HENRI BERGSON – Pensamentos

 

 

 

Henri Bergson

Henri Bergson

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é um pequeno apanhado do pensamento do filósofo e diplomata francês Henri Bergson.

 

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Henri Bergson (Paris, 18 de outubro de 1859 – Paris, 4 de janeiro de 1941), nasceu de família judia, filho de mãe inglesa e pai polonês, foi um filósofo e diplomata francês. É freqüentemente situado na História da Filosofia como espiritualista evolucionista.

 

Bergson é conhecido principalmente por Ensaios Sobre os Dados Imediatos da Consciência, Matéria e Memória, A Evolução Criadora e As Duas Fontes da Moral e da Religião, sua obra é de grande atualidade e tem sido estudada em diferentes disciplinas – cinema, Literatura, Neuropsicologia, Bioética, entre outras.

 

A Filosofia de Bergson, a princípio, é uma negação, isto é, uma crítica às formas de determinismo e de coisificação do homem. Em outras palavras: a sua pesquisa filosófica é uma afirmação da liberdade humana frente às vertentes científicas e filosóficas que querem reduzir a dimensão espiritual do homem a leis previsíveis e manipuláveis, análogas às leis naturais e biológicas, como imaginou o filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo, Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 – Paris, 5 de setembro de 1857). Seu pensamento está fundamentado na afirmação da possibilidade do real ser compreendido pelo homem por meio da intuição da duração – conceito que perpassa toda sua bibliografia. O próprio Filósofo chegou a dizer que para compreender a sua Filosofia é preciso partir da intuição da duração (o correr do tempo uno e interpenetrado, isto é, os momentos temporais somados uns aos outros formando um todo indivisível e coeso).

 

Bergson foi o expoente da linha da Filosofia Intuicionista, assim chamada porque afirma que o verdadeiro conhecimento não se fundamenta nos conceitos abstratos do intelecto racional, mas, na apreensão imediata, na intuição, como é evidenciado pela experiência interior.

 

Segundo o Filósofo, há dois caminhos para conhecer o objeto, duas formas de conhecimento, diversas e de valores desiguais: mediante o conceito e mediante a intuição. A forma mediante o conceito é o caminho dos conceitos, dos juízos, dos silogismos, da análise e da síntese, da dedução e da indução; a segunda forma é a intuição imediata que nos proporciona o conhecimento intrínseco, concreto e absoluto. Bergson conceitua a intuição como a faculdade suprema do impulso vital (élan vital) e a faculdade cognoscitiva do filósofo. Segundo ele, hoje, só raramente e com grande esforço, poderemos chegar à intuição; no entanto a Humanidade, um dia, chegará a desenvolver a intuição de tal modo que será a faculdade ordinária para conhecer as coisas. Então, desaparecerão todas as escolas filosóficas e haverá uma só Filosofia verdadeira conhecedora da Verdade e do Ser Absoluto. Bergson foi, também, um dos primeiros a fazer referência ao inconsciente.

 

 

 

Pensamentos Bergsonianos

 

 

 

A meditação é um luxo, ao passo que a ação é necessária.1

Conhecer uma realidade é, no sentido habitual do termo «conhecer»: tomar conceitos já feitos, doseá-los e combiná-los até obter um equivalente prático do real. Mas, não se deve esquecer que o trabalho da inteligência está longe de ser um trabalho desinteressado. Não visamos, em geral, conhecer por conhecer, mas, conhecer para tomar uma decisão, para tirar algum proveito; enfim, para satisfazer algum interesse.

A idéia de um futuro, prenhe de uma infinidade de possíveis, é mais fecunda do que o próprio futuro, e é por isto que há mais encanto na esperança do que na posse, no sonho do que na realidade.2

É preciso agir como homem de pensamento e pensar como homem de ação.

Demoraria muito para se tornar um misantropo [aquele que odeia a Humanidade ou sente aversão às pessoas] quem se ativesse à observação de outrem. É notando nossas próprias fraquezas que acabamos por lamentar ou por desprezar o homem. A Humanidade da qual nos afastamos, então, é a que descobrimos no fundo de nós. O mal se esconde tão bem, o segredo é tão universalmente guardado, que cada um de nós é aqui vítima do logro de todos: por mais severamente que pretendamos julgar os outros homens, no fundo, acreditamos que sejam melhores do que nós. É sobre esta feliz ilusão que assenta uma boa parte da vida social.3

O que é duração pura exclui toda idéia de justaposição, de exterioridade recíproca e de extensão.

Não há estado de alma, por mais simples que seja, que não mude a cada instante, pois, não há consciência sem memória, não há continuação de um estado sem adição, ao sentimento presente, da lembrança de momentos passados. Nisto consiste a duração. A duração interior é a vida contínua de uma memória que prolonga o passado no presente, seja porque o presente encerra distintamente a imagem incessantemente crescente do passado, seja, mais ainda, porque testemunha a carga sempre mais pesada que arrastamos atrás de nós, à medida que envelhecemos. Sem esta sobrevivência do passado no presente, não haveria duração, mas, somente instantaneidade.4

Pensar consiste, ordinariamente, em ir dos conceitos às coisas, e não das coisas aos conceitos.5

Se consciência significa memória e antecipação, é porque consciência é sinônimo de escolha.6

Para um ser consciente, existir consiste em mudar, mudar para amadurecer, amadurecer para se [re]criar a si mesmo indefinidamente.

A vida é um caminho de sombras e de luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar as luzes.

 

 

 

 

Escolher é excluir.

A qualidade é a quantidade de amanhã.

Falhamos ao tentar traduzir exatamente o que se sente na alma: não se pode medir o pensamento com a linguagem.

A inteligência é caracterizada por uma incompreensão natural da vida.7

Não existe matéria mais resistente nem mais substancial do que o tempo. Porque a nossa duração não é apenas um instante a seguir ao outro; se fosse, nunca haveria mais nada além do presente – nenhum prolongamento do passado na atualidade, nenhuma evolução, nenhuma duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que morde o futuro e vai inchando à medida que avança. E, como o passado cresce sem parar, não há nenhum limite à sua preservação. A memória não é uma faculdade de arrumar recordações em uma gaveta ou de inscrevê-las em um registo. Na realidade, o passado se preserva a si mesmo, automaticamente. Provavelmente, nos acompanha na sua totalidade a cada instante.

Mudamos, logo somos.8

Há coisas que só a inteligência é capaz de procurar, mas, que, por si mesma, nunca achará. E estas coisas só o instinto as acharia, mas, nunca as procura.

Raramente nos acontece de querermos entrar em nós mesmos.

 

 

 

 

A obediência ao dever é uma resistência a si mesmo.9

A coesão social é devida, em grande parte, à necessidade de uma sociedade se defender de outras.

O riso é a Mecânica aplicada no ser vivo.

Nosso riso é sempre o riso de um grupo.

No riso, há sempre uma intenção inconfessada de humilhar e, conseqüentemente, de corrigir o nosso próximo.

Parece que o riso precisa de um eco.

Cada um dos nossos atos visa uma certa inserção da nossa vontade na realidade.

Uma idéia é um pensamento que ficou de pé.

Falamos mais do que pensamos.10

O espaço concreto foi extraído das coisas. Elas não estão nele;é ele que está nelas.

Antes de tudo, consciência significa memória.

O nosso espírito tem uma irresistível tendência para considerar como mais clara a idéia que mais freqüentemente lhe serve.

Sonhar é se desinteressar.

Os costumes são uma das fontes da moral.

Nada é menos do que o momento presente, se entendermos por isto o indizível instante que separa o passado do futuro.

O instinto é simpatia. Se esta simpatia pudesse alargar o seu objeto e também refletir sobre si mesma, dar-nos-ia a chave das operações vitais – do mesmo modo que a inteligência, desenvolvida e reeducada, nos introduz na matéria. Porque, não é demais repeti-lo, a inteligência e o instinto estão orientados em dois sentidos opostos: aquela para a matéria inerte, este para a vida. A inteligência, por meio da ciência, que é obra sua, nos desvendará, cada vez mais completamente, o segredo das operações físicas; da vida apenas nos dá, e não pretende, aliás, nos dar outra coisa, uma tradução em termos de inércia. Gira em derredor, obtendo de fora o maior número de visões do objeto que chama até si, em vez de entrar nele. Mas, é ao interior mesmo da vida que nos conduzirá a intuição, quero dizer, o instinto tornado desinteressado, consciente de si mesmo, capaz de refletir sobre o seu objeto e de o alargar indefinidamente. Que um esforço deste gênero não é impossível é o que demonstra já a existência no homem de uma faculdade estética ao lado da percepção normal. O nosso olhar apercebe os traços do ser vivo, mas justapostos uns aos outros, e não organizados entre si. Escapa-lhe a intenção da vida, o movimento simples que corre através das linhas, que as liga umas às outras e lhes dá uma significação. É desta intenção que o artista pretende se apossar, situando-se no interior do objeto por uma espécie de simpatia, baixando, por um esforço da intuição, a barreira que o espaço interpõe entre ele e o modelo. É verdade que esta situação estética, como, de resto, a percepção exterior, alcança apenas o individual. Todavia, é possível conceber uma pesquisa orientada no mesmo sentido da arte, e que tivesse por objetivo a vida em geral, do mesmo modo que a ciência física, seguindo até o fim o rumo assinalado pela percepção exterior, prolonga em leis gerais os fatos individuais. Decerto esta filosofia jamais alcançará do seu objeto um conhecimento comparável ao que a ciência tem do seu. A inteligência continua a ser o núcleo luminoso em torno do qual o instinto, mesmo alargado e depurado em intuição, é apenas uma vaga nebulosidade. Mas, em vez do conhecimento propriamente dito, reservado à pura inteligência, a intuição poderá nos fazer apreender o que os dados da inteligência têm aqui de insuficiente e nos deixar entrever o meio de os completar. (...) Pela comunicação simpática que estabelecerá entre nós e o resto dos vivos, pela dilatação que obtiver da nossa consciência, introduzir-nos-á no domínio próprio da vida, que é compenetração recíproca e criação indefinidamente continuada.

O olho vê somente o que a mente está preparada para compreender.11

Quando a inteligência aborda o estudo da vida, necessariamente trata o ser vivo como o inerte, aplicando a este novo objeto as mesmas formas, transportando para este novo domínio os mesmos hábitos que deram tão certo no antigo. E tem razão em fazer isto, pois, somente sob esta condição o ser vivo oferecerá à nossa ação o mesmo campo que a matéria inerte. Mas, a verdade à qual se chega assim se torna absolutamente relativa à nossa faculdade de agir. Nada mais é do que uma verdade simbólica.12

Contrariamente à crença geral, a verdade não se impõe por si mesma. O erro que entra no domínio público permanece nele para sempre.13 As opiniões se transmitem, hereditariamente como as terras. Constrói-se nelas. As construções acabam por formar uma cidade – e a ditar a História.

Um absoluto só pode ser surgir em uma intuição, enquanto todo o resto tem a ver com a análise. [A intuição é a única força capaz de enxergar o que a Ciência não consegue enxergar].14

A vaidade é o exercício do ridículo. A única cura para a vaidade é o riso.

A intuição é o que atinge o espírito, a duração, a mudança pura.

Pensar intuitivamente é pensar na duração.

O homem é essencialmente um fabricador.

É verdade que a faculdade de intuição existe em cada um de nós, mas coberta por outras funções.

A mente é a principal função da intuição.

Não há nada na Filosofia que não possa ser dito na linguagem cotidiana.

A situação será sempre cômica, se dois acontecimentos, que sejam completamente independentes um do outro, acontecerem simultaneamente, e se puderem ser interpretados em dois sentidos completamente diferentes.

 

 

 

 

No ato de percepção, nós costumamos aproveitar algo que ultrapassa a própria percepção.

Eu não posso escapar à objeção de que não existe um estado de espírito, porém simples, que não muda a cada momento.

Na realidade, o passado é preservado por si automaticamente.

A religião é para o misticismo o que a popularização é para a ciência.

O 'Homo sapiens' é a única criatura dotada de razão, e também é a única criatura que ancora a sua existência em coisas irracionais.

 

 

 

 

A vida não procede pela associação e adição de elementos, mas, pela dissociação e divisão.

O presente contém nada mais do que o passado, ou seja, o efeito já estava na causa.

Intuição é uma a simpatia pela qual nos transportamos para o interior de um objeto para coincidir com o que ele tem de único e, conseqüentemente, de inexprimível. Ao contrário, a análise é a operação que reduz o objeto a elementos já conhecidos, isto é, comum a este objeto e a outros. Analisar consiste, pois, em exprimir uma coisa em função do que ela não é.

Um gênio é aquele que estimula a Humanidade a vencer a sua inércia para aprender [e mudar].

 

 

Albert Einstein (1879 – 1955)

 

 

 

Áciido Desoxirribonucleico (ADN ou DNA)
(James Dewey Watson & Francis Harry Compton Crick)

 

Alguma outra faculdade que apenas o intelecto é necessária para a apreensão da realidade.15

A inteligência é a faculdade de fazer objetos artificiais, especialmente ferramentas para fazer ferramentas.16

Não há inferioridade que a inteligência não possa compensar.

Minhas reflexões me trouxeram cada vez mais perto do Catolicismo, no qual vejo a consumação do Judaísmo. Eu me converteria, se não tivesse visto se preparar, de alguns anos para cá (em grande parte, aliás, por culpa de certos judeus inteiramente destituídos de senso moral), a tremenda onda de anti-semitismo que irá se desencadear sobre o mundo. Resolvi permanecer entre aqueles que serão amanhã perseguidos. Espero, porém, que um sacerdote católico venha fazer sufrágios em minhas exéquias, desde que o Cardeal-arcebispo de Paris o autorize. Caso não se dê esta autorização, será preciso chamar um rabino, sem, porém, lhe ocultar, e sem ocultar a quem quer que seja, minha adesão moral ao Catolicismo e meu desejo previamente formulado de ser assistido pelas orações de um sacerdote católico.

A Moral do Evangelho é essencialmente a Moral da alma aberta: não terão razão aqueles que observam que ela atinge o paradoxo, e mesmo a contradição, nas mais precisas das suas recomendações? O paradoxo, porém, desaparece, a contradição se esvanece, desde que se considere o fim visado por essas máximas, que é o de provocar um estado de alma... Bem-aventurado o pobre 'em espírito'! O que é belo, não é o ser despojado, nem mesmo o despojar-se; é o não sentir o despojamento.

Por "imagem" entendo uma certa existência que é mais do que aquilo que o idealista chama uma "representação, porém, menos do que aquilo que o realista chama uma "coisa" – uma existência situada a meio caminho entre a "coisa" e a "representação".

Percebo bem de que maneira as imagens exteriores influem sobre a imagem que chamo meu corpo: elas lhe transmitem movimento. E vejo também de que maneira este corpo influi sobre as imagens exteriores: ele lhes restitui movimento.17

No conjunto do mundo material, uma imagem atua como as outras imagens, recebendo e devolvendo movimento, com a única diferença, talvez, de que meu corpo [cada um de nós] parece escolher, em uma certa medida, a maneira de devolver o que recebe.18

Na verdade, o passado se conserva por si mesmo, automaticamente. Inteiro, sem dúvida, ele nos segue a todo instante: o que sentimos, pensamos e quisemos desde nossa primeira infância está aí, debruçado sobre o presente, que a ele irá se juntar, forçando a porta da consciência que gostaria de deixá-lo de fora.

Nossas lembranças continuam em estado virtual; dispomo-nos, assim, apenas a recebê-las adotando a atitude apropriada. Pouco a pouco, aparecem como que uma nebulosidade que se condensasse; de virtuais, as lembranças passam ao estado atual; e, à medida que seus contornos se desenham e suas superfícies se colorem, elas tendem a imitar a percepção.

Nossa inteligência, quando segue sua marcha natural, procede por percepções sólidas, de um lado, e por concepções estáveis, de outro. Ela parte do imóvel, e não concebe nem exprime o movimento senão em função da imobilidade. Ela se instala em conceitos pré-fabricados, e se esforça por prender, como em uma rede, alguma coisa da realidade que passa.

 

 

 

 

Laplace [Pierre Simon Laplace (1749 – 1827)] já formulara com precisão: ‘Uma inteligência que, em dado instante, conhecesse todas as forças de que é animada a Natureza e a situação respectiva dos seres que a compõem, se fosse bastante grande para submeter esses dados à análise, abrangeria na mesma fórmula os movimentos dos maiores corpos do Universo bem como os do átomo mais leve: nada seria incerto para esta inteligência, e tanto o futuro como o passado estariam diante de seus olhos.’ E Du Bois-Reymond [Emil Heinrich du Bois-Reymond (1818 – 1896)]: ‘Pode-se imaginar o conhecimento da Natureza chegado a um ponto em que o processo universal do mundo fosse representado por uma fórmula matemática única, por um único imenso sistema de equações diferenciais simultâneas, de onde se deduzisse, para cada momento, a posição, a direção e a velocidade de cada átomo do mundo.’ Huxley [Aldous Leonard Huxley (1894 –1963)], por sua vez, exprimiu sob forma ainda mais concreta a mesma idéia: ‘Se a proposição fundamental da evolução for verdadeira, a saber, que o mundo inteiro, animado e inanimado, é o resultado da interação mútua, segundo leis definidas, das forças possuídas pelas moléculas de que a nebulosidade primitiva do Universo era composta, então, também é certo que o mundo atual repouse potencialmente no vapor cósmico, e que uma inteligência suficiente poderia, conhecendo as propriedades das moléculas deste vapor, predizer, por exemplo, o estado da fauna da Inglaterra em 1868, com tanta certeza quanto se diz do que acontecerá ao vapor da respiração em um dia frio de inverno’.

É necessário distinguir entre a unidade em que se pensa e a unidade que coisificamos após nela termos pensado, assim como entre o número em vias de formação e o número uma vez formado. A unidade é irredutível enquanto nela se pensa, e o número é descontínuo enquanto se constrói; mas, quando se considera o número em estado de acabamento, objetiva-se: e é precisamente por isto que aparece, então, como indefinidamente divisível.

O tempo psicológico é como um espaço ideal, onde supomos alinhados todos os acontecimentos passados, presentes e futuros.

A representação da personalidade pode ser entendida como uma série de estados psicológicos distintos, cada um invariável, que produziriam variações do eu por sua própria sucessão, e por outro lado um eu, não menos invariável, que lhe serviria de suporte.

Que o deixemos em nós ou que o coloquemos fora de nós, o tempo que dura não é mensurável. A medida que não é puramente convencional implica em efeito de divisão e de superposição. Ora, não se poderia superpor durações sucessivas para verificar se elas são iguais ou desiguais; por hipótese, uma não é mais quando a outra aparece; a idéia de igualdade constatável perde aqui toda significação. Por outro lado, se a duração real se torna divisível, pela solidariedade que se estabelece entre ela e a linha que a simboliza, ela consiste em um progresso indivisível e global.

Escute uma melodia de olhos fechados, pensando apenas nela, não justapondo mais sobre um papel ou sobre um teclado imaginário as notas que você concebe assim uma pela outra, que aceitam, então, tornar simultâneas e renunciam à sua continuidade de fluidez no tempo para se congelar no espaço. Você encontrará individida, indivisível, a melodia ou a porção da melodia que tiver recolocado na duração pura. Ora, nossa duração interior, encarada do primeiro ao último momento da vida consciente, é alguma coisa como esta melodia. Nossa atenção pode se desviar dela e conseqüentemente de sua indivisibilidade; mas, quando tentamos a separar, é como se passássemos bruscamente uma lâmina através de uma chama: dividimos apenas o espaço ocupado por ela. Quando assistimos a um movimento muito rápido, como o de uma estrela cadente, distinguimos muito nitidamente a linha de fogo, divisível à vontade, da indivisível mobilidade que ela subentende: é esta mobilidade que é pura duração.

A mudança nada mais é do que um escoamento ou de uma passagem, mas, de um escoamento e de uma passagem que se bastam por si mesmos, o escoamento não implicando uma coisa que corre e a passagem não pressupondo estados pelos quais se passa: a coisa e o estado são apenas instantâneos artificialmente tomados sobre a transição; e esta transição, a única naturalmente experimentada, é a própria duração.

A perturbação ocorre quase exclusivamente na memória dos eventos recentes; as impressões recentes, ao que parece, extinguem-se mais rápido, enquanto as impressões de muito tempo atrás são relembradas adequadamente, de modo que a engenhosidade do paciente, sua perspicácia e sua habilidade, em grande medida, permanecem intactas.

A unidade pode ser entendida como eternidade, ou seja, uma essência intemporal do tempo, uma eternidade abstrata, pois, é vazia; daí, não se compreender como seria possível que coexistisse com ela uma multiplicidade indefinida de momentos.19

O caso mais extremo de alteração da relação temporal entre o indivíduo e o mundo externo é o de asfixia brusca, por exemplo, o sufocamento ou o afogamento. Nestes casos, segundo Bergson, muitos dos que voltaram à vida declararam ter visto desfilar diante de si, em um tempo muito curto, todos os acontecimentos esquecidos de sua história, com suas mais íntimas circunstâncias e na própria ordem em que se produziram.20

É, por estes cristais bem recortados e este congelamento superficial, uma continuidade que se escoa de maneira diferente de tudo o que já vi se escoar. É uma sucessão de estados em que cada um anuncia aquele que o segue e contém o que o precedeu. A bem dizer, eles só constituem estados múltiplos quando, uma vez tendo-os ultrapassado, eu me volto para observar os traços. Enquanto os experimentava, eles estavam tão solidamente organizados, tão profundamente animados com uma vida comum, que eu não teria podido dizer onde qualquer um deles termina, onde começa o outro. Na realidade, nenhum deles acaba ou começa, mas, todos se prolongam uns nos outros

 

 

 

 

Nunca existiu sociedade sem religião.

Admitiremos, de bom grado, quanto a nós, a existência de representações coletivas, depositadas nas instituições, na linguagem e nos costumes. Seu conjunto constitui a inteligência social – complementar das inteligências individuais.

São as “fabulações” ou “ficções” que fazem surgir as representações fantasmáticas.

A religião sempre foi a razão de ser da função fabuladora [e fundamentalmente ficcionista].

Uma experiência sistematicamente falsa, erguendo-se diante da inteligência, poderá detê-la no momento em que vá muito longe nas conseqüências que a tire da experiência verdadeira.

Das duas condições estabelecidas por Comte, 'ordem e progresso', é o progresso, às vezes excluindo a ordem e sempre devido a iniciativas individuais, a que visa uma parcela da Humanidade.

Há uma franja de instinto em torno da inteligência, e lampejos de inteligência subsistem no fundo do instinto.

A religião é uma reação defensiva da Natureza contra o poder dissolvente da inteligência.

O homem sabe que morrerá. Todos os demais seres vivos, apegados à vida, adotam simplesmente o impulso.

O élan vital é um impulso original de criação de onde provém a vida, e que, no desenrolar do processo evolutivo, inventa formas de complexidade crescente, até chegar, no animal, ao instinto e, no homem, à intuição, que é o próprio instinto tomando consciência de si mesmo.

O élan vital é o transbordamento da energia criadora em um indivíduo capaz de ir além do que é natural à espécie humana.

O élan vital é a fonte de toda moral e de toda religião.

Ainquietação, de fato, mostra que a alma do grande místico não se detém no êxtase, como no final de uma viagem. Há sempre um novo salto para frente.

Onde quer que alguma coisa viva, lá está, aberto em algum lugar, um registo em que o tempo está sendo inscrito.

A principal tarefa do século XX será a de explorar o inconsciente, para investigar o subsolo da mente.

Não há alegria maior do que a de se sentir um criador. O triunfo da vida se expressa pela criação.

Sex appeal é a tônica da nossa civilização.

A força motriz da Democracia é o Amor.

Sempre somos capazes de dar algo mais; mesmo nas pedras germinam flores.

É o real que se faz possível, e não o possível que se torna real.

 

 

 

Cirandando o Ranço

 

 

 

O que fez você renunciar?

Desgostos? Desencantos?

Devemos todos continuar,

e desbaratar os atarantos.

 

Se nós chegamos aqui,

somos todos vencedores.

Mas, precisamos ir até Ali,

onde não há mais dolores.

 

Cada dia é um recomeço;

em cada dia, novo avanço.

Ao sobrepujar um empeço,

vamos cirandando o ranço.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Eu discordo inteiramente desta afirmação bergsoniana. Direi, então: a meditação é necessária, essencial, indispensável e insubstituível; a ação, muitas vezes, é desnecessária, supérflua, dispensável e pode ser substituída. Muitas barbaridades que foram cometidas no passado e outras tantas que são cometidas no presente, talvez, não tivessem sido perpetradas, se, antes, tivesse havido um pouquinho de reflexão. O que não cabe é o marasmo improdutivo nem tampouco a impulsivismo irresponsável. Tudo o que é feito irreflexivamente acaba dando em águas de bacalhau ou em coisa pior.

2. Eu já comentei isto, mas, repetirei: quem espera(nça) não alcança. Agora, vejo aqui uma contradição bergsoniana. Ora, se Berson era contrário à meditação, considerando-a como um luxo, ainda que meditação nada tenha a ver com sonho, como pôde dizer que há mais encanto no sonho do que na realidade? No mínimo, isto é uma incoerência pensamental.

3. Humildade não é acreditar que os outros são melhores do que nós. Humildade é, primeiro, ter consciência das próprias limitações; segundo, não afrontar e/ou insultar as pessoas por, presumidamente, serem mais ignorantes do que nós. É mais do que óbvio que, por mais que saibamos, sempre haverá algo para aprender. Agora, imagine só Jesus, na Sua época, dizendo o seguinte à multidão: mal-aventurados, vocês, bestalhões, que não sabem lhufas de xongas e xongas de lhufas, e que, por serem incompetentes, inexperientes, mal-educados, grosseirões, pretensiosos e presunçosos, irão torrar no inferno por toda a eternidade e mais seis meses e onze minutos. Ou: o Reino dos Céus é semelhante à uma caderneta de poupança ou a um fundo de investimentos; para ter direito ao Céu eterno e às suas bem-aventuranças, é preciso, sempre que puder, e até quando não puder, ir depositando um dinheirinho na conta do Meu Pai, que só deixa entrar no Céu quem com Ele negocia sem questionar Suas intenções e Suas predileções, Suas necessidades e Suas vontades e sem pedir a Ele abatimento ou dilação de prazo para fazer o depósito. E, quanto mais vocês – bando de lacaios – forem depositando, melhor, e mais contente e agradecido ficará Meu Pai. A regra é: tornou-se um associado, pagou, então, entrou; não se tornou um associado, não pagou, então, se funicou – acabará virando uma Ficus carica sem figo, magrinha, sequinha e arqueadinha. Ora, não é mais ou menos isto que, em Nome de Jesus e de Deus, certos caras-de-pau sem-vergonhíssimos andam pregando por aí? E há tolinho que acredita piamente nesta chorumela. Basta ligar a televisão para conferir; é dia sim e o outro também.

4. O fato é que o Universo é uma instantaneidade. O passado é um estado de consciência memorizante não-ultrapassado, e o futuro é uma ilusão sem correspondência com a atualidade cósmica. São estas coisas, por exemplo, que diferenciam (ir)realidade de (in)atualidade.

5. Muitas vezes, é necessário que certas coisas inusitadas e insólitas aconteçam para que alteremos certos conceitos (científicos, filosóficos, antropológicos, sociológicos, zoológicos etc.) ou mesmo que bolemos novos. Um exemplo disto é o Megalodonte (Carcharodon megalodon), uma espécie de tubarão-gigante (ou tubarão-monstro) que viveu, provavelmente, até cerca de 1,5 milhões de anos atrás (Período Pleistoceno), no Oceano Pacífico. Hoje, há fortes evidências de que esta fera marinha gigantesca, que tinha um tamanho que podia alcançar 30 metros de comprimento e possuía um peso que podia chegar a 50 toneladas, não está extinta. Parece que, entre outros fatores, as mudanças climáticas fizeram este animal sair das profundezas do oceano (superior a 2.000 metros de profundidade) para vir assuntar e buscar comidinha na superfície. Eu, que, há muito tempo, já não tomava banhos de mar, agora, é que não tomarei mesmo. Nem que uma Giraffa camelopardalis me dê um beijinho (e isto já me aconteceu uma vez), nem na Boca do Inferno, na vila portuguesa de Cascais, em Lisboa, Portugal, nem na bucólica Pasárgada, ainda que lá a existência seja uma aventura de tal modo inconseqüente, e que Joana – a Louca de Espanha, rainha e falsa demente – venha a ser contraparente da nora que nunca tive, como diria Manuel Bandeira! Não entro nessa nem que um dinossauro dance um tango com uma pulga!

 

 

Megalodonte
(Carcharodon megalodon)

 

 

Megalodonte
(Carcharodon megalodon)

 

 

Megalodonte
(Carcharodon megalodon)

 

 

6. Tudo é escolha, com ou sem consciência.

7. A incompreensão natural da vida é contranatural.

8. Ora, não é nem jamais poderá ser mudamos, logo somos, mas, sim, será sempre mudamos devagar, e, lenta e progressivamente, vamos nos tornando (transformação transmutativa ilimitada que poderá durar mânvântâras, e que jamais será concluída). Somos, no sentido de que alguém definitivamente já seja, é uma impossibilidade, pois, este somos, do jeito que está, parece significar um ponto final, e, já disse e expliquei muitas vezes que um ponto final não existe. Na verdade, ponto final existe, mas, só como sinal de pontuação (.) com que se encerra uma frase ou um período. Seja do jeito que for, mesmo que uma coisa chegasse ou chegue ao fim, ou a um fim, este fim representaria (ou representa) sempre um (re)começo e uma continuação. Bem, esse negócio de pegar frases dos outros [cogito, ergo sum penso, logo existo – argumento de René Descartes, em suas Meditações, na tentativa de fundamentar sua Teoria do Conhecimento, equivalente a dizer eu sou uma res cogitans (substância que pensa)] e transformá-las para justificar ou explicar uma determinada proposição filosófica (filosofema), costuma não dar lá muito certo. Este foi exatamente o caso da mudancinha bergsoniana de penso, logo existo em mudamos, logo somos, que está troncha e bergsonianamente equivocada. O mudamos, logo somos só tem cabimento (se cabimento houver) em contextos religiosos dogmáticos, finalísticos e escatológico-teleológicos, que, normalmente, em termos estruturais, também, geralmente, estão equivocados. Eu só gostaria de saber em qual saudosa maloca as pessoas encontram argumentos para as suas certezas absolutas. Eu, que acho que só sei uma meia dúzia de coisas, sempre ponho entre parêntesis todas elas. Enfim, recordo que Émile Dantinne, cujo Nome Iniciático era Sâr Hieronymus, fez a sua Grande Iniciação em Huy, no dia 21 de maio de 1969, com a idade de 85 anos. Ao seu lado, como descreve Marco Antonio Coutinho, velando por ele, sua filha Marie-Louise pôde ouvi-lo sussurrar as últimas palavras; — A gente não sabe nada. E partiu para sondar o insondável que nos dá a mão por sobre o muro.

 

Spira Legis Periódica
(A coisa não é propriamente assim. Mas,
não deixa de ser mais ou menos assim.)

 

 

9. Depende.

10. Acho que não é bem falamos; acho que é tagarelamos. E, normalmente, tagarelamos despreocupadamente e frivolamente. Isto é: tagarelamos, tagarelamos e tagarelamos, e não dizemos nada que preste.

11. O olho também vê o que não compreende, e é exatamente aí e neste momento que começam a nascer o preconceito, a intolerância, a xenofobia etc. Repare que tudo deriva e nasce da incompreensão.

12. Mais do que simbólica, toda verdade é relativa. Por isto, a nossa peregrinação, que nunca teve começo, é ilimitada.

13. Nada permanece para sempre.

14, Não existe nada absoluto no Universo, a não ser o próprio Universo. Precisamos compreender que nossa existência vai caminhando, ilimitadamente, de juízo relativo em juízo relativo. E assim, as próprias compreensões e as libertações são temporárias, e estarão sempre subordinadas à própria busca e à própria caminhada.

15. Esta outra faculdade Platão definiu como Noesis (Razão Intuitiva). Mas, acima dela, em um uma oitava muito mais pura, há a Transnoesis ou Transrazão ou Transintuição.

16. Ora, limitar a inteligência a isto é meio que uma espécie de reducionismo às avessas e pueril.

17. O que Bergson está querendo dizer é que a existência é uma troca permanente. Ninguém pode viver encastelado, logo, vida de ermitão não presta.

18. Nunca se devolve exatamente o que recebe; ou se devolve mais ou se devolve menos. Idealmente, é sempre melhor, se devolver mais.

19. Como a Unidade pode ser vazia? A Unidade só é vazia de vazios, pois, é impossível que, no Universo, haja um microponto de nada. De maneira geral, quando elucubramos sobre coisas que desconhecemos, temos a tendência de parir monstros mentais e deformidades que não se coadunam com a Atualidade Cósmica.

 

 

 

 

20. Quando viramos presunto e vestimos o pijama de madeira, todos os acontecimentos da história da nossa vida, em seus mais íntimos pormenores (quando, por exemplo, matamos uma pulga), são educativamente revisitados na ordem inversa em que se produziram, ou seja, do momento da morte ao nascimento. O nosso inferno pessoal é exatamente ficarmos presos, imantados, a estes acontecimentos, em uma espécie de pesadelo de repetição, querendo reviver e manter o impossível de ser revivido e mantido. Na justa medida que, ainda em vida, nos desligarmos dos desejos, das cobiças, das paixões e das ilusões deste mundo, esta revisitação será mais rápida e menos dolorosa, e o que não presta será dissolvido mais celeremente no Plano Astral, de tal forma que poderemos seguir em frente, e nos prepararmos mais adequada e concertadamente para nossa próxima vida (aqui na Terra ou em-sei-lá-onde). É por isto que tenho dito, e aproveito para dizer novamente: só a Compreensão Liberta. Poderemos rezar 1.000.000[x] de ave-marias, 2.000.000[y] de padres-nossos e 3.000.000[z] de orações às Três Pessoas da Santíssima Trindade, isto não adiantará absolutamente xongas de lhufas elevado a um zilhão de nicas. O Caminho da Manumissão é a Compreensão, só a Compreensão, nada menos do que a Compreensão.

 

 

Compreendendo

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Bergson

http://altarpiece.blogspot.com.br/
search/label/Henri%20Bergson

http://www.ufscar.br/~semppgfil/wp-content/
uploads/2012/05/catarinarochamonte.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89lan_vital

http://www.revistatheos.com.br/
Artigos%20Anteriores/Artigo_02_02.pdf

http://www.coladaweb.com/filosofia/irracionalismo

http://www.seminariosmv.org.br/
2010/textos/marcio_doctors.pdf

http://www.scielo.br/pdf/icse/v8n15/a04v8n15

http://www.netanimations.net/walking.htm

https://www.behance.net/gallery/8013209/Crystallize

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http://susansmolenskyfineart.blogspot.com.br/
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http://va0027.deviantart.com/art/mega-
shark-vs-giant-octopus-tb-135939363

http://pt.wikiquote.org/wiki/Henri_Bergson

 

Música de fundo:

Saudosa Maloca
Composição: Adoniran Barbosa
Interpretação: Demônios da Garoa

Fonte:

http://www.mp3olimp.net/demonios-da-garoa/

 

Direitos autorais:

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