Rodolfo Domenico Pizzinga
O Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa apresenta diversas definições para o vocábulo consciência. As quatro primeiras são:
1. sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior.
2. sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais, funcionando como o juiz que ordena acerca de coisas futuras e que se traduz em sentimentos de alegria, satisfação, ou de culpa, remorso, acerca de coisas passadas.
3. sistema de valores morais que funciona, mais ou menos integradamente, na aprovação ou desaprovação das condutas, atos e intenções próprias ou de outrem.
4. conjunto de idéias, atitudes, crenças de um grupo de indivíduos, relativamente ao que têm em comum ou ao mundo que os cerca.
O verbete relativo à autoconsciência apresenta as seguintes definições:
1. consciência que reflete sobre si própria, sobre sua condição e seus processos.
1.1 no kantismo, consciência que o eu tem de si mesmo como sujeito do pensamento e do conhecimento de objetos externos.
1.2 no hegelianismo, a forma através da qual o sujeito se encontra plenamente consciente de si, alcançada no estágio de conhecimento em que o mundo externo se torna o produto, a possessão ou a imagem especular do próprio eu.
Na Wikipédia, está definido: A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, auto-consciência, senciência, sapiência e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência. Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, pertence à esfera da psique humana, por isso se diz também que ela é um atributo do espírito, da mente ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que se perceber no mundo, mas ser no mundo e do mundo. Para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte. Abaixo está reproduzida uma representação gráfica da consciência como era entendida no século XVII. Depois de observá-la, aponte o mouse para a figura.
Para Carl Gustav Jung (1875 - 1961) a consciência é a relação dos fatos psíquicos com o eu. Mas o que é o eu? É um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa memória. O eu é uma espécie de complexo, o mais próximo e valorizado que conhecemos. É sempre o centro de nossas atenções e de nossos desejos, sendo o cerne indispensável da consciência. Já, segundo este pensador, o inconsciente é percebido como a mãe criadora da consciência. A partir do inconsciente é que se desenvolve a consciência. E, ainda: o si-mesmo é o verdadeiro arquétipo central da psique, e não o ego, o conhecido 'eu' da nossa consciência. A intuição é a função psicológica que transmite a percepção por via inconsciente. Tudo pode ser objeto dessa percepção, coisas internas ou externas e suas relações. Na intuição, qualquer conteúdo se apresenta como um todo acabado, sem que saibamos explicar ou descobrir como este conteúdo chegou a existir. E, finalmente, o Inconsciente Coletivo, segundo o conceito de Psicologia Analítica criado por Jung, é a camada mais profunda da psique humana. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados da Humanidade. É nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.
Para os Rosacruzes, nomeadamente aqueles da Ordem Rosacruz AMORC, a consciência representa a pequena e suave Voz do Mestre Interior. Isto equivale a dizer: a Mente do Eu Interior que conhece toda a Verdade, toda a Lei, todos os Princípios e é sempre construtiva. (Editado do Manual Rosacruz, publicação da AMORC sob a supervisão de H. Spencer Lewis, Biblioteca Rosacruz, 6ª edição, coordenação de Maria A. Moura, Rio de Janeiro, Editora Renes.)
Experimento
Um pouco abaixo, sob a forma de uma animação em flash, está apresentado e é sugerido um experimento muito simples, com duração de dois minutos. Não é um bicho de sete cabeças nem uma das górgonas com serpentes no lugar de cabelos; logo, não há qualquer motivo para preocupação ou para ansiedade, pois, o experimento é seu, foi produzido para você, e, ao final, certamente, você sairá vencedor.
No momento em que você clicar na palavra Play começa o experimento. O que você terá de fazer é observar. Observar suas emoções e as idéias que perpassarão pela sua mente; boas ou más, não importa. Você deverá apenas observar. Portanto, não espere uma regularidade nas figuras que se sucederão; não há qualquer regularidade. Também não espere uma lei de formação para as imagens digitais que irão surgindo; não há qualquer lei de formação. Não imagine, a priori, que irá aparecer qualquer mirabolância mística; o experimento não contempla qualquer tipo de mirabolância mística, até porque mirabolância mística não é Misticismo, é empulhação. E, finalmente, não tente adivinhar qual será a próxima figura; além de, provavelmente, você não conseguir, esterilizará a finalidade do experimento. Então, repito: apenas relaxe, deixe a coisa acontecer e fluir naturalmente e veja descontraidamente a sucessão das figuras. Despreocupadamente, como alguém que está a assistir a um filme, vá observando as sensações, as emoções ou as lembranças que são evocadas pelas imagens que se sucedem. Nestes dois minutos, tudo irá se passar como uma espécie de encontro educativo entre você e você mesmo.
Contudo, definitivamente, este experimento não comporta querer que alguma coisa aconteça. Não queira absolutamente nada; aprender a nada querer e a nada mais precisar é uma etapa do Caminho. Mas, se tiver que acontecer alguma coisa, neste caso, ela acontecerá sem a sua interferência consciente e objetiva.
Neste experimento, simultaneamente, você é o aluno e o professor; logo só você poderá responder e dar sentido às suas próprias sensações interiores e às imagens mentais que se formarão, todas presumidamente catalisadas pelas figuras que irão surgindo. A seguir há uma explicação sobre a finalidade deste experimento. Só a leia depois de fazê-lo. O ideal é, ao concluir o experimento, esperar alguns instantes antes de ler a explicação que seguirá. E, se você preferir, apague todas luzes do ambiente em que está localizado o monitor do seu computador. Para expandir a tela do monitor, tecle F11; para retornar, tecle novamente F11. Não é necessário mais nada.
Explicação
Nós somos nossos próprios Mestres. Temos que nos esforçar para compreender e solucionar as nossas vivências interiores e os tropeços da vida. O próprio processo de viver depende só de nós e de mais ninguém. Quem o auxiliou a realizar este experimento? O que aconteceu, aconteceu; possivelmente não acontecerá novamente. Se você repetir o experimento, talvez, novas idéias e novas sensações surgirão. O fato é que estímulos externos (ou internos) provocam uma reação específica na consciência, produzindo uma percepção particular e própria de um momento de nossa vida, que jamais poderá ser exatamente igual a outro. Não há quem não saiba: não há dois orgasmos iguais. Portanto, sempre temos nós mesmos que tentar solucionar e tentar entender os enigmas que vão surgindo em nossa peregrinação vida afora. Foi isso que o experimento tentou demonstrar.
Por outro lado, precisamos vencer o embotamento mental de sempre estarmos, por preguiça consentida, a pedir auxílio aos outros para darem uma explicação para nossas dúvidas e dificuldades. Isto vale particularmente para o domínio daquilo que é definido como espiritualidade. Entretanto, para episódicas ou recorrentes experiências psíquicas descontroladas e desconfortáveis – transporte, clarividência, clariaudiência, polividência, dupla-vista, sensitividade, psicofonia, pneumatofonia, pneumatografia, psicografia, levitação, materialização, telepatia, viagem astral recordação de vidas passadas, psicocinesia espontânea recorrente (PER) como a telecinesia, o metafanismo, o toribismo e a parapirogenia, viagem astral etc. – se for o caso, só um especialista deve ser consultado. Tentar solucionar eventuais distúrbios do psiquismo por outras vias, que não sejam exclusivamente clínicas e especializadas, poderá resultar em um desastre irreversível. Particularmente no caso da PER, Ronaldo Dantas Lins Filgueira informa: O agente deflagrador da PER é geralmente uma criança, comumente uma menina, na fase da puberdade, ou uma mulher no período do climatério, pós-menopausa. De conformidade com o modelo padrão para a PER, este agente se encontra submetido a um problema de difícil solução, a um estresse; este pode ser compreendido como uma reação sistêmica, principalmente neuroendócrina e imunológica, com ou sem repercussões localizadas, que ocorre em um organismo vivo, quando submetido a uma agressão externa. O nível inconsciente funciona como uma válvula de escape pela qual, através de uma ação ostensiva e simbólica, busca chamar a atenção das pessoas que convivem diretamente com o agente gerador. Neste sentido, temos que a PER pode ser interpretada como um mecanismo de defesa paranormal. Citando I. W. R. Lima, acrescenta Lins Filgueira: Tal proposta se prende ao fato de que o 'modus operandi' da PER caracteriza um mecanismo de defesa em todos os seus aspectos, fazendo uso, a princípio, da repressão, quando são bloqueados a idéia e o sentimento ligados a ela, que gerariam conflito e conseqüente ansiedade/angústia, se fossem exteriorizados, e conseguinte deslocamento, onde o afeto contido no conflito é transferido para outra situação, para que assim modificado possa, finalmente, descarregar a energia antes aprisionada, e, dessa forma, restabelecer o equilíbrio do sistema. A título de exemplo, reproduzi este excerto com a única finalidade de sublinhar a complexidade dos fenômenos ligados ao nosso psiquismo, que, por isso mesmo, jamais poderão ser solucionados, se e quando for o caso, por curiosos, por amigos ou por amigos de amigos.
Seja como for, em princípio, ninguém está mais apto para entender e explicar nossas sensações interiores do que nós. Isto é simples de ser compreendido: qualquer um (que não seja um profissional, um especialista) que opine o que quer que seja sobre o que quer que seja, particularmente a nosso respeito, e em especial sobre o nosso psiquismo, opinará com sua cultura pessoal, com a experiência que adquiriu ao longo da vida e com suas crenças e subjetividades. Qual o valor que isso poderá ter para alguém inteiramente diferente, com uma cultura distinta, com uma experiência de vida também distinta e com uma vivência espiritual interior particularmente distinta? Queiramos ou não, gostemos ou não, resta o fato de que não viemos todos do mesmo lugar, e não iremos todos para o mesmo lugar. Então, ainda elucubrando: em princípio, como alguém de um pouco mais abaixo pode oferecer uma solução concertada para um problema, particularmente espiritual, de alguém um pouco mais acima? Isto é equivalente a pedir a um analfabeto ou a um analfabeto funcional1 que opinem a respeito dos pensamentos de Albert Einstein (1879 - 1955) ou de Helena Petrovna Blavatsky (1831 - 1891); ou querer, ainda, loucamente, que uma minhoca projete uma refinaria de petróleo bruto. Não viemos todos do mesmo lugar, e não iremos todos para o mesmo lugar!
Precisamos confiar e aprender que nós somos nossos próprios Mestres. Mais do que isso: precisamos planejar e construir nosso Mestre-Deus interior (ou algo que seja equivalente) sem qualquer tipo de interferência de terceiros. Não há um único ser-no-universo que não esteja intrinsecamente habilitado para essa tarefa. Transferir isso, sem quê nem porquê, sem essa ou sem mais aquela, sem lenço e sem documento dançando um tango ou um bolero num sol de quase dezembro ou num nevoeiro de quase julho, com humildade ou com arrogância, de joelhos, sentado, deitado ou em pé, para não sei quem de não sei onde, é, convenhamos, no mínimo, uma infantil infantilidade.
Todavia, nada do que foi examinado neste sucinto rascunho indica ou sugere ter como centro de interesse a exageração da importância que possamos equivocadamente dar a nós próprios ou, mesmo, que devamos nos tornar anti-sociais, refratários, egoístas et cetera e tal. Não; pelo contrário. Meter-se em uma caverna ou esconder-se no alto de uma montanha é uma morbidíssima doença doentia que um Místico sadio não desenvolve. Um Místico que compreendeu essas coisas elementares admite, in Corde, que é um ser ser-no-universo-com, isto é, um ser-com-todos; e tudo aquilo que pensa saber ou o que aprendeu partilha racionalmente com alegria. Já estou com os dois dedinhos indicadores dormentes e rouco de tanto digitar este conceito: ninguém é dono de porra nenhuma2; tudo é um. Quando o Boneco de dentro abandona o boneco de fora não leva consigo sequer um único grãozito de areia. O Boneco voador leva, sim, apenas, sua Impressão Digital Cósmica – isto se ele conseguiu 'indelevilizar' essa Impressão Digital no Gabinete de Identificação e Estatística do Cósmico. Só leva isso.
Então, vamos lá! Mãos à Obra! Que tal começar essa impostergável Obra agora mesmo? Se você estiver disposto a isso, sugiro que leia o texto Sanctum Sanctorum (Um Experimento Místico de Criação Mental) no endereço:
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Notas:
1. O analfabeto funcional é o indivíduo que consegue ler e escrever textos simples, mas não conseguem interpretá-los. O Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa define analfabeto funcional como a pessoa alfabetizada apenas para entender, na área na qual trabalha, a sua função, sendo completamente despreparada para entender textos ou problemas de outras áreas do saber, o que configura uma espécie de tecnicização do conhecimento. O Dicionário Interativo da Educação Brasileira define analfabetismo funcional como o tipo de instrução em que a pessoa sabe ler e escrever mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Ou seja: o analfabeto funcional não consegue extrair sentido das palavras nem colocar idéias no papel por meio do sistema de escrita, como acontece com quem realmente foi alfabetizado. No Brasil, o analfabetismo funcional é atribuído às pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro anos de estudo formal. Mas, a noção de analfabetismo funcional varia de acordo com o país. Na Polônia e no Canadá, por exemplo, é considerado analfabeto funcional todo adulto com menos de oito anos de escolaridade. O conceito de analfabetismo funcional foi criado na década de 30, nos Estados Unidos, e posteriormente passou a ser utilizado pela UNESCO para se referir às pessoas que, apesar de saberem ler e escrever formalmente, por exemplo, não conseguem compor e redigir corretamente uma pequena carta solicitando um emprego. Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de um terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças sociais e culturais. Na Declaração citada, o analfabetismo funcional é considerado um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento. Mais de um terço da população adulta brasileira é considerada analfabeta funcional.
2. A Desciclopédia informa: 'Porra Nenhuma' é um termo proveniente do dialeto conhecido como gíria, extremamente útil à Língua Portuguesa devido à sua incrível capacidade de resumir frases muito extensas em apenas duas palavras. Exemplo: O que fazem os participantes do 'Big Brother' Brasil? Eles ficam confinados em uma casa, isolados de tudo o que acontece mundo afora, acordam meio-dia, almoçam às 5:00 horas da tarde e dormem na hora que lhes dá na telha. Para passar o tempo, fazem academia e natação; as mulheres andam seminuas pela casa e os homens tocam pagode e tomam cerveja enquanto ficam falando mal uns dos outros. E também conversam com o Bial! Ou seja: Porra nenhuma. Matematicamente, isto é: Porra Nenhuma.
Editado da fonte:
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Porra_nenhuma
Páginas da Internet consultadas:
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=132
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconsciente_coletivo
http://www.pucsp.br/ecurriculum/artigos_v_2_n_1_dez_
2006/ARTIGO%20SUBJETIVIDADE2.pdfhttp://www.cgjung.net/
oeuvre/textes/conscience/reflexion.htmhttp://pt.wikipedia.org/
wiki/Consci%C3%AAnciahttp://curvaspoliticas.blogspot.com/
2007_01_01_archive.htmlhttp://oficina.cienciaviva.pt/
~pv0592/experiencias-fctunl.html