EMÍLIO DE MENESES
(Trocadilhos e Sonetos)

 

 

 

Emílio de Meneses

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Se você é jornalista e não conhece, irá gostar muito de conhecer. Se você não é jornalista e também não conhece, igualmente irá gostar muito de conhecer. Se você, jornalista ou não, já conhece, irá gostar muito de rever. A bola da vez, hoje, é Emílio de Meneses – jornalista, poeta, acadêmico (que quase foi, mas acabou não sendo) e sacanomestre dos sonetos, dos poemas e dos trocadalhos do carilho.

 

Apesar de preterido pelo silogeu nacional, Emílio veio finalmente a ser eleito em 15 de agosto de 1914 para a Cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o médico e escritor brasileiro Joaquim Manuel de Macedo (1820 – 1882). Mas, acabou falecendo ser ter sido empossado na honraria, pois seu discurso de posse continha trechos argüidos pela Mesa da Academia, que não permitiu sua leitura e o sujeitou a algumas emendas. Emílio protelou o quanto pôde para aceitar essas emendas, e, quando faleceu, quatro anos depois de ter sido eleito, ainda não havia tomado posse de sua cadeira. Por isto, quase foi, mas acabou não sendo.

 

De Emílio, falou Mendes Fradique [pseudônimo do desenhista, caricaturista, médico, escritor e pintor brasileiro José Madeira de Freitas, 3 de abril de 1893 – 6 de abril de 1944]: Os que conheceram Emílio de Menezes ainda estão a vê-lo, com aquela bigodeira a Vercingetórix1 e aquele amplo chapéu, ora brandindo o bengalão retorcido, a expedir raios sobre a iniqüidade dos pigmeus que o irritavam; ora sufocado num riso apopléctico de intenso gozo mental, rematando uma sátira com que, destro, arrasava a empáfia dos potentados e a impertinência dos presunçosos; ora bonacheirão, carinhoso, entalando uma fatia de pão-de-ló na boca de um de seus fiéis cães de raça; ora ainda transfigurado, olímpico, dizendo, com inspiração extraterrena, 'Os Três Olhares de Maria' ou o 'Ibiseus Mutabilis' [sic]. Em vida, a figura cintilante de Emílio, irradiando toda a luz de sua personalidade, esteve prestes a ofuscar o valor de sua obra, minúscula no volume, mas preciosa na qualidade; morto o colosso, não foi fácil colher donde se achavam, os fragmentos que são apenas uma amostra do que teria sido capaz o artista em condições outras de cultura, de meio, e de disciplina intelectual. [Não posso fazer uma nota de rodapé sobre o que seja esse tal de 'Ibiseus Mutabilis', pois confesso que não sei o que é nem descobri o que possa ser esse troço. 'Mutabilis', em latim, é mutável; mas 'Ibiseus... Será Hibiseus mutabilis Linn? Derrapei; não faço a menor idéia.]

 

Emílio escrevia não apenas com o próprio nome: diversos pseudônimos foram por ele utilizados, tais como Neófito, Gaston d’Argy, Gabriel de Anúncio, Cyrano & Cia., Emílio Pronto da Silva. Na sua obra reunida, são contabilizadas 232 composições poéticas, predominando o soneto com versos de solene e austero lirismo como principal forma de expressão.

 

Enfim, aos 50 anos, o excesso de bebida começou a cobrar seu preço. Emílio emagreceu muito e foi ficando cada vez mais incapacitado. Morreu aos 52 anos, mas não perdeu o bom humor nos momentos finais. Consta que suas últimas palavras foram: — Fiquem tranqüilos porque estou apenas enganando os vermes. Eles esperam mais de cem quilos de banha, e estou levando ossos duros de roer.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Emílio Nunes Correia de Meneses, jornalista e poeta, nasceu em Curitiba, Paraná, em 4 de julho de 1866, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de junho de 1918. Eleito em 15 de agosto de 1914 para a Cadeira nº. 20, na sucessão de Salvador de Mendonça, não chegou a ser recebido. Deveria ser saudado por Luís Murat.

 

Filho de outro poeta, Emílio Nunes Correia de Menezes, e de Maria Emília Correia de Menezes, era o único filho homem na família, ao lado de oito irmãs. Fez como pôde os estudos primários e secundários no Paraná. Aos 14 anos começou a trabalhar na farmácia de um cunhado farmacêutico. Aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, influenciado pelo movimento simbolista e levado por Rocha Pombo. Ainda em Curitiba, distinguia-se pela originalidade de sua figura e dos seus hábitos, pela extravagância das maneiras e das roupas e pela singularidade da imaginação.

 

No Rio de Janeiro, aproximou-se dos boêmios e jornalistas da época, entregando-se ele também ao jornalismo. O escritor e crítico do Simbolismo Nestor Vítor deu-lhe uma recomendação para trabalhar com o professor Coruja, um dos educadores mais conhecidos do Rio. Este abriu as portas do lar ao jovem provinciano. Um ano depois, sem perder tempo, Emílio estava casadíssimo com uma das filhas do professor Coruja, Maria Carlota Coruja, com quem, no ano seguinte, teve seu filho, Plauto Sebastião. Mas Emílio não estava fadado para a vida doméstica: neste mesmo ano separa-se da esposa, mantendo um romance com Rafaelina de Barros.

 

Obteve uma nomeação para Curitiba, como funcionário do Recenseamento Federal. Finda a comissão, regressou ao Rio. Era a época do Encilhamento (que ocorreu durante o Governo Provisório de Deodoro da Fonseca, entre 1889 e1891), e poucos resistiam à sedução de ganhar dinheiro fácil, pois Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, na tentativa de estimular a industrialização do Brasil, adotou uma política baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos pelas emissões monetárias. Emílio arranjou algum capital, fez especulações na bolsa e em pouco tempo estava rico. Possuía carros de luxo e fez-se colecionador de objetos de arte. Mas os tempos eram de crise, e Emílio de novo empobreceu. Continuava, entretanto, a viver a vida despreocupada e solta dos botequins, na companhia de jornalistas e poetas. Tornou-se colaborador das colunas humorísticas dos jornais. O poeta esmerava-se na publicação de poesias satíricas e ferinas, sob vários pseudônimos: Neófito, Gaston d’Argy, Gabriel de Anúncio, Cyrano & Cia., Emílio Pronto da Silva.

 

Ao ser fundada a Academia Brasileira de Letras, em 1897, ele teria sido também um dos fundadores, mas havia preconceitos contra a sua maneira boêmia de viver. Entretanto, foi eleito para a instituição em 15 de agosto de 1914, sucedendo a Salvador de Mendonça. Deveria ser saudado por Luís Murat. Emílio compôs um discurso de posse, em que revelava nada compreender de Salvador de Medonça, nem na expressão da atuação política e diplomática, nem na superioridade de sua realização intelectual de poeta, ficcionista e crítico. Além disso, o discurso continha trechos argüidos pela Mesa da Academia. A Mesa não permitiu a leitura do discurso e o sujeitou a algumas emendas. Emílio protelou o quanto pôde aceitar essas emendas, e quando faleceu, quatro anos depois de ter sido eleito, ainda não havia tomado posse de sua cadeira.

 

Além das obras publicadas, deixou copiosíssimo anedotário, quase todo disperso, pouca coisa tendo se reunido em volume, ao que se junta a crônica da Cidade no tempo em que Emílio e seus companheiros de boêmia viveram e esbanjaram o melhor de seus talentos.

 

 

 

Fragmentos Emiliomenesianos

 

 

 

 

NOITE DE INSÔNIA

 

Este leito que é o meu, que é o teu, que é o nosso leito,
Onde este grande amor floriu, sincero e justo,
E unimos, ambos nós, o peito contra o peito.
Ambos cheios de anelo e ambos cheios de susto.

Este leito que aí está revolto assim, desfeito,
Onde humilde beijei teus pés, as mãos, o busto.
Na ausência do teu corpo a que ele estava afeito.
Mudou-se, para mim, num leito de Procusto!

Louco e só! Desvairado! A noite vai sem termo
E, estendendo, lá fora, as sombras augurais.
Envolve a Natureza e penetra o meu ermo.

E mal julgas talvez, quando, acaso, te vais,
Quanto me punge e corta o coração enfermo,
Este horrível temor de que não voltes mais!

 

 

 

Conta-se que, certa vez, no Rio de Janeiro, Emílio viajava em um bonde em cujos bancos só cabiam quatro passageiros. O do escritor já estava lotado, quando ele viu, tentando com dificuldade se acomodar a seu lado, uma conhecida cantora lírica, gorda como ele. Foi a deixa para mais um trocadilho. Saiu-se, então, Emílio com esta: — Ó atriz atroz. Atrás, há três!

 

Conta-se que, certa vez, Emílio, ao voltar de São Paulo para o Rio de Janeiro, um amigo literato o acompanhou à estação, e, na despedida, disse a Emílio: Adeus, insigne partinte. Ao que o poeta respondeu: — Adeus, insigne ficante.

 

Em um de seus prediletos pontos de observação – a mesa de um bar – Emílio bebia com amigos quando vê passar uma pessoa com fama de conquistador, de nome Penha. Os amigos comentaram que Penha estava, no momento, sofrendo de males de amor não correspondido por uma mulher de duvidosa reputação. Emílio não perdoou: Um homem que se diz Penha por uma mulher que se disputa!

 

Perguntam-lhe: Emílio, sabes qual é a parte mais bonita do corpo da mulher?

De bate-pronto, Emílio respondeu: — Sei-o!

 

 

 

 

 

 

PROPAGANDA EM VERSOS


 

I

 


Quem pelas chuvas não se molha e enloda,
Quem da vida possui toda a fortuna,
Tudo que ao 'savoir-vivre' se acomoda
Num requinte, trabalho e formosura;

 

Quem na mais elevada e grande roda
Não quer representar triste figura,
Usa sempre um chapéu de última moda
E um guarda-sol de rara formosura.

 

E é por isso que a fina flor mundana
Procura a novidade e a fantasia
Na casa que em chapéus é soberana.

 

E a nossa principal chapelaria
É a ideal 'Chapelaria Americana':
Carvalho, Portugal e Companhia.

 

 

II

 


Velho é o conselho do 'cherchez la femme'
Para tudo que existe neste mundo!
Verdade que resiste a todo o exame.
Conceito entre os profundos, mais profundo!

 

Quer o que a atos violentos nos inflame
E do homem calmo faça um iracundo;
Quer o que nos humilhe até o vexame,
E de um Deus faça um diabo num segundo,

 

Tudo há de vir dessa divina origem
Desse princípio em tudo dominante
Que nos leva de rastros à vertigem.

 

Para que seja sempre triunfante
Os próprios deuses trêmulos transigem
E isso 'A Saúde da Mulher' garante!

 

 

 

O poeta visitava uma exposição agrícola e deteve-se a examinar alguns exemplares de espigas de milho, no pavilhão de cereais. Aparece a seu lado um amigo espirituoso que, sabendo das qualidades de Emílio como trocadilhista, quis antecipar-se e disse:

— É milho!…

Emílio nem sequer sorriu pela blague a ele dirigida e logo respondeu:

— Hum, estás com a veia, hoje?

O humorista improvisado percebeu que não poderia concorrer com o raciocínio relampejante de Emílio e fez menção de se despedir e sair de fininho. Mas o poeta o interceptou:

— Não, não se evada.

E puxou-o até uma cadeia próxima, colocando-o sobre o assento.

— Pronto: sentei-o. Mas não te preocupes. A ti não intrigo, somente humilho.

 

Apertado para aliviar a bexiga, Emílio correu até um terreno baldio. Muito gordo, estava a se desafogar, quando um pirralho grita: — Ih!, eu vi o seu negócio!

Satisfeito, Emílio tirou do bolso uma cédula de alguns réis e deu ao pirralho, comentando: — Tome, você merece! Há muitos anos não o vejo.

 

Em tempos de estudante, Emílio divagava na aula de um certo Professor Saboya. Demanda-lhe o professor: — Senhor Emílio, defina a sabedoria!

Emílio: — A sabedoria, mestre, é algo que tem efetivamente muito peso... Se colocada na água, ela afunda.

O professor: — E a ignorância, então?

Emílio: — A ignorância? Ora, essa bóia!

 

 

 

 

A CHEGADA

 

 

Noite de chuva tétrica e pressaga.
Da natureza ao íntimo recesso
Gritos de augúrio vão, praga por praga,
Cortando a treva e o matagal espesso.

 

Montes e vales, que a torrente alaga,
Venço e à alimária o incerto passo apresso.
Da última estrela à réstia Ínfima e vaga
Ínvios caminhos, trêmulo, atravesso.

 

Tudo me envolve em tenebroso cerco
— D' alma a vida me foge, sonho a sonho,
E a esperança de vê-Ia quase perco.

 

Mas numa volta, súbito, da estrada
Surge, em auréola, o seu perfil risonho,
Ao clarão da varanda iluminada!

 

 

 

E a Natureza toda em harmonia,
Iluminada a Natureza toda,
Surja gloriosa no raiar do dia.

 

Manhã de Sexta-feira Santa. As famílias de Curitiba saem das missas de rememoração da morte de Cristo. Algumas passam pela Praça Osório e encontram Emílio embriagado, amparando-se em uma das palmeiras do logradouro. Imediatamente reconhecido, vão até ele e o censuram.

— Emílio, mas nem o dia de hoje, em que todos se recolhem para lembrar a morte de Nosso Senhor, você respeita?

Sua visível embriaguez não o impede de uma tirada inteligente:

— Não foi no dia de hoje que se cometeu o maior crime da Humanidade – em que mataram o Filho de Deus feito Homem?

— Foi, é claro! — responderam os piedosos conhecidos. E ele completou:

— Pois quando a Divindade sucumbe, a Humanidade cambaleia…

 

 

 

 

 

 

 

ÚNICA

 

 

Fruto efêmero e hostil de um efêmero gozo,
Esta vida que arrasto, efêmera e improfícua,
Sinto-a embalde, e, debalde, entre pasmado e ansioso,
Sondo-a, palpo-a, examino-a, estudo-a, verifico-a.

 

E tudo quanto empreende o espírito curioso,
E tudo quanto apreende a análise perspícua,
É o falso, é o vão, é o nulo, é o mau, é o pernicioso,
Por menos que a razão seja perversa ou iníqua.

 

Logo, por que pensar? Logo, por que no Sonho
Não havemos deixar correr a vida fátua,
Obrigando o Destino a ser calmo e risonho?

 

Por que só não amar: é culpa? Eis-me: resgato-a
Agora que a teus pés todo o meu ser deponho,
Como um vil pedestal à tua excelsa estátua!


 

 

 

Passava uma senhora cheia de jóias e alguém observou: — Que beleza de brilhantes leva aquela dama!

E Emílio, na hora: — Podem ser di…amantes.

 

 

 

TARDE NA PRAIA
(A Leal de Sousa)

 

 

Quando, à primeira vez, lhe vi a grandeza,
Foi nos tempos da longe meninice.
E quedei-me à mudez de quem sentisse
A alma de 'pasmos e terrores presa.

 

Depois, na mocidade, a olhá-lo, disse:
É moço o mar na força e na beleza!
Mas, ao dia apagado e à noite acesa,
Hoje, o sinto entre as brumas da velhice.

 

Distanciado de escarpas e barrancos,
Vejo-o a morrer-me aos pés, calmo, ao abrigo
Das grandes fúrias e os hostis arrancos.

 

E ao contemplá-lo assim, tristonho digo,
Vendo-lhe, à espuma, os meus cabelos brancos:
O velho mar envelheceu comigo!


 

 

Ante o perpétuo sim e ante o perpétuo não,
Do bem que sempre fiz, nunca busquei o preço,
Do mal que nunca fiz, sofro a condenação.

 

Praça Osório, no centro de Curitiba. Postado em sua mesa, em um bar, com vista para a praça, Emílio vê uma senhora bastante obesa a tentar acomodar sua massa corporal em um banco de madeira. Mas o assento não suporta o peso e cede, para susto da untuosa dama. Emilio não demora a fazer sua observação:

— É a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos…

 

 

 

VOTO DIRETO

 

 

Enquanto o voto, que é função de crítica
Alta função do senso e da moral,
Da inteligência lúcida e analítica,
For exercido por qualquer boçal,

 

Hão de rir os patifes da política
Que ensangüentam esta capital,
Explorando a ilusão falsa e jesuítica
Do estafado sufrágio universal.

 

Por isso, ó caro Gil Vidal, emprega
O teu talento e a tua sã razão,
A ver se se transforma esta bodega.

 

A não ser isso, faça-se a eleição
Para evitar depois o pega-pega,
No local apropriado: a Detenção...


 

 

Tudo revive! A atividade é infrene.
São mutações de sonho! É o Eldorado,
É o dinheiro na Estética e na Higiene!

 

 

 

 

O PLENIPOTENCIÁRIO DA FACÚNDIA
(a Oliveira Lima)

 

 

De carne mole e pele bambalhona,
Ante a própria figura se extasia.
Como oliveira – ele não dá azeitona,
Sendo lima – parece melancia.

 

Atravancando a porta que ambiciona,
Não deixa entrar nem entra. É uma mania!
Dão-lhe, por isso, a alcunha brincalhona
De pára-vento da diplomacia.

 

Não existe exemplar na atualidade,
De corpo tal e de ambição tamanha
Nem para a intriga igual habilidade.

 

Eis, em resumo, essa figura estranha:
Tem mil léguas quadradas de vaidade
Por milímetro cúbico de banha.


 

 

Todo o crítico é assim, mais ou menos, caduco.
Sendo em arte incapaz, na obra alheia é ranzinza.
– O crítico, em geral, é uma espécie de eunuco.

 

 

 

 

UM MAGRO (a Lauro Müller)

 

 

De uma magreza de evitar chuvisco,
Tem a altura fatal de um pára-raio.
Tão alto que, se o aspecto lhe rabisco,
Na vertigem da altura até desmaio.

 

Hoje, é o senhor de cobiçado aprisco
De tenros diplomatas em ensaio;
Astuto, na rijeza de obelisco,
Não nos encara, espia de soslaio.

 

De alma arguta e sagaz, nada quimérica,
Feita de tino e de sabedoria,
Tudo, a seu ver, é uma função numérica.

 

Mas de andar e viajar tem a mania.
– Cometa diplomático da América,
– Judeu errante da diplomacia.

 

 

 

E é um felizardo, o príncipe zulu,
Quando manda um parente ao cemitério,
Tem um luto barato: fica nu.

 

 

 

 

 

 

PROSOPOPÉIA DA PEPA AO PUPO
(a Pepa Ruiz e Pupo de Morais)

 

 

Parece peta. A Pepa aporta à praça
E pede ao Pupo que lhe passe o apito.
Pula do palco, pálida, perpassa
Por entre um porco, um pato e um periquito.

 

Após, papando, em pé, pudim com passa,
Depois de peixes, pombos e palmito,
Precípite, por entre a populaça,
Passa, picando a ponta de um palito.

 

Peças compostas por um poeta pulha,
Que a papalvos perplexos empulha,
Prestando apenas pra apanhar os paios,

 

Permuta a Pepa por pastéis, pamonha...
– Que a Pepa apupe o Pupo e à popa ponha
Papas, pipas, pepinos, papagaios!

 

 

 

Hoje, entra o foro nas sabidas férias.
Mas que férias ainda quer o foro?
Se a justiça é preguiça, que ouça lérias,
O que é melhor que ouvir um desaforo.

 

 

 

 

UM PRESIDENTE IRRELEVANTE
(a Wenceslau Brás)

 

 

Nem ótimo, nem péssimo. Vai indo.
Personificação do meio-termo,
Veio das vascas do governo findo
E é um paliativo no País enfermo.

 

Ora galgando altura, ora caindo,
Ora na multidão, ora num ermo,
Alguns afirmam que é um talento lindo,
Outros que é um pobre e simples estafermo.

 

De livres-pensadores teve os votos,
Continuando entre os beatos e os devotos,
A ser o que carrega a maior trouxa.

 

Da presidência, em meio à lufa-lufa,
Quanto mais se lhe bate – mais estufa,
Quanto mais se lhe aperta – mais afrouxa.


 

 

Prefiro, a pé, subir o alto da Gávea,
Contra mim próprio, ler descomposturas,
A ler um elogio ao Rivadávia...


 

 

 

 

UM DISSIMULADO
(a Júlio de Mesquita)

 

 

Com este agora a musa não contava!
Nem a musa mordaz, nem a brejeira,
Em certo dia, o vejo a deitar lava,
Aproximo-me e encontro uma geleira.

 

Quando a aparência é fria, a alma está brava.
Se aquela é tormentosa, esta é fagueira.
E assim, da vida, o rumo, a sós, desbrava,
E, a sós, colima o termo da carreira.

 

Por muito que o humorismo o prenda e engrade,
Ele não esbraveja nem se irrita,
Mas se lhe escapa com facilidade.

 

A golpes de talento o laço evita
E ao ridículo opõe a habilidade.
Eis, mal pintado, o Júlio de Mesquita.

 

 

 

Mas um feio – mais feio que um aborto!

 

 

 

 

UM POETA ATEU
(a Saturnino Barbosa)

 

 

Pedagogo pernóstico e pedante
Com vastas pretensões a literato;
Barrigudinho, cético, insensato,
Portador de uma cara extravagante.

 

Eis o poetastro trêfego e barato
Que o chicote da crítica ululante
A zero reduziu, no mesmo instante
Em que passou a residir no mato.

 

Hoje não vibra mais, é letra morta,
Nem sonetos, nem livros maltrapilhos:
Passa o tempo a pedir, de porta em porta.

 

Há de acabar assassinando os seus,
Como Saturno a devorar seus filhos,
O matador sacrílego de Deus.

 

 

 

Como é bela a mentira quando nasce
De uma formosa boca feminina!
Nem nos faz o rubor subir à face,
Tanto é discreta, delicada e fina.

 

Percorro dos jornais o noticiário,
Leio artigos e tópicos dispersos,
A pedidos satânicos, perversos,
Desastres, crimes, contos-do-vigário.

 

De Emílio reza a lenda que (segundo José Olino de Lima Neto, apud Eno Teodoro Wanke in A Trova Literária), o fabricante do sabonete para a pele Cuticura (de 'cura a cútis') cometeu a imprudência de, em plena madrugada, 10 horas da manhã, bater em casa de Emílio, para lhe solicitar uma trova de propaganda. O boêmio se levantou da cama para atendê-lo. Quando o sujeito lhe explicou a que vinha, o bardo, ainda meio tonto de sono e de mau-humor, saiu-se com esta:

Quando Emílio de Meneses
Acorda de pica dura,
Diz para ela três vezes:
Só o sabão de Cuticura!

 

 

 

 

O VIOLINO

 

 

 

 

 

 

São, às vezes, as surdinas
Dos peitos apaixonados
Aquelas notas divinas
Que ele desprende aos bocados...

 

Tem, ora os prantos magoados
Dessas crianças franzinas,
Ora os risos debochados
Das mulheres libertinas...

 

Quando o ouço, vem-me à mente
Um prazer intermitente...
A harmonia, que desata,

 

Geme, chora... E, de repente,
Dá uma risada estridente
Nos 'allegros' da Traviata.

 

 

 

A velhinha alçava a cruz…
Agonizava o Monteiro.
Ela dizia: — Jesus!
Ele dizia: — Dinheiro...

 

Havia uma baleia encalhada em uma praia do Rio de Janeiro. Toda a gente se reúne, olha, discute o que fazer etc. Emílio cutuca a baleia com sua bengala e diz: — Abalei-a.

 

Era costume, naquela época, que os bares oferecessem selos para substituir as moedas de troco (como hoje fazem com balas). Certo dia, a moça da caixa de um bar pergunta se Emílio aceita os selos, e ele recusa. A moça, então, o acusa de ser antipático, ao que ele responde: — Não sou nem quero sê-lo.

 

Foi preciso que, humilde, Ele andasse na Terra
– Ele que era do céu, Senhor e Majestade –
Dizendo quanto amor o Amor de Deus encerra!

Nasceu aqui, qual nasce a vil Humanidade,
E o que por nós sofreu ainda hoje nos aterra.
Porém do Deus Terror fez Ele o Deus Piedade!

 

A Gazeta da Tarde manifestou, ontem, a esperança de que, 'desta vez, o conselheiro Rosa e Silva tem de lutar'. A Gazeta é danada para ter esperanças! Pois não está ela vendo logo que este negócio de lutar não é coisa que se aprenda no 'monde où sans s´amuse'? Telegrama que chegou tarde para ser incluído na seção respectiva:

'Lisboa, 3 - Houve, hoje, um combate terrível no largo do Rocio. O rei D. José desceu, afinal, de seu cavalo de bronze, pôs-se à testa dos portugueses monarquistas do Rio de Janeiro e, apoiado pela esquadra comandada pelo infante d. Henrique, desceu do seu nicho dos Jerônimos, reduziu o Teófilo Braga mais o Beernardino a bife de cebolada. Estamos esperando o Alberto Estanislau e o Eugênio da Silveira para tomarem o Governo. Pode incluir este no serviço especialíssimo do Jornal do Brasil e do Correio da Manhã. Quem duvidar da verdade dele, venha cá ver.

Ao ler a notícia da retirada iminente do almirante Marques de Leão de pasta da Marinha, um deputado que estava muito entusiasmado com o relatório, saiu-se com esta: — É tal qual aquele general, que, à face do inimigo, gritava às tropas: 'Preparemo-nos... e marchem!'

 

Ouvimos dizer – e damos a notícia com todas as reservas – que o Senado está disposto a dar andamento aos códigos que lá estão há muitos anos aguardando parecer. Por mais incrível que seja a notícia, ela terá algum fundamento, porque alguns senadores descobriram que o Senado foi inventado para legislar. E parece que têm razão.

 

O sr. dr. chefe de Polícia recebeu ontem muitos parabéns por ter ficado resolvido, no despacho coletivo, que a reforma da polícia talvez venha a ser assinada um dia. E se não for assinada algum dia, não quer dizer nada – será mais tarde.

 

Cartaz de ontem, na porta de uma redação: 'O sr. senador... não comparecerá hoje ao Senado.' Se começam a noticiar tudo que não vai acontecer, vão ter um noticiário supimpa!

 

A Comissão de Agricultura da Câmara propõe que se dê a garantia de juros de 5 % ao ano a quem se propuser a explorar a borracha do Amazonas. Eu sei de uma pessoa que faz isto muito mais barato. Não quer saber de garantia nenhuma: pede só que se lhe dê... um seringal.

 

Uma esmola para o Pedro Sem, que já teve e hoje não tem!

 

A propriedade vale mais do que a vida. Prova: os automóveis matam todos os dias gente nesta Cidade e ninguém se queixa à polícia!

 

O Correio da Manhã deu-nos, ontem, uma notícia gravíssima. Afirmou que 'o céu é civilista'. Ora, toda a gente sabe que o sr. arcebispo é hermista!2E agora? Como é que se vai deslindar esta... esta... esta encrenca!

 

O analfabetismo nos flagela e os que sabem ler não o fazem.

 

 

 

 

 

Homem, tenha, ao menos estilo! Chame o paredro,3 que também parece desaforo e é português lídimo!

 

Banqueiros na praia:

O Filho — Sabes, papai? A maré baixa...
O Pai (muito distraído) — Pois compre, compre...

 

Aborrecidos com os nossos furos sobre a peste bubônica, alguns colegas estão muito interessados em sustentar que não há nada e vai tudo bem, muito obrigado. É o caso do saloio:4

— Com que, então, tudo em paz? Todos de casa iam passando bem?
— Perfeitamente. Apenas a casa ardeu toda há dias, com um incêndio.
— Que me diz?
— Ah! Esquecia-me. E, além do incêndio, morreu a sra. sua mãe. Mas, tirando tudo, vai tudo muito bem.
— Então a minha mãe morreu no incêndio?
— Não senhor. Morreu do coração, quando soube que o senhor seu irmão tinha sido assassinado no mesmo dia do incêndio. Fora isso, vai tudo muito bem.

 

Se a polícia abriu rigorosíssimo inquérito, se logo no momento do crime ela prendeu o criminoso, que querem mais que ela faça com criminosos tão inconscientes que não respeitam as autoridades constituídas e fogem das suas mãos?

 

Dão-se tiros de revólver. Chegam os repórteres.

O repórter: — Que houve aqui?
O policial: — Nada. Uns tirozinhos à-toa...
O repórter: — Mas vocês prenderam?
O policial: — Sim, decerto. Prendemos este revólver.

 

Queixam-se os norte-americanos de que as 'demoiselles', que concorrem com os homens nos empregos, pensam mais no casamento do que no trabalho. Não é tanto assim: um olho na missa; outro no padre.

 

Água fria e conselho só se dão a quem pede.

 

Título de uma notícia de ontem: Caiu a Bastilha e o delegado fica. É exato. O delegado ficou, não só depois de ter caído a Bastilha, mas, e antes disso, depois de ter havido o dilúvio, e sido criado o mundo em seis dias, além de fatos menores.

 

LISBOA, 17 — Na sessão de hoje da Assembléia Constituinte, foi aprovada por grande maioria a eliminação de alguns artigos da Constituição, ainda não discutidos, considerados inúteis.

 

O Positivismo5 é uma grande doutrina: para os grandes erros, tem grandes remédios.

 

 

Clotilde de Vaux
Auguste Comte

 

A Inglaterra faz parede6 e a Alemanha procura aproveitar-se para fazer guerra, em vez de fazer outra parede – a da guerra. Duro com duro não faz bom muro.

 

O casse-tête está servindo, na Praça Onze de Junho, para os guardas civis acordarem os pretos velhos que ressonam, atirados pelos bancos. Nem ao menos podem exclamar: 'Valha-nos São Benedito!'

 

Em Lisboa, festejou-se a eleição do presidente com uma parada militar. Mas a República Portuguesa ainda está muito atrasada: não houve ponto facultativo.

 

Dizem que a História registra diariamente fatos interessantes no que diz respeito às crenças de cada um. Ahn! Palavra que não sabia que a História fizesse semelhante asneira.

 

Não faltam conferências. E, ainda por cima, todo o mundo, mais ou menos, conferencia.

 

Um marido, abandonado pela mulher, depois de em vão tentar uma reconciliação, esfaqueia-a em plena rua. E se houvesse a reconciliação?

 

Ontem veio o mundo abaixo. Sabeis por quê, cidadãos? Nem eu.

 

O Código Civil deu lugar, no Senado, a uma troca de explicações... Muito civil!

 

Um cronista da Gazeta, falando da zona do vício e do crime, do bordel ao ar livre em frente do Passeio Público: 'Nós estávamos em uma pequena mesinha do fundo. Pelas demais mesas havia grupos de rapazes bêbados a fazer alarido. E as mulheres – polacas gordas de rostos cheios, francesas de talhe esbelto e pé pequeno...' Não eram francesas; deviam ser chinesas.

 

Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.

 

 

 

 

Houve uma época, principalmente no início do século XX, que os mais ilustres literatos brasileiros publicavam nas revistas e jornais de maior circulação oportunos trocadilhos, que se tornaram uma febre na nossa literatura.

O trocadilho nada mais é do que um jogo de palavras que apresentam sons semelhantes ou iguais, mas que possuem significados diferentes, de que resultam equívocos por vezes engraçados.

Havia, no Rio de Janeiro, um quarteirão somente de bares e restaurantes famosos chamado Galeria Cruzeiro, localizado entre a Avenida Rio Branco e o Largo da Carioca. Os bares mais freqüentados eram o da Brahma, o Nacional (em posição oposta) e o Imperador. A nata da literatura se reunia mais no bar da Brahma, onde havia um cidadão alto, forte, pele e cabelos de índio, que tinha como ofício incentivar o consumo do chope – conhecido pelos freqüentadores como o puxador de chope.

Conta-se que, uma tarde, estavam por lá o poeta e jornalista Paula Ney e Emílio de Meneses, e a pilha das bolachas de chope só fazia aumentar. Então, propuseram entre si um concurso de trocadilhos, de tal sorte que o que fizesse o melhor, a critério deles próprios, estaria isento de pagar pilha das bolachas.

Graças ao seu oportunismo, Paula Ney saiu na frente, apresentando logo o seu trocadilho, eis que descia de um bonde um casal, os dois super elegantes – o cavalheiro de terno de linho inglês, S 120, sapatos duas cores, portando uma linda bengala (exigência da moda) de braços com sua linda esposa, grávida, talvez, de sete ou oito meses, apresentando uma expressiva e simpática barriga. Disse o imortal poeta: — Ali vai uma bem galada!

Praticamente pouco restara a Emílio de Meneses, quando ele vê descer de outro bonde uma alegre moça, totalmente maquilada com os artifícios usados na época – pó-de-arroz, rouge berrante, bâton excessivo contornando a boca – vestido nos joelhos, pouco comum, somente usado por 'determinadas criaturas', com um menino de seus oito anos, tendo em sua mão direita um pequena bengala, rara de ser encontrada porque era importada da França. Emílio de Menezes não perdeu tempo: — Aí vem uma bengalinha!

Paula Ney logo se deu por vencido e concordou que Emílio fora o vencedor no desafio dos trocadilhos, e teve de enfrentar a conta do chope.

 

Texto editado da fonte:
http://recantodasletras.com.br/frases/1567313

 

 

 

Alma!, já que não é mister que ansiosa gemas,
Alma!, fecunda enfim nas lágrimas que verto,
Possas tu germinar e florescer em poemas!

 

Deves sempre seguir o fatídico exemplo:
Para que o mundo vil possa um dia adorar-te
É preciso enxotar os vendilhões do Templo.

 

De uma vida sem fé ao glacial inverno
Furtei-me sacudindo o gelo da descrença.
Aquece-me outra vez este calor interno,
Anima-me outra vez uma alegria intensa.

 

Sobe do chão o olhar, baixa-o das nuvens belas
E volve-o dentro em ti, pois fora o tens imerso
Na própria irradiação das tuas próprias mazelas.

 

Passam-se as horas todas, dentro, apenas,
De um pequenino e colossal minuto.
De um minuto que encerra, hora por hora,
O Tempo imperecível e imortal.
Nem ouço a voz de minhas próprias penas
Só do Supremo Bem os sons escuto!
Vibra dentro em meu seio a eterna aurora,
Na glória deste dia de Natal!

 

Eu, porém, só te vejo como outrora.
É que a velhice a recordar me incita:
Sou tarde. És meio-dia. Eu lembro a aurora...

 

Nobres recordações, certezas, esperanças.

 

Pouco importa as lutas os tormentos,
Os desenganos e os grandes desalentos
que tu tens ainda que sofrer...
Pois, em meio dos teus abatimentos,
Deus te segreda pela voz dos ventos:
— Algum dia, com certeza, hás de vencer!

 

Maldito seja todo o anonimato!
Seja maldita a máscara que encobre
O rosto que de uma alma é o fiel retrato!

Bendito seja pois o anonimato
Da máscara que assim teu rosto encobre
No sagrado pudor e no recato...

 

Estou morrendo às prestações!

 

 

 

 

AOS MEUS AMIGOS DA TERRA
(Psicografado por Chico Xavier)

 

 

 

 

 

Amigos, tolerai o meu assunto,
(sempre vivi do sofrimento alheio).
Relevai, que as promessas de um defunto
são coisa inda invulgar no vosso meio.

 

Apesar do meu cérebro bestunto,
o elo que nos unia, conservei-o,
como a quase saudade do presunto,
que nutre um corpo empanturrado e feio.

 

Espero-vos aqui com as minhas festas,
nas quais, porém, o vinho não explode
nem há cheiro de carnes ou cebolas.

 

Evitai as comidas indigestas,
pois na hora do 'salva-se quem pode',
muita gente nem fica de ceroulas…

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Vercingetórix (Auvérnia, 72 a.C. – Roma, 46 a.C.) foi o chefe gaulês do povo dos arvernos que liderou a grande revolta gaulesa contra os romanos em 53-52 a.C. Seu nome em gaulês significa ver ('acima de', 'supremo' ou 'grande'); cingéto ('guerreiro') e rix ('o rei' ou 'o chefe'). Segundo se considerar que o ver se aplica ao rei ou aos guerreiros, tem-se 'o chefe supremo dos guerreiros' ou 'o chefe dos grandes guerreiros'. Teria sido a inspiração para a criação de Asterix, personagem francês de história em quadrinhos e desenho animado.

 

Vercingetórix

Vercingetórix
Memorial em Alésia

 

1. Hermista = relativo a ou próprio do hermismo; adepto do hermismo (política do marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República do Brasil de 1910 a 1914).

3. Paredro = conselheiro que sugere o caminho a seguir; mentor; guia. Dirigente de clube esportivo.

4. Saloio = que é dos arredores de Lisboa, a norte do Tejo, dos seus habitantes, ou que lhes diz respeito.

5. Isidore Marie Auguste François Xavier Comte nasceu na Cidade de Montpellier, sul da França, em 19 de janeiro de 1798, e faleceu em Paris em 15 de setembro de 1857. É considerado o fundador e o pai do Positivismo e da Sociologia. O termo Positivismo foi possivelmente usado pela primeira vez na escola de Claude Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, (1760 - 1825) – teórico do Socialismo Utópico – e que, segundo Marcuse, na obra L'Uomo a Una Dimensione, de 1969, designa: a) convalidação do pensamento cognitivo por meio da experiência factual; 2) orientação do pensamento cognitivo para as ciências físicas como modelos de certeza e de exatidão; e c) persuasão de que o progresso do conhecimento depende de tal orientação. O pensamento saint-simoniano pode ser sintetizado no lema: A cada um segundo sua capacidade, a cada capacidade segundo seu trabalho. Em outubro de 1844, Comte conheceu e se apaixonou platônica e perdidamente por Clotilde de Vaux. Prometeu transformá-la em uma nova Beatriz – a musa inspiradora de Dante Alighieri (1265 - 1321). Um ano depois, Clotilde de Vaux morreu, e Comte acabou por se tornar o inspirador de uma nova religião (a Religião da Humanidade), publicando entre 1851 e 1854 a Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade. Em 1852, publicou O Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal.

6. Parede = greve.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://robertinhaapl.blogspot.com/
2010/08/100-anos-de-chico-xavier.html

http://paxprofundis.org/livros/
positivismo/positivismo.html

http://incursoes.blogspot.com/
2005_07_01_archive.html

http://www.sparsholtschoolscentre.org.uk/

http://5thchance.com/images/

http://www.revistaformasemeios.jex.com.br/

http://itaucultural.org.br/
aplicexternas/enciclopedia_lit/

http://cdeassis.wordpress.com/
2009/08/17/1467/

http://www.netsaber.com.br/
biografias/ver_biografia_c_4848.html

http://www.celipoesias.net/
frases-otimismo/frases-otimismo6.htm

http://palavrastodaspalavras.wordpress.com/

http://www.livrosgratis.com.br/
arquivos_livros/fs000058pdf.pdf

http://www.livrosgratis.com.br/
arquivos_livros/fs000051pdf.pdf

http://www.etapa.com.br/

http://limasdapersia.blogspot.com/
2009_05_01_archive.html

http://singrandohorizontes.blogspot.com/
2009/05/emilio-de-menezes-trova.html

http://www.elsonfroes.com.br/
sonetario/meneses.htm

http://www.academia.org.br/

http://anemaecore.blogspot.com/
2007_11_01_archive.html

http://depokafe.wordpress.com/

http://artculturalbrasil.blogspot.com/
2009/01/emlio-de-menezes.html

http://www.antoniomiranda.com.br/
poesia_brasis/parana/emilio_de_menezes.html

http://pt.wikiquote.org/wiki/
Em%C3%ADlio_de_Meneses

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Vercinget%C3%B3rix

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Em%C3%ADlio_de_Meneses

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Jos%C3%A9_Madeira_de_Freitas

 

Música de fundo:

La Donna è Mobile
Compositor: Giuseppe Verdi
Intérprete: Luciano Pavarotti

Fonte:

http://en.dilandau.eu/download_music/
la-donna-e-mobile-andrea-bocelli-1.html