Este
texto objetiva recordar alguns pensamentos de Eduardo Campos, candidato
à Presidência da República nas eleições
de 2014, recentemente falecido.
Nota
Biográfica
Eduardo
Henrique Accioly Campos (Recife, 10 de agosto de 1965 – Santos, 13
de agosto de 2014) foi um economista e político brasileiro, ex-governador
de Pernambuco, presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato
à Presidência da República nas eleições
de 2014.
Eduardo
era graduado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Aprovado no vestibular desta instituição com 16 anos, concluiu
a faculdade aos 20, como aluno laureado e orador da turma.
Neto
do também político Miguel Arraes de Alencar, que em 1979 retornou
ao Brasil após 15 anos no exílio, Eduardo desde cedo conviveu
com nomes emblemáticos da política local e nacional.
Segundo
sua assessoria de imprensa, o candidato à Presidência do Brasil
estava presente no avião que caiu na manhã de 13 de agosto
de 2014 no litoral de São Paulo.
Trajetória
Política
Pensamentos
O
conceito de sustentabilidade não é ter uma caixinha no Governo
que cuide de sustentabilidade. É ter sustentabilidade em tudo o que
o Governo faz.
Fazer
crítica não é ser contra, não é ser inimigo.
Quem
luta pelas causas que nós lutamos, quem sonha pelo País que
nós sonhamos, está animado com o que nós estamos fazendo.
Nós
vamos juntar muito mais gente para fazer essa obra coletiva que é
o Brasil voltar a acreditar no Brasil.
Educação
é a chave para libertar pessoas, famílias e comunidades da
pobreza de uma vez por todas.
Quero
resgatar o bom debate, a utopia, a leveza e o respeito da sociedade.
Temos
potencial de crescer acima de 4% sem gerar grandes distorções
na Economia. Para isto, é preciso mostrar que existe uma estratégia
de longo prazo.
A
política brasileira tem que entrar na era do Papa Francisco.
Tem
político que gosta de criar bois. Outros preferem cavalos. Eu gosto
de criar gente.
É
preciso
coragem para mudar.
Popularidade
vai e vem. Popularidade é uma coisa. Voto é outra coisa.
No
dia em que os filhos do pobre e do rico, do político e do cidadão,
do empresário e do trabalhador estudarem na mesma escola, neste dia
o Brasil será o País que queremos.
Precisamos
de um sistema tributário que não onere a geração
de trabalho e que seja menos regressivo.
O
Estado deve ser colocado a serviço da sociedade. Não pode
ser um entrave.
A
sustentabilidade é central em nosso Programa de Governo.
O
Governo Dilma vai entregar o País pior do que recebeu. Nós
vamos estar piores
na Economia, piores
na questão da violência, piores
na logística e piores
na relação externa com o resto do mundo.
Há,
neste instante, nas elites, grande preocupação com o futuro.
Há o sentimento de que as coisas podem piorar.
Dá
para fazer muito mais. E isso não vai ser feito se a gente não
renovar a política. O pacto político que hoje está
no centro do Governo que eu defendo, que ajudei a eleger, a meu ver, não
terá a condição de fazer este passo adiante. Não
vai fazer. As últimas eleições no Parlamento Brasileiro
[em que Renan
Calheiros foi eleito Presidente do Senado com o apoio de Dilma e do PT]
são uma indicação. É ficar de costas para tudo
isso.
Nós
tivemos [em
2010, com Dilma e José Serra]
uma campanha das mais pobres do ponto de vista do conteúdo. Acusação
de lá, defesa de cá. Acusação de cá,
defesa de lá. Sinceramente, não dá para respeitar como
um debate à altura dos desafios do Brasil. E isto deixou as coisas
desamarradas para o futuro.
Dá
para ser melhor. E não é uma ofensa para quem está
aí você dizer que dá para ser melhor. Nós queremos
mais. E que bom que queremos mais, né? Isto deveria desafiar as pessoas
a fazer, a quebrar o velho costume e afirmar novos valores.
Como
dizia o meu avô
[Miguel Arraes]: — Na política, você
encontra 90% dos políticos atrás de ser alguma coisa. Dificilmente
eles sabem para quê.1
Não
conheço ninguém que seja a favor do aborto.2
Vamos
juntar os bons e melhorar o País.
A
relação do Poder Executivo com o Parlamento precisa mudar
sua natureza. Precisamos deixar de ter a relação do Executivo
com Parlamento na base dos cargos. A participação deve se
dar pela eficiência, pelo resultado das ações que valorizem
o mandato. As funções parlamentares são duas: Uma,
da representação; outra, da fiscalização.
O
voto do Parlamento é muitas vezes dado na função do
fazer, da função executiva, mais do que a representação.
E isto exige uma reforma política séria no País, para
aproximar a política do povo.
Um
País do tamanho do Brasil, com a importância e o conceito internacional
que o Brasil tem e com o relevo que nossa Economia ganha para o mundo, não
pode ter um sistema tributário como esse. Que é vergonhoso.
Que inibe a geração de emprego, que onera a produção,
o investimento...
Quem
tem a responsabilidade de fazer uma reforma política decente, adequada,
que valorize a cidadania e a proximidade da política com o povo são
os políticos.
Uma
campanha que invada a privacidade, com mentiras sobre a vida pessoal dos
candidatos, é insuportável.
O
Brasil tem uma Democracia. Tem instituições que têm
procurado funcionar para resolver os problemas. Não são ideais?
Não. Tem muita falha? Tem. Mas, nós temos uma Democracia que
nos custou caro e que a gente precisa aperfeiçoar a cada dia. Um
dos valores dessa Democracia é a liberdade de imprensa. Liberdade
de imprensa para que muitos órgãos e veículos, meios...
assumam, inclusive, um lado na política.
Na
verdade, só faço uma promessa: melhorar a vida do povo brasileiro.
A sociedade brasileira tem apresentado, na Internet, nas ruas, uma nova
pauta, que é a pauta da educação, da melhoria da assistência
da saúde, que está um horror no País, a violência
que cresce nos quatro cantos do País. Nós temos que dar conta
de melhorar a qualidade de vida nas cidades, onde a mobilidade também
é um grave problema. E tudo isto em quatro anos. Nós estamos
fazendo um programa de Governo, ouvindo técnicos, a universidade,
gente que já participou de Governo. E é possível, sim.
Nós estamos fazendo conta, tem orçamento. Eu imagino que muitas
vezes as pessoas dizem assim: ‘Houve uma reunião do COPOM [Comitê
de Política Monetária] hoje e aumentou
0,5% os juros’. E ninguém pergunta da onde vem esse dinheiro.
E 0,5% na Taxa SELIC [Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia]
significa 14 bi. O passe livre, que é um compromisso
nosso com os estudantes, custa menos do que isso. Então, nós
estamos fazendo contas para, com planejamento, em quatro anos trazer a inflação
para o centro da meta, fazer o Brasil voltar a crescer, que esse é
outro grave problema, pois, o Brasil parou. E o crescimento também
vai abrir espaço fiscal. Tudo isto com responsabilidade na condução
macroeconômica. Banco Central com independência, Conselho Nacional
de Responsabilidade Fiscal, gente séria e competente governando.
Fazendo a união dos competentes, dos bons, o Brasil pode ir muito
mais longe.
A
inflação não pode ser combatida só com a taxa
de juros, como vem sendo feito no País. É preciso ter coordenação
entre a política macroeconômica monetária, a política
fiscal, mas, é preciso também ter regras seguras. As regras
que mudam todo dia no Brasil muitas vezes fazem com que o preço do
dinheiro suba, o chamado Custo Brasil. A falta de logística que encarece
o produto que vem do mundo rural, da própria indústria, a
falta de ferrovias, de rodovias, que o Jornal Nacional mostra tantas vezes
aqui, de portos, encarece o País. Então, o Brasil precisa
enfrentar a inflação, porque ela está corroendo o salário.
As pessoas estão percebendo, quem está nos assistindo tem
percebido que o salário não dá para o mês inteiro.
Os aposentados, os assalariados, os que vivem por conta própria do
seu esforço percebem. O compromisso número um é com
o centro da meta da inflação e a retomada do crescimento.
Dragão
da Inflação
Depois
da eleição, haverá aumento da energia e aumento do
combustível, mesmo assim, com menos de um de crescimento.
Eu
acho que 2015 será um ano que nós vamos terminar melhor do
que o ano de 2014. Mas, nós vamos enfrentar os problemas. A pior
coisa na vida de uma pessoa, de uma família e de um Governo é
a gente ficar escondendo os problemas e não tendo coragem e humildade
de dizer: ‘Ó, estamos com problemas. Vamos resolver os problemas?’
Nós estamos com um problema, por exemplo, na questão da energia.
Não seria muito melhor dizer: ‘Ó, choveu menos do que
deveria, não investimos tanto’. Por que a gente não
criar todo um esforço de eficiência energética, como
a Europa está fazendo? Premiar quem faz as mesmas coisas –
seja na indústria, seja
no comércio, seja
em casa –
com menos energia.
O
Brasil deve fazer uma reforma constitucional para acabar com esses cargos
vitalícios que ainda existem na Justiça. É preciso
ter os mandatos também no Poder Judiciário, coisa que existe
em outras nações do mundo, de maneira a oxigenar os tribunais
e garantir que esse processo de escolha seja um processo mais impessoal.
A
sociedade brasileira quer ver e ter desenvolvimento com respeito ao meio
ambiente e com inclusão. No século passado, este
conceito parecia que disputava: ou se
tinha desenvolvimento ou se tinha respeito à Natureza. E, hoje, o
mundo todo bota numa equação só, tenta efetivamente
conciliar desenvolvimento com proteção da natureza e com inclusão
das pessoas mais pobres.
Como
Governador do Estado de Pernambuco por duas vezes, aprendi a fazer mais
com menos.
O
Brasil não agüenta mais essa disputa em que o PT diz que o PSDB
não fez nada pelo Brasil, e isso não é verdade. E o
PSDB diz que o PT é um partido cheio de corruptos que não
fez nada pelo Brasil, o que é outra inverdade
Dizer
que o Governo Lula não foi muito melhor do que este Governo de Dilma
seria negar a realidade.
Há
muito mau humor nas ruas. Isto representa uma oportunidade. O nosso desafio
é mobilizar este sentimento para votar pela mudança.
Não
tenho nenhum preconceito com privatizações. Mas, não
enxergo no Brasil o que privatizar. Enxergo o que (é preciso) conceder.
O
Bolsa Família e os programas sociais não são conquista
de partido nenhum; são conquista da luta do povo brasileiro.
Queremos
acabar
com a corrupção, com o Patrimonialismo, com os 39 ministérios
e com um bando de gente incompetente.
Brasília
está de costas para o Brasil. Brasília tem o pacto dos velhos
políticos, contra o povo, contra a distribuição de
renda , contra os trabalhadores.
É
preciso substituir as raposas que estão há 40 anos no poder
e que dão as costas à Nação. Elas descerão
de costas a rampa do Palácio do Planalto.
Programa
de Governo, pra mim, é como um contrato de trabalho. Tem que cumprir.
Dilma
foi eleita para preservar as coisas boas que Lula fez e corrigir as coisas
que estavam erradas, mas, ela não fez. Jogou esta oportunidade pela
janela.
O
povo não agüenta mais o marketing vale-tudo. Aos poucos, as
pessoas estão se aproximando da política.
Eu
e Marina [Marina
Silva, candidata a vice-presidente] fomos ministros
deste Governo, e vamos manter e ampliar os programas sociais existentes.
Toda
vez que o País pede mudanças, alguns políticos tentam
colocar o medo no coração do povo. Mas, desta vez, como aconteceu
em 2002, a esperança vai vencer o medo.
Quem
viver verá!
Última
frase de Eduardo Campos:
Não desistam do Brasil.
De
Repente... Sol Luzente!
De
repente...
Quando
menos se espera...
Fim duma
era...
Inflexível...
Centripetamente!
De
repente...
A foice
decepa uma espera...
A primavera...
Menor
que 0º... Gelidamente!
De
repente...
A pujança
toda desacelera...
O que
era já era...
Noite
escura... Adstringente!
De
repente...
Choro
e tristeza da galera...
U'a habanera?
Não.
Novo dia. Sol luzente!
_____
Nota:
1. Aqui,
não concordo com o grande Miguel Arraes. Os políticos, de
maneira geral, sabem muitíssimo bem porque querem ser políticos.
Quem normalmente não sabe é quem vota neles. Palavra empenhada
em campanha política, ainda que seja como um contrato verbal, costuma
ser como nuvem passageira, que
com o vento se vai.
2. Penso
que a questão não seja de ser a favor ou de ser contra o aborto,
que, por exemplo, não se resume meramente a uma questão religiosa,
financeira, de saúde pública, de descriminalização,
de poder optar entre ter ou não ter um filho, e, portanto, de pró-escolha
(internacionalmente conhecida como pro-choice)
em oposição aos movimentos pró-vida. É necessário
entender, sim, o que é a vida – que é filha da Eterna
Vida. Para mim, sem julgar opiniões discordantes, até porque
evito julgar quem quer que seja e o que quer que seja, aborto só
tem cabimento em caso comprovado de anencefalia (monstruosidade que se caracteriza
pela ausência total ou parcial do encéfalo). Não sou
religioso, mas, misticamente, rejeito todas as outras possibilidades.
3. Por
falar em rampa
do Palácio do Planalto, certa
ocasião, Ulysses Guimarães (Itirapina, 6 de outubro de 1916
– Angra
dos Reis, 12 de outubro de 1992) – o Doutor Diretas – disse:
— Eu não
sou rampeiro!
4. Aqui,
infelizmente, não posso concordar com Eduardo. Apesar de o povo brasileiro
estar ficando mais politizado, está cada vez mais desiludido com
os políticos e com a política em geral. Ele só vê
nojeira-comilança atrás e na frente de comilança-nojeira,
que, mutatis mutandis, faz até lembrar o Masai Mara, situado
no Vale do Rift, que vai desde o Mar Mediterrâneo até à
África do Sul, em que uma alcatéia de leões faz de
tudo para abocanhar um naco de carne de uma presa recém-abatida.
A única diferença é que a leãozada (que não
tem nada a ver com dar uma cantada) não é corrupta, e uma
parcela importante dos políticos brasileiros é. Acho que,
bocada por bocada, os leões são muito mais dignos e coerentes.
Leão come para viver; político safado come para enriquecer!
Páginas
da Internet consultadas:
http://alta-b.blogspot.com.br/2011/05/
oh-mr-sun-how-we-love-thee.html
http://emoticons-hangulatjelek.blogspot.com.br/p/flags.html
http://www.netanimations.net/Fire-Breathing-
Dragons-Wizards-Fantasy-Gif-Animations.htm
http://365diasqueacalmaramomundo.zip.net/
arch2009-02-16_2009-02-28.html
http://voufalardoqueeuquiser.blogspot.com.br/
http://www.crossed-flag-pins.com/
animated-flag-gif/flags-Brazil.html
http://www.correiobraziliense.com.br/
http://nilljunior.com.br/blog/tentam-colocar-medo-
no-coracao-do-povo-rebate-eduardo-campos/
http://www.blogdeassis.com.br/ler.php?idnot=19915
http://www.sul21.com.br/jornal/com-frase-de-impacto
-eduardo-campos-cai-nas-gracas-dos-seguidores/
http://valmirdiaspotencia.blogspot.com.br/2014/
08/frases-da-curta-campanha-de-eduardo.html
http://paxprofundis.org/livros/ulygui/ulygui.htm
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/08/
eduardo-campos-e-entrevistado-no-jornal-nacional.html
http://noticias.terra.com.br/
http://blogs.ne10.uol.com.br/j
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%B3-escolha
http://www.quemdisse.com.br/especial.asp?
QDCOD=FDGV4TQB9CHDL2HEPJTZ
http://heitorgregorio.com.br/2014/08/a-ultima-frase
-de-eduardo-campos-nao-desistam-do-brasil/
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/13-frases-
emblematicas-que-definem-quem-foi-eduardo-campos#13
http://pensador.uol.com.br/frases_eduardo_campos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Campos
#Premia.C3.A7.C3.B5es
Música
de fundo:
Fim
de Noite
Composição: Chico Feitosa & Ronaldo Bôscoli
Interpretação: Maysa
Fonte:
http://youtubemp3.club/download/lagu_maysa_fim_de_noite/
Direitos
autorais:
As animações,
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neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a
quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las,
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