ÍSIS SEM VÉU
(Parte 10)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução

 

 

 

Este texto é a 10ª parte de um resumo, em forma de fragmentos (às vezes, comentados, às vezes, seguidos de uma animação explicativa) de um estudo que fiz da obra Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia) publicado em 1877. É um livro de filosofia esotérica, e é a primeira grande obra de Helena Petrovna Blavatsky – um texto-chave no movimento teosófico e um marco na história do esoterismo ocidental. Como este será um trabalho muito extenso, para não ficar cansativo para o leitor, cada parte conterá apenas 30 fragmentos.

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

Os Sete Espíritos do Apocalipse têm relação com os Sete Poderes Ocultos da Natureza.1

 

Um talismã, em si, talvez, um mero pedaço de metal, um fragmento de papel ou um retalho de um tecido qualquer, quando é impregnado pela influência do maior de todos os ímãs a Vontade Humana passa a ter um poder para o bem ou para o mal, com efeitos tão reais quanto o aço ao adquirir a propriedade sutil em seu contado com um ímã.

 

 

Para o Bem, tudo; para o mal, nada.

 

 

Decidiu utilizar
o anel de um cruel...
Aí, adoentou.
Insistiu em usar
o anel de um cruel...
Aí, bafuntou!
Balouçando no ar,
ocorreu o inevitável.
Então, chorou!

 

Os médicos inteligentes aconselham os pais a não permitir que seus filhos muito jovens ocupem suas camas.

 

E os pais permitiram
que a filha mimada
passasse a dormir
na cama do casal.
E os meses fluíram...
E a filha mimada
não quis mais sair...
E pintou o cipoal!

 

Há alguns indivíduos que apenas se mantêm vivos devido à atmosfera das pessoas que os cercam e às suas emanações, que, só pelas suas presenças, têm a capacidade de vivificá-los de maneira extraordinária. Há vampiros magnéticos que absorvem a vida de aqueles que são fortes o suficiente para lhes comunicarem a sua vitalidade, na forma de sangue volatilizado. E as pessoas vampirizadas se ressentem da perda de força ou energia [porém, geralmente, não sabem que estão sendo sugadas.] Graças a esses exemplos familiares da possibilidade de um fluido sutil se comunicar de um indivíduo a outro ou à substância por este tocada, se torna mais fácil compreender que, através de um determinada concentração da vontade, um objeto, de outro modo inerte, pode ser impregnado de um poder protetor ou destrutivo, de acordo com o objetivo que a pessoa tenha em vista.

 

 

Animação Meramente Pictórica

 

Precisamos nos proteger
dos malditos e dos hematófagos,
indeliberados ou deliberados.
E a melhor proteção é viver
nutrindo pensamentos acordados
com o Bem, com o Amor e com a LLuz.

 

 

Os animais possuem naturalmente a faculdade da clarividência, e mesmo, ao que parece, a habilidade de discernir entre os bons e os maus espíritos.

 

Perguntei a Chibh-Chondor, um esquálido faquir hindu, quase nu, com um rosto ascético e bronzeado: Empregais para agir sobre objetos inanimados o mesmo processo que utilizais sobre criaturas vivas?
Tenho apenas um processo, respondeu.
Qual é ele?
A vontade. O homem, que é o fim de todas as forças intelectuais e materiais, deve dominar a todas. Os brâmanes nada sabem além disso.

 

Repudiamos a idéia do milagre.

 

A força de vontade do ser-humano-aí-no-mundo é tão tremendamente potencial, que pode reanimar um corpo aparentemente morto, fazendo retroceder a [personalidade-]alma esvoaçante que ainda não rompeu o fio por meio do qual a vida une a ambos. Eliseu, Jesus, Paulo, Apolônio e ascetas entusiastas e S[h]ábios Iniciados podiam chamar novamente à vida com facilidade todo homem que não estivesse morto, mas, apenas dormindo, e sem qualquer milagre.

 

De acordo com Hermes Trismegisto (o três vezes grande) um legislador egípcio, pastor e filósofo que viveu na região de Ninus por volta de 1.330 a.C. ou antes desse período (a estimativa é de 1.500 a.C a 2.500 a.C.) nada se opera em a Natureza por transições violentas. Tudo é gradual, e assim como é preciso um longo e gradual desenvolvimento para produzir o ser humano, do mesmo modo, o tempo é necessário para retirar completamente a vitalidade da carcaça. A morte não pode ser um fim absoluto, assim como o nascimento não é um início verdadeiro. O nascimento prova a preexistência do ser, e a morte prova a imortalidade, disse cabalista francês [Éliphas Lévi, (8 de fevereiro de 1810 – 31 de maio de 1875)].

 

 

Natura non facit saltus. A Natureza não dá saltos.
(Gottfried Wilhelm Leibniz, 1º de julho de 1646 – 14 de novembro de 1716)

 

 

Uma ressurreição, depois de a [personalidade-]alma e o espírito se terem inteiramente separado do corpo, e o último fio magnético se ter cortado, é inteiramente impossível. Disse Éliphas Lévi (8 de fevereiro de 1810 – 31 de maio de 1875): Uma folha, uma vez caída, não se religa ao ramo, A lagarta se torna uma borboleta, mas, a borboleta não retorna ao estado de larva. A Natureza fecha a porta atrás de tudo o que passa, e puxa a vida para a frente. As formas passam, o pensamento permanece e não é chamado de volta o que uma vez se exauriu. Se a morte é absoluta e se os órgãos não cessaram apenas de agir, mas, perderam a suscetibilidade de ação renovada, então, seria preciso lançar todo o Universo no caos para ressuscitar um cadáver.

 

O ser-humano-aí-no-mundo não morre quando está frio, rijo, sem pulso, sem respiração e mesmo mostrando sinais de decomposição. Ele não está morto quando é enterrado, nem depois, mas, quando um certo ponto é atingido. Este ponto é, quando os órgãos vitais se decompuseram de tal maneira que, se fossem reanimados, eles não realizariam as suas funções costumeiras. Quando a mola central e a roda dentada da máquina, por assim dizer, estão de tal modo desgastadas pela ferrugem, que elas se quebrariam à primeira volta da chave, aí, então, o ser-humano-aí-no-mundo está morto. Até que esse ponto não seja atingido, o Corpo Astral poderá ser forçado, sem milagre, a reentrar em seu primeiro tabernáculo, por um esforço de sua própria vontade ou sob o impulso irresistível da vontade de alguém que conheça as potências da Natureza e saiba como dirigi-las, pois, a Centelha não se extinguiu, mas, está apenas latente.

 

 

 

 

Ensinou Éliphas Lévi, (8 de fevereiro de 1810 – 31 de maio de 1875): Quando um ser-humano-aí-no-mundo cai em seu sono derradeiro, mergulha, em primeiro lugar, em uma espécie de sonho, antes de ganhar consciência no outro lado da vida. Ele vê, então, em uma bela visão ou num pesadelo terrível, o paraíso ou o inferno que ele acreditou 1ue existissem durante a sua existência mortal.

 

Disse o professor Alexander Wilder (1823 1909), um médico americano, erudito neoplatônico e um proeminente membro da Sociedade Teosófica: Plotino ensinava que há na [personalidade-]alma um impulso de retorno, um Amor, que a atrai internamente para a sua Origem e seu Centro, o Bem Eterno. Enquanto a pessoa que não compreende como a [personalidade-]alma contém o Belo-em-si, procurará, por um esforço laborioso, reconhecer a beleza no exterior. Já o Homem Sábio reconhece-a em si, desenvolve a idéia retirando-a de si mesmo, concentrando a sua atenção, e assim pairando sobre a Fonte Divina, cuja corrente flui dentro de si. Não se conhecerá o ilimitado por meio da razão, mas, apenas, por uma faculdade superior à razão, entrando em um estado em que o indivíduo, por assim dizer, cessa de ser o seu eu finito, em cujo estado a Essência Divina lhe é comunicada. Tal é o Êxtase... O passado e o futuro estão compreendidos no presente.

 

 

Há tão-só uma maneira de nós podermos compreender
que passado + futuro = presente: implodindo o muro.

 

 

Mediação é uma coisa; mediunidade, outra.

 

O relacionamento com espíritos desregrados sempre trouxe ruína para o indivíduo e desastre para a comunidade. [Este, talvez, seja o caso do médium curandeiro brasileiro João Teixeira de Faria (Cachoeira de Goiás, 24 de junho de 1942), no Brasil conhecido como João de Deus ou João de Abadiânia e em outros países como John of God, que, no final de 2018, foi denunciado por abuso sexual de mais de trezentas mulheres que buscaram sua ajuda. A própria filha do curandeiro, Dalva Teixeira, o acusou, tendo afirmado que foi molestada quando era criança. Traduzindo tudo isto e mais o que ainda não se sabe em bom português: as sacanagens sexuais desse tal de João de Deus não são recentes; vêm de muito longe. Com relação às acusações, e não poderia ser de outro modo, o médium-fajutão alegou: — Sou inocente. O que precisamos compreender é que a imensa maioria dos ditos médiuns recebe ou incorpora (termos que, realmente, não explicam exatamente o que acontece), por assim dizer, mensagens de cascões astrais, basicamente energias perambulantes ainda não dissolvidas de pessoas falecidas, ou seja, Corpos Astrais dissociados dos núcleos espirituais do seres-humanos-aí-no-mundo, sem vida, sem vitalidade e sem inteligência, que conservam apenas a memória daqueles que os utilizaram nas existências terrenas precedentes. Ora, um cascão astral, por, no mínimo, manter os desejos, as cobiças e as paixões de sua última encarnação não pode ter nada para nos ensinar e nos auxiliar, ao contrário, e, no limite, poderá até gerar morte prematura e traumática, tanto no médium quanto nos seus consulentes. Os exemplos estão por toda parte. Repetindo o que ensinou H. P. Blavatsky: O relacionamento com espíritos desregrados sempre trouxe ruína para o indivíduo e desastre para a comunidade.]

 

É um erro dizer que um médium tem poderes desenvolvidos. Um médium passivo não tem poder. Ele tem uma certa condição moral e física que produz emanações ou uma aura, na qual as inteligências que o guiam podem viver e pela qual elas se manifestam. Ele é apenas o veículo através do qual elas exercem seu poder. A perfeição de sua mediunidade está na razão da sua passividade, e o perigo em que ele incorre está no mesmo grau. Quando um médium está completamente "desenvolvido", isto é, perfeitamente passivo, o seu próprio espírito astral pode ser paralisado, mesmo retirado do seu corpo, que é então ocupado por um elemental ou, o que é pior, por um monstro humano da Oitava Esfera, que dele se serve como se fosse o seu próprio corpo. Muito freqüentemente a causa dos crimes célebres deve ser procurada em tais possessões. É notório que os melhores médiuns físicos são doentios ou, às vezes, o que é ainda pior, inclinados a um ou outro vício anormal. Disto se conclui que os espíritos nunca controlam pessoas de caráter positivo, que estão determinadas a resistir a todas as influências estranhas. [Observe a animação simbólica abaixo, e tire suas conclusões.]

 

 

 

 

Segundo a doutrina dos antigos, nenhuma [personalidade-]alma que esteja na Morada dos Eleitos retornará à Terra, salvo em raríssimas ocasiões, em que a sua aparição puder ser solicitada para realizar algum grande objetivo em vista, e assim trazer algum benefício [alívio] para a Humanidade.

 

Para mim,
neca.
Para você,
Lhufas.
Para ele,
xongas.
Para a Humanidade,
tudo.

 

A levitação de um Adepto é um efeito eletromagnético. Ele consegue tornar a polaridade de seu corpo (oposta a do campo magnético da Terra) idêntica à da Terra. Uma levitação fenomênica dessa natureza é possível também quando uma doença modifica a polaridade corporal de um paciente, pois, ela o faz sempre em grau maior ou menor. Mas, em tal caso, a pessoa que levita, provavelmente, não costuma ter consciência de seu ato. Os Adeptos da Ciência Hermética conhecem tão bem esse Princípio, que explicam a levitação de seus próprios corpos, quando ela ocorre de modo imprevisto, dizendo que o pensamento está fixado tão intensamente sobre um ponto sobre eles, que, quando o corpo está totalmente imbuído de força astral, ele segue a aspiração mental, e se eleva no espaço tão facilmente quanto uma rolha mantida sob a água se eleva à superfície, quando a sua força ascensional lhe permite fazê-lo.

 

 

 

 

Devemos procurar a Verdade na harmonia e no equilíbrio perfeito de todas as coisas. [A imagem abaixo foi reproduzida da obra Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology, volume II, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.]

 

 

Deus Geometriza!

 

 

Os quatro pontos da Cruz representam, sucessivamente, o Nascimento, a Vida, a Morte e a Imortalidade.

 

 

 

 

Axioma Hermético: A causa do esplendor e da variedade das cores mergulha profundamente nas afinidades da Natureza, existindo uma aliança singular e misteriosa entre as cores e os sons.

 

O Universo é um instrumento musical (Música das Esferas) e os sons e as cores são números espirituais.

 

Cada um dos Sete Poderes da Natureza é um Número, assim como são Sete as Radiações da Unidade o Sol Espiritual Central.

 

Por tudo isto, disse Platão: Feliz aquele que compreende os Números Espirituais e que percebe a sua poderosa influência!

 

Interpretação correta da palavra Sabedoria: Iniciação nos Mistérios Sagrados dos Magos.

 

A América do Sul foi povoada por uma colônia que abriu caminho misteriosamente através do Atlântico. Atlântida.

 

Dæmon est Deus inversus.

 

Todos os movimentos religiosos da Antigüidade, sem distinção de país ou de clima, são a expressão dos mesmos pensamentos idênticos, cuja chave está na Doutrina Esotérica.

 

 

 

 

Na Antigüidade, o Clero de cada nação, embora praticasse ritos e cerimônias que podem ter diferido externamente, foi evidentemente Iniciado nos mesmos Mistérios Tradicionais que foram ensinados, ao longo das idades, em todo o mundo.

 

A grande pergunta é: Qual dos anões materialistas modernos e dos saduceus incrédulos contemporâneos ousará erguer o Véu de Ísis?

 

 

 

Continua...

 

 

 

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Nota:

1. O Livro do Apocalipse (o Livro da Revelação), também chamado de Apocalipse de João, é um livro da Bíblia – o Livro sagrado do Cristianismo e o último da seleção do Cânon bíblico – sendo inteiramente simbólico e alegórico. Por exemplo, no capítulo XIII, versículo 18, está escrito: É aqui que está a sabedoria. Quem tiver inteligência, calcule o número da besta. Porque é o número do homem; e o número dela é seiscentos e sessenta e seis. Já no Terceiro Livro dos Reis, X, 14, está dito: E o peso de ouro, que era levado a Salomão todos os anos, era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro. Afinal, 666 é o número da besta ou é o peso de ouro que era levado a Salomão todos os anos? Há alguns anos, publiquei um ensaio sob o título Seiscentos e Sessenta e Seis. Se você tiver interesse em consultá-lo, o endereço é: http://paxprofundis.org/livros/666/666.html

 

Música de fundo:

The Spheres
Interpretação: Stetson University Concert Choir

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=52J1RIINUYM

 

Páginas da Internet consultadas:

https://hugolapa.wordpress.com/2010/10/23/o-cascao-astral/

https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/espiritualidade/
cascao-astral-uma-forma-de-entrante-24800.html

https://www.cadblocksfree.com/

https://www.key.com/personal/index.jsp

https://www.vectorportal.com/

https://gost1980s.bandcamp.com/

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https://www.123freevectors.com/

https://www.newgrounds.com/

https://giphy.com/

https://www.av8n.com/physics/img48/

https://www.vectorstock.com/

http://www.artefolk.com.br/livros/isis-sem-veu1.pdf

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.