Dois
Fragmentos Para Reflexão
Carl
Gustav Jung (1875 – 1961) definiu a sincronicidade como uma coincidência
significativa de ocorrências internas e externas não ligadas
por causa e efeito. A ligação está no significado.
Por exemplo: uma pessoa tem um sonho, e, no dia seguinte, vê as circunstâncias
do sonho repetidas enquanto está em vigília. O sonho não
foi causado pelo acontecimento, pois ocorreu primeiro. No mundo causal,
o efeito sempre se segue à causa. Mas o sonho certamente não
causou o acontecimento do dia seguinte. Isto é sincronicidade –
uma ligação, por significado dentro do próprio tempo,
de um estado interior (o sonho) com um acontecimento exterior (a repetição
do conteúdo do sonho durante o dia). Logo, a sincronicidade é
diametralmente oposta à causalidade. O que é importante é
que a sincronicidade, longe de ser
uma curiosidade, poderá se tornar um instrumento valioso no processo
de desenvolvimento espiritual. A
sincronicidade, realmente, é um processo de crescimento, e,
geralmente, ocorre quando o indivíduo tem necessidade. Se ele reconhecer
o acontecimento como uma sincronicidade, sua consciência
do processo atrairá mais acontecimentos do mesmo tipo, ou seja, sincronísticos,
pois sincronicidade gera sincronicidade.
Para Jung, a sincronicidade é 'um ato de criação em
um dado momento do tempo'. Se estivermos cônscios deste processo em
nossa vida diária e o utilizarmos como instrumento, poderemos, verdadeiramente,
nos tornar criadores de nossa própria vida. Enfim, se meditarmos
com isenção, independência e profundidade, nos conscientizaremos
que absolutamente tudo o que aconteceu em nossa vida e todas as escolhas
que fizemos no passado são, educativa e sincronisticamente, responsáveis
pela nossa atual situação. A Consciência Cósmica
e os Registros Akáshicos são antagônicos e hostis à
impunidade.
Somos
responsáveis por tudo!
Observação
1: Cornelius Agrippa (1486 – 1535), contemporâneo
de Paracelso (1493 – 1541), dizia que a alma do mundo penetra todas
as coisas, ligando-as, mantendo-as unidas, fazendo com que a máquina
do mundo seja uma só, produzindo correspondências e coincidências
significativas. Já Alberto Magno nos fala de
Virtus,
o poder na alma capaz de mudar a natureza das coisas e de subordinar
a ela outras tantas, particularmente quando esta se acha arrebatada em um
grande excesso, pois se liga magicamente às coisas e as modifica
no sentido que quiser. Os símbolos podem situar-se em
três tipos: 1º) o da comunicação oral, escrita,
visual, da cultura e da civilização de um grupo social; 2º)
os particulares da experiência psicológica, estrutura emotivo-psíquica,
da formação educacional e do temperamento de cada indivíduo;
e 3º) os símbolos verdadeiros: tradicionais, das religiões,
das mitologias e da Filosofia. Estes guarnecem os significados primordiais,
cosmogênicos e antropogênicos universais. São dados à
Humanidade por cada Manu de raça – de Mestre a discípulo
– e velam verdades que só de grau em grau é possível
desvelar, e este desvelamento dependerá da capacidade, da estrutura
mental e dos atributos morais e éticos do decodificador. Cada símbolo
tradicional tem vários significados. De acordo com o grau em que
se penetra, se alcança parte da verdade que ele guarnece. Quão
mais receptivo e intuitivo for um indivíduo, mais profundamente ele
penetra na realidade de um símbolo místico, seja em contemplação,
seja em concentração, seja em meditação. Alguns
acontecimentos sincronísticos, advindos de um sonho ou de uma premonição,
podem ser interpretados simbolicamente através do conhecimento das
verdades dos símbolos verdadeiros, tradicionais, das religiões,
das mitologias e da Filosofia.
Esta
observação
foi editada do texto A Sincronicidade e o Símbolo, de autoria
de Lúcia Cristina Batalha, disponibilizado em:
http://www.levir.com.br/teosofia/teosofia111.php
Muitos
de nós, pelos mais variados motivos, apresentam resistência
emocional ao fluxo de possibilidades criativas. O 'agrupamento' ou ' mapeamento
mental' suspende a atividade normalmente dominante do hemisfério
cerebral esquerdo, que é lógico e ordenado. Idéias
invisíveis tornam-se visíveis, lampejando como raios, em associações
que permitem emergir novos padrões de idéias. Então,
liberar significa distanciar-se das pressões da vida e dos problemas
pessoais para que possa ser sentida uma perspectiva melhor das pessoas e
das situações – encontrando felicidade em doar, não
importando se a doação é pequena ou grande. Liberar
significa criar na mente os sonhos, que, às vezes,
aparentemente, podem
estar fora de alcance ou que, por motivos diversos, possam parecer que não
sejam meritórios. Liberar
significa alegria, espírito de brincadeira, não permitindo
que os reveses da vida sejam motivo de impedimento. Liberar
significa deixar-se ir; significa
se sentir aquecido por dentro. Liberar
significa amar as pessoas como são, e não como esperamos que
elas sejam. No
agrupamento, cada associação leva, inevitavelmente, a uma
conexão própria, mesmo que o hemisfério cerebral esquerdo
– analítico –
não perceba a lógica da
coisa. A exploração criativa de idéias é surpreendentemente
produtiva, e o agrupamento pode representar a chave mágica capaz
de liberar os poderes da imaginação de nosso interior.