ministros aqui presentes, Senadores, Deputados,
o nosso prefeito Kassab, e
cumprimentar o companheiro Paulo Skaf, presidente da Federação.
Eu não
sei, José Alencar, se você percebeu que nós mudamos
o protocolo aqui. No protocolo original, você teria que falar antes
de mim, mas é uma injustiça. É uma injustiça
porque este reconhecimento que a FIESP está fazendo com você,
eu acho que era uma coisa que poderia ter acontecido antes, mas é
importante que as coisas não aconteçam tão antes, mas
aconteçam quando têm que acontecer.
Eu acho,
Paulo, que é um momento extraordinário de a gente prestar
uma homenagem a uma pessoa que eu acho que é muito singular e muito
especial. Não existe possibilidade de existirem muitos 'José
Alencar' por este Brasil afora. Tem muito empresário, tem muito ministro,
tem muito político, agora eu penso que o José Alencar é
uma figura especial, especial pelo seu comportamento como ser humano, como
pai, como companheiro.
Não
são poucas as vezes em que eu e o José Alencar – não
podem ser muitas vezes – às vezes, de vez em quando, tomando
um gole, a gente começa a falar da vida da gente e a gente começa
a chorar. E que bom que a gente chora, viu, Zé? Porque o problema
é que tem ser humano que não chora, e quem não chora
não tem sentimento. Então, eu acho tão bonito. Quando
você falou no nome do teu pai você começou a chorar.
Que bom que depois de tantos anos você ainda guarda do teu pai as
mesmas emoções que você tinha quando saiu de casa, aos
14 anos. E o Josué vai puxar a você porque o Josué também
é chorão. Eu lembro que quando você estava no hospital,
que eu ficava conversando com o Josué lá, os olhos dele, de
verdes, ficavam vermelhos, todo lacrimejando.
Mas,
Zé, eu penso que foi uma dádiva de Deus eu ter te encontrado.
Certamente que não foi uma paixão, como a da Mariza por você,
mas foi uma coisa política... Eu considero inusitado. Como eu sou
um cara que acredita em Deus, e alguns me chamam de atrasado porque eu acredito,
e acredito piamente que tem um ser superior que guia os nossos passos e
que faz a gente dar certo, faz a gente acontecer, mas não tinha por
que eu demorar quase 70 anos para te conhecer. Eu
[com] 58 e você, na época, [com]
70 anos. A gente poderia ter se conhecido há muito mais
tempo. Quem sabe, eu não tivesse perdido tanta eleição.
Quem sabe eu tivesse...
A verdade
é que o Zé Alencar, por simplicidade, por companheirismo,
ele nunca vai reconhecer, mas quem faz política neste País
sabe do seguinte: eu já estava cansado de ter 30% de votos nas eleições
presidenciais. E eu tinha uma agonia. O Dulci participou de uma reunião,
quando foi decidir que eu seria candidato pela terceira vez, e eu dizia:
gente, eu não posso ser candidato igual ao que eu fui as outras vezes.
Eu vou para o matadouro, sabe, porque viram todos contra mim, gente. Não
tem jeito.
Bem,
quando eu fui convidado para a tua festa de 50 anos, de aniversário
da tua vida empresarial, eu jamais imaginei ir à tua festa. Eu falava:
eu vou à festa desse empresário, grande empresário,
o que eu vou fazer lá? Não tem nada para ir lá. O pessoal
insistiu, insistiu, insistiu e aí, cada vez mais, eu acredito que
Deus estava com o dedinho ali. Eu fui, sentei humildemente, candidato três
vezes derrotado... Desfilavam governadores por tudo quanto é lado,
governador de tudo quanto é partido político, autoridades,
ministros. Só o Itamar Franco é que não foi porque
estava com uma certa birra com o José Alencar. E eu pensava: o que
eu estou fazendo aqui? Estou lá, daqui a pouco chega um baixinho
que trabalha com o José Alencar, o Adriano, e vem com um papelzinho:
O Zé Alencar perguntou... O senador perguntou se o senhor quer falar.
Eu falei: não, o que eu vou falar, pô? O que eu vou falar?
Aí não falei. Aí fiquei lá. Aí o Zé
Alencar foi falar. Quando o Zé Alencar começou a contar a
vida dele, Serra, eu, na hora, eu falei: está aí o meu vice.
Por Nossa Senhora, foi uma coisa... quase um toque de mágica, eu
falei: encontrei o meu vice. E aí era preciso tentar conversar com
ele.
Antes
a gente já tinha feito uma reunião. Embora eu não conhecesse
o Zé Alencar, eu ficava sempre hospedado no Hotel Wembley, hotel
de três estrelas, em que eu era bem tratado, nada de graça
porque sempre cobraram, até que o Zé Alencar um dia me ofereceu
a suíte dele, em que eu passei a ficar lá e passamos a conversar
um pouco de política. E aí, quando eu desconfiei que eu tinha
encontrado a minha cara-metade na política, eu falei: agora eu preciso
conversar com ele. Por sorte, o PMDB tinha derrotado ele em uma disputa
interna, que não vamos entrar em detalhes aqui, e eu cheguei em Brasília,
no gabinete do José Alencar – ele estava do jeito que está
agora aí, rindo – eu falei: Zé, eu vim aqui te fazer
uma proposta. Eu acho que o PMDB não foi leal com você ontem,
te derrotou, e eu queria saber se você está disposto a ser
o meu vice na próxima eleição. Você, obviamente,
vai ter que trocar de partido político porque o PMDB está
em outra. Você... Ele não hesitou: será que o PT me
aceita? Eu falei: Aceita, aceita. Eu era que estava aceitando, eu estava
necessitando.
E foi
como se a gente encontrasse duas pedras... duas peças que se encaixassem
perfeitamente bem. Primeiro, porque tinha um pouco de preconceito, possivelmente
por culpa nossa mesmo ou por preconceito mesmo, mas tinha um espaço
a ser preenchido que o José Alencar preencheu. No começo,
muita gente não quis, não é, Zé? Depois, no
meio da campanha, esse pessoal precisava mais do Zé Alencar do que
eu porque ele passou a ser a coqueluche da esquerda do PT nos debates por
este País afora. Pensem num estado que tinha mais gente sectária,
era onde o Zé Alencar era chamado mais para convencer as pessoas
da boa aliança.
E eu
penso que o Zé Alencar tem, sinceramente, metade da responsabilidade
que eu tenho pelo fato de a gente estar governando este País há
oito anos... sete. Ele, muitas vezes, não se valoriza, acha que não
tem nada disso, tal. Eu acho, Zé, que não é apenas
a questão de votos, é a questão da garantia. Você
foi uma espécie de um fundo garantidor, que eu precisava. É
verdade, porque com você na Vice, eu chegava nos debates, e eu falava:
olha, você não entende nada, meu filho, você não
entende nada. O meu empresário aqui é o Zé Alencar.
Está aqui, ó. Ó o tamanhão do bicho aí.
Porque isso passou a dar respeitabilidade, passou a ganhar uma dimensão
que a gente não tinha e eu acho que isso foi uma coisa determinante,
Zé. Além disso, esses sete anos de convivência... que
poderia ser mais se o pessoal quisesse, não é, Zé?
O pessoal não quer, o pessoal fica discutindo esse negócio
aí de contar os mandatos, então nós dois... Nós
dois, até que a gente agüentaria mais uns cinco anos de batalha.
Mas, como democratas, nós estamos quietinhos. Vamos esperar o jogo
ser jogado.
Mas uma
coisa interessante é o seguinte: olhem, eu tenho dito em todos os
lugares em que eu vou que eu não acredito que em algum momento da
história política alguém tenha tido um vice-presidente
em que o presidente confia tanto quanto eu confio no Zé Alencar.
Nós não temos divergências; quando tem, elas são
explicitadas, nós somos companheiros dos bons e dos maus momentos,
nós fazemos aquilo que nós entendemos que o Brasil precisa
que seja feito, ele um pouco mais à esquerda do que eu. Eu virei
um sindicalista mais conservador e ele, um empresário mais esquerdista,
ele mais duro na queda, e eu penso que isso foi bom para o Brasil. Foi bom
para mim, eu acho que foi bom para ele, acho que foi bom para o Brasil.
Eu vou
contar uma história, viu, Zé, para terminar com uma história...
Hoje de manhã eu encontrei o Roberto Setúbal, e eu estava
lembrando, Josué, daquela conversa na tua casa, ainda em 2002. Não
tinham sequer chegado as eleições e eu fui jantar na casa
do Josué – eu, o Zé Alencar, o Dr. Olavo Setúbal
e o Roberto Setúbal – e aí começamos a conversar.
E aí o Dr. Olavo Setúbal começou a perguntar assim
para mim: 'Candidato, o que você vai fazer com os conflitos agrários,
e não sei das quantas?' E eu dizia: Ó, Dr. Olavo, no nosso
programa nós vamos dizer isso, isso, isso, isso, isso, e o Dr. Olavo
dizia: 'O Império não vai deixar'. Aí perguntava outra
coisa, eu respondia outra coisa e o Dr. Olavo falava: 'O Império
não vai deixar'. Eu sei que foram quatro perguntas, quatro respostas
e o Império não estava deixando a gente fazer nada. Nós
já tínhamos tomado acho que um segundo gole, já era
tarde, aí o Zé Alencar falou: 'Escuta aqui, Dr. Olavo, eu
quero saber que diabo de Império é esse, porque se esse Império
for tão ruim para o Brasil como o senhor está dizendo, eu
pego em armas para derrotar esse Império'. O Dr. Olavo, o Dr. Olavo
Setúbal até tomou um susto com esse nervosismo do Zé
Alencar. Mas também eu estava cansado de tanto 'o Império
não deixa'. E a verdade é que a história do Brasil
tem um pouco de 'o Império não deixa' há muito tempo,
e tem uma parte das pessoas que acreditaram que o Império não
deixando, não podia deixar mesmo, e não acontecia.
Eu acho
que homens como o Zé Alencar, que vieram antes de nós, que
tiveram coragem, que enfrentaram, a gente provou que a gente consegue dar
passos importantes.
Então,
Paulo, eu acho que a FIESP fez um tento extraordinário fazendo esta
homenagem ao Zé Alencar. Eu, sinceramente, conheço muita gente,
e a desgraça de a gente estar ficando velho é que a cada vez
a gente conhece mais gente, os anos vão passando e a gente vai (incompreensível).
Agora, o que conta na vida da gente é a amizade, o que conta na vida
da gente...
Eu não
sei, Zé, como é que você se sentiu, mas aquele companheiro
à beira de um fogão de lenha, ali, dizendo da galinha que
você gosta, aquilo é mais sincero do que duzentos discursos
em um palanque em época de eleição. Aquilo, na verdade,
é o que marca na vida da gente. Todos nós aqui, todos nós
aqui somos faceiros, achamos que temos muitos amigos, mas na hora em que
você estiver precisando, você conta nos dedos da mão
- eu já tenho um a menos – você conta nos dedos da mão
quem são os verdadeiros companheiros que nós construímos
na vida.
Na época
do bem-bom, todo mundo é companheiro. Na época de vacas magras
é que a gente sabe quem é companheiro. Eu posso dizer alto
e em bom som: você, Zé, foi muito mais meu companheiro na época
das vacas magras do que na época das vacas gordas. Por isso, minha
gratidão pelo homem que você é. E que Deus permita que
esse câncer, você o massacre. Faça como o Cassius Clay
fez com o Foreman, porque eu acho que se tem uma pessoa neste mundo que
tem a necessidade de viver, pelos bons serviços prestados a este
País, esse homem se chama José Alencar Gomes da Silva.
Meus
parabéns, querido. E que Deus te dê muitos anos de vida.
* Maria da Cruz é
uma cachaça produzida na cidade de Pedras de Maria da Cruz, Minas
Gerais, onde é envelhecida por três anos em tonéis de
Amburana, e engarrafada em vidro com tampa de rosca. Está cachaça
é de propriedade do atual vice-presidente José Alencar.
5. Mariza Campos Gomes
da Silva, sua esposa.
6. Tudo é justo...
Tudo é bom... Em termos universais. Não é justa a mais-valia...
Não é bom o lucro, retido pelo capitalista, resultante da
diferença entre o que ele paga pela mão-de-obra e o valor
que ele cobra pela mercadoria produzida por essa força de trabalho.
7. O OM
– –
é o mantra mais importante do Hinduísmo e de outras religiões.
Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é
considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O OM
é o som do infinito e a semente que fecunda os outros mantras. O
som é formado pelo ditongo das vogais A
e U,
e a nasalização, representada pela letra M.
Por isto, é que, às vezes, aparece grafado AUM.
Escutar o mantra OM
é como escutar o próprio Brahman, o Ser. Simbolicamente, pronunciar
o mantra OM
é como se transportar à Residência de Brahman. A visão
do mantra OM
é como a visão da própria Forma. A contemplação
do mantra OM
é como atingir a Forma de Brahman. Como fazer a vocalização
correta sem nunca haver escutado este mantra da boca de alguém que
sabe? O mantra se faz em uma exalação profunda, e sempre em
ritmo regular. Após a exalação, vem uma inspiração
nasal prolongada. Não pode haver tremor na voz ao repetir o mantra.
A nota musical em que se emite o som não interessa em absoluto. É,
portanto, aquela que resultar mais natural para você. Quando houver
mais pessoas junto, todos devem tentar se afinar. O OM
começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um A,
mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada.
O som nasce no centro do crânio, se projeta para frente e vibra na
garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização,
a língua deve se recolher para trás. Assim, aquele som similar
ao A
se transforma em uma espécie de O
aberto, que vai fechando progressivamente. No final, sem fechar a boca,
a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se transforma
em um M,
que, em verdade, não é exatamente um m, mas uma nasalização.
Esta nasalização se chama anunásika em sânscrito,
que significa literalmente com o nariz, e deriva da palavra násika,
nariz. Se você prestar atenção à vibração
que acontece durante a vocalização, perceberá que ao
emitir a letra O
inicial (que começa como um A,
não esqueça), a nasalização do M
já está contida nela. Ou seja, é um som que se faz
com o nariz; não é uma letra m. Ao perseverar na vocalização,
você sentirá nitidamente que a vibração se origina
no centro da cabeça e vai se expandindo até abranger o tórax
e o resto do corpo. Resumindo, o OM
começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta. O OM
é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo,
a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo
o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen; esta é
a raiz de todos os sons da Natureza. Com o OM,
vamos até o fim, até o Silêncio de Brahman (o Absoluto).
O fim é imortalidade, união e paz. Este é o motivo
pelo qual o sânscrito é considerado uma língua sagrada
na Índia; seu potencial vibratório produz efeitos em todos
os níveis.
Páginas
da Internet consultadas:
http://images.google.com.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Om
http://airesrover.blogspot.com/2009/
11/entrevista-do-vice-presidente-jose.html
http://blogs.abril.com.br/
http://www.portalclick.com.br/
http://www.youtube.com/watch?v=0xvWlaJ1tuc
http://webcache.googleusercontent.com/
http://www.prb10.org.br/unideia/
cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=537&sid=28
http://jbonline.terra.com.br/
pextra/2010/01/09/e090113194.asp
http://webcache.googleusercontent.com/
http://www.silvanalves.com.br/
2010/01/23/na-terra-de-jose-alencar/
http://www.infojus.com.br/noticias/dilma-e-a-
melhor-opcao-para-eleicoes-em-2010-diz-alencar/
http://www.viacomercial.com.br/
http://www.edgarlisboa.com.br/?p=6283
http://www.clicrbs.com.br/
http://www.frasario.com.br/
http://www.acrj.org.br/IMG/pdf/doc-779.pdf
http://www.prb10.org.br/unideia/cgi/
cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1244&sid=28
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http://blogdofigueira.blogspot.com/
2009/11/agua-no-chope.html
http://inforgospel.wordpress.com
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Jos%C3%A9_Alencar
http://www1.folha.uol.com.br/
folha/brasil/ult96u29511.shtml
http://pt.wikiquote.org/
wiki/Jos%C3%A9_Alencar
http://www.presidencia.gov.br/vice_pres/
Fundo
musical:
Oh,
Minas Gerais! (letra adaptada da valsa italiana Viene Sul Mare
por José Duduca de Moraes)
Fonte:
http://windy.vis.ne.jp/art/download/downloade0.htm