Este
modesto trabalho é uma coleção ordenada de lindas e
educativas migalhinhas garimpadas (em alguns casos, editadas, primeiro,
para facilitar a compreensão do leitor; segundo, para poder adaptá-las
a este tipo de divulgação) da obra
Iniciação Antiga e Moderna (O Tabernáculo no Deserto
e a Iniciação Mística Cristã), de
autoria de Max Heindel – fundador da The
Rosicrucian Fellowship (Fraternidade Rosacruz, mantida através
de doações voluntárias de seus estudantes e simpatizantes,
não havendo taxas ou mensalidades obrigatórias) – na
qual é oferecida uma visão completa do Processo Místico-alquímico
que se realiza no corpo humano pela Via da Iniciação.
A
coisa toda é mesmo como está escrito no prefácio da
obra: Somos um pouco
menos do que os anjos... e não demonstramos ainda o que chegaremos
a ser. Mas, para chegarmos a ser, para chegarmos onde deveremos
chegar... Trabalho, trabalho e mais trabalho... E, ainda, um pouco mais
de trabalho.
Trabalho,
trabalho e mais trabalho...
Mas não assim!
Esta
obra heindeliana
– que, na verdade, é uma Peregrinação Iniciática
ao útero dos Antigos Mistérios – necessariamente
deve ser lida integralmente (pois o presente estudo, incompleto e mutilado,
foi elaborado apenas com fragmentos garimpados e editados do original).
Ela está disponibilizada na página da Fraternidade Rosacruz
no endereço:
http://www.fraternidaderosacruz.org/iaem.htm
Enfim,
devo esclarecer que alguns excertos foram editados, sem, contudo, terem
sido adulterados, em relação ao pensamento original do autor.
Então, para quem continuar a ler este texto, deverá considerá-lo
uma espécie de prefácio mal-amanhado – um couvert
incompleto e apocopado. O prato principal é a esclarecedora
monografia de Max Heindel.
Lindas
Migalhinas Heindelianas
Antigo
Templo de Mistérios Atlante
Desde
que a Humanidade – os filhos pródigos espirituais de nosso
Pai Celestial – perambulou pelos desertos do mundo e se alimentou
dos prazeres que destroem a alma (como a fome destrói o corpo) existe
no Coração do homem uma Voz Silenciosa que o chama de volta
ao lar. Entretanto, muitas pessoas estando totalmente absorvidas por interesses
materiais, não podem ouvi-Ia. O Maçom Místico que ouviu
essa Voz Interior, sente um impulso interno para procurar a Palavra Perdida
[o Verbum
Dimissum et Inenarrabile] e construir a
Casa de Deus, um Templo do Espírito, onde possa se encontrar com
o Pai, face a face, e responder ao Seu chamado.
Assim
como nossa atitude mental de hoje depende de como pensamos ontem, também
nossa condição e circunstâncias no presente dependem
de como trabalhamos ou negligenciamos no passado... E assim, não
podemos obter qualquer perspectiva verdadeira de nosso futuro desenvolvimento
enquanto não nos familiarizarmos primeiramente com o passado.
No interior de todos os Templos de
Mistérios Atlantes, projetava-se a sombra da Cruz, salpicada com
Sangue, que se converteu em Rosas.
Verão
e inverno, dia e noite, fluxo e refluxo sucedem-se ininterruptamente.
Os
homens nunca cessaram de lastimar a perda da visão espiritual que
possuíam. No entanto, o antigo Templo de Mistérios Atlante
– o Tabernáculo no Deserto (uma sombra das boas coisas que
virão, como o Apóstolo Paulo ensinou) – foi-lhes dado
para que pudessem encontrar Deus quando se qualificassem pelo serviço
e tivessem subjugado a natureza inferior pelo Eu Superior.
O termo 'Maçom' deriva de
phree messen – um termo
egípcio que significa 'Filhos da Luz'. Deste modo, cada verdadeiro
Maçom Místico é um Filho da Luz, um Construtor...
A
natureza ambulante deste Tabernáculo no Deserto é uma excelente
representação simbólica da natureza migratória
do homem – um eterno peregrino – passando sempre do limite do
tempo à eternidade, para voltar novamente.
É consabido que a luz se refrata
nas três cores primárias que circundam o nosso planeta –
azul, amarela e vermelha. E é um fato do conhecimento de todo ocultista
que o raio do Pai é azul, o do Filho é amarelo e o do Espírito
Santo é vermelho.
O
'pecado' não está previsto em nosso esquema evolutivo; constitui,
portanto, uma anomalia, tanto quanto suas conseqüências.
Uma
vez que tenhamos feito o juramento de aliança com o Mestre Místico
– o Eu Superior – será extremamente perigoso desprezar
os preceitos que, por Ele, vierem a nos ser dados.
Na Iniciação Mística
Cristã, quando o Cristo lava os pés de Seus discípulos,
a explicação dada é que se não fosse pela decomposição
dos minerais que alimentam o reino vegetal, não haveria vegetação;
se não houvesse vegetais para a alimentação dos animais,
estes não poderiam sobreviver, e assim sucessivamente. O superior
necessita sempre de se sustentar no inferior. Por este motivo, o homem tem
uma dívida contraída para com eles e, como conseqüência,
o Mestre lava os pés de Seus discípulos, simbolizando, neste
serviço humilde, o reconhecimento de que eles O haviam servido como
um degrau para que pudesse alcançar algo superior.
Se os olhos espirituais são
fracos, não devem ser expostos imediatamente à LLuz das mais
elevadas Verdades.
O
fundamento de todo Misticismo Verdadeiro está dentro
de nós e não fora de nós. Angelus Silesius1
diz a respeito da Cruz: 'Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém,
se não nascer dentro de ti, tua alma ficará perdida. Em vão
olharás a Cruz do Gólgota, a menos que dentro de ti ela seja
novamente erguida'.
Não
é o Cristo externo que salva, mas o Cristo Interno.2
Devemos
construir o Tabernáculo dentro de nossos Corações e
de nossa consciência. Devemos vivenciar, como uma real experiência
interna, o ritual completo do serviço lá demonstrado. Devemos
ser ambos: o Altar dos Sacrifícios e o animal sacrificado sobre Ele.
Devemos ser igualmente o Sacerdote que imola o animal e o próprio
animal imolado. Mais tarde, aprenderemos simultaneamente a nos identificar
com o Lavabo místico e a lavar-nos em espírito dentro dele.
Em seguida, devemos entrar por detrás do primeiro véu, servir
na Câmara Oriental, e prosseguir através de todo serviço
do Templo até nos tornarmos o maior de todos esses antigos símbolos,
a Glória de Shekinah, ou isto de nada nos servirá. Em resumo,
antes que o símbolo do Tabernáculo nos possa realmente ajudar,
devemos transferi-Lo do espaço do deserto para um lar no nosso Coração.
Ao nos convertermos no todo que o Tabernáculo representa, teremos
alcançado o verdadeiro significado da espiritualidade.
Exercício
de Retrospecção
Comecemos
a construir em nosso Coração o Altar dos Sacrifícios,
primeiramente para que nele possamos imolar nossas más
ações e também expiá-las na crucificação
do remorso. Isto se realiza, no moderno sistema de preparação
para o discipulado, por um exercício que se executa à
noite. Este método especial tem um alcance tão duradouro
e efetivo, que capacita as pessoas a aprender agora, não
somente as lições comuns da vida, mas a alcançar
um desenvolvimento que, de outro modo, só poderia ser atingido
através de muitos renascimentos.
Eis
o exercício: à noite, quando nos retiramos para
descansar, devemos relaxar completamente o corpo. É muito
importante que assim se faça, pois se alguma parte do corpo
permanecer tensa, o sangue não poderá circular livremente
e ficará sob pressão. Como todo desenvolvimento
espiritual depende do sangue, o esforço para atingir o
crescimento anímico não será alcançado
enquanto qualquer parte do corpo estiver sob tensão. Quando
este completo relaxamento é alcançado, o aspirante
à Vida Superior deverá começar a rever as
cenas do dia. Esta retrospecção deve ser iniciada
com as ocorrências da noite, depois as da tarde, terminando
com as da manhã, isto é, ele as revive em ordem
inversa: primeiro as cenas da noite, seguem-se as da tarde e por
fim as da manhã. A razão disto é que no instante
do nascimento, quando a criança inala a sua primeira respiração,
o ar inspirado pelos pulmões carrega um quadro do mundo
exterior e, conforme o sangue flui pelo ventrículo esquerdo
do coração, cada cena fica gravada, minuto por minuto,
no Átomo-semente ali localizado. Cada inspiração
traz consigo novas imagens que ficam gravadas naquele pequeno
Átomo-semente, um registro de cada cena vivenciada e de
cada ação praticada durante toda a nossa vida, desde
o primeiro alento até o último suspiro. Após
a morte, estes registros formam a base de nossa existência
purgatorial. Sob as condições do mundo espiritual,
sofremos dores de consciência tão agudas que são
inacreditáveis. Sofremos pelos erros cometidos, e assim
nos sentimos desencorajados de repeti-los. Do mesmo modo, a alegria
pelos bons atos praticados impele-nos a seguir o caminho da virtude
em vidas futuras. Todavia, na existência 'post-mortem',
este panorama é revisto na ordem inversa, a fim de mostrar
primeiramente os efeitos e depois as causas que as geraram. Isto
para que o espírito possa aprender como a Lei de Causa
e Efeito funciona na vida. Por este motivo, o aspirante, que está
sob a orientação científica dos Irmãos
Maiores da Rosacruz, recebe ensinamentos para realizar os exercícios
noturnos na ordem inversa, julgando-se diariamente, e assim escapar
do sofrimento do purgatório após a morte. Mas devemos
ter consciência de que não haverá mérito
algum se contemplarmos passivamente os atos do dia. Não
é suficiente rever uma cena em que tenhamos ofendido alguém
e dizer simplesmente: 'Sinto muito o que fiz, desejaria nunca
tê-lo feito'. Neste momento, deveríamos considerar
que somos o animal sacrificado jazendo sobre o Altar dos Sacrifícios.
A menos que consigamos sentir em nosso Coração o
Divino Fogo ardente do remorso queimando até o mais profundo
de nosso ser, devido aos males praticados durante o dia, nada
alcançaremos.
Lei
de Causa e Efeito
|
Só
o sentimento do remorso – o profundo e sincero arrependimento pelo
que fizemos – que erradica o registro do Átomo-semente, deixando-o
limpo e sem manchas.3
O
Maçom Místico, almejando construir um templo 'sem ruído
de martelo' para nele servir, deve também se consagrar e se santificar.
Deve deixar toda posse terrena para poder seguir o Cristo Interno. No entanto,
pode conservar suas posses materiais, usando-as com fé e sabedoria,
como um sagrado depósito que lhe é confiado.
Sem
a última renúncia da vida pela LLuz, pelas Propostas Superiores,
não pode haver progresso. Do mesmo modo que o Espírito desceu
sobre Jesus quando Ele emergiu da Água Batismal da Consagração,
também o Maçom Místico, que se banha no Lavabo do Mar
Fundido, começa a ouvir suavemente a Voz do Mestre dentro de seu
próprio Coração, instruindo-o nos Segredos do Ofício
que deverá desempenhar em benefício de seus semelhantes.
O
aspirante que obtém um certo grau de Conhecimento Cósmico
deve utilizá-lo unicamente em favor de seus semelhantes.
É
tarefa do Maçom Místico, o verdadeiro construtor do Templo,
abraçar todas as oportunidades que a Vida oferece, cultivá-las
e nutri-las, para delas extrair o Pato da Vida – que alimenta a Alma.
Se
desejarmos acumular tesouros no céu, seremos impedidos de seguir
o Caminho do Verdadeiro Serviço.
Sem
o 'Dourado Manto Nupcial' (que é também a LLuz de Cristo do
corpo-alma, ao qual Paulo chamou de 'soma psuchicon'), o enlace com Cristo
jamais poderá ser consumado.
A
doce fragrância do incenso simboliza o serviço que prestamos
de acordo com nossas oportunidades – as ações virtuosas
de nossas vidas, a beleza e sublimidade do serviço desinteressado.
O
maior heroísmo – o grande martírio – é,
às vezes, fazer as pequenas coisas que ninguém nota, e sacrificar-se
no simples serviço aos outros.
O
postulante, para poder progredir na Senda, deve, em primeiro lugar, iluminar-se
a si próprio com a chama do remorso pelas faltas cometidas.
Deus
é LLuz. Se caminharmos na LLuz, como Ele na LLuz está, seremos
fraternais uns com os outros.
Não é tão-só
cumprindo rigorosamente as Leis que o homem estará emancipado de
toda interferência externa referente às suas ações,
mas trabalhando com as Leis. Em uma palavra: por escolha, não por
coação, o homem deverá ser um servo da Lei e trabalhar
com Ela... Todo aquele que se esforça em ajudar seu semelhante sem
interesse acumula tesouros no céu, onde nem a traça nem a
ferrugem podem destruí-los.
Morrendo...
Morrereis!
Quem
de nós possui um corpo totalmente saudável e perfeito, segundo
o nosso próprio julgamento, para poder viver nele para sempre? Por
isto, a morte é um benefício e uma benção, tanto
quanto nos possa capacitar a regressar aos reinos espirituais periodicamente,
para aí construirmos melhores veículos para cada retorno à
vida terrestre.
No curso do tempo – quando
tivermos aprendido definitivamente a evitar o orgulho da vida e a luxúria
da carne – o ato procriador cessará de esgotar nossa vitalidade.
Então, a Energia Vital será usada para a regeneração,
e os Poderes Espirituais, simbolizados pela Vara de Arão, serão
desenvolvidos. A vara de condão do mágico, a lança
santa de Parsifal, o Rei do Graal, e a Vara de Arão que floresceu,
são emblemas desta Divina Força Criadora que executa tais
maravilhas, às quais chamamos milagres. Entretanto, deixemos bem
claro que ninguém que chegue a tal ponto na evolução,
simbolizado pela Arca da Aliança na Sala Oeste do Tabernáculo,
usará este poder para fins egoístas.
Parsifal
– o herói do mito da alma – muitos anos viajou pelo mundo,
procurando encontrar novamente o Castelo do Graal, e disse: 'Muitas vezes,
acossado por inimigos, fui tentado a usar a Lança Sagrada em defesa
própria, mas sabia que esta Lança nunca deveria ser usada
para ferir, mas somente para curar.'
Todo
aquele que desenvolve dentro de si a florida Vara de Arão jamais
pensará em transformar pedras em pão para matar a própria
fome. Mesmo que seja pregado na cruz para morrer, não se livrará
dela com o Poder Espiritual que adquiriu para salvar outros do túmulo.
Ainda que todos os dias seja chamado de charlatão ou acusado de fraude,
de modo algum usará o seu Poder Espiritual para dar um sinal que
o mundo possa reconhecer que ele é um Regenerado ou Nascido do Céu.
Esta foi a atitude do Cristo-Jesus, imitada por todo aquele que é
um Cristo em formação.
O mundo todo está envolvido
pelo Fogo. Há Fogo na água. Ele também arde constantemente
na planta, no animal e no homem. Sim, nada existe no mundo que não
seja animado pelo Fogo. A razão de não nos apercebermos disto
é porque não podemos dissociar fogo de chama. Mas na realidade,
o fogo guarda a mesma relação com a chama que o Espírito
com o corpo; é invisível, porém, é uma potente
força em manifestação. Em outras palavras, o Verdadeiro
Fogo é escuro e invisível à visão física.
Só é revestido de chama quando consome matéria física.
Cristo
fez o primeiro auto-sacrifício, abolindo, assim, o holocausto de
animais.
O
Altar dos Sacrifícios deve ser erigido dentro do Coração,
onde queimará os males praticados. O Candelabro de Ouro deve ser
aceso dentro do Coração para nos guiar no Caminho, assim como
o Cristo Interno – a Glória de Shekinah do Pai – deve
habitar dentro dos sagrados recintos de nossa própria Consciência
Divina.
Somente
quando permanecermos à Sombra da Cruz, é que realmente poderemos
conhecer o significado, o propósito e a finalidade da vida. Presentemente,
podemos aproveitar as oportunidades que nos são oferecidas e prestar
serviço com maior ou menor eficiência. Porém, somente
quando, por meio deste serviço, desenvolvermos a LLuz Espiritual
dentro de nós – o corpo-alma – e assim tivermos obtido
acesso à Câmara Ocidental – chamada Vestíbulo
da Libertação – é que perceberemos e compreenderemos
realmente o porquê de estarmos no mundo e o que necessitamos fazer
para nos tornarmos propriamente úteis. O Gólgota é
a derradeira e suprema realização humana.
Para
refletir profundamente:
O homem toma o seu alimento pela boca, de onde desce. A planta recebe alimento
pelas raízes, forçando-o para cima. O homem reveste seu amor
de paixão e tem os órgãos da geração
voltados para a terra, escondendo-os com vergonha devido a esta mácula
de sua paixão. A planta desconhece a paixão; realiza a fecundação
da maneira mais pura e casta, isto é, ela projeta seus órgãos
geradores, a flor, para o Sol, um espetáculo de rara beleza. O homem,
decaído e passional, exala o mortífero dióxido de carbono,
enquanto a casta flor inala este veneno, transmuta-o e o devolve puro, doce
e perfumado, um fragrante elixir da vida.
O
Cálice da Comunhão, com seu Sangue Místico limpo da
paixão incidental da geração, traz Vida Eterna a quem
verdadeiramente Dele bebe.
A
Pureza é a chave com a qual o postulante pode esperar abrir a porta
para Deus ou como Cristo expressou: — 'Bem-aventurados os puros de
Coração porque eles verão a Deus.'
Se o candidato não possuir
a LLuz que Illumina todo homem, não terá acesso à Câmara
Ocidental do Templo.
Assim como os Grandes Salvadores
da Humanidade nascem no solstício de inverno na mais longa e escura
noite do ano, assim também o processo da Iniciação
traz ao nascimento no mundo invisível um dos salvadores menores –
o Auxiliar Invisível – na mais longa e mais escura noite de
cada mês, isto é na noite de Lua Nova, quando a órbita
lunar está na parte mais ocidental do céu.
Para atingirmos melhor os nossos
objetivos, a repetição é necessária, pois ela
conduz ao entendimento da consumação final – o ponto
convergente de toda Caminhada.
Os
Irmãos Maiores da Humanidade estão sempre prontos a auxiliar
nos momentos difíceis que surgem no Caminho.
A
Lei foi formulada para nos conduzir ao Cristo.
O
'Pão da Vida' que alimenta a alma é o Cristo Interno.
O Verdadeiro Tabernáculo deve
ser construído no Céu, e o Céu está dentro de
nós.
A
Iniciação é um processo cósmico de Illuminação
e de Evolução. Por isto, as experiências de todos são
semelhantes nos principais acontecimentos.
O
sistema intelectual do método Iniciático Rosacruz
objetiva despertar a compaixão do candidato através do Conhecimento,
procurando cultivar nele as faculdades latentes da Visão e Audição
Espirituais desde o início de sua peregrinação como um
aspirante a uma Vida Superior. É ensinado a conhecer os ocultos mistérios
do Ser, e perceber, intelectualmente, a Unidade de cada um com todos. Por
fim, pelo Conhecimento, será despertado nele o sentido que o fará
perceber verdadeiramente sua ligação com tudo que vive e se
move, e isto o porá em perfeita e completa sintonia com o Infinito,
tornando-o um verdadeiro auxiliar e trabalhador no divino reino da evolução.
Todos estamos destinados às
mesmas experiências pelas quais Jesus passou, inclusive a Imaculada
Concepção, que é um pré-requisito na vida dos
santos e salvadores de diversos graus.
O
rato e o homem, o caçador e sua presa, o algoz e sua vítima
não são coisas separadas; há um Divino Halo Dourado de
Vida que a todos rodeia e a todos une.
O
Cristão Místico, que acabou de emergir do seu Batismo na Fonte
da Vida, contrai-se de horror à simples sugestão de usar seu
novo poder para um fim egoísta.
O
Cristão Místico não age pela razão; tem um guia
mais seguro – uma Voz Interior que sempre lhe fala nos momentos em que
deve tomar uma decisão.
Alimentando
nosso corpo com alimentos leves, adquirimos uma Illuminação
Espiritual impossível àqueles que se gratificam com uma alimentação
pesada que nutre a natureza inferior... Os Irmãos Maiores da Humanidade,
que entendem a Lei e vivem de acordo com ela, usam o alimento somente a intervalos
de anos.
Pelo
processo místico do Verdadeiro Batismo Espiritual, o aspirante torna-se
inteiramente plenificado com o Espírito Universal.
O
Poder Espiritual pode ser usado para o bem ou para o mal, dependendo do motivo
e do caráter de quem o usa.
As
forças do bem, simbolizadas pelos servidores do Santo Graal, vivem
e crescem pelo serviço altruísta que aumenta a luminosidade
do reluzente Cálice do Graal. Por outro lado, o Poder das Trevas, conhecido
como o Graal Negro, é robustecido com atos sórdidos e perversos.
Por isto, os Irmãos das Trevas estão sempre ativos no mundo,
cometendo iniqüidades e incitando os outros para o mal.
O
Verdadeiro Místico não tem necessidade de pregar. Seus atos,
e até mesmo sua presença silenciosa, são mais poderosos
do que o mais profundo discurso preparado pelos sábios doutores em
Filosofia.
O
corpo denso do homem atravessa atualmente um processo de refinamento com a
erradicação das substâncias grosseiras e inferiores. Com
o tempo, pela evolução, este processo de espiritualização
fará com que nosso corpo denso se torne transparente e radiante pela
Luz que brilhará internamente...
Os
Evangelhos, que relatam a história da Iniciação Mística
Cristã, contam-nos como numa noite, quando Cristo participava da última
ceia com Seus discípulos no término do seu Ministério,
Ele se ergueu da mesa, muniu-se de uma toalha, despejou água numa bacia
e começou a lavar-lhes os pés, num ato do mais humilde serviço,
porém da mais alta significação oculta. Quando
ascendemos na escala da evolução, poucos percebem que atingimos
este feito porque calcamos os corpos de nossos irmãos mais fracos;
consciente ou inconscientemente, os pisamos e os usamos como trampolins para
atingir nossos próprios objetivos. Isto acontece em todos os reinos
da Natureza. Quando uma onda de vida é conduzida ao nadir da involução,
ficando incrustada na forma de mineral, é imediatamente apoderada por
outra onda de vida ligeiramente superior, que recebe o desintegrante cristal
mineral, transforma-o em cristalóide e assimila-o como parte de uma
forma vegetal. Se não houvesse minerais para se desintegrarem e se
transformarem, a vida vegetal seria impossível. Da mesma maneira, as
formas vegetais são absorvidas por numerosas classes de animais, são
trituradas, reduzidas a uma pasta, consumidas e transformadas para servir
de nutrição a este reino mais elevado. Se não houvesse
plantas, o reino animal não existiria. Pelo mesmo princípio,
na evolução espiritual, se não houvesse discípulos
em uma esfera inferior tentando galgar os degraus do conhecimento através
da instrução, não haveria necessidade de um mestre. Contudo,
precisamos notar aqui uma diferença muito importante. O professor cresce
dando e servindo aos seus alunos. Através deles, ele também
alcança um degrau mais alto na escala do conhecimento. Eleva-se, elevando-os.
Não obstante, tem uma dívida de gratidão para com eles,
que é simbolicamente reconhecida pelo lava-pés – um ato
de serviço humilde aos que o serviram.
Quem
mata alguma coisa, por pequena e aparentemente insignificante que seja, de
algum modo age contra o plano de Deus. Portanto, é absolutamente destrutiva
a prática de compartilhar de um alimento que requeira a morte de um
animal.4
Mesmo
os mais nobres e os bem-intencionados estão, em cada respiração,
envenenando constantemente os que os rodeiam e, por sua vez, estão
sendo envenenados por eles, pois todos exalam o venenoso e mortífero
dióxido de carbono. Por isto, somos uma ameaça uns aos outros.5
Devemos
entender definitivamente que a Pedra Filosofal não é elaborada
em um laboratório químico externo, mas que o corpo físico
do homem é o Laboratório do Espírito que contém
todos os elementos necessários para produzir este Elixir da Vida. A
Pedra Filosofal não está na parte exterior do corpo, mas é
o próprio Alquimista que se torna a Pedra Filosofal. O Sal, o Enxofre
e o Mercúrio, emblematicamente contidos nos três segmentos da
coluna vertebral que controla os nervos simpático, motor e sensorial,
são governados pelo Fogo Espiritual Espinhal de Netuno, constituindo
os elementos essenciais no Processo Alquímico.
A
Pedra Filosofal é um Corpo Celestial, como se refere São Paulo
no quinto capítulo da Segunda Epístola aos Coríntios,
um corpo que se torna imortal como um diamante ou um rubi. Não é
duro e inflexível como o mineral; é um diamante macio ou um
rubi, e para cada ato altruísta, o Cristão Místico está
construindo esse Corpo Celestial, embora, provavelmente, esteja inconsciente
disto por muito tempo. Quando atingir a Santidade, não terá
necessidade de lavar os pés de seus discípulos que o ajudaram
a se elevar. Mas terá sempre o sentimento de gratidão simbolizado
por aquele ato, e, também, o reconhecimento de todos que tiveram o
privilégio de ser atraídos como seus discípulos, aos
quais ele deverá oferecer o Pão da Vida – que nutre e
conduz à Imortalidade.
Enquanto
nos sentirmos importunados pelas pessoas que nos vêm trazer seus problemas,
enquanto fugirmos delas enfadados evitando ouvir seus desabafos angustiados,
estaremos bem longe do Caminho. Mesmo quando os ouvimos disfarçando
nosso mau humor e proferindo poucas palavras de simpatia que soarão
friamente em seus ouvidos, nada ganharemos em crescimento espiritual. É
absolutamente essencial ao Cristão Místico que sintonize os
sentimentos do mundo, que sinta cada dor em sua própria carne e em
seu Coração. Foi a dor de Amfortas, sentida no coração
de Parsifal por compaixão, que o manteve firmemente no caminho da virtude
quando a tentação se tornou mais forte.6
Compaixão
= Único poder do mundo capaz de fortalecer um homem na escalada do
Gólgota. O Cristão Místico deve dar sua vida pela Humanidade.
Não como um sacrifício mortal, mas como um sacrifício
vivente, elevando-se na medida em que elevar outros.7
Todos os caminhos convergem para o
Getsêmani, onde o candidato à Iniciação fica impregnado
de dor e de tristeza, que se transformam... e depois florescem em compaixão.
O
corpo físico não é absolutamente o homem real. Tangível,
sólido e dotado de vida como o vemos, é, na verdade, a parte
mais morta do ser humano, cristalizado dentro de uma matriz de veículos
mais sutis, que são invisíveis à nossa visão física
atual. Se colocarmos uma bacia com água numa temperatura baixa, a água
prontamente se converterá em gelo. Ao examinarmos este gelo, encontraremos
inúmeros e diminutos cristais com variadas formas geométricas
e linhas de demarcação. Trata-se de linhas de força etérica,
que estavam presentes na água antes desta se congelar. Do mesmo modo
que a água endureceu e se modelou à estas linhas, assim também
nossos corpos físicos se congelam e se solidificam ao longo das linhas
de força etérica de nosso invisível corpo vital que,
no curso normal da vida, se encontra emaranhadamente unido ao corpo denso
– esteja ele desperto ou adormecido – até que a morte dissolva
esta ligação. Mas, como a Iniciação implica na
liberação do homem verdadeiro do corpo de pecado e da morte,
a fim de que possa voar muito alto nas esferas mais sutis à sua vontade,
e voltar no momento que desejar, é óbvio que antes que isto
possa ser alcançado, antes que o objetivo da Iniciação
se realize completamente, a engrenagem do corpo denso e do veículo
etérico, que é tão forte e rígido na Humanidade
comum, precisa ser desfeita. Como esta união é mais forte e
sentida na palma das mãos, no arco dos pés e na cabeça,
as escolas de ocultismo concentram seus esforços para cortar a conexão
em tais pontos e produzir os estigmas invisivelmente.
INRI = Jesus Nazarenus Rex Judaeorem.
Isto é traduzido normalmente como 'Jesus de Nazaré, o Rei dos
Judeus'. Mas, a iniciais INRI, colocadas sobre a cruz, representam os nomes
em hebraico de quatro elementos: Iam – Água; Nour – Fogo;
Ruach – Espírito ou Ar Vital; e Iabeshah – Terra. Esta
é a chave oculta do mistério da crucificação,
pois ela simboliza, em primeiro lugar, o Sal, o Enxofre, o Mercúrio
e O Azoto,8
que foram utilizados pelos antigos Alquimistas para fazer a Pedra Filosofal,
o Solvente Universal – o Elixir da Vida. Os dois 'Is' (Iam e Iabeshah)
representam a Água Salina Lunar: a - em um estado fluídico que
contém sal em solução; b - o extrato coagulado desta
água: o 'Sal da Terra'; em outras palavras, os sutis veículos
fluídicos do homem e seu corpo denso. Em hebraico, N (Nour) representa
o Fogo, e os elementos combustíveis, entre os principais o enxofre
e o fósforo, são muito necessários à oxidação,
sem os quais o sangue quente seria impossível. O Ego, sem esta condição
de calor no sangue não poderia funcionar no corpo, nem conseguiria
uma forma de expressão material. R (Ruach) é o equivalente a
Espírito em hebraico, isto é, o Azoto dos Alquimistas, que funciona
na Mente Mercurial. Assim, as quatro letras INRI,9
colocadas sobre a Cruz de Cristo, de acordo com o relato dos Evangelhos, representam
o homem composto, o Pensador, no momento de seu desenvolvimento espiritual,
quando começa a se libertar da cruz de seu veículo denso.
INRI,
efetivamente, é o símbolo do candidato crucificado pelas razões
seguintes:
Iam,
a palavra hebraica para Água, o fluido ou elemento lunar, que constitui
a maior parte do corpo humano (cerca de 87% ). Esta palavra é também
o símbolo dos mais sutis veículos fluídicos do desejo
e da emoção.
Nour,
a palavra hebraica para Fogo, é a representação simbólica
do calor produtor do sangue vermelho, que está carregado de ferro,
fogo e energia do marcial Marte. Este sangue é visto pelo ocultista
como um gás circulando pelas veias e artérias do corpo humano
infundindo energia e ambição, sem as quais não haveria
progresso espiritual nem material. Também representa o enxofre e o
fósforo necessários para a manifestação material
do pensamento.
Ruach,
a palavra hebraica para indicar o Espírito ou Ar Vital, é um
símbolo excelente do Ego envolvido pela mente mercurial, que torna
o ser humano homem, capacitando-o a controlar e dirigir seus veículos
corporais e suas atividades de uma forma racional.
Iabeshah,
a palavra hebraica para Terra, representando a parte sólida e a carne
do homem, forma o corpo terrestre cruciforme, cristalizado dentro dos veículos
mais sutis ao nascer e separado deles ao morrer no curso normal das coisas,
ou em um acontecimento extraordinário pelo qual aprendemos a morrer
misticamente e a ascender às gloriosas esferas superiores por uns tempos.
Sacrificar-se
para aliviar o sofrimento do mundo...
Salvar e amparar os que são
fracos...
Ajudar os que carregam muita carga...
Confortar
seus semelhantes e lhes proporcionar repouso...
Amor
= Único sentimento que transmite afeto, zelo e dedicação.
Abba,
Pai, todas as coisas Te são possíveis. Afasta de mim este cálice;
porém, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres.
Vigiai e orai para que não entreis
em tentação. O Espírito, na verdade, está pronto;
mas a carne é fraca.
Amarás o teu próximo
como a ti mesmo.
Consummatum est. Está consumado.
Uma
Palavrinha Final
Desde
o mais longínquo antanho que se possa imaginar, as Leis Místicas,
a colimação e o propósito que norteiam as Iniciações
são exatamente os mesmos, ainda que o pano de fundo possa ter sido
diferente, variado e multicolor, como efetivamente foi e continua[rá]
sendo.
Todavia,
a base é, como sempre foi: Compreensão generatriz da Liberdade.
Entretanto, a coisa sempre aconteceu e continuará a acontecer em harmonia
e concorde com a capacidade de entendimento do ser-no-mundo. Ora,
não é possível se ensinar cálculo diferencial
e integral, também chamado de cálculo infinitesimal ou simplesmente
cálculo, a quem não domina as quatro operações
básicas: adição, subtração, multiplicação
e divisão. Logo, Aqueles Que Podem sempre adequaram as Iniciações
ao tempo que não é Tempo e à mentalidade (crenças,
maneira de pensar, disposições psíquicas e inclinações
morais) do ser-no-mundo, ainda que os Princípios que as regulem
sempre tenham sido os mesmos.
Por
outro lado, além de sempre terem existido duas Vias para a difusão
dos Princípios Universais – a Exotérica e a Esotérica
– sempre houve também diversas subvias representativas dos Conhecimentos
divulgados na Primeira e na Segunda Via. Em uma mesma Via, pular de galho
em galho ou se filiar a duas ou mais subvias (de uma mesma Via ou de Vias
distintas), além de ser uma inutilidade, é perda de tempo, pois
o resultado acabará inevitavelmente sendo nem sim nem sopas.
Conclusão:
ninguém se tornará mais proficiente nem Illuminado
por se vincular a mais de uma Escola de Sabedoria nem, entre si, uma é
mais importante do que a outra. Este entendimento é semelhante à
execução de uma peça musical por orquestras distintas.
Days Of Wine And Roses,
música de Henry Mancini e letra de Johnny Mercer, por exemplo, tem
uma linha melódica inconfundível, mas as orquestras de Henry
Mancini, de Frank Pourcel e de Ray Conniff interpretaram-na de forma diferente,
e Andy Williams, Perry Como e Frank Sinatra cantaram-na cada qual a seu modo.
A coisa também é mais ou menos assim: ainda que haja várias
especialidades, a própria Medicina é uma só; o que importa
é ser bom médico na especialidade escolhida.
Enfim,
ninguém será (ou se tornará) melhor místico ou
espiritualista por ser Espírita, Católico, Maçom, Martinista,
Templário, Rosa+Cruz e sei lá mais o quê ao mesmo tempo.
Isto, lamentavelmente, poderá acabar desembocando em uma espécie
de Samba do Crioulo
Doido – paródia escrita em 1968 para o Teatro de
Revista pelo cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro Sérgio
Porto (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 – Rio de Janeiro, 30 de
setembro de 1968), sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, na qual
ele descreve como Chica da Silva obrigou a Princesa Leopoldina a se casar
com Tiradentes, e este, depois eleito como Pedro Segundo, procurou o padre
José de Anchieta, e, juntos – Anchieta e D. Pedro – proclamaram
a escravidão. Eu já vi gente metida em não sei quantas
fraternidades que não dizia coisa com coisa nem loisa com loisa! Mas
a parada se torna realmente grotesca, estapafúrdica e bizarra quando
alguém se apresenta como canal mediúnico de um Mestre Ascensionado.
Arre!
Mistérios Eleusinos
1.
Angelus Silesius é o pseudônimo de Johannes Scheffler, místico
cristão, filósofo, médico, poeta e jurista nascido
em 1624 em Breslau, Polônia, e falecido na mesma cidade em 1667.
2. Salva
= Liberta.
3. Se você estiver
lendo esta nota, faça o seguinte: agora, rapidamente, ainda que nesta
oportunidade apenas rapidamente, reveja em trinta segundos todos
os seus 'pecados'.
Em trinta segundos. E se arrependa sinceramente. E chore, se tiver
vontade. E se comprometa a não repeti-los. Suspenda a leitura deste
texto, e faça isto agora. Tenho dito que a Libertação
só virá pela Compreensão. Isto é uma irredutível
verdade. O que acho nunca disse, pelo menos explicitamente – e vou
dizer agora – é que a Compreensão só poderá
acontecer se nos arrependermos sinceramente das faltas cometidas. O não-arrependimento
é uma trava que impede tudo. É a pior trava de todas. É
por isto que o exercício de retrospecção elimina o
registro de nossos 'pecados
do Átomo-semente. Este
exercício leva-nos a um nível mais alto de espiritualidade
que, de outra forma, não poderíamos alcançar em nossa
atual vida terrestre. E, mesmo que seus pecados sejam escarlates, ficarão
tão brancos como a neve.
4. Isto é mesmo
como escreveu Augusto Henriques em sua Página na Internet: Os
animais são nossos irmãos menores. Eles têm sentimentos,
sofrem, sentem dor e sabem amar além da capacidade dos corações
humanos.
5. Agora, visualize
um táxi, todo fechado, ar condicionado ligado, e dentro, quatro passageiros
+ o motorista, todos inspirando e expirando o mesmo ar. Por isto, tenho
afirmado: nada há de mais nocivo ao ser humano do que ar condicionado
central.
6. Em sua obra Parsifal,
Wagner representa a ferida do rei Amfortas na região abdominal, justamente
no lado. Uma possível interpretação seria a analogia
da ferida de Amfortas com a ferida de Jesus, o Cristo. Contudo, Amfortas
não é o Redentor, mas, sim, espera pelo Redentor. E Max Heindel
diz: Assim como
está demonstrado no mito-alma de Parsifal, assim também ocorre
na vida e na experiência do Cristão Místico: ele deve
beber profundamente do cálice da amargura até esgotá-lo,
de modo que as dores acumuladas em seu Coração façam
que se ofereça, sem reservas nem limites, ao serviço de cura,
ajudando a todos. Então, o Getsêmani, o Horto da Agonia, será
um lugar familiar para ele, lavado com as lágrimas da amargura e
dos sofrimentos da Humanidade.
7. Se me perguntassem
qual foi a maior insânia/crueldade de todos os tempos, eu responderia:
a crucificação de Jesus. Mas, estava escrito nas estrelas
que deveria suceder daquele jeito. E sucedeu!
8. Denominação
substituída por nitrogênio.
9. Entre outras possibilidades,
INRI também pode simbolizar: Igne
Natura Renovatur Integra (O Fogo Renova a Natureza Inteira),
Ignem Natura
Regenerando Integrat
(É pelo Fogo que a Natureza se Renova Integralmente), Isis
Naturæ Regina Ineffabilis (Isis – a Rainha Inefável
da Natureza), Igne
Nitrum Roris Invenitur (Pelo Fogo o Sal é extraído
do Orvalho) Iustitia
Nunc Regent Imperia (A Justiça Regerá as Nações),
Intra Nobis Regnum
Dei (Em nosso Interior está o Reino de Deus), In
Necis Renascere Integer (A Morte Iniciática faz o Iniciado
Renascer Intacto e Puro) etc. Enfim, considerar que este Mantra possa significar
Iesus Nazarenus
Rex Iudæorum (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus) é,
no mínimo, afirmar o absurdo de todos os absurdos!
Enfim, como ensinou
Jorge Elias Adoum (1897 – 1958), é interessante observar que,
considerando os Valores Externos das letras da Palavra INRI (YOD
= 10, NUM
= 50, RESh
= 200 e novamente o YOD
= 10), a soma dos valores numéricos destas letras é 270 –
que é, entre outros, um número precessional. 270 x 8 = 2.160.
2.160
x 12 = 25.920 (Grande Ano de Platão, Grande Ciclo de Precessão
Equinocial ou Grande Ano Zodiacal, que corresponde à respiração
humana que ocorre em um dia, se considerarmos 18 respirações
por minuto em um organismo equilibrado e harmônico, o que, em 24 horas,
resultará em 25.920 respirações, isto é: 18
x 60 x 24 = 25.920).
Voltando
à Palavra INRI, o I faz fluir o sangue à cabeça; o
N conduz nossa mente ao mundo interno, convertendo-se em instrumento da
manifestação interna; o R significa e representa a cabeça,
o movimento e a revolução; e o I final fixa a energia absorvida
pelo sangue.
Ao vocalizarmos
IIIIIII... NNNNNNN... RRRRRRR... IIIIIII..., o sangue flui para a cabeça,
produzindo determinados efeitos transcendentais: a energia criadora, ao
ser erguida pela vontade do Iniciado, através da espinha dorsal,
até atingir a cabeça, produz, a princípio, a coroa
de espinhos, cujas dores são incalculáveis. INRI, como Mantra
para a cura física das dores de cabeça, é algo surpreendente,
mas para a Iniciação Interna é muito doloroso.
Esta nota foi editada
das fontes:
http://paxprofundis.org/
livros/adoumjorge2/adoumjorge2.htm
http://confissoes-a-waltraud-meier.blogspot.com/
2009/05/amfortas-e-ferida-da-humanidade.html
Música
de fundo:
Ressurection
and Ascension (Alfred Newman)