Este
texto é a 10ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às
vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação
explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis
Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and
Theology (em português, Ísis sem Véu:
Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência
e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica,
e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um
texto-chave no movimento teosófico e um marco na história
do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso,
para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá
apenas 30 fragmentos.
Fragmentos
Os
Sete Espíritos do Apocalipse têm relação com
os Sete Poderes Ocultos da Natureza.1
Um
talismã, em si, talvez, um mero pedaço de metal, um fragmento
de papel ou um retalho de um tecido qualquer, quando é impregnado
pela influência do maior de todos os ímãs –
a Vontade Humana –
passa a ter um poder para o bem ou para o mal, com efeitos
tão reais
quanto o aço ao adquirir a
propriedade sutil em seu contado com
um ímã.
Para
o Bem, tudo; para o mal, nada.
—
Decidiu
utilizar
o anel de um cruel...
Aí, adoentou.
Insistiu em usar
o anel de um cruel...
Aí, bafuntou!
Balouçando no ar,
ocorreu o inevitável.
Então, chorou!
Os
médicos inteligentes aconselham os pais a não permitir que
seus filhos muito jovens ocupem suas camas.
—
E os
pais permitiram
que a filha mimada
passasse a dormir
na cama do casal.
E os meses fluíram...
E a filha mimada
não quis mais sair...
E pintou o cipoal!
Há
alguns indivíduos que apenas
se mantêm vivos devido à atmosfera das pessoas
que os cercam e às suas emanações, que, só
pelas suas presenças, têm a capacidade de vivificá-los
de maneira extraordinária. Há vampiros magnéticos que
absorvem a vida de aqueles que são fortes o suficiente para lhes
comunicarem a sua vitalidade, na forma de
sangue volatilizado. E as pessoas vampirizadas se
ressentem da perda de força ou energia [porém,
geralmente, não sabem que estão sendo sugadas.] Graças
a esses exemplos familiares da possibilidade de um fluido sutil se comunicar
de um indivíduo a outro ou à substância por este tocada,
se torna mais fácil compreender que, através de um determinada
concentração da vontade, um objeto, de outro modo inerte,
pode ser impregnado de um poder protetor ou destrutivo, de acordo com o
objetivo que a pessoa tenha em vista.
Animação
Meramente Pictórica
— Precisamos
nos proteger
dos malditos e dos hematófagos,
indeliberados ou deliberados.
E a melhor proteção é viver
nutrindo pensamentos acordados
com o Bem, com o Amor e com a LLuz.
Os
animais possuem naturalmente a faculdade da clarividência, e mesmo,
ao que parece, a habilidade de discernir entre os bons e os maus espíritos.
Perguntei
a Chibh-Chondor, um esquálido faquir hindu, quase nu, com um rosto
ascético e bronzeado: —
Empregais
para
agir sobre objetos inanimados o mesmo processo que utilizais sobre criaturas
vivas?
—
Tenho
apenas um processo, respondeu.
—
Qual
é ele?
—
A vontade. O homem, que
é o fim de todas as forças intelectuais e materiais, deve
dominar a todas. Os brâmanes nada sabem além disso.
Repudiamos
a idéia do milagre.
A
força de vontade do ser-humano-aí-no-mundo é tão
tremendamente potencial, que pode reanimar um corpo aparentemente morto,
fazendo retroceder a [personalidade-]alma
esvoaçante que ainda não rompeu o fio por meio do qual a vida
une a ambos. Eliseu, Jesus, Paulo, Apolônio e ascetas entusiastas
e S[h]ábios
Iniciados podiam chamar novamente à vida com facilidade todo homem
que não estivesse
morto, mas, apenas dormindo, e sem qualquer milagre.
De
acordo com Hermes Trismegisto (o três vezes grande)
–
um legislador egípcio, pastor e filósofo
que viveu na região de Ninus por volta de 1.330 a.C. ou antes desse
período (a estimativa é de 1.500 a.C a 2.500 a.C.) –
nada
se opera em a Natureza por transições violentas. Tudo
é gradual, e assim como é preciso um longo e gradual desenvolvimento
para produzir o ser humano, do mesmo modo, o tempo é necessário
para retirar completamente a vitalidade da carcaça. A
morte não pode ser um fim absoluto, assim como o nascimento não
é um início verdadeiro. O nascimento prova a preexistência
do ser, e a morte prova a imortalidade, disse cabalista
francês [Éliphas
Lévi, (8 de fevereiro de 1810 – 31 de maio de 1875)].
Natura
non facit saltus. A
Natureza não dá saltos.
(Gottfried Wilhelm Leibniz, 1º de julho de 1646 –
14 de novembro de 1716)
Uma
ressurreição, depois de a [personalidade-]alma
e o espírito se terem inteiramente separado do corpo, e o último
fio magnético se ter cortado, é inteiramente impossível.
Disse Éliphas
Lévi (8 de fevereiro de 1810 – 31 de maio de 1875):
Uma folha,
uma vez caída, não se religa ao ramo, A lagarta se torna uma
borboleta, mas, a borboleta não retorna ao estado de larva. A Natureza
fecha a porta atrás de tudo o que passa, e puxa a vida para a frente.
As formas passam, o pensamento permanece e não é chamado de
volta o que uma vez se exauriu. Se
a morte é absoluta e se os órgãos não cessaram
apenas de agir, mas, perderam a suscetibilidade de ação renovada,
então, seria preciso lançar todo o Universo no caos para ressuscitar
um cadáver.
O
ser-humano-aí-no-mundo não morre quando está frio,
rijo, sem pulso, sem respiração e mesmo mostrando sinais de
decomposição. Ele não está morto quando é
enterrado, nem depois, mas, quando um certo ponto é atingido. Este
ponto é, quando os órgãos vitais se decompuseram de
tal maneira que, se fossem reanimados, eles não realizariam as suas
funções costumeiras. Quando a mola central e a roda dentada
da máquina, por assim dizer, estão de tal modo desgastadas
pela ferrugem, que elas se quebrariam à primeira volta da chave,
aí, então, o ser-humano-aí-no-mundo
está morto. Até que esse ponto não
seja atingido, o Corpo Astral poderá ser forçado, sem milagre,
a reentrar em seu primeiro tabernáculo, por um esforço de
sua própria vontade ou sob o impulso irresistível da vontade
de alguém que conheça as potências da Natureza e saiba
como dirigi-las, pois, a Centelha não se extinguiu, mas, está
apenas latente.
Ensinou
Éliphas Lévi,
(8 de fevereiro de 1810 – 31 de maio de 1875):
Quando um ser-humano-aí-no-mundo
cai em seu sono derradeiro, mergulha, em primeiro lugar, em uma espécie
de sonho, antes de ganhar consciência no outro lado da vida. Ele vê,
então, em uma bela visão ou num pesadelo terrível,
o paraíso ou o inferno que ele acreditou 1ue existissem durante a
sua existência mortal.
Disse
o professor Alexander Wilder (1823 –
1909), um médico americano, erudito neoplatônico e um proeminente
membro da Sociedade Teosófica: Plotino
ensinava que há na [personalidade-]alma
um impulso de retorno, um Amor, que a atrai internamente para a sua Origem
e seu Centro, o Bem Eterno. Enquanto a pessoa que não compreende
como a [personalidade-]alma
contém o Belo-em-si, procurará, por um esforço laborioso,
reconhecer a beleza no exterior. Já o Homem Sábio reconhece-a
em si, desenvolve a idéia retirando-a de si mesmo, concentrando a
sua atenção, e assim pairando sobre a Fonte Divina, cuja corrente
flui dentro de si. Não se conhecerá o ilimitado por meio da
razão, mas, apenas, por uma faculdade superior à razão,
entrando em um estado em que o indivíduo, por assim dizer, cessa
de ser o seu eu finito, em cujo estado a Essência Divina lhe é
comunicada. Tal é o Êxtase... O passado e o futuro estão
compreendidos no presente.
Há
tão-só uma maneira de nós podermos compreender
que passado + futuro = presente: implodindo o muro.
Mediação
é uma coisa; mediunidade, outra.
O
relacionamento com espíritos desregrados sempre trouxe ruína
para o indivíduo e desastre para a comunidade. [Este,
talvez, seja o caso do médium curandeiro brasileiro João Teixeira
de Faria (Cachoeira de Goiás, 24 de junho de 1942), no Brasil conhecido
como João de Deus ou João de Abadiânia e em outros países
como John of God,
que, no final de 2018, foi denunciado por abuso sexual de mais
de trezentas mulheres que buscaram sua ajuda. A própria filha do
curandeiro, Dalva Teixeira, o acusou, tendo afirmado que foi molestada quando
era criança. Traduzindo tudo isto e mais o que ainda não se
sabe em bom português: as sacanagens sexuais desse tal de João
de Deus não são recentes; vêm de muito longe.
Com relação
às acusações, e não poderia ser de outro modo,
o médium-fajutão alegou: — Sou
inocente. O que precisamos compreender é que
a imensa maioria dos ditos médiuns recebe ou incorpora (termos que,
realmente, não explicam exatamente o que acontece), por assim dizer,
mensagens de cascões astrais, basicamente energias perambulantes
ainda não dissolvidas de pessoas falecidas, ou seja, Corpos Astrais
dissociados dos núcleos espirituais do seres-humanos-aí-no-mundo,
sem vida, sem vitalidade e sem inteligência, que conservam apenas
a memória daqueles que os utilizaram nas existências terrenas
precedentes. Ora, um cascão astral, por, no mínimo, manter
os desejos, as cobiças e as paixões de sua última encarnação
não pode ter nada para nos ensinar e nos auxiliar, ao contrário,
e, no limite, poderá até gerar morte prematura e traumática,
tanto no médium quanto nos seus consulentes. Os exemplos estão
por toda parte. Repetindo o que ensinou H. P. Blavatsky: O
relacionamento com espíritos desregrados sempre trouxe ruína
para o indivíduo e desastre para a comunidade.]
É
um erro dizer que um médium tem poderes desenvolvidos. Um médium
passivo não tem poder. Ele tem uma certa condição moral
e física que produz emanações ou uma aura, na qual
as inteligências que o guiam podem viver e pela qual elas se manifestam.
Ele é apenas o veículo através do qual elas exercem
seu poder. A perfeição de sua mediunidade está na razão
da sua passividade, e o perigo em que ele incorre está no mesmo grau.
Quando um médium está completamente "desenvolvido",
isto é, perfeitamente passivo, o seu próprio espírito
astral pode ser paralisado, mesmo retirado do seu corpo, que é então
ocupado por um elemental ou, o que é pior, por um monstro humano
da Oitava Esfera, que dele se serve como se fosse o seu próprio corpo.
Muito freqüentemente a causa dos crimes célebres deve ser procurada
em tais possessões. É notório que os melhores médiuns
físicos são doentios ou, às vezes, o que é ainda
pior, inclinados a um ou outro vício anormal. Disto se conclui que
os espíritos nunca controlam pessoas de caráter positivo,
que estão determinadas a resistir a todas as influências estranhas.
[Observe
a animação simbólica abaixo, e tire suas conclusões.]
Segundo
a doutrina dos antigos, nenhuma [personalidade-]alma
que esteja na Morada dos
Eleitos retornará à Terra, salvo em raríssimas
ocasiões, em que a sua aparição puder ser solicitada
para realizar algum grande objetivo em vista, e assim trazer algum benefício
[alívio]
para a Humanidade.
—
Para mim,
neca.
Para você,
Lhufas.
Para ele,
xongas.
Para a Humanidade,
tudo.
A
levitação de um Adepto é um efeito eletromagnético.
Ele consegue tornar a polaridade de seu corpo (oposta a do campo magnético
da Terra) idêntica à da Terra. Uma levitação
fenomênica dessa natureza é possível também quando
uma doença modifica a polaridade corporal de um paciente, pois, ela
o faz sempre em grau maior ou menor. Mas, em tal caso, a pessoa que levita,
provavelmente,
não costuma ter consciência
de seu ato. Os Adeptos da Ciência Hermética conhecem tão
bem esse Princípio, que explicam a levitação de seus
próprios corpos, quando ela ocorre de modo imprevisto, dizendo que
o pensamento está fixado tão intensamente sobre um ponto sobre
eles, que, quando o corpo está totalmente imbuído de força
astral, ele segue a aspiração mental, e se eleva no espaço
tão facilmente quanto uma rolha mantida sob a água se eleva
à superfície, quando a sua força ascensional lhe permite
fazê-lo.
Devemos
procurar a Verdade na harmonia e no equilíbrio perfeito de todas
as coisas. [A
imagem abaixo foi reproduzida da obra Isis
Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and
Theology, volume II, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.]
Deus
Geometriza!
Os
quatro pontos da Cruz representam, sucessivamente, o Nascimento, a Vida,
a Morte e a Imortalidade.
Axioma
Hermético: A causa
do esplendor e da variedade das cores mergulha profundamente nas afinidades
da Natureza, existindo uma aliança singular e misteriosa entre as
cores e os sons.
O
Universo é um instrumento musical (Música das Esferas) e os
sons e as cores são números espirituais.
Cada
um dos Sete Poderes da Natureza é um Número, assim como são
Sete as Radiações da Unidade –
o Sol Espiritual Central.
Por
tudo isto, disse Platão: Feliz
aquele que compreende os Números Espirituais e que percebe a sua
poderosa influência!
Interpretação
correta da palavra Sabedoria: Iniciação nos Mistérios
Sagrados dos Magos.
A
América do Sul foi povoada por uma colônia que abriu caminho
misteriosamente através do Atlântico. Atlântida.
Dæmon
est Deus inversus.
Todos
os movimentos religiosos da Antigüidade, sem distinção
de país ou de clima, são a expressão dos mesmos pensamentos
idênticos, cuja chave está na Doutrina Esotérica.
Na
Antigüidade, o Clero de cada nação, embora praticasse
ritos e cerimônias que podem ter diferido externamente, foi evidentemente
Iniciado nos mesmos Mistérios Tradicionais que foram ensinados, ao
longo das idades, em todo o mundo.
A
grande pergunta é: Qual dos anões materialistas modernos e
dos saduceus incrédulos contemporâneos ousará erguer
o Véu de Ísis?
Continua...