A DOUTRINA SECRETA

(16ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 16ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

O Sol é o reservatório da Força Vital, que, por sua vez, é o Númeno da Eletricidade. Das profundezas misteriosas e insondáveis do Sol se originam as Correntes de Vida que percorrem o espaço, bem como animam os organismos de tudo o que vive na Terra.

 

Cada partícula cósmica individualmente e o Kosmos coletivamente são aspectos da Alma Universal Una. [Ora, se a Alma Universal é Una, então, tudo só pode ser um.]

 

As sete notas da escala são os princípios do som. As qualidades de cada Elemento e de cada sentido são setenárias.

 

O nariz, a língua, os olhos, a pele e o ouvido bem como a mente e o entendimento são os sete sentidos que devem ser considerados como as causas do conhecimento das qualidades. O cheiro, o sabor, a cor, o som e o tato bem como o objeto da operação mental e o objeto da compreensão ou percepção espiritual mais elevada são os sete sentidos que causam a ação. Aquele que cheira, quem come, quem vê, quem fala, quem ouve bem como aquele que pensa e aquele que compreende são os sete que devem ser entendidos como as causas dos agentes. Estes sete sentidos são as causas da emancipação.

 

Apenas aquele que conhece a Verdade sobre as qualidades da Natureza e que compreende a criação de todas as entidades está emancipado do erro.

 

 

Sistema Solar

Sistema Solar

 

 

Cortando as miragens e as ilusões com a Espada Excelente (a Sabedoria Secreta) a imortalidade é alcançada e o nascimento e a morte são descartados. Cortar as miragens e as ilusões significa cortar Árvore da Vida, a Árvore Ashvattha, e somente depois de ser cortada, o ser-humano-aí-no-mundo, o escravo da vida e da morte, poderá se emancipar.

 

 

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O Primeiro Mistério que os Iniciados da Antigüidade aprendiam é que se não houvesse Æter, não haveria som de forma alguma, visto que o Æter é a caixa de som vibrante da Natureza em todas as suas sete diferenciações.

 

Em um passado remoto e já esquecido, tudo o que agora é chamado de maravilhoso e de anormal, como a transmissão de pensamento, a clarividência, a clariaudiência e muito mais, pertencia aos sentidos e às faculdades comuns de toda a Humanidade. [A Vida do Mestre Jesus é apenas um exemplo deste muito mais.] Mas, na Sexta Raça-raiz, haverá um paralelismo com a espiritualidade da Segunda Raça-raiz, e começaremos recobrar o que esquecemos e perdemos.

 

 

Transmissão de Pensamento

 

 

De acordo com um Princípio Oculto, o Éter Nervoso de uma pessoa pode ser envenenado pelo Éter Nervoso de outra ou por suas emanações áuricas.

 

O Sol é o coração do Mundo Solar (Sistema), e seu cérebro está oculto atrás do Sol (visível). A partir daí, a sensação é irradiada para cada centro nervoso do grande corpo, e as ondas da essência da vida fluem para cada artéria e veia... Os planetas são seus membros e suas pulsações.

 

O nosso Sol visível apenas um reflexo do Verdadeiro Sol.

 

Como o homem e todo ser vivo sobre a Terra, seja uma planta, seja um mineral, o Universo e o nosso próprio mundo respiram.

 

Na realidade, não há Espírito nem Matéria, mas, apenas, inumeráveis aspectos do eternamente oculto SAT. A matéria nada mais é do que a série de nossos próprios estados de consciência, e o Espírito é uma idéia de intuição psíquica.

 

A Matéria é eterna, porque é Pradhâna. Há uma diferença entre a Matéria manifestada e a Matéria não manifestada, ou seja, entre Pradhâna a Causa sem começo nem fim e Prakriti o efeito manifesto. O que a fraseologia moderna se refere como Espírito e Matéria é Um na eternidade como Causa Perpétua, e não é nem Espírito nem Matéria, mas, TAD, que traduzido do sânscrito significa AQUILO tudo o que é, o que foi e o que será. [A Matéria é eterna porque a Energia é eterna. Se o nada, que não existe, não pode dar origem a nada, e nenhuma existência poderá se resolver em nada. Este, talvez, seja o maior de todos os Mistérios Metafísicos: a sempre-existência de um Unimultiverso incriado, que, ciclicamente, se mânvântâriza e se prâlâyariza.]

 

A Matéria [Energia] é eterna; já os átomos não são eternos, são temporários ou periódicos. Dito de outra forma: A Matéria é eterna, se tornando atômica apenas periodicamente. [A radioatividade nos dá diversos exemplos disto.]

 

 

Decaimento Alfa do U-238

 

 

 

Decaimento Beta do Th-234

 

 

 

Decaimento Gama do He-3

(Neste caso, o elemento resultante permanece sendo He-3)

 

 

 

Transmutação do Flúor-18

 

Haverá, como sempre houve, no tempo e na eternidade, dissoluções periódicas do Unimultiverso manifestado, como um prâlâya parcial após cada Dia de Brahmâ e um Prâlâya Universal ou Mahâ-Prâlâya depois de cada Idade de Brahma.

 

A Filosofia Oculta considera o Kosmos manifesto e não manifestado como uma UNIDADE.

 

A corrente evolutiva está conduzindo a família humana, lenta e silenciosamente, mas, com firmeza, para o alvorecer da Humanidade da Sexta Raça-raiz. Neste sentido, a Filosofia Oculta divulga muito pouco dos seus Mistérios Vitais mais importantes. Ela os deixa cair como pérolas preciosas, uma por uma e a grande distância uma da outra, para que estes Sagrados Mistérios não corram o risco de cair sob o domínio público e se tornem maldições ao invés de bênçãos, uma vez nas mãos dos egoístas, dos Cains da raça humana. Por isto, o mundo jamais receberá mais do que o que puder ser confiado a ele com segurança. Todavia, certamente, em um futuro ainda muito distante, teremos acesso novamente à Força Sideral conhecida pelos atlantes e por eles chamada Mash-mak, que os Rishis arianos designaram em seu Astra Vidyâ com um outro nome, e que o escritor, romancista, poeta, dramaturgo e político inglês Edward George Bulwer-Lytton (Londres, 25 de maio de 1803 Torquay, 18 de janeiro de 1873), na sua obra Vril: The Power of The Coming Race, denominou de Vril, Força Sideral que será propriedade comum de todos os seres-humanos-aí-no-mundo por igual.

 

 

 

Há uma série transcendental de causas postas em movimento que, não estando em relação com os estreitos limites de nossa faculdade de conhecer, só podem ser entendidas em sua origem e natureza pelas faculdades espirituais de um Adepto.

 

No Ocultismo, a palavra elemento sempre significa rudimento. Em sentido metafísico, Elemento significa o Homem Divino Incipiente, distinto do mortal. Em seu uso físico significa a Matéria iniciada, em sua primeira condição indiferenciada ou no estado de Laya, a condição eterna e normal da Substância, que só se diferencia periodicamente.

 

Todos os Átomos-almas são diferenciações do Um, e estão na mesma relação com Ele, assim como a Alma Divina, Buddhi, está em relação com seu Espírito animador e inseparável Âtmâ.

 

Nenhum Filósofo Antigo nem mesmo os Cabalistas Judeus jamais dissociaram o Espírito da Matéria ou a Matéria do Espírito. Sempre souberam que todas as coisas têm sua origem no Um, e que, procedendo do Um, elas devem, finalmente, retornar ao Um.

 

Na linguagem dos Antigos Iniciados, átomos e [personalidades-]alma eram sinônimos.

 

Todas as [personalidades-]alma passam pelo caminho cíclico do renascimento.

 

Os Antigos Iniciados acreditavam na existência de uma Matéria Cósmica Primordial ou Substância do Mundo, eternamente homogênea, exceto durante sua existência periódica, quando, então, universalmente difundida no espaço ilimitado, gradualmente se diferencia e forma corpos siderais de si mesma.1

 

Nada, absolutamente nada, sem exceção, seja do Reino Espiritual, seja do reino psíquico, seja do reino físico do Ser, pode vir à existência do Nada. Não há causa no Uni[multi]verso manifestado que não produza seus próprios efeitos, seja no Espaço ou no Tempo [espaço-tempo], nem pode haver efeito sem sua causa anterior, que, por sua vez, deve sua existência a outra ainda superior, devendo a Causa Absoluta Final permanecer como uma Causa-Sem-Causa, para sempre incompreensível ao ser-humano-aí-no-mundo. Nada é criado, apenas é transformado [ou transmutado]. Nada pode se manifestar neste Universo de um globo a um vago e fugaz pensamento que já não esteja no Uni[multi]verso. Tudo, no plano subjetivo, é um Eterno-É, assim como todas as coisas no plano objetivo estão sempre vindo a ser, porque todas são transitórias.

Apenas Âtmâ (o nosso Sétimo Princípio, idêntico ao Espírito Universal) é o fundamento único, real e eterno de tudo, a Essência e o Conhecimento Absoluto o Kshetrajna.

 

Os Dhyâni-Buddhas emanam ou criam de Si Mesmos, em virtude de Dhyâna, Egos Celestiais os Bodhisattvas sobre-humanos. Estes, encarnando no início de cada ciclo humano na Terra, como homens mortais, às vezes, se tornam, devido a seu mérito pessoal, Bodhisattvas entre os Filhos da Humanidade, após o qual eles podem reaparecer como Mânushi ou Buddhas Humanos.

 

A Estrela sob a qual nasce uma entidade humana, diz o Ensinamento Oculto, permanece para sempre sua Estrela, durante todo o ciclo de suas encarnações em um Mânvântâra.

 

Oh! sábio! Descarte o conceito de que o Não-Espírito é Espírito, diz Shankarâchârya.

 

 

Continua...

 

 

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Nota:

1. É muito interessante o que o médico e filósofo português, considerado o fundador da Filosofia Portuguesa, José Pereira de Sampaio – que se deu a conhecer pelo apelido Bruno (Sampaio Bruno) em homenagem ao Filósofo Italiano renascentista Giordano Bruno (1546 – 1600), que nasceu em 30 de novembro de 1857, na cidade do Porto, Portugal, na qual também viria a morrer em 11 de novembro de 1915 – deixou registrado na sua obra O Encoberto, uma passagem nitidamente de cariz neoplatônico que deixa claro sua índole gnóstica, e que reproduzo a seguir: No princípio era a Perfeição, o Espírito Homogêneo e Puro. No segundo momento, mercê do efeito dum mistério, temos o Espírito diminuído e a seu par a diferença que se tornou heterogênea, isto é o mundo. No terceiro momento, reintegrar-se-á o Espírito Puro, pela absorção final de todo o heterogêneo. Assim, três são os instantes supremos do crescimento. Um: é o Espírito Homogêneo e Puro, que foi e há-de voltar a ser. Eis o ponto de partida e eis o ponto de chegada. Outro: é o Espírito Puro, mas, diminuído atualmente pelo destaque separativo do Universo. Enfim, o outro ainda: é esse Universo, que aspira a regressar ao Homogêneo Inicial.

 

 

Sampaio Bruno

Sampaio Bruno

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sampaio_Bruno

https://www.stickmanphysics.com/stickman-physics
-home/nuclear-physics/nuclear-decay/

https://br.pinterest.com/pin/453808099952388693/

https://br.123rf.com/

https://br.pinterest.com/pin/353110427012980503/

https://www.elegantthemes.com/

https://www.toppr.com/

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

Direitos autorais:

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