JORGE ADOUM
(
Pensamentos e Ensinamentos)

 

 

 

Jorge Adoum

Jorge Adoum

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Neste estudo, apresento alguns pensamentos e alguns ensinamentos esotéricos de Jorge Adoum. Dentre os diversos livros que publicou, Adonai e O Batismo da Dor (aparentemente relatos autobiográficos de sua vida no Líbano) não devem faltar na biblioteca de quem escolheu a Via prestigiosa da Iniciação. É de Jorge Adoum a sentença: O pensamento esboça uma idéia e forma uma imagem mental; a imagem mental impele o homem ao ato; o ato é a origem do hábito; a repetição do ato forma o caráter; e o caráter é o pai da vontade.

 

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

O escritor e médico naturista Jorge Elias Adoum, Mago Jefa – Jefa composto das iniciais do nome de seu pai Jorge Enrique Francisco Adoum – nasceu em 10 de março de 1897 na propriedade agrícola de seu pai, em Karf-Shbeil, próximo de Biblos, Líbano, e pertenceu a uma família católica maronita. Ainda no Líbano, começou seus estudos superiores (e ali começou o processo de sua Iniciação nas Escolas Ocultas), e os terminou em Lyon-França, diplomando-se em Medicina. Sofreu no Líbano os horrores da guerra de 1914 cujos relatos, em parte, encontram-se em seu livro Adonai.

 

Viveu grande parte de sua vida no Equador, onde constituiu sua família. Percorreu quase todos os países sul-americanos dando conferências gratuitamente, editando suas obras, fazendo o bem.

 

Viveu muitos anos no Brasil e faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1958, em virtude de um derrame cerebral, aos 61 anos, e cumprindo sua vontade está enterrado na cidade onde o recordam como Jefa, o Venerável. Pelo que consta, o próprio Jorge Adoum foi avisado por Issa que sua vida deveria terminar pelo coração, segundo se pode ler no livro O Batismo da Dor.

 

Jorge Adoum foi uma pessoa hermética no que concerne à sua vida. Sua infância deve ter sido difícil, igual a de todos os cristãos na Europa Oriental e próximo ao Oriente, que a ocupação turca revestiu com extrema crueldade, como testemunham feitos muito conhecidos, provocados pelo fanatismo otomano nos países Árabes e na Europa. As restrições impostas pelos turcos foram draconianas, ao extremo de proibir que as pessoas se aproximassem do mar, e quem o fizesse recebia disparos de alguns dos guardas civis que vigiavam as praias. Durante a guerra não podiam sequer salgar os alimentos, já que o sal era escasso, particularmente entre os cristãos. Todavia, os turcos não colocavam obstáculo para que seus súditos emigrassem, razão pela qual concediam passaportes e salvo-conduto para sair do império. Assim, quando as coisas ficaram difíceis entre 1900 e 1918, produziu-se a avalanche de cristãos libaneses, sírios e palestinos à América, e esta é a razão pela qual se deu, equivocadamente, o ‘gentilício’ de turcos a todos os imigrantes que se identificavam com tais documentos.

 

Desde 1946, sua existência mudou totalmente e foi cheia de satisfações pessoais no campo espiritual. A admiração que seus discípulos tinham por ele excede toda ponderação. A generosidade de seus discípulos fez com que as estreitezas econômicas que sofreu fossem superadas sem grande esforço. Já, no campo esotérico, era uma figura conhecida no continente Sul Americano.

 

Vivia indistintamente entre Chile, Argentina e Brasil. Finalmente, em 1950, decidiu estabelecer-se no Rio de Janeiro, de onde visitava outros países. A venda de seus livros se multiplicou e continuam sendo êxito de livrarias na América Latina. Neste mesmo ano se constituiu no Brasil a Comissão Divulgadora das Obras do Dr. Adoum, cuja sede está ainda em Santos Dumont, no Estado de Minas Gerais.

 

Em abril de 1957, foi acometido por um distúrbio circulatório que durou 20 dias, durante os quais sua saúde se tornou bastante crítica, passando por experiências psíquicas excepcionais, resultando no livro Vinte Dias no Mundo dos Mortos.

 

Jorge Adoum costumava madrugar e começava o dia com seus exercícios respiratórios, dos quais formavam parte certos sons das cordas vocais, muitos deles com boca fechada, emitidos de forma tênue, muito prolongados, que variavam de tonalidade.

 

Nos meus anos verdes de Rosacrucianismo, entre outras obras, fui inspirado por Adonai e pelo O Batismo da Dor, de Jorge Adoum, um Místico que entregou seu Coração e seus sessenta e um anos de vida à Grande Obra. A Jorge Adoum, obrigado, obrigado, obrigado.

 

 


 

Jorge Adoum
Pensamentos e Ensinamentos

 

 

 

Cada ser humano deve se autolibertar da ignorância, das superstições, dos medos, dos apegos, dos preconceitos, dos tabus, das paixões e dos desejos malsãos.

 

Todo corpo tem a propriedade de gerar e reproduzir freqüências que se harmonizam com o seu próprio sistema vibratório. Todo som atua com suas vibrações sobre os demais corpos. O som afeta o ordenamento molecular. O som influi nos processos físico-químicos. O som modela as formas geométricas. O som provoca fenômenos de atração e repulsão. O som influi na coesão orgânica da matéria. Enfim, Pitágoras disse: Deus geometriza. Pode-se, também, acrescentar: por meio do Som.

 

As emoções do homem não somente mudam as cores de sua aura, senão que mudam também até a sua própria fisionomia e seu aspecto, porque o pensamento e o desejo vivem, atuam e afetam o próprio autor e o mundo em geral.

 

 

 

 

O pensamento dá cor à aura do homem porque todo pensamento dá origem a uma série de vibrações com uma esplêndida gama de cores que se assemelha às cintilações do Sol em forma de borbulhas em uma queda d'água. Sob este impulso, a mente projeta para o exterior estas vibrações coloridas que tomam uma forma determinada pela própria natureza destas vibrações, e, deste modo, temos uma entidade vivente cheia de uma atividade intensa criada pela idéia que lhe deu nascimento. Se esta entidade for dirigida por uma vontade tranqüila e firme, será tão poderosa quanto energética, e desempenhará um papel mágico.

 

Quando a energia do homem é dirigida para um fim construtivo e espiritual, as cores são radiantes e puras; mas se a energia do pensamento é dirigida para fins egoístas e passionais, o seu colorido é opaco e suas cores são 'sujas' como a cor da fumaça.

 

Cada pensamento produz duplo efeito: uma vibração e uma forma.

 

Cada pensamento tem uma cor e uma forma. A cor é determinada pela sua qualidade; a forma pela sua natureza. Uma forma de pensamento projetada vai a seu objetivo e volta com mais força e energia àquele que a emitiu. De maneira que as tentações não vêm do exterior, senão em aparência, e não são mais do que reações de nossos próprios pensamentos emitidos anteriormente, que se afirmam novamente em nós quando nos encontramos com a mente passiva.

 

A cor do pensamento depende de sua qualidade, a saber: o ódio e a maldade produzem a cor negra; a cólera produz o vermelho em toda a sua escala; a cólera brutal manifesta um vermelho escuro manchado com nuvens pardas; a indignação tem uma cor escarlate viva; os desejos sensuais, vermelho escuro e repugnante; a avareza tem a cor da terra semiqueimada; o egoísmo, cinzento escuro; a depressão, cinzento sombrio e opaco; o medo, cinzento pálido; a suspeita, verde acinzentado; o ciúme, verde escuro com pontos escarlates; o engano e falsidade, verde sujo, escuro; o altruísmo, verde claro e puro; o desejo de fama, verde claro com manchas escuras; a simpatia, verde brilhante e claro; a afeição normal e sã tem a cor acarminhada limpa; a afeição egoísta, a cor rosa escurecida com cinzento opaco; o amor desinteressado, rosa pálido e puro; a fraternidade humana, rosa claro e puro. Mistura-se com o azul da devoção; o orgulho produz um alaranjado escuro; a inteligência egoísta, amarelo ocre; a intelectualidade elevada, amarelo claro; o saber espiritual, amarelo luminoso; os pensamentos e os sentimentos religiosos são traduzidos em azul; a devoção egoísta, azul cinzento; a devoção pura e impessoal, o esplêndido azul pálido como o do céu; o amor com devoção, o tom violeta.

 

A intensidade do brilho das cores denota a força e a atividade do sentimento que lhes deu nascimento. Se estas cores intensas são puras, suas vibrações se comunicam com os bons sentimentos, participando e atraindo o objetivo de seus desejos a quem os emitiu; se os sentimentos são egoístas, absorvem do mundo dos desejos os átomos afins que formam sua envoltura repugnante despertando nas inteligências não somente pensamentos, mas também sentimentos de egoísmo.

 

 

 

 

Pode-se dizer que os pensamentos tomam suas formas de três fontes: da imagem que o pensador fez, dos objetos materiais e dos átomos que atraem. As duas primeiras classes são puramente materiais, a terceira é mental.

 

O pensamento sustentado, seja bom ou mau, cria uma entidade que vai à pessoa à qual é dirigido e permanece em sua envoltura áurica. Esta forma ou entidade busca a oportunidade de proteger ou danificar a pessoa designada, e efetua seu objetivo pelo impulso criado nela. Desta forma somos criadores de anjos ou de demônios, os quais lançamos aos nossos amigos ou inimigos. Mas, como não podemos aspirar senão átomos afins aos nossos pensamentos, assim também não podemos influir senão nas pessoas afins, cujas auras respondem às nossas vibrações. Por isto, um pensamento de ódio retrocede ao tocar um corpo cuja aura é amor, sendo rechaçado com toda a sua energia, e volta ao seu emissor. Já um pensamento de amor, que tem vibrações muito sutis, pode penetrar ou se infiltrar na aura de outra pessoa e, com o tempo, é possível que consiga modificá-la.

 

O homem tem duas classes de desejos: egoístas e altruístas. Os desejos egoístas emitem cores escuras, cinzentas e sujas; os altruístas, cores claras, puras e brilhantes. Estes últimos sempre triunfam em poder do Mago sobre os primeiros. Por este motivo, o Grande Iniciado ensinou: 'Não deveis resistir ao mal com o mal.' Depois disse: 'Deveis afrontar o mal com o bem.' Neste ensinamento, está toda a Magia Branca e todo o Poder do Bem.

 

Todo homem que procura comunicar aos demais o que sabe é um egoísta. O verdadeiro altruísta é aquele que desperta nos demais o que neles está latente.

 

Minha Religião é o Amor, minha Pátria é o Mundo e minha Raça é a Humanidade.

 

Viver é começar uma Obra; Morrer é terminá-la.

 

O que é o Matrimônio? O dicionário o define assim: é a união legal do homem e da mulher. Para nós, esta definição é vaga. Os que sabem amar verdadeiramente definem melhor desta maneira: O Matrimônio é a união de dois seres de diferentes sexos para formar uma só unidade. 'Os dois serão um só corpo', disse Jesus. Entre os animais, o macho busca indistintamente todas as fêmeas, e as fêmeas se submetem a todos os machos. Só o homem está feito para amar a uma só mulher, e a mulher digna se conserva para um só homem. Os libertinos são meros animais. O verdadeiro amor é a manifestação da Divindade na alma, porque é, por si mesmo, divino, ou então não existe. O verdadeiro amor é o caminho da alma para a eternidade. A mulher adora Deus no homem que ama e que a fecunda, e cria nela a coroa de todas as ambições: o filho. Logo, o Matrimônio é a união de duas almas que se tornam uma, e que deve se completar com uma terceira.

 


 

 

Eu sou o que o Criador é. Logo, eu sou a LLuz, eu sou a Verdade, eu sou a Paz, eu sou o Amor.

 

Ao despertar, pratique alguns exercícios respiratórios, pelo menos sete vezes, e que consistem em fazer sete inspirações rítmicas com a maior pureza de pensamento. Qualquer exercício é bom, porém indicamos o mais simples e menos prejudicial. 1º) aspirar lentamente pelo nariz contando mentalmente até oito palpitações do próprio coração ou oito segundos; 2º) Reter o alento durante quatro segundos nos pulmões; 3º) Exalar o ar durante oito segundos até esvaziar totalmente os pulmões; e 4º) Reter os pulmões vazios durante quatro segundos. Se você puder praticar este exercício mais de sete vezes, será melhor.

 

A Serpente Ígnea, quando se arrasta pelo solo, é o símbolo da destruição, é a energia seminal jogada ao solo; mas, quando está erguida, é o Emblema da Imortalidade e da Vida. É a regeneração e tudo aquilo que foi, é e será. Até hoje, a Religião do Falo ensina que, ao orar, o homem invoca a Deus; mas, ao se unir sexualmente à sua mulher, se converte em Deus. O Fogo do Sexo é o Fogo da Santidade. A origem do sexo tem sua raiz na própria Divindade. O sexo está em Deus, assim como o filho está no Pai. O sexo e a santidade são duas linhas paralelas que se encontram em Deus; mas os olhos do libertino e os dos hipócritas e fanáticos não podem ver este encontro.

 

Todas as religiões têm a mesma origem e a origem de tudo o que existe está na Luz e no Fogo, e a Luz e o Fogo estão no sexo. Esta Luz é a imortalidade da alma.

 

O sexo é a força mais poderosa da Natureza. Sem sexo não poderia haver geração, nem mundo, nem Humanidade, nem ação. Sem geração, nada haveria o que regenerar, não haveria Humanidade nem alma para imortalizar, nem necessidade da existência de Deus. O sexo é o princípio, é a imortalidade, é a divinização.

 

A Lei de Atração entre os sexos opostos para se unirem tem por objeto a produção de um novo ser, o qual, por sua vez, oferece a oportunidade para uma nova alma e um receptáculo para a Chama Sagrada. Este impulso é o fator mais poderoso em tudo quanto concerne à raça humana. É o mais alto dom de Deus outorgado ao homem.

 

 

 

 

Apetite sexual não é apetite animal; ao contrário, é o desejo mais elevado que a Deidade pôde depositar no ser humano. É um meio nos propósitos de Deus para a imortalidade da alma do indivíduo e o bem-estar de todos os homens. O sexo é a base da sociedade e o manancial da vida humana, de felicidade e de eternidade.

 

O sexo tem a raiz na Divindade. Sem o sexo não pode existir o amor, que é a fonte da inspiração da Beleza, da Moralidade e da Sublimidade. Nunca poderá haver Amor, Inspiração e Beleza de sentimentos em um homem sexualmente impotente. A Chama Inefável não pode manifestar sua LLuz através do ser assexuado ou impotente. Sem sexo não há amor e sem amor não há Religião. As emoções religiosas brotam do poder animador da natureza sexual. A Religião Fálica adorava o mistério da Vida da Criação ou Reprodução; era a devoção ao Poder Criador Onipotente...

 

A castidade afastada do sexo não tem valor algum. A verdadeira castidade deve estar na pureza e na santidade do sexo. O verdadeiro casto é aquele que leva à Divindade a sua virilidade.

 

O sexo deve ser amor, mas o amor não deve ser sexo, pois há sexualidade carnal e sexualidade espiritual. A carnal é o nascimento e a morte; a espiritual é a ressurreição eterna.

 

O verdadeiro Iniciado não aceita o celibato como condição natural; ao contrário, ele ensina a pureza do sexo e a obediência da Lei Divina.

 

O sexo humanizou os deuses e o sexo divinizará os homens.

 

A palavra 'homem' não significa o ser organizado que se encontra na Terra. Homem é todo ser formado de uma parte do Espírito e de uma parte da Matéria de que está composta a esfera que ele habita e que é capaz de manifestar por atos morais a parte do Espírito que está nele.

 

A manifestação ou transformação tira a conseqüência necessária de um princípio existente em estado latente no fato anterior. Desde a ação do Espírito sobre a Matéria, nada foi produzido que não fosse em estado latente no princípio.

 

Todo progresso material exige progresso moral.

 

A perfeição é indefinida porque o resultado do progresso é ilimitado e, como tal, nunca poderá ser alcançada. Certamente, existe uma perfeição parcial à qual se pode aspirar: é a perfeição relativa que consiste em satisfazer a todas as necessidades de uma época com todos os elementos postos à sua disposição e alcançar o ideal de bem-estar mais possivelmente desejado.

 

Nada é impossível se os meios de execução se encontram preparados para a Obra.

 

Do instinto irreflexivo não poderá haver progresso. Se o instinto pudesse refletir, então poderia comparar; se pudesse comparar, poderia melhorar; se pudesse melhorar, poderia progredir; e, se pudesse progredir, deixaria de conservar, porque não seria instinto e se converteria em Espírito... O instinto é uma força de inércia que modera o salto muito impetuoso do progresso. Por isto, se diz: ‘A Natureza não dá saltos’... Pois bem, se a Natureza não dá saltos, tampouco volta atrás nem se detém no seu adiantamento.

 

O não necessita de nenhum agente exterior para a sua perfeição.

 

Há duas classes de necessidade: a indispensável e a útil. Todos os homens estão de acordo no que toca ao instinto, ao indispensável; mas estão demasiado divididos no que toca à vida moral ou útil e, por isto, vemos que o Espírito de todas as religiões é indispensável e uno, ao passo que as religiões, ao se converterem em úteis, se dividem.

 

Na liberdade, existe a diversidade. O indispensável é absoluto como a necessidade material. O útil é relativo como a necessidade moral. A fatalidade impõe o indispensável; a liberdade permite escolher o útil. O útil é como a religião ou a lei; não é igual para todos. Já a necessidade é comum. O útil é escolhido livremente e, por isto, varia de indivíduo para indivíduo, segundo o caráter daqueles que o escolheram. Logo, a religião deriva da vida moral do Espírito e por meio do Espírito exerce a sua liberdade. O princípio da vida material é a necessidade ou fatalidade. Por conseguinte, vida moral e vida material são correlativas e paralelas entre si, como são o Espírito e o corpo, a liberdade e a fatalidade.

 

O fim de qualquer religião é apressar a evolução humana; é inútil, porém, querer dar a todos os mesmos ensinamentos religiosos, porque aquilo que pode ser auxílio para uns seria incompreensível para outros, e o que pode produzir um êxtase num santo não causaria a mais leve mossa num criminoso. No entanto, a totalidade das categorias humanas tem necessidade de uma religião, até o homem chegar a se tornar, ele próprio, religião, ou alcançar Vida Superior à sua existência atual.

 

Mitra, segundo a interpretação iniciática e há muitos milhares de anos antes de Jesus, teve a última ceia com os discípulos antes de sua ascensão ao céu para se 'sentar à direita do Pai'. Mitra, em linguagem filosófica, é o Logos que emanou de Deus e participou de sua onipotência, e após haver modelado o Mundo como demiurgo, continuou velando sobre esse mesmo mundo. Mitra, pois, é o Cristo dos persas.

 

O Batismo do Fogo é o Batismo do Espírito Santo ou a Chama Sagrada no Ser.

 

Em cada sistema dos Mistérios Antigos, os adeptos formavam conciliábulos secretos. Os membros denominavam-se irmãos, purificavam-se a si mesmos pelo Batismo e recebiam a Confirmação como poder para combater o mal. Por meio da Ceia do Senhor, esperavam a salvação do corpo e da alma. Santificavam o domingo e celebravam o natalício do Sol na noite de 24 para 25 de dezembro, data que, desde o século IV, foi fixada [pela Religião Católica] como Natividade ou Nascimento de Cristo.

 

Há uma só religião com muitas instituições religiosas, assim como há uma única Humanidade com muitas raças e costumes.

 

A Verdade é uma em todas as épocas.

 

O sangue é o veículo da Chispa Divina. Esta Chispa se move com a corrente sanguínea e não se encontra em qualquer ponto particular do organismo. A vibração desta Chispa pode ser dirigida e localizada em qualquer parte do corpo, por meio da vontade concentrada. O sangue incendeia-se nas veias e manifesta o Fogo Divino Interno.

 

O nascimento é uma queda; a ressurreição um levantar-se.

 

O mito universal do Deus que padece – que morre assassinado ou crucificado não é oriundo do fato de ter ocorrido uma única vez; e, sim, em virtude de ter de suceder sempre, que é sentido de novo, sempre, na vida de cada ser humano. Não sucedeu uma vez; mas sucede [e sucederá] sempre.

 

Liania Egípcia: Santa Ísis... Mãe Universal... Mãe dos Deuses... Mãe de Hórus... Alma-Mãe do Universo... Sagrada Virgem Terra... Mãe de Toda Virtude... Ilustre Ísis Misericordiosa e Justa... Espelho de Justiça e Verdade... Misteriosa Mãe do Homem... Loto Sagrado... Sistro Áureo... Astarte... Rainha dos Céus e da Terra... Virgem Mãe.

 

Quem acha o Fogo Sagrado pode conhecer Deus dentro de si mesmo, dentro do seu próprio corpo, que é o Templo do Deus Vivo.

 

O Grande Hierofante dos Magos explicou a Circuncisão. O membro viril é considerado como especialmente consagrado ao Criador, seja como símbolo, seja como conduto do Poder e dos Desejos Divinos a serem cumpridos. Antigamente, para se tomar o juramento de uma pessoa, ela devia colocar a mão sobre o Falo do ser a quem fazia o voto ou a promessa. Hoje, jura-se sobre a cruz [ou sobre a Bíblia].

 

O profano tem que dar o dízimo, segundo a Lei; porém, o Mestre tem que dar tudo.

 

Sempre as lendas nos contam que Deus aparecia ao homem sob a forma de Fogo. Fogo é o calor que dá vida, e a alma imortal é puro Fogo. Para se obter a Imortalidade Consciente, é preciso ver o Fogo Divino no Corpo, do qual o Sol e o fogo material são os símbolos. Osíris morava no Sol como o Criador Onipotente e foi personificado pelos homens... Deus é a Alma do Universo. O Sol é a Alma do sistema. A Alma é o Sol do homem.

 

O efeito mágico da mulher, principalmente se virgem, sobre a natureza masculina, por meio das emoções e dos sentimentos, era considerado como o despertador do Fogo Criador. Este esplendor natural era olhado com a mais profunda reverência, porque encerrava a saúde, a iluminação e a superação... A terra é encarada como feminina onicriadora e o seu consorte é o Sol; por isto, o Sol era Osíris, a Terra, Ísis, a mãe, e Hórus, o produto ou o filho.

 

A cruz sempre representou a divina união sexual, considerando que com esta união se chega à regeneração, à redenção e à vida eterna, porque o homem obtém e dá a Imortalidade com esta união.

 

 

 

 

Se o homem não eliminar do seu Coração e da sua Mente todos os preconceitos, o hipócrita pudor e a falsa virtude, e se não gravar no lugar deles as verdades básicas ensinadas pelo espírito das religiões e da Iniciação, jamais chegará a sentir a Verdade e a Divindade em si.

 

Existe uma lenda que afirma haver existido um tempo em que o homem possuía uma palavra mágica que, uma vez pronunciada, tinha o poder de realizar fenômenos maravilhosos, tais como causar invisibilidade, obter um tapete mágico para o transporte a lugares distantes, conferir saúde, multiplicar forças, conhecer o oculto e o manifesto e obter tudo que o coração deseja. O homem de hoje, contudo, esqueceu-se da forma de pronunciar esta palavra, a partir do momento em que sua cobiça fê-lo afastar-se do bom uso que tal poder lhe concedia. Essa palavra é, hoje, conhecida como a Palavra Perdida. Entretanto, o poder desta Palavra não foi totalmente perdido. Ê absolutamente certo que o Verbo, em virtude da ressonância universal, tenha a propriedade de despertar o que está latente no ser e que, uma vez emitido, certos sons ponham em vibração, também por ressonância, os poderes ocultos no âmago de nosso subconsciente. Esta é a Magia do Verbo, através da qual todas as coisas foram feitas.

 

A Palavra Perdida é a palavra vivificadora, é o Verbo Criador, que o homem perdeu desde o Pecado Original, isto é, desde o momento em que começou a se alimentar com os frutos indicados pela sua mente objetiva. O Mestre deve descer ao Inferno ou à Tumba de Hiram em busca desta Palavra Perdida.

 

Como em tudo, o número três impõe-se em toda a sua emanação. O Pai necessita da Mãe para gerar o Filho. A unidade está constituída pela trindade, que coexiste simultaneamente nela. Toda manifestação tem três planos ou três caminhos, através dos quais o homem pode perceber e expressar a vida: a) o Plano Espiritual, relacionado com o pensamento; b) o Plano Mental, relacionado com o ser pensante; e c) o Plano Físico, relacionado com a imagem pensada. Estes três planos de manifestação, inseparáveis uns dos outros, estão vinculados aos três elementos que entram na linguagem, a saber: a) O Plano Espiritual, relacionado com a Aritmética; b) O Plano Mental, relacionado com a Música; e c) O Plano Físico, relacionado com a Geometria. Cada letra do alfabeto tem essas três chaves e, por conseguinte, em cada palavra também entram os três elementos mencionados, ou seja: a) Tem um valor numérico que lhe é próprio; b) Tem um som que a distingue; e c) Tem uma figura que a caracteriza.

 

O que é a oração e para que serve? A oração é a vocalização de uma ou mais palavras que saem, por necessidade, do Coração para produzir, por meio da ondulação do tom, um efeito em nosso organismo ou nos demais seres. As letras são nomes de entidades divinas que efetuam essas vibrações e ondulações de que precisamos, por meio da aspiração e da respiração. Até o suspiro é uma oração. Até o sibilo é uma oração que eleva a mente a certo grau em que a percepção espiritual é mais intensa. O Íntimo, de acordo com nossos pensamentos e aspirações puras, pode dar-nos a verdadeira pronúncia das palavras sagradas.

 

A vida de cada homem, que, como Iniciado, deve seguir a Lei da Vida. A descida à Matéria, a escuridão do útero materno e as demais influências o controlam; porém, por fim, a sua Ressurreição e Imortalidade vêm, se seguir o Caminho da LLuz.

 

Na Iniciação Interna, o Iniciado deve descer ao mundo inferior durante os três dias para cumprir o seu dever de ajudar no mundo submerso, antes de voltar à vida para escolher o ramo de auxílio que deve seguir.

 

A Imortalização da Alma ou Regeneração deverá acontecer enquanto o homem estiver vivo. Se isto não é obtido aqui e agora, não é possível ser alcançado quando a alma passar para o Além.

 

Todas as religiões têm por objetivo espiritualizar o homem e fazer dele um super-homem, intelectual e espiritualmente, suprema autoridade do domínio de si mesmo, varrendo a ignorância, o egoísmo e o medo. Chegar a super-homem ou mestre é chegar a se defrontar com Deus, com o Fogo Sagrado, com a sarça de Horeb, e ouvir a Voz Interior que grita: 'Descalçai vossos pés porque o solo que pisais é sagrado!' Antigamente, o neófito, ao se aproximar para receber a Iniciação no Templo, tinha de descalçar os pés.

 

Tudo é uno e o uno é tudo.

 

No homem, a trindade de vícios – ignorância, medo e ambição quer sempre obter o que não merece do mundo material e do mundo espiritual.

 

A ignorância quer ocupar o posto da Verdade, o fanatismo quer exigir que se lhe tributem todas as honras, e a ambição quer usurpar o Princípio da LLuz. Estes três inimigos do homem querem se apoderar da Palavra de Poder [Palavra Sagrada, essência da fé, da esperança e do amor], que outorga toda potestade, a qual somente é alcançada pela evolução e pelo esforço individual, e não pela força; esta Palavra de Poder foi denominada a Luz Mestra que Illumina o mundo.

 

Não há morte nem perda temporal que não sirva ou seja motivo para um novo nascimento. Não se pode destruir o que é eterno e imortal, senão, unicamente, oferecer-lhe a oportunidade de renascer em uma nova forma, mais luminosa, como nasce o Espírito em sua Iniciação na Verdade e na Virtude. Portanto, o Eu Superior nunca pode morrer, quaisquer que sejam os golpes que os erros possam desferir; somente danificam a sua forma exterior.

 

As Doze Faculdades do Espírito são: a fé [confiança ou firme convicção], a esperança [possível a realização daquilo que deseja], o amor, a percepção, o conhecimento, a associação, o juízo, o altruísmo, a memória, a vontade, a ordem e o acerto.

 

Ninguém pode chegar à Iniciação e receber os Mistérios antes de ver e sentir a chama do Fogo Sagrado em si mesmo, porque 'onde não há LLuz não há Alma e, por conseguinte, não há imortalidade.'

 

Em Magia, a Temperança é a virtude que deve transmutar e destruir todos os obstáculos. Esta virtude tem um poder sobre o Corpo Sideral ou Astral, intermediário entre o Espírito e o Físico. Este Corpo Sideral, enquanto o físico dorme, permanece desperto, transportando os pensamentos a qualquer lugar em que obre a imantação universal.

 

Na Consciência Cósmica – no Reino Interno do Homem se acha toda a Lei da Verdade. O Mago é aquele que sabe ler essa Lei, e obedecê-La.

 

Ninguém poderá se salvar a si mesmo, se não trabalhar pela salvação dos demais. Para salvar os demais, deve-se salvar, primeiro, os próprios Centros Internos dos átomos egoístas, aspirados durante o pensamento e o sentir egoístas.

 

O escravo de suas paixões é escravo de seus semelhantes. Só quem é livre de suas debilidades pode adquirir a Energia Cósmica. Esta Energia, no ar aspirado, é uma Oração ao Eu Sou, para que nos revele nossa vocação e nos envie ao Mestre do centro respectivo.

 

O Primeiro Mestre de Sabedoria, a quem devemos ir para aprender e praticar seus ensinamentos, é o átomo 'Nous'. Ele é o Grande Arquiteto do nosso Universo. Este Mestre Arquiteto reside no ventrículo esquerdo do coração. É o construtor do corpo físico... O homem tem que estar alerta para receber a ordem do Arquiteto de seu universo, do Princípio do Bem, que é o átomo Nous. E quando começa a escutar esta Voz Silente, poderá remediar os males do passado, corrigir os erros e ser recebido no primeiro grau do Colégio da Sabedoria.

 

No homem, existem dois Princípios: o Bem e o Mal. O princípio do Bem é o Arquiteto, o Construtor, o Átomo Nous, que reside no coração. O Princípio do Mal ou Inarmonia, o Destrutor, é o átomo do Inimigo Secreto, chamado demônio pelas religiões, e reside no sacro. Ambos os poderes possuem, debaixo de suas ordens, legiões de átomos ou entidades. As de Nous são construtivas, harmônicas, executoras da Lei; as do Inimigo Secreto são destruidoras, inarmônicas, desobedientes e rebeldes contra o Senhor, e impedem o desenvolvimento espiritual do homem. O Inimigo Interno é o Rei de nosso mundo físico, enquanto Nous é o Rei de nosso mundo psíquico. O Átomo Nous não promete bens terrenos; só outorga a Sabedoria, com a confiança em si mesmo. O Inimigo Secreto pode dar até bens materiais a quem se associa a ele.

 

O céu e o inferno se acham dentro do homem.

 

Não é suficiente fazer o bem; é necessário se bom. O motivo da bondade deve estar no ato e não em seus frutos. É preciso renunciar aos frutos das obras, e cada um dos atos deve ser como uma oferenda ao Ser Supremo. Quem encontra em si mesmo a felicidade e a LLuz é uno com Deus, e sua alma fica isenta da roda das encarnações inconscientes. (Doutrina deixada pelo Senhor Krishna).

 

O corpo é finito, porém a alma que o habita é invisível, imponderável, incorruptível e eterna. (Doutrina deixada pelo Senhor Krishna).

 

Se a alma se unirá inteligência, alcançará a sabedoria e a paz; se viver indecisa entre a inteligência e a paixão do corpo, girará em um circulo fatal; se, no entanto, se abandonar totalmente ao corpo, cairá na ignorância e na morte temporária. Esta é a roda que cada homem pode observar dentro de si mesmo. A alma se acha infalivelmente sujeita à Lei da Reencarnação e nisto reside o mistério. Quando o corpo está dissolvido (dominado), a sabedoria domina e a alma voa às regiões dos seres puros, que têm contato com o Todo-Poderoso. (Doutrina deixada pelo Senhor Krishna).

 

Para se chegar à perfeição, é mister conquistar a Ciência da Unidade, isto é, é preciso se elevar até o Ser Divino de onde procedeu a alma e que se acha dentro de cada um de nós. (Doutrina deixada pelo Senhor Krishna).

 

Princípios básicos da Doutrina do Senhor Buddha (que significa 'Homem Celeste'):

O que abandona seu pai e sua mãe para me seguir será um perfeito Homem Celeste.

O que pratica meus ensinamentos até o quarto grau de perfeição adquire a faculdade de voar pelos ares, de fazer mover o céu e a Terra e de prolongar ou diminuir a vida.

O Homem Celeste despreza a riqueza e só usa o mais estritamente necessário; mortifica seu corpo, vence suas paixões, não deseja nem tem apego por nada, medita sem cessar em minha doutrina; sofre com paciência as injúrias e nunca sente a menor aversão pelo próximo.

A Terra e o céu perecerão. Desprezai vosso corpo composto de quatro elementos perecíveis e não cuideis senão de vossa alma, que é imortal.

Não escuteis os instintos da carne. As paixões produzem o temor e o desgosto; afogai-as e as destruireis.

Todo aquele que morrer sem haver abraçado a minha doutrina voltará a viver entre os homens até que lhe venha a compreensão.

Amai todos os seres viventes.

 

Os sacerdotes egípcios tinham três maneiras de exprimir seus pensamentos: a primeira era clara e simples, a segunda simbólica e figurada, e a terceira sagrada e hieroglífica. A mesma palavra tinha para eles o sentido próprio, o sentido figurado e o transcendente. Pois bem, o Sepher de Moisés está escrito nesta língua transcendental, sendo impossível se compreender os dois últimos significados sem chave, apesar do que dizem os teólogos das seitas derivadas do Judaísmo e do Cristianismo. Moisés escreveu o Gênesis em linguagem hieroglífica, com três significados, e confiou verbalmente as chaves e as explicações a seus sucessores. Entretanto, quando, mais tarde, no Templo de Salomão, traduziam o Gênesis em caracteres fenícios e, ainda, depois do cativeiro da Babilônia, quando foi escrito em caracteres aramaicos caldeus, o sacerdote hebreu já não manejava mais aquelas chaves. O único homem que restaurou a Cosmogonia de Moisés é um gênio hoje em dia quase esquecido e se chama Fabre D’Olivet, que escreveu 'La LOangue Hébraique Restituée' e, deste modo, pôde restaurar alguns capítulos do Gênesis.

 

YOD–HEVAVHE —› A primeira letra (YOD) exprime a Idéia Divina ou Ciência Teogônica (a 'Natura Naturante', segundo Spinoza); as três letras do nome de Eva (HEVAVHE) representam as três ordens da Natureza (a 'Natura Naturata', de Spinoza).

 

A Chama Cósmica é a base do Fogo Cósmico – a base do Fogo do Universo que tem o poder sobre o crescimento, sobre a emoção, sobre a beleza, sobre o poder, sobre o calor, sobre a energia e sobre o fogo básico de toda existência. O fogo do sexo é a manifestação direta do Onipotente. Os pensamentos mais altos, mais puros e mais doces são uma manifestação das forças sexuais, que são o princípio e o fim da manifestação suprema e divina no homem. Neste Templo do Fogo, El que foi se transforma em El que é; e El que é se transforma em El que será. O Amor, o Sexo, e o Fogo compõem uma tri-Unidade.

 

O homem tem dois nascimentos: um nascimento físico e outro Místico [Iniciático]. O nascimento físico pode se dar em qualquer época; o Nascimento Místico, porém, só poderá acontecer por meio da Iniciação... Durante esta Iniciação Interna, Cristo nasce no homem e, mais tarde, se exalta, para tornar mais inteligível ao Iniciado a natureza do Espírito nele. Somente por meio do amor o homem pode aspirar à Iniciação. Tão-somente pelo amor verdadeiro o homem pode se tornar puro, santo, sem mancha e viver sem transgressão, chegando, assim, a ser Iniciado, a ser Cristo conscientemente. Este é o caminho das provas que leva à Porta Estreita, ao Caminho da Santidade” e pois, ao Gólgota, com a Cruz às costas. E Cristo-Sol, no homem, é o Fogo Divino da Alma, que deve se converter em LLuz!

 

O Fogo Criador, ao subir pela espinha dorsal e, finalmente, chegar ao terceiro ventrículo do cérebro, toma uma formosíssima cor dourada e a irradia em todas as direções, formando uma coroa sobre o osso occipital, em forma de leque. Esta luz significa a regeneração do homem que alcançou a estatura de Cristo.

 

Cinco Grandes Iniciações esperam o aspirante a Cristo. A Primeira Iniciação é o segundo nascimento do Cristo no Coração. A Segunda Iniciação é o Batismo da Água ou o domínio de todos os desejos. Na Terceira Iniciação, galga a Montanha Sagrada, onde se transfigura, tornando-se tão radioso quanto o Sol. Na Quarta Iniciação, recebe o Batismo do Fogo ou o Batismo do Espírito Santo. É, então, perseguido e vituperado; contudo, não deixa de crescer a vida do amor. Bebe o cálice amargo da traição, do abandono e é negado por todos os seus. Anda desapreciado pelos homens, carregando a cruz na qual deve morrer, renunciando à vida do mundo inferior. Cercado de inimigos triunfantes, o seu heróico Coração lança um grito ao Pai que parece tê-lo abandonado, e então abandona o Corpo de Desejos. Ele, o Iniciado, desce aos infernos para poder salvar os que pedem auxílio e os átomos que desejam trabalhar sob o estandarte do Eu Superior. Volta depois à LLuz, abandonando as trevas inferiores, com o sentimento de que é o filho inseparável do Pai. Uma vez terminados os seus deveres na vida terrestre, Ele sobe ao Pai por meio da Quinta Iniciação, porque já está unido ao Deus Íntimo. Jesus é considerado como o Cristo Místico e Humano, que luta, sofre e, finalmente, triunfa. É o homem em quem a Humanidade se vê crucificada e ressuscitada, cuja história promete uma vitória a todos os que, como Ele, forem fiéis até a morte... E até mais além da morte.

 

CREDO DOS BRÂMANES PUROS: Eu adoro o ser que não está sujeito à mudança nem à inquietude, cuja natureza invisível e cuja espiritualidade não admitem divisão alguma de suas qualidades, o qual é a origem e a causa de todos os seres e a todos supera em Excelência; eu adoro esse ser que é o sustentáculo do Universo e fonte de tripla potência. O Verdadeiro Deus incriado, espiritual, invisível, onipotente, justo e misericordioso; está presente em toda parte; tudo vê e tudo ouve. Ele recompensará os bons e castigará os maus. Tomou formas visíveis em diferentes épocas, nas quais se encarnou para cumprir sua misericórdia ou sua vingança. Ele se manifesta na Terra todos os dias, desde que o roguemos com um Coração puro e cheio de fé. Quando chegar o fim dos séculos, fixado pelos decretos eternos, destruirá este mundo, como o destruiu nas três eras precedentes.

 

CREDO DO ANTIGO SHASTRA: Deus é o que foi sempre. Criou tudo o que existe. Uma débil imagem Sua é a esfera, que não tem princípio nem fim. Ele anima e governa todas as criaturas por meio de sua Providência geral, de seus invariáveis e eternos princípios: 'Nunca perscrutes de nenhum modo a natureza da existência daquele que sempre existiu, porque é inútil e criminosa busca. Deves contentar-te com que, dia a dia, noite por noite, suas obras te anunciem sua sabedoria, seu poder e sua misericórdia. Trata de tirar proveito disso.'

 

CREDO CHINÊS (PELO IMPERADOR CAM-HI): Deus, o verdadeiro princípio de todas as coisas, não teve princípio; produziu todas as coisas, as quais governa e das quais é Senhor; Ele é infinitamente bom e justo; Ele ilumina, ampara e rege tudo com suprema autoridade e soberana justiça.

 

CREDO DOS ANTIGOS MISTÉRIOS GREGOS: Caminhai pela senda da justiça. Adorai o único Senhor do Universo. Ele é uno; Ele é o único ser que existe por si mesmo e ao qual todos os seres devem a existência. Ele atua neles e por eles; Ele tudo vê e jamais foi visto por olhos mortais.

 

CREDO DOS PARSES: O Fogo é o emblema da Natureza. O Sol é o trono do Criador e sua mais bela obra. Dentro de 12.000 anos haverá um juízo final. Os maus serão então excluídos para sempre da comunhão dos Eleitos, adoradores do Fogo.

 

CREDO CRISTÃO: Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da LLuz, Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos. E o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o filho é adorado e glorificado; Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só Batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.

 

 

 

Credo de Jorge Adoum

 

 

Assim como é em cima, assim é embaixo. Assim como sucede no Macrocosmos, forçosamente tem de suceder no Microcosmos. Conforme está no Corpo do Universo, assim está em meu corpo... Portanto, o homem deve ter seu Credo Interno, que reflete o Credo Cósmico.

Creio em um só Deus Todo-Poderoso, que manifestou de Si todas as coisas visíveis e invisíveis aos meus sentidos.

Ele é invisível, porém eu O sinto porque estou n’Ele e Ele está em mim.

Creio que eu sou o Verbo, seu filho, que era no princípio; eu sou o Verbo que Era com Deus e eu sou o Verbo que era Deus. Deus de Deus, Luz da LLuz; filho gerado, não criado, sendo a mesma substancia do Pai. Por mim. Eu sou o Verbo por quem todas as coisas foram feitas.

Creio que Eu Sou desceu do Seio do Pai e se encarnou pelas vibrações do Espírito Santo e da Virgem Matéria e se fez homem, por meio do sexo.

Creio que Eu Sou padeceu e padece devido à sua limitação no mar da Matéria, e sobre a Matéria foi crucificado e nela foi morto e sepultado.

Creio que desceu aos mundos inferiores materiais e depois de três rondas, durante as quais esteve sepultado, ergue-se como Fogo Divino e ascende ao Céu do Cérebro e ali está sentado à direita do Pai Todo-Poderoso e de onde há de vir pela segunda vez (a segunda vinda) para guiar os vivos e os mortos e seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo, Terceiro Atributo do Absoluto Deus, Dispensador da Vida, Aquele que, por suas vibrações, ilumina todo ser.

Creio na Santa Igreja Universal, que é o corpo de toda a Humanidade, e no trabalho da Grande Fraternidade dos Adeptos para a evolução humana.

Creio na emancipação dos erros por meio da Santa Sabedoria; no verdadeiro Batismo, que consiste no domínio dos desejos inferiores.

Creio na ressurreição no corpo (Reencarnação);

Creio na Vida Eterna porque sou eterno;

Creio que eu sou o que o Criador é;

Creio que eu sou Ele, Ele é eu;

Creio que eu sou Deus em forma corpórea.

 

 

O Primeiro Grande Mistério indizível, o Arcano incompreensível pode ser declarado assim: É a divindade do homem, o homem é Deus.

 

E o verbo se fez carne e habitou entre (em, diz o texto original) nós.

 

O primeiro homem imortal, antes da queda, era homem-mulher: Adão-Eva. O homem posterior, o ressuscitado, será também homem-mulher.

 

O homem se faz Deus por meio do sexo. Saber, Ousar, Querer e Calar. O que sabe, quer. O que sabe querer pode ousar. O que sabe querer e ousar sabe calar, porque 'o que sabe não fala e o que fala nada sabe', como disse Lao Tsé.

 

 

 

Exercício Místico

 

O N. representa o poder do matrimônio, que forma as correntes divinas pelo ajuntamento dos dois pólos, e simboliza o amor Universal Divino. A prática da vocalização do N. abre em nosso interior uma porta, que nos comunica com nosso remoto passado, e podemos ver as vidas passadas.

De pé, o corpo em forma de N, a mão direita afastada do corpo, indicando a Terra, e a esquerda, levantada, indicando o céu, aspirar lentamente pelo nariz e reter o alento tanto quanto possível, e ao soltar o alento retido, clamar ou cantar:

E n n n n n.

Logo após:

I n n n n n.
A a a a n n n n n n n n n n n n n n n n n.
O o o o n n n n n n n n n n n n n n n n n.
U u u u n n n n n n n n n n n n n n n n n.

 

O N. introduz as vibrações das vogais no nosso interior e abre as portas ou os selos cerrados.

 

 

 

Quando nascer o segundo homem dentro do primeiro, terá início a verdadeira imortalidade.

 

A letra M simboliza o princípio de concepção e criação, a imortalidade, a renovação, o renascimento, a transmutação. Também indica a mulher como mãe e companheira; tudo que é fecundo e capaz de criar. Corresponde também à destruição do que foi criado, ou seja, a transformação ou morte concebida como um passo de um mundo a outro.

 

O Universo reabsorve, sem cessar, o que saiu de seu seio e não se espiritualizou.

 

Deus meu: Tu semeaste em nossos Corações a semente dos desejos. Estas sementes cresceram e se desenvolveram, e agora, o amor e a liberdade vivem, como prisioneiros, em nossa alma, porém, desejam se libertar de sua prisão. Não nos castigues, Senhor, se rompermos as nossas cadeias.

 

Por mim mesmo nada posso fazer. É o Pai que está em mim – o Eu Sou – que tudo faz.

 

 

 

 

 

 

 

Minha Oração

 

 

 

Oh! Deus em mim!

Oh! Deus em mim!

Eu sei que Eu-sou,

mas ainda não sou.

Oh! Deus em mim!

Oh! Deus em mim!

 

 

 

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Nota:

1. Segundo Jorge Adoum, os antigos cristãos sabiam que Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Cento e trinta datas foram escolhidas, a princípio, por diversas seitas, como dias do nascimento do Nazareno, até que, no século IV, o papa Júlio I optou pelo dia 25 de dezembro. No segundo parágrafo do trabalho Aspectos Esotéricos da Vida de Jesus, de minha autoria, está escrito: Sob o signo de Libra o Sol nasceu, e Ana, esposa de Joaquim, o Sacerdote Supremo do Templo Essênio de Hélios, deu à luz à uma menina: Maria. MaRiHâ. Aos treze anos foi Maria consagrada columba do Grande Templo, e, como determinava a tradição, foi colocada sob a tutela de um viúvo da comunidade essênia. A José coube o encargo de cuidar da jovem até que se cumprisse a Profecia dos Magos. Maria espera. Anunciação. Gabriel. Ramo de açucenas. Geração. No dia 4 de outubro (calendário gregoriano) do ano 4 a.C., em uma gruta-hospital essênia na Cidade de Belém, Maria concebeu o Verbo, que não deve ser confundido com o Absoluto de Hegel (Ser e Não-Ser), com o Parabrahaman dos vedantinos ou com SAT – a Realidade Una. Esta data, segundo o Dr. Harvey Spencer Lewis (Frater Profundis XIII), está definida pela intercessão das linhas do piso da Câmara da Rainha com a linha do piso da Passagem Ascendente da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.lumini.xpg.com.br/LUMINI_Biografia_
Ocultistas/LUMINI_Jorge_Adoum_Mago_Jefa.html

http://www.pdfqueen.com/pdf/ap/aprendiz
-grau-e-seus-mist%C3%A9rios-jorge-adoum/

http://www.pdfqueen.com/pdf/ap/aprendiz
-grau-e-seus-mistérios-jorge-adoum/2/

http://gnosesamaelgnosisgnosticos.blogspot.com/
2010/01/aleister-crowley-grande-besta-666.html

http://www.gnosisonline.org/Tantrismo/
Arte_de_Conservar_Matrimonio.shtml

http://misticachapada.blogspot.com/2010/01/
as-cores-dos-pensamentos-jorge-adoum.html

http://www.gnosisonline.org/Medicina_
Esoterica/Praticas_Jorge_Adoum.shtml

http://www.fra.org.br/jorge.htm

 

Fundo musical:

Colours of the Wind

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://www.btc-bci.com/~rlewis/