AS GRANDES ÓPERAS

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este trabalho é mais uma contribuição que ofereço no sentido de podermos aprimorar nossa compreensão das Coisas que influenciam todas as coisas. É uma coletânea de excertos garimpados na obra O Mistério das Grandes Óperas, escrita por Max Heindel. Está disponibilizada para leitura integral no endereço:

http://www.fraternidaderosacruz.org/
bibliotecaonline.htm

 

Em O Mistério das Grandes Óperas, Max Heindel revela os ensinamentos secretos contidos nos grandes mitos dados à Humanidade, abordados na obra de Goethe e nos dramas-musicais wagnerianos. Tanto o plano evolutivo quanto os métodos de desenvolvimento espiritual estão ocultos nas alegorias das fábulas populares, sendo aqui desvendados e provocando em nós inspiração e idéias superiores. O método empregado pelo autor torna a obra tanto útil para o músico, pesquisadores do campo da literatura e artes, quanto para o estudante das ciências ocultas. Reportando-se à tradição pitagórica, Max Heindel expressa magistralmente que todo o sistema solar é um vasto instrumento musical, denominado na mitologia grega como a Lira de Sete Cordas de Apolo. Os signos do Zodíaco podem ser considerados a caixa de ressonância da harpa cósmica, sendo os sete planetas suas cordas que emitem diferentes sons à medida que passam pelos vários signos, influenciando a Humanidade de diversas maneiras. Se a harmonia falhasse por um único momento, todo o Universo poderia se desintegrar. Mas, claro, isto é impossível de acontecer.

 

Enfim, devo advertir que muitos ensinamentos heindelianos que se seguirão são completamente desconhecidos das pessoas em geral, e poderão, talvez, causar um certo embaraço ou constrangimento. Este texto, portanto, é profundamente esotérico, devendo os fragmentos a seguir ser lidos mais com os olhos da alma do que com os olhos do corpo. Devem ser mais entendidos em suas entrelinhas do que nas linhas. E, neste sentido, mais deve ser buscada a essência de cada fragmento do que a forma como foi exposto. A resposta ou o entendimento para o que não estiver claramente explicitado estará em cada Coração.

 

 

 

Fragmentos Heindelianos

 

 

 

Um mito é um símbolo velado que encerra uma grande verdade cósmica, uma concepção que difere radicalmente da que é geralmente aceita. E como a verdade tem muitas facetas, há pelo menos sete interpretações válidas para cada mito, uma para cada mundo.

 

Do mesmo modo que damos livros ilustrados para nossas crianças para transmitir lições além de sua capacidade intelectual, também os grandes Mestres deram à Humanidade infantil símbolos pictóricos, e, assim, inconscientemente para a Humanidade, uma percepção dos ideais apresentados foi gravada em nossos veículos mais sutis. Assim como uma semente germina oculta no solo antes que possa florescer acima da superfície da terra, do mesmo modo, estas gravações traçadas pelos mitos sobre nossas sutis e invisíveis vestes nos colocaram em um estado de receptividade que nos leva prontamente a ideais mais altos e nos eleva acima das condições mesquinhas do mundo material. Estes ideais teriam sido sufocados pela natureza inferior, se não tivessem sido preparados durante eras pela influência legítima de mitos tais como Fausto, Parsifal e narrações semelhantes.

 

O mito de Fausto retrata a evolução da humanidade durante a época presente.

 

'O Sol entoa sua velha canção,/Entre os cânticos rivais das esferas irmãs,/Seu caminho predestinado vai trilhar/Através dos anos, em retumbante marchar' (Johann Wolfgang von Goethe, Frankfurt am Main, 28 de agosto de 1749 – Weimar, 22 de março de 1832, apud Max Heindel).

 

As estrelas têm, cada uma, sua própria nota-chave, e viajam em torno do Sol à velocidades tão diversas, que suas posições de agora não se repetirão até que se passem 27.000 anos. Assim, a harmonia dos céus muda a cada momento e, ao mudar, o mundo altera também suas idéias e ideais. A dança circular dos orbes em movimento, ao som da sinfonia celestial criada por elas, marca o progresso do homem ao longo do caminho que chamamos evolução.

 

 

 

 

É uma idéia equivocada pensar que a harmonia constante é agradável. A música assim expressa tornar-se-ia monótona; ficaríamos fatigados com a harmonia contínua. O mesmo acontece no canto das esferas; nós nunca atingiríamos a individualidade,1 para a qual toda a evolução se dirige, sem a Dissonância Divina... De Lúcifer vem a nota salvadora de dissonância que forma um contraste na harmonia celestial, e, como a luz mais brilhante provoca a sombra mais densa, a voz de Lúcifer realça a beleza do Canto Celestial.

 

Mesmo em um ser tão exaltado, que é designado pelo nome de Deus, deve haver crescimento. Podemos sentir o esforço para maiores aptidões, a contemplação de futuros universos oferecendo maiores facilidades para a evolução de outros Espíritos Virginais, que são o resultado das imperfeições notadas no esquema de manifestação por seu exaltado Autor. Além disso, como 'em Deus vivemos, nos movemos e temos nosso ser', assim também a nota dissonante emitida pelos Espíritos de Lúcifer elevar-se-ia dentro Dele.

 

Como o exercício é necessário ao desenvolvimento dos músculos físicos, assim também o desenvolvimento da natureza moral é realizado pela tentação. Ao ser dada uma alternativa ao Eu, este poderá exercitá-la em qualquer direção que escolher, pois aprende tanto por seus erros como por seus atos corretos, e estes são bem mais proveitosos.

 

O Espírito é uma parte integral de Deus – originariamente inocente, mas não virtuoso. A virtude é uma qualidade positiva, desenvolvida ao se tornar uma posição firme diante da tentação ou pelo sofrimento suportado em conseqüência dos erros cometidos.

 

O cientista pode considerar a Divindade desnecessária, uma redundância; pode acreditar que a vida consiste só de ação e reação química – isto acontecendo quando ele está no começo de sua jornada científica. Mas, quanto mais se aprofunda na matéria, maiores são os mistérios que encontra em seu caminho, e, ao fim, será forçado a abandonar algumas pesquisas ou passa a acreditar na Divindade como um Espírito cuja vida envolve cada átomo de matéria.

 

 

 

 

O Místico deverá se esforçar para alcançar o ponto que Fausto alcançou. Não trabalhar mais por ouro, nem por tesouros, nem por honras mundanas, nem por posição, nem por prazer pessoal. Deverá se esforçar pelo simples amor à pesquisa, pois, só assim atingirá o ponto em que perceberá que um mundo espiritual está todo ao seu alcance. E, através deste mundo espiritual, deverá aspirar um conhecimento mais elevado e mais real do que aquele contido nos livros.

 

 

Selo de Salomão

Selo de Salomão
Dogma e Ritual da Alta Magia
Eliphas Lévi

 

 

Antes de podermos aspirar com sucesso um conhecimento superior deveremos primeiro entender o inferior. Falar e delirar sobre os mundos além, sobre corpos mais sutis, quando temos só uma leve idéia dos veículos com os quais trabalhamos todos os dias e do ambiente em que nos movimentamos é ignorar a realidade. 'Homem, conhece-te a ti mesmo' é um ensinamento sábio. A única segurança efetiva está em galgarmos a escada, degrau por degrau, nunca tentando dar um novo passo enquanto não nos sentirmos firmes e equilibrados naquele em que estamos. Muitas almas podem repetir, pela sua própria experiência, o desespero personificado nas palavras de Fausto ao evocar ao Espírito da Terra: 'Espírito da Terra, Tu para mim estás mais perto,/Ainda agora minha força está crescendo,/Coragem eu sinto para em toda parte do mundo ousar,/O infortúnio e a bem-aventurança da Terra suportar;/Lutar contra as tempestades, e com bravura o fulgor do raio enfrentar,/Em meio ao fragor do naufrágio não desesperar./Nuvens acumulam-se sobre mim, a luz do luar ocultando/O fulgor da lâmpada que se extingue com a escuridão da noite,/Erguem-se brumas, uma emanação vermelha e lampejante/Em minha cabeça esses feixes de luz vão penetrar;/Estou dominado por um trêmulo pavor angustiante./ Espírito, compelido pela prece, Tu que vais pairar/Por perto, revela-te agora, por favor,/Meu coração jubilosamente vou-Te entregar;/Deves aparecer, se livre a vida for'.

 

Um nome é um som. Corretamente proferido, não importa por quem, tem uma forte influência sobre a inteligência que representa. Desta forma, a palavra usada em cada grau de Iniciação dá ao homem acesso a uma particular esfera de vibração. Em um certo sentido, todos nós somos Faustos, pois, em algum estágio de nossa evolução, encontraremos o Espírito da Terra, e compreenderemos o Poder do Seu Nome quando corretamente pronunciado.

 

 

 

 

A maioria das pessoas caminha na Terra e vê apenas uma massa aparentemente morta. Mas, um dos primeiros fatos revelados em nossa consciência pela Iniciação é a realidade viva do Espírito da Terra. Como a superfície de nosso corpo é aparentemente morta quando comparada com os órgãos internos, assim também o invólucro externo da Terra não dá idéia da maravilhosa atividade interna. No caminho da Iniciação, nove camadas diferentes são reveladas, e no centro desta esfera giratória nos deparamos, face a face, com o Espírito da Terra.

 

 

 

 

Enquanto vivemos nossa vida mundana sem aspirações elevadas há uma relativa e ilusória paz em nosso íntimo. Mas, uma vez sentido o chamado do Espírito, nosso equilíbrio é alterado, e quanto mais ardentemente persistirmos na procura do Graal, mais violenta será esta luta interna. É certo que o caminho para obter a realização desejada é árduo. Mais certo ainda é que cada um deverá trilhá-lo sozinho para alcançar a verdadeira Paz Profunda. Quem espera a ajuda dos outros está condenado à desilusão.2

 

A regra universal é: Se és Cristo, ajuda-te a ti mesmo. A autoconfiança é a virtude fundamental, virtude que os aspirantes são exortados a cultivar na Escola de Mistérios Ocidental. Ninguém deve se apoiar nos Mestres ou seguir cegamente os Guias. Positivamente, os Mestres não podem operar por nós as ações necessárias para o nosso crescimento anímico nem nos dar o conseqüente poder da alma pronto para ser usado, do mesmo modo que não podem nos conferir força física ingerindo os alimento por nós.

 

O Auxiliar Invisível (Mago Branco) que aprendeu a transmutar sua força sexual em poder da alma no corpo pituitário sai e entra no corpo denso pela cabeça. Portanto, o pentagrama com uma ponta para cima simboliza a alma aspirante que trabalha em harmonia com o Bem e com a Natureza. O Mago Negro, que não tem alma nem poder de alma, também usa a força do sexo. Só que ele sai e entra em seu corpo pelos pés – o cordão prateado projetando-se do órgão sexual. Neste sentido, o pentagrama com duas pontas para cima é o símbolo da Magia Negra.

 

 

 

 

A verdade esotérica é: quando um Espírito entra por uma determinada porta, deve também retornar da mesma maneira, ou seja, pela mesma porta. Por isto, disse Lúcifer a Fausto: '— Para fantasmas e espíritos é esta a lei:/Por onde entrarmos, por aí deveremos sair./Somos livres para a primeira entrada escolher,/Mas da segunda, escravos iremos ser'.

 

Resposta de Parsifal quando visitou pela primeira vez o Castelo do Graal: '— Eu não sei como aqui cheguei.' Resposta de Parsifal, muitos anos depois, ao retornar ao Castelo do Graal: '— Através da busca e do sofrimento eu vim.'

 

Desde 33 d.C., passamos a ser orientados e estamos olhando para o Espírito Cristo, na Terra, como o Salvador, para podermos nos emancipar da influência egoísta e negativa dos Espíritos de Lúcifer e dos Anjos de Jeová.

 

Pela Lei da Atração, somos postos em contato com Espíritos semelhantes, tanto aqui como na vida futura. Se servirmos às forças superiores aqui e trabalharmos com afinco para nos elevar, encontraremos, neste mundo e no próximo, companheiros com a mesma índole. Mas, se gostarmos mais da escuridade do que da claridade, estaremos ligados ao submundo, aqui e no futuro também. Não há como escapar desta Lei.

 

 

 

 

Se chegarmos, alguma vez, a um ponto em que estejamos inclinados a ordenar que as horas parem ou se estamos tão satisfeitos com a nossa vida que até cessamos nossos esforços para progredir, nossa existência estará rapidamente terminada. Nada é tão fácil para encerrar uma existência do que a inatividade.

 

O sangue é uma essência muitíssimo peculiar, importante tanto na Magia Branca como na Magia Negra. Todo conhecimento usado em qualquer direção deve necessariamente se alimentar da vida, que é primariamente derivada dos extratos do Corpo Vital, isto é, a força do sexo e o sangue. Todo conhecimento que não seja assim alimentado e nutrido é impotente. Há, entretanto, uma importante diferença a considerar: enquanto o aspirante à Ciência Sagrada alimenta sua alma com sua própria força sexual e as paixões inferiores com seu próprio sangue, que, então, ele transmuta e depura, aqueles que aderem à Magia Negra vivem como vampiros à custa da força sexual dos outros e do sangue impuro sugado das veias de suas vítimas.

 

Os que se intitulam 'adeptos' ou 'mestres' estão sempre prontos para explorar os mais baixos apetites dos crédulos, da mesma forma que Lúcifer se ofereceu para ajudar Fausto. Mas, eles nunca poderão dar o Poder da Alma, não importa o que aleguem. Este Poder só pode ser conquistado internamente, pela paciente perseverança em fazer o bem – um fato que nunca será demasiado repetir.

 

O Deus de nosso Coração está sempre presente, e assim, 'um homem bom em sua mais escura aberração poderá conhecer, ainda, o caminho que o conduz à salvação.'

 

Antes que alguém possa realmente ser compassivo, deverá sentir, como Fausto, tanto a profundidade das tristezas da alma humana como suas elevadas alegrias, pois, somente quando conhecermos estes extremos dos sentimentos humanos poderemos sentir a compaixão3 necessária por aqueles que precisam ser ajudados, e, assim, colaborar na elevação da Humanidade.

 

A indulgência com as paixões embrutece aqueles que por elas se deixam levar... A verdadeira Sabedoria [SOPhIa] só será conquistada com paciente perseverança na prática do bem.4

 

Os Espíritos de Lúcifer se deleitam com a intensidade do sentimento e evoluem através disto. Por isto, eles agitam as paixões humanas de natureza inferior, que são mais intensas em nosso presente estágio de evolução, do que os sentimentos de alegria e de amor. Como resultado, incitam à guerra e ao derramamento de sangue. Entretanto, o que nos parece maligno agora, na realidade, são degraus para ideais mais nobres e elevados, pois, através da tristeza e do sofrimento, o Eu se eleva cada vez mais na escala da evolução. Ou seja: aprende o valor da virtude quando desliza na direção do vício. Neste sentido, foi com verdadeira compreensão deste fato que Goethe escreveu: 'Quem nunca comeu seu pão em amargo afã,/Quem nunca, acordado, a meia-noite viu passar,/Chorando, esperando pelo amanhã,/Os Poderes celestiais não sabe ainda avaliar.'

 

Geralmente, o que é lamentável, a sociedade procura encobrir sua negligência. Depois, chocada, ergue suas mãos pelos crimes pelos quais, em grande parte, é a própria responsável.

 

Ser membro de uma igreja ou estudar o misticismo do ponto de vista intelectual não trazem a compreensão do até onde, que é necessário para podermos seguir o Caminho. Em outras palavras: apenas ser membro de uma igreja ou estudar o misticismo é muito pouco.

 

Salomão era servo de Jeová, e como Filho de Seth estava ligado ao Deus que o criou e aos seus ancestrais. Mas, em uma vida posterior, como Jesus, Salomão deixou seu Primeiro Mestre no Batismo, e, depois, recebeu o Espírito do Cristo. Assim, todos os Filhos de Seth devem, algum dia, deixar seus protetores e escolher Cristo, sem se importarem com o sacrifício conseqüente, ainda que o preço seja a própria vida física.

 

Tudo que é perecível,/É somente uma ilusão./O inatingível,/É aqui consumação./O indescritível,/Aqui ele é ação./O Eterno Feminino,5/É para nós uma atração. (Johann Wolfgang von Goethe, apud Max Heindel).

 

Quanto mais intensa for esta vida interior menos necessidade terá o homem de procurar companhia fora de si mesmo, pois ele é seu melhor companheiro, independente de entretenimento exterior, tão ansiosamente procurado por aqueles cuja vida interior é árida, que conhecem legiões de outras pessoas, mas se sentem estranhos a elas, receosos de sua própria companhia.

 

Com e através da música, sentimos o fragrante odor carregado de memórias inexprimíveis. Como um eco vindo do lar, ela nos faz lembrar aquela terra esquecida onde tudo é alegria e Paz e, mesmo que possamos olvidar tais idéias em nossa mente material, o Eu conhece cada nota abençoada como uma mensagem vinda da terra natal, e se alegra com isso.

 

É uma idéia errônea supor que um mito é uma invenção da fantasia humana, sem fundamento. Ao contrário, um mito é uma caixa contendo as mais profundas e preciosas jóias da verdade espiritual, pérolas de beleza tão rara e etérica que não podem permanecer expostas ao intelecto material. Para protegê-las e ao mesmo tempo permitir que atuem sobre a Humanidade para sua elevação espiritual, os Grandes Mestres são os guias da evolução. Invisíveis, mas poderosos, eles dão à Humanidade nascente estas verdades espirituais, envoltas no pitoresco simbolismo dos mitos, para que possam trabalhar sobre nossos sentimentos até que nossos intelectos nascentes tenham se tornado suficientemente evoluídos e espiritualizados para que nós possamos tanto sentir como entender.

 

'Pode-se dizer que onde a religião se torna artificial é reservado à arte salvar o espírito da religião, reconhecendo o valor figurativo do símbolo místico – o qual a religião quer que acreditemos em um sentido literal – e revelar suas profundas e ocultas verdades através de uma apresentação ideal... Enquanto o sacerdote apóia tudo nas alegorias religiosas para que sejam aceitas como realidade, o artista não tem preocupação alguma com tal coisa, pois, aberta e livremente, divulga sua obra como sua própria criação. Mas, a religião, quando se sentiu compelida a continuar aumentando o edifício de seus símbolos dogmáticos, afundou em uma vida artificial, e, conseqüentemente, ocultou a Verdade Divina sob um sempre crescente amontoado de incredibilidades, as quais recomenda que se acredite. Sentindo isto, ela sempre procurou o auxílio da arte que, por sua vez, permaneceu incapaz de uma maior evolução enquanto precisasse apresentar esta pretensa realidade para o devoto, sob a forma de amuletos e ídolos, visto que só poderia cumprir sua verdadeira vocação quando, por uma apresentação ideal da figura alegórica, levasse a compreensão de sua essência interior – a Verdade Inefável e Divina.' (Religião e Arte, Wilhelm Richard Wagner, apud Max Heindel).

 

Vivei e deixai viver!

 

A Lei de Conseqüência nos devolverá, como colheita, tudo o que semearmos. Por isto, não cai um fio de cabelo...

 

 

 

 

Ninguém pode ser verdadeiramente compassivo e almejar a evolução enquanto matar para comer, seja de forma pessoal, seja de forma indireta. A vida inofensiva é um requisito absoluto e essencial para a vida prestativa.6

 

Enquanto a barca da vida flutua nos mares do verão e nossa existência parece uma bela e doce melodia, geralmente não há incentivo para nos voltarmos para a Vida Superior; cada fibra em nosso corpo grita: 'isto é suficientemente bom para mim'. Mas, quando os vagalhões da adversidade se elevam à nossa volta e cada nova onda ameaça nos tragar, então, unidos às aflições do Coração, tornamo-nos homens sofredores e estamos prontos para [re]nascer como Parsifal. Enquanto o homem procurar acumular dinheiro ou aproveitar a vida, como tão equivocadamente se diz, ele se torna sábio pela sabedoria do mundo; mas, quando passa a encarar as coisas do Espírito, torna-se um simplório aos olhos do mundo. Esquece tudo sobre sua vida passada e deixa para trás suas tristezas, como Parsifal deixou Herzleide, que morreu quando Parsifal não voltou para ela. Assim, a tristeza morre quando dá nascimento à alma aspirante que foge do mundo. Enfim, o homem pode estar no mundo, para cumprir seu dever, mas não ser do mundo.

 

O cisne é o símbolo apropriado para o Iniciado que, em virtude do poder desenvolvido internamente, não está exposto aos perigos do fogo, da terra, do ar ou da água, e é capaz de se elevar aos Reinos Superiores e de se movimentar em mundos diferentes. Um Iniciado, quando se reveste com o Dourado Manto Nupcial, está imune a qualquer perigo que o possa atingir no Corpo Denso.

 

Com a vinda de Cristo certas mudanças foram estabelecidas e definidas na constituição da Humanidade, de modo que, agora, todos aqueles que desejarem podem entrar no Caminho da Iniciação.

 

 

 

 

Ao contrário do que muitos pensam, a tentação é um bem. Para o crescimento da alma, é necessário que surjam as tentações, a fim de revelar nossos pontos fracos. Geralmente, a dor desenvolve a consciência e traz aversão ao pecado, tornando-nos fortes contra a tentação. Toda criança é inocente porque não foi tentada. Por isto, só quando tivermos sido tentados e permanecermos puros ou quando, após uma queda, nos arrependermos e nos corrigirmos é que seremos efetivamente virtuosos.

 

Repetição é a nota-chave do corpo vital e o extrato do corpo vital é a alma intelectual, que é aquilo que mantém e que sustenta o Espírito de Vida – o verdadeiro princípio de Cristo no homem.

 

Quando uma religião se limita a ficar por detrás da muralha da crença, o espírito do declínio se faz presente; envelhece como uma vestimenta. E mais: qualquer religião perde em poder espiritual o que ganha em aspecto material, quando faz um pacto com os governantes do mundo e estabelece intrigas satisfazendo os mais baixos anseios.7

 

 

A Muralha da Crença

 

 

É evidente que a condição limitada da crença ditada pelas várias igrejas – a insistência sobre dogmas e rituais – não é o mal maior, como pode parecer a muitos. Na realidade, a necessária conseqüência das limitações que incidem sobre a existência material, através da qual o Espírito humano está agora passando, é que deve ser devidamente cuidada. Que o Espírito adquira tanta verdade quanto possa compreender e que ela seja benéfica para seu presente desenvolvimento. Não há necessidade de uma maior preocupação, pois ninguém ficará perdido. Como 'em Deus vivemos, nos movemos e temos nosso ser', se alguém ficasse perdido, uma parte do Divino Autor do nosso sistema estaria também perdida, e esta é uma proposição inconcebível. Entretanto, mesmo os deuses estão envelhecendo rapidamente, pois nenhuma religião que seja destituída de Amor pode esperar reter a Humanidade por qualquer período de tempo.

 

Embora as muralhas e as limitações da existência física nos acompanhem em todas as direções, chegará o momento em que veremos e conheceremos como também somos conhecidos.

 

Muitos – embora se revoltem no mais profundo de suas naturezas – estão casados com as convenções do mundo e têm medo de fazer uma mudança radical no código estabelecido pela igreja, temendo o que as pessoas possam pensar deles. Embora ultrajados no mais íntimo de suas naturezas e frustrados em suas mais santas aspirações, continuam a suportar o jugo do convencionalismo e servem a igreja para salvar as aparências.

 

Quando a causa gerada em vidas passadas produziu os efeitos educativos necessários e ajustadores nesta vida, a dívida está cancelada para sempre. Nosso destino não é regido por capricho, mas por uma inexorável Lei da Natureza – a Lei de Causa e Efeito.

 

 

 

 

Constatamos que as Hierarquias que nos ajudam a evoluir estão também vivendo para aprender, e o próprio fato de que estão aprendendo, mostra que são passíveis de erro.

 

A Verdade está sempre ao lado de quem A procura e também em sua batalha contra os convencionalismos da igreja e costumes sociais... A sede pela Verdade, uma vez sentida, não pode ser saciada enquanto não for totalmente satisfeita.8

 

Todas as limitações devem ser primeiramente eliminadas para podermos obter sucesso na busca da Verdade.9

 

É necessário pôr de lado todas as limitações de religião, de família, de ambiente e qualquer outro impedimento para nos habilitarmos a alcançar a Verdade. Mas há ainda outro grande requisito, que, talvez, já esteja incluído no primeiro. Nós nos apegamos à nossa religião, aos nossos amigos e às nossas famílias por medo de ficarmos sozinhos. Obedecemos às convenções porque tememos seguir o ditame da Voz Interior que nos impele às coisas mais elevadas, incompreensíveis para a maioria. Portanto, na realidade, o medo é o principal obstáculo que nos impede de chegar à Verdade e de, relativamente, vivê-La.

 

A Humanidade, sendo inerentemente espiritual e livre, nunca se conformará com a perda da individualidade exigida pelo regime da igreja.10

 

No momento em que começamos a percorrer seriamente o caminho, a natureza inferior está condenada, apesar de todos os seus engenhosos esforços para se manter atuante.

 

Somente na Região do Pensamento Concreto, onde os arquétipos de todas as coisas se unem no grande coro celestial – ao qual Pitágoras se referiu como 'Harmonia das Esferas' – encontramos a verdade revelada em toda sua beleza.

 

 

 

 

Eis a sina de quem se insurge contra o convencionalismo para apoiar a Verdade: verá que [quase] todo o mundo está contra si, e que, portanto, deverá permanecer sozinho. Mas, o Poder que está sempre trabalhando para o Bem, de uma forma ou de outra, sempre protegerá o Peregrino, por maior que seja a violência que vier a ter que enfrentar.

 

Quando a vontade é o atributo mais forte, a alma, durante uma certa vida, usa um revestimento masculino, e, em outra, quando a qualidade da imaginação é maior, uma forma feminina. Pela Lei de Alternância, que prevalece nesta presente Era do Arco-íris, a alma usa trajes diferentes em vidas alternadas mas, quer seja feminino, quer seja masculino, o órgão do sexo oposto estará sempre presente em estado latente. Por conseguinte, o homem é agora e será tanto masculino como feminino, enquanto o Corpo Denso permanecer.

 

Para nós, seres ainda boçalizados, o Graal está perdido! Só poderá ser (re)encontrado por nós quando o nosso sangue físico – saturado de desejos, cobiças e paixões – estiver novamente purificado, como o Sangue contido originariamente naquele Vaso Verde.

 

Presentemente, o ato gerador é executado independente dos raios solares propícios, e, como resultado, o 'pecado' e a morte apareceram e estão no mundo. Desde então, a Luz Espiritual empalideceu, e agora estamos cegos para a Glória Celestial. Usando o poder de geração para a regeneração, superamos a morte e o pecado, e isto nos confere a imortalidade e nos leva a Cristo.

 

Os grilhões somente poderão ser quebrados pela castidade, pois o céu é a morada da virgem. Somente quando elevarmos o amor do sexo pelo sexo à categoria do amor da alma pela alma poderemos desatar as algemas que nos prendem. Portanto, quando aprendermos a criar pela concepção imaculada, nascerão Salvadores que romperão os grilhões do 'pecado' e do sofrimento que agora nos prendem.

 

A contenção do desejo sexual não é o celibato. A mente deve contribuir para isto, e devemos, de boa vontade, abster-nos do sexo pelo sexo. Isto só pode ser conseguido pelo que os místicos chamam 'encontrar a mulher dentro de si mesmo'. (Para a mulher é, naturalmente, encontrar o homem dentro de si mesma). Quando conseguirmos isto, teremos chegado ao estágio em que poderemos viver a mesma vida pura da flor. Em relação a isto, poderá ser também muito esclarecedor lembrar que o Guardião do Umbral que devemos enfrentar, antes que possamos entrar nos mundos suprafísicos, assume sempre a aparência de uma criatura do sexo oposto. No entanto, esta aparência sempre se assemelha à nossa própria. Devemos também compreender que quanto mais licenciosos ou libidinosos tenhamos sido, pior será a aparência deste monstro.

 

Credo e dogmatismo ainda detêm o poder, prontos para julgar e perseguir quem não seguir as linhas do convencionalismo. Enquanto os enfrentarmos e prosseguirmos em nosso Caminho, apesar das críticas, a verdade sempre sairá incólume da batalha. Somente quando nos mostramos covardes é que estas forças inimigas conseguem desferir o golpe de morte através do nosso ponto vulnerável: nas costas, entre os ombros.

 

Eis a grande verdade que todos nós precisamos aprender: todas as coisas são uma. Embora, neste Plano, as coisas pareçam estar separadas, há um fio invisível unindo cada uma a todas. Quando o Espírito tiver reconquistado a universalidade e o amor não poderá mais ser separado. Em outras palavras: quando o Espírito entra no Reino da Verdade abandona o sentimento de separatividade e de egocentrismo, simbolizado pelo Anel do Niebelungo, e adquire uma grandeza maior, semelhante a de Thomas Paine11, quando disse: 'O mundo é minha pátria; fazer o bem é minha religião.'

 

 

 

 

Nossa idéia do que é a Verdade muda à medida que progredimos. Gradativamente, estamos galgando a trilha da evolução, e, ao fazê-lo, fases da Verdade antes nunca percebidas aparecem, e o que nos parecia correto em um estágio poderá ser errado em outro.

 

Cristo sentiu, no corpo de Jesus, toda a paixão e todas as tentações a que nós também estamos sujeitos, e isto aconteceu com o propósito de fazê-Lo misericordioso, como um Sumo Sacerdote, em relação à nós.

 

Ser tentado não é pecado. A condescendência, sim, é que é o pecado. Os homens e as mulheres que são tentados geralmente alcançam um estágio mais elevado de desenvolvimento espiritual do que aqueles que vivem vidas castas, sem tentações, em um ambiente protegido. Jesus, o Cristo, enfatizou isto quando disse haver maior regozijo por um pecador arrependido, do que por noventa e nove que não precisam se arrepender. Há uma distinção muito significativa entre inocência e virtude, e o que é mais importante ainda é que devemos perceber a falácia do duplo padrão de conduta que dá liberdade ao homem, ou melhor, tudo perdoa no homem, enquanto insiste em que um passo em falso arruinará a vida de uma mulher para sempre. Se eu tivesse hoje que escolher uma esposa, e mais tarde descobrisse que sua vida estava manchada por um erro pelo qual sofreu, saberia que ela aprendeu a conhecer o sofrimento, e com isto desenvolveu a compaixão e a indulgência. Adquiriu qualidades que a tornarão uma companheira mais compreensiva do que aquela que se manteve 'inocente' no limiar da vida, estando sujeita a cair vítima da primeira tentação.

 

A ilusão de um duplo padrão de conduta que favorece um sexo em prejuízo do outro deveria ser percebida imediatamente por quem quer que acredite na sucessão de vidas, pela qual a alma progride desde a impotência até a onipotência.

 

 

É característica das forças inferiores tentar sempre influenciar negativamente a alma e usar todos os meios para afastá-la do caminho da retidão. Colhemos sofrimento quando nos posicionamos contra às leis do progresso.

 

Aqueles que acreditam em renascimentos em sexos alternados deveriam estar suficientemente convencidos de que, como a alma é bi-sexual e nossos corpos contêm órgãos rudimentares pertencentes ao sexo oposto, nada mais natural e justo que cada ser humano, independente da polaridade da aparência presente, deva possuir os mesmos privilégios que o outro.

 

Quando há sincero arrependimento e penitência espiritual, o mal é apagado do registro impresso no Átomo-semente. (Grifo meu). Por uma Lei Superior a inferior é suplantada.

 

Aqueles que exacerbadamente abusaram e/ou abusam da função sexual acabam sofrendo da doença chamada câncer.

 

Muitos dentre os menestréis dos tempos medievais eram Iniciados ou talvez Irmãos Leigos. Portanto, quase sempre suas palavras eram pérolas de sabedoria. Eram considerados professores, homens sábios e amigos da verdadeira nobreza.

 

 

 

 

Na Humanidade, não há nem superiores nem inferiores, a não ser na escala da evolução.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Individualidade na Unidade. Estamos todos caminhando para o Eu-sou, estágio no qual cada um será cada um, entretanto, todos sendo Um.

2. É como tenho dito: ninguém fará por nós nem conosco o que cabe a nós, sozinhos, fazer. Por misericórdia, uma inspiração eventual, isto, sim, poderá acontecer. Mas, ninguém deve esper[anç]ar nada. No poema DEPOIMENTO: Em Pasárgada não encontrei a paz, escrevi:

 

Reza a Lei, ó falastrão:
fora, só há ilusão.
Quatro Rosas no chapéu,
uma no Coração.
Ora et Labora
Labora et Ora

em tua Peregrinação,
para que possa ser operada
a Alquimia Transcendente
de todo e qualquer labéu.
Tudo será, então,
completamente diferente,
pois o que oculto estava,
sorrindo, faz-se presente!

 

3. Dalai Lama, sobre a compaixão: Por meio da minha própria e limitada experiência, descobri que o maior grau de tranqüilidade interior vem do desenvolvimento do amor e da compaixão. Quanto mais nos importamos com a felicidade dos outros, maior se torna o nosso próprio senso de bem-estar. Cultivar um sentimento de proximidade e de carinho pelos outros automaticamente acalma a mente. Isto ajuda a remover qualquer medo ou insegurança que tenhamos, e nos dá a força necessária para lidar com os obstáculos que encontramos. A compaixão é a fonte definitiva de sucesso na vida... Compaixão e paz são as duas palavras que todos devem recordar... A relação entre a prática da espiritualidade e a ética é a seguinte: como o amor, a compaixão e outras qualidades humanitárias supõem, por definição, algum grau de preocupação com o bem-estar dos outros, supõem também a contenção que a ética exige... A ciência evoluiu e as invenções tecnológicas se tornaram cada vez mais sofisticadas, contudo, nenhum invento ainda foi capaz de produzir a tranqüilidade mental e a construção de uma vida norteada por valores mais profundos como a bondade, o amor e a compaixão.

4. Meu Deus! Meu Deus! Só quero fazer o bem. Meu Deus! Meu Deus! Quero ser Deus também.

5. Segundo Max Heindel, o Eterno Feminino é a Grande Força Criadora na Natureza – a Mãe-Deus – que nos conduz pelo caminho da evolução.

6. No texto Os Mistérios Rosacruzes, Max Heindel vai um pouco além nesta matéria, e adverte: ninguém pode viver até realizar suas maiores possibilidades enquanto fizer do seu estômago uma sepultura de animais sacrificados. Sepultura putrefata, ficou faltando dizer. É por isto que a maioria das ventosidades são pirobológicas e catinguentas, fedegosas, malcheirantes, pestilenciais e pútridas.

 

 

 

 

7. Aqui cabe lembrar, por exemplo, como relata Orlando Fedeli, que o Papa Pio XII sempre viu Adolf Hitler com maus olhos, e o tinha pessoalmente como um homem furioso e criminoso. Mas é certo também que ele trabalhou para ser assinada a concordata com o regime nazista, o que Herr Adolf, Führer e Chanceler do Reich Alemão, explorou o quanto pôde para enganar os católicos. Pio XII fez a concordata com o Governo de Hitler porque ingenuamente pensava que, tendo um documento oficial assinado por Hitler, isto garantiria os direitos da Igreja na Alemanha. O fato histórico, como recorda Voltaire Schilling, é que Pio XII, que dispunha da única rádio independente em toda a Europa ocupada, jamais decidiu fazer sequer uma denúncia pública das atrocidades que os nazistas estavam cometendo. Qual era, então, a razão do seu silêncio? Segundo a historiadora Annie Lacroix-Riz (Le Vatican l 'Europe et le Reich, Paris, 1996), sabe-se que, em privado, com representantes alemães, Pio XII externava os mesmos sentimentos antijudaicos deles. Mas presumo ser outra a causa do seu silêncio. Esta, de ordem subjetivo-objetiva. O papa, sendo um implacável anticomunista, um aristocrata de família toscana, nascido em Roma em 1876, tendo por um irmão um conde, encarnava os valores últimos de uma nobreza européia agonizante. Viu no Nazismo, como tantos outros da sua casta, a oportunidade de liquidar com os bolcheviques ateus (versão contemporânea dos jacobinos, que tantos padecimentos fizeram sofrer a nobreza e a igreja nos tempos modernos), mesmo que o preço a pagar fosse moralmente monstruoso. Somente eles, os super-homens de Hitler e de Mussolini, com sua política de total impiedade, colocando-se bem acima do bem e do mal, poderiam abatê-los. A pavorosa morte dos judeus era o tributo moral que exigiam dele. A política do Vaticano de sustentação incondicional do Reich excluía emocionar-se por suas vítimas.

 

 

 

Carta do Papa Pio XII a Adolf Hitler


Ao ilustre, Herr Adolf Hitler
Führer e Chanceler do Reich Alemão!

 

Aqui, no início de nosso pontificado, desejamos assegurá-lo de que permanecemos dedicados ao bem-estar espiritual do povo alemão confiado à sua liderança. Imploramos que o Deus Todo-Poderoso conceda a eles aquela verdadeira felicidade que advém da religião.

Recordamos com grande prazer os muitos anos que passamos na Alemanha como Núncio Apostólico, quando fizemos tudo que estava ao nosso alcance para estabelecer relações harmoniosas entre a Igreja e o Estado. Agora que as responsabilidades de nossa função pastoral aumentaram nossas oportunidades, muito mais ardentemente oramos para alcançar este objetivo.

Que a prosperidade do povo alemão e seu progresso em cada parte venha, com a ajuda de Deus, fruir!

Neste dia, 6 de março de 1939, em Roma, na Basílica de São Pedro, no primeiro ano do nosso pontificado.

Papa Pio XII

 

Fonte:

Extraído do livro Hitler's Pope: The Secret History of Pius XII, de John Cornwell.

http://www.cprf.co.uk/languages/
portuguese_popeletter.htm

 

 

 

8. Totalmente até o limite de compreensão para uma determinada encarnação, até porque, como já argumentei diversas vezes, a Verdade acessada será sempre inescusavelmente relativa. O próprio Max Heindel afirmou: as Hierarquias que nos ajudam a evoluir estão também vivendo para aprender.

9. E, talvez, a maior limitação seja a crença pela fé sem fundamento Iniciático, pois, como ensina Max Heindel, um dos supremos requisitos da Iniciação é a fé. Se, por um lado, só a compreensão liberta, por outro, só a experiência pessoal, interior, poderá demolir a fé crendeira e inútil. Então, das três virtudes teologais ou teológicas católicas, segundo a teologia escolástica – fé, esperança e caridade – só a caridade é efetivamente uma virtude, pois a própia esperança, em um certo sentido, é paralisante. Todavia, a caridade só pode ser considerada de fato uma Virtude, se for praticada categoricamente; caridade hipotética vale menos do que uma caganita de um cabra-de-peia.

10. Aqui, além da individualidade, eu acrescentaria a liberdade e o livre-arbítrio; é só recordar as barbaridades que a Religião Católica fez durante a inquisição – que foi fundada em 1184 no Languedoc (antiga província de França e agora integrada à região Languedoc-Roussillon) para combater a heresia dos cátaros ou albigenses. O condenado era muitas vezes responsabilizado por uma crise da fé, pestes, terremotos, doenças e miséria social, sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas crudelíssimas de aplicar a pena. No século XIX, os tribunais da inquisição foram suprimidos pelos Estados Europeus, mas foram mantidos pelo Estado Pontifício. Em 1908, sob o Papa Pio X, a instituição foi renomeada, e passou a se chamar Sacra Congregação do Santo Ofício. Enfim, a inquisição romana ou Congregação da Sacra, Romana e Universal inquisição do Santo Ofício existiu entre 1542 e 1965, tendo sido oficialmente extinta pelo Papa Paulo VI. Mas deixou um filhote: Congregatio pro Doctrina Fidei (Congregação para a Doutrina da Fé) – cuja razão de ser é difundir a doutrina católica e defender aqueles pontos da tradição católica que possam estar em perigo em conseqüência de doutrinas novas não aceitáveis pela Igreja Católica. É essa esdruxulice de aqueles pontos da tradição católica que possam estar em perigo que impedem a Igreja Católica de autorizar, por exemplo, o uso da camisinha (camisa-de-vênus). O pensamento retrógrado prevalecente e ainda superlativo na Sancta Sedes Apostolica prefere ver a Humanidade morrer de AIDS do que liberar o uso do invólucro protegedor de látex muito fino, que envolve o pênis, usado nas relações sexuais como contraceptivo e também para evitar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Tirante o problema da AIDS, é possível e cabível uma mulher dar à luz a 10, 12, 15, 20 filhos?

11. Thomas Paine (29 de janeiro de 1737, Inglaterra – 8 de junho de 1809, Estados Unidos) foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, radical, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América. Viveu na Inglaterra até os 37 anos, quando imigrou para as colônias britânicas na América, em tempo de participar da Revolução Americana. Suas principais contribuições foram os amplamente lidos Common Sense (1776), advogando a independência colonial americana do Reino da Grã-Bretanha, e The American Crisis (1776 – 1783), uma série de pampletos revolucionários

 

Páginas da Internet consultadas:

http://bringonthedancinghorses.blogspot.com/
2009/08/i-think-all-parents-should-be-forced-to.html

http://www.divinetemplatecreations.com/
sacred_geometry/wellbeing.html

http://en.wikipedia.org/
wiki/File:Pyramid_35_spheres.gif

http://pt.wikipedia.org/wiki/Congrega%C3%A7
%C3%A3o_para_a_Doutrina_da_F%C3%A9

http://www.preceden.com/timelines/4604-cronologia
-do-cristianismo/print?min=-18302284800&z=y

http://www.sodahead.com/

http://educaterra.terra.com.br/
voltaire/mundo/papa_pacelli.htm

http://www.montfort.org.br/

http://media.photobucket.com/image/
%22fight.gif%22+/pancho0o17/fight.gif

http://en.wikipedia.org/wiki/
File:Drum_vibration_mode21.gif

http://7-zeal2004-2005.5u.com/custom4.html

http://s584.photobucket.com/albums/
ss281/Dariclacar/Mis%20Gif/?start=all

 

Fundo musical:

Lohengrin (Bridal Chorus)
Compositor: Wilhelm Richard Wagner
Interpretação: Anthony Newman

Fonte:

http://beemp3.com/