Há
uma parte mística no ser humano que transcende o pensamento e também
a emoção. As experiências místicas operam em
um nível diferente de consciência, sendo inadequada qualquer
tentativa de avaliar tais experiências no nível da consciência
que não lhe é ligado. Para se fazer uma analogia, é
como tentar telefonar a alguém sem ter o número correto, discando
a esmo, e decidir que, como a pessoa que desejamos contatar não está
no número assim discado, simplesmente ela não existe.
Observação
1: Disto, também se depreende que uma experiência
mística só poderá ser entendida e decodificada pelo
experimentador... e por ninguém mais. Pai Bambino de Coisa e Loisa,
Sinhá Bambina de Loisa e Coisa ou quem quer que seja não estão
apetrechados para nos orientar sobre nossas experiências místicas
ou sobre nossas dúvidas existenciais. Também não estão
aparelhados para validar ou endossar nossas convicções ou
razões íntimas. Enfim, a busca do equilíbrio e da harmonia
entre os vários aspectos da personalidade só poderá
ser cavucada e encontrada pelo ser-no-mundo pessoalmente... e por
ninguém mais.
Os
místicos sabem perfeitamente que forças ou acontecimentos
que parecem ser ameaçadores, através da compreensão
podem se converter em fatores auxiliantes e em instrumentos para a materialização
de suas sinceras aspirações. Todavia, a base de tudo é
a confiança.
Observação
2: Tenha em mente sempre a advertência de Masaharu Taniguchi
(Kobe, 22 de novembro de 1893 – Nagazaki, 17 de junho de 1985), fundador
da Seicho-No-Iê: Fracasso
não é fracasso; fracasso é a base do sucesso.
Isto é equivalente à máxima de Mâ Ananda Moyî
(1896 – 1982):
Jo Ho Jâye (O que acontece é desejado e bom).
Enfim, como disse, certa vez, Harvey Spencer Lewis (1883 – 1939),
1º Imperator da Ordem Rosacruz AMORC para este Segundo Ciclo Iniciático:
O segredo do sucesso
em todas as coisas dotadas de base mental ou psíquica é a
confiança genuína, e não a fé cega ou o manto
da simples fé. Pela confiança genuína somos conduzidos
à consecução do autodomínio.
Quando
a pessoa está feliz, contente e em paz consigo mesma, é improvável
que perceba qualquer necessidade de mudança. Se nossas realidades
estão nos servindo bem, sentimo-nos justificados em deixar as coisas
como estão. É nos períodos difíceis da vida,
porém, que nos sentimos propensos a nos questionar, na busca de uma
vida melhor. Quando nos voltamos para o nosso interior em busca de respostas,
tornamo-nos vivos, e acabamos por embarcar na maior aventura de nossas vidas
– o crescimento pessoal.
Se
desejamos explorar o Universo físico, dentro de um pequeno raio de
alcance ou atingindo todo o seu âmbito, precisamos
fazer uma organização particular, isto é, devemos utilizar
certos meios para tornar a exploração possível. Isto
também se aplica ao mundo psíquico e imaterial. Se desejamos
compreender o mundo imaterial, é necessária uma organização
mental particular que servirá ao mesmo propósito, em relação
ao Universo imaterial, que a organização física, em
relação ao mundo físico. O
instrumento mais valioso e importante é a concentração,
que provém da aplicação adequada de nossa capacidade
de focalizar nossos estados mentais, ou seja, de dirigir a consciência
ao propósito que desejamos alcançar.
Observação
3: O grande segredo do sucesso em qualquer empreendimento –
que não é segredo coisa nenhuma – é focalizar
nosso estado mental em um
único objetivo a ser alcançado, em um único alvo, ou
seja, devemos empregar nossa energia criativa em um único
objetivo de cada vez, sem pulverizar nossa força interior
com subobjetivos desconexos, lateralidades exarticuladas e volubilidades
imperseverantes, isto é, querenças variadas e frívolas.
Quem quer isto, quer aquilo e quer não sei o que mais, na verdade,
quer tudo e não quer nada; e, se quer, por não saber exatamente
o que quer, não alcançará, pois a mente pulverizada
é fraca e praticamente inoperante. A regra é: uma coisa de
cada vez; a mente humana não gosta de miríades (ao mesmo tempo).
Claro, depois de o objetivo ter sido conquistado, podemos partir para outro,
mas, sempre, repito, uma coisa de cada vez. Até os orgasmos múltiplos
ocorrem seqüencialmente – um de cada vez; a excitação
fisiológica é constante, mas não há superposição
de clímaces.