O
viver em harmonia com o Cósmico requer mais do que simplesmente meditar
por alguns minutos, todos os dias, e ler literatura mística. Implica
em levarmos uma vida mística, vivendo segundo as condições
que ela de nós exige. Estas condições consistem em
que devemos nos tornar tão tolerantes como o Cósmico, tão
mentalmente abertos como o Cósmico, tão amorosos como o Cósmico,
e igualmente abrangentes ou universais em nossos pensamentos e conduta.
Se
em nossos pensamentos e em nossa conduta somos preconceituosos, egoístas,
invejosos, ciumentos ou dados ao ódio, nenhuma harmonia com o Cósmico
pode existir, mesmo que nos entreguemos a estes sentimentos inarmônicos
apenas ocasionalmente. O ritmo central do nosso viver diário deve
ser bondoso, amoroso e generoso, cheio de nobre exaltação
e compreensão solidária.
O
contato com o Eu Interior pode surpreender e mesmo contrariar muitas das
idéias que mantemos no momento sobre nossa vida ou assuntos específicos.
O elevado padrão ético de conduta que ele nos infundirá
poderá desapontar muitas pessoas. É por isso que muitos abandonam
a prática mística da meditação, pois ela nem
sempre justifica o que pensamos ser certo e bom para nós e para os
outros.
Devemos
nos colocar em meditação apenas poucos minutos, uma ou duas
vezes no dia, se possível. Períodos mais longos não
aumentam a eficácia da meditação. O que importa não
é a quantidade, mas a qualidade de nossa experiência.2
Ao
harmonizarmos nossa consciência, por meio da meditação,
com a Divina Consciência Universal em nosso âmago, permitiremos
que as Forças Espirituais guiem nossa vida e nossas atividades. Então,
o Amor – a Lei que torna todas as coisas possíveis –
permitirá que entendamos
nossas ocasionais tribulações como um aspecto do divino desabrochar
que está ocorrendo em nosso interior.
O
fardo da vida freqüentemente nos oprime duramente, destruindo a harmonia
e a paz de nossa mente ou consciência, trazendo ansiedade, preocupação
e, às vezes, desespero. Essas tribulações, embora difíceis
de suportar, são muitas vezes necessárias, visto que em nosso
desejo de coisas importantes na vida, causamos uma reação
interior. A tribulação parece um contratempo, mas na realidade
constitui uma oportunidade de aprendermos uma lição importante
e removermos um obstáculo à consecução que desejamos.
Estamos
tão acostumados a culpar outras pessoas das nossas dificuldades,
de nossos problemas, que não percebemos que o nosso Carma pessoal
está nos ensinando uma valiosa lição, necessária
no momento. Se conseguirmos enxergar para além de nossa frustração,
veremos a sabedoria do Cósmico atuando em nosso favor, ainda que
estejamos feridos.
O
progresso, em grande parte, só ocorre em reação a obstáculos...
É verdade que grande progresso e benefício advêm de
irradiarmos as qualidades positivas de amor, bondade, compaixão e
boa vontade para com todos. Mas, é ao reconhecermos, compreendermos
e superarmos os aspectos negativos de nossa personalidade que mais progredimos.
Todo
pensamento, ação e experiência têm seu efeito
sobre nós, determinando, de algum modo, uma parcela do nosso futuro
e do nosso desenvolvimento mental e psíquico... É o que pensamos
e a maneira como pensamos que determinam o que somos e o que viremos a ser.
O
Cósmico tende para a segurança individual, para a confiança
perfeita e para amor universal... Embora pareça estar ocorrendo um
declínio nos aspectos materiais da vida humana, ele é um necessário
prelúdio para um novo alvorecer, que haverá de se manifestar
para a espécie humana.
Do
ponto de vista Rosacruz, Misticismo é 'apreensão íntima
e direta Deus ou do Cósmico, através do Eu Interior, isto
é, pelo campo do subconsciente. O ideal do misticismo é a
consecução final da união consciente com o Absoluto
ou o Cósmico. O Misticismo ensina as Leis e os Princípios
Cósmicos pelos quais o homem é levado a uma consciência
mais íntima de seu Poder Divino.'3
Quando
decidirmos fazer o esforço necessário para nos expressar e
doar altruisticamente, a Estrada para o Despertar Espiritual será
aberta a nossa frente. É então que advirão experiências
que nos virão inspirar, enobrecer e preparar pra um Serviço
maior.4
Só
quando aprendermos a pensar em termos universais e nos considerarmos partes
de um Grande Todo é que o crescimento e o desenvolvimento verdadeiros
– rumo a uma sociedade melhor – terão lugar.
A
Sabedoria do Cósmico habita a consciência interior de cada
um de nós. Quando estudamos e praticamos os Princípios e as
Leis que libertam o Eu Interior e desenvolvem nossa consciência psíquica,
tornamo-nos mais intimamente harmonizados com a Consciência Universal,
que nos propicia uma compreensão iluminada e uma capacidade de serviço
útil a muitos.
Do
ponto de vista Rosacruz, Conhecimento Esotérico é aquele que
estimula uma simpática e harmoniosa sensibilidade interior, proporcionando
a íntima convicção da veracidade da informação
recebida...5
Conhecimento Esotérico é um discernimento superior, ou seja,
é a Sabedoria superior do Cósmico que está sempre presente
e pronta para nos inspirar e orientar... Ao nos tornarmos canais dos desígnios
cósmicos, pelo desejo de prestar Serviço, poderemos receber
Conhecimento Esotérico da mais sublime fonte de contato cósmico
– desde que estejamos em condições de transmitir esse
Conhecimento e empregá-Lo em alguma obra útil... Não
podemos contar com a inspiração do Cósmico meramente
para que ela permaneça [egoisticamente]
no âmbito da nossa própria
consciência.
Quando
tivermos firmado nosso Coração no desenvolvimento interior,
seremos assediados por adversidades e problemas... Devemos ter consciência
de que as forças adversas procurarão obstruir nosso progresso...
A mais alta evolução da consciência requer que nos destaquemos
da multidão de modo a poder ascender, e a coragem espiritual é
a qualidade que torna isto possível.
O
desenvolvimento místico proporciona os recursos
e as técnicas para o aumento da capacidade de todas as áreas
de consciência, desde a consciência física até
a superna e onisciente Consciência Cósmica.
É
apenas natural, em nossa evolução espiritual, que façamos
uma pausa, de tempos em tempos, para cristalizar o conhecimento que possamos
ter adquirido e estabelecer a valia nosso progresso e sua utilidade para
nós mesmos e para os outros. É durante esses momentos que
poderemos sentir dúvidas e reservas quanto ao valor e à finalidade
daquilo que tenhamos realizado ou à falta de progresso que por vezes
sentimos. Essas pausas na Senda são necessárias. Não
podemos ser sempre levados pela mão à mais alta consecução
da vida, mas, devemos avaliar nossas próprias força e fraqueza
interiores, a fim de dar início a uma nova espiral de progresso para
uma meta que nem sempre podemos divisar.
A
vida é um desafio permanente para pensarmos e fazermos o melhor que
saibamos [e
pudermos] ao enfrentarmos qualquer
situação, e o nosso grau de sucesso determina se nos tornamos
um pouco mais sábios em lidarmos com as circunstâncias difíceis.
Naturalmente, muitas dificuldades da vida desaparecerão tão
logo nossa atitude com as mesmas se modifique.
O
aceitarmos de bom grado a adversidade – sem permitirmos
que nossos pensamentos e nossas emoções se tornem negativos
ao enfrentarmos críticas e acontecimentos desconfortáveis
– auxilia no desenvolvimento de uma consciência superior e mais
refinada.6
Não
condeneis o discernimento de alguém apenas por diferir do vosso próprio
discernimento. Não poderão ambos estar errados? [Citação
de antiqüíssimo manuscrito. Apud Frater Daniels.]
A
crítica a nós mesmos e aos outros raramente é justificada.
Isto deve nos levar a ponderar seriamente sobre qualquer pensamento sobre
os outros e sobre nós mesmos, antes de emitirmos nosso julgamento.7
Os
estudos místicos mostram ao homem os atributos mais nobres e elevados
da vida, capacitando-o, assim, a torná-lo verdadeiramente senhor
do seu destino.8
Em
todos os teus desejos, que a razão seja teu guia. Não deposites
tuas esperanças além dos limites da probabilidade. Assim,
o sucesso advirá a todos os teus empreendimentos e teu Coração
não será atormentado pelo desengano. [A
Ti Concedo. Apud Frater Daniels.]
Os
verdadeiros Místicos são sempre homens e mulheres de ação;
não são teoristas. Eles podem ser idealistas, porém,
são verdadeiramente homens e mulheres de ação. Onde
quer que seus Serviços sejam necessários, suas ações
se desenrolam nos Planos Mental, Psíquico e Espiritual, bem como
no Plano Material.
O
Amor é a chave da harmonização mística. Quando
verdadeiramente expressamos sentimentos de Amor, todo pensamento de egocentrismo
é abandonado, de modo que o Eu Interior, mais sublime, pode ser experienciado
e compreendido.
A
Vida Mística é a busca da compreensão de tudo o que
a Vida verdadeiramente significa, nos Planos Físico, Mental e Espiritual.
Quando a ela nos devotamos, com profunda agudeza do espírito, apercebemo-nos
da significação e da beleza de todas as coisas.9
A
incoerência de assistir televisão está
em que as pessoas encontram satisfação em passar horas contemplando,
ociosamente, uma representação da vida ativa de outrem. [Sâr
Validivar. Apud Frater Daniels.]
Na
busca do conhecimento, devemos compreender que podemos freqüentemente
aprender e compreender mais ao entrarmos em contemplação silenciosa
do que através de leitura e de estudo, pois é pela contemplação
que comprovamos os conhecimentos e a informação que adquirimos.
A contemplação, em certo sentido, sintetiza nossos conhecimentos
acumulados e os combina em um conjunto organizado... Se o conhecimento e
a informação nos vêm à consciência tanto
do íntimo quanto do exterior, é através do processo
de contemplação que apreciamos essas impressões e lhes
aplicamos nosso julgamento.
O
desenvolvimento místico jamais foi uma prática simples e fácil,
mas o domínio das técnicas de concentração,
de meditação e de contemplação [que
são distintas] proporcionará
as mais fecundas recompensas que a vida tem a oferecer, e nos iniciará
em um novo modo de pensar que transcende as experiências comuns.
Para
os estão empenhados na Vida Mística, não pode haver
negligência em relação aos padrões superiores
de pensamento e de comportamento – necessários e fundamentais
ao progresso e desenvolvimento do caráter místico.
O
Ser – a parte espiritual de cada um de nós – expressa
sua natureza pelos canais objetivos de comportamento mental e físico,
e quanto mais desenvolvermos nosso cérebro e os aspectos mentais
da consciência, maior será o campo de expressão do Eu
Interior.
A
Verdade Mística não poder comunicada a outrem. Devemos procurá-la
e encontrá-la por nós mesmos, porque ela provém do
interior, não do exterior.
A
reencarnação é uma Lei do Universo, e não meramente
uma doutrina religiosa... A Vida Real, para cada um de nós, começa
no Cósmico. A vida na Terra é uma escola de preparação
para esta Vida Real. É aqui, na Terra, que todas a Leis ou Princípios
Cósmicos são cumpridos e demonstrados... Lembremo-nos, acima
de tudo, de que aquilo que pensamos e fazemos hoje irá determinar
[educativamente
e retributivamente] o que o amanhã
nos trará.
Somente
pela pureza de pensamento e pela nobreza de propósito poderemos esperar
alcançar uma consciência mais elevada. Conforme pensamos assim
nos tornamos. Jamais transcenderemos nosso atual nível de consciência
enquanto não eliminarmos de nossos pensamentos todas as coisas impuras
da vida.
A
influência mais notável que sofremos talvez se manifeste através
de nossos próprios pensamentos. Pouco nos damos conta de como isto
ocorre, mas o fato é que cada um dos pensamentos diários –
especialmente a experiência emocional dos pensamentos – tem
condicionado nosso estado de consciência e nossas perspectivas da
vida.10
O
elevado padrão ético de conduta que o Eu Interior nos infunde
poderá constituir grande desapontamento para muitos. Em razão
disto é que muitos abandonam a prática mística da meditação,
a fim de evitar distúrbios e mal-estares em seu atual padrão
de pensamento e de comportamento. Todavia, a Luz da Alma fica na expectativa
de que o eu exterior, objetivo, sinta o desejo profundo de conhecer o amor
e a harmonia que podem vir somente do íntimo, pois a meditação
nos colocará em contato direto com a Consciência Anímica,
que é Amor – Deus encarnado e vivente em nós, em nosso
Coração.
Os
principais elementos para uma meditação proveitosa são,
nesta ordem, um motivo ou um desejo justo, a concentração
e a relaxação.11
Pela elevação
de nossa consciência e pelo desejo de sentirmos o amor, a complacência
e a harmonia do Cósmico, nos tornaremos mais facilmente receptíveis
à inspiração cósmica.
Ninguém
está plenamente desperto para o significado da vida [e
da Vida] enquanto não decide
buscar por si mesmo.12
O
fim supremo do conhecimento, ao ascendermos a Senda Mística, se constituirá
do auxílio a da orientação que poderemos dar aos outros
– que atrairemos com ímãs. Conheceremos, nessa doação,
umas maiores satisfações da vida.
O
conceito místico de Divindade Interior foi apreendido pelos Místicos
há milhares de anos. No entanto, a maioria das pessoas insiste em
pensar e em admitir um Criador de todas as coisas como um Ser externo ou
como uma Força externa que existe no Universo. É verdade que
Deus está presente em todas as coisas e em todas as partes do Universo,
porém, nossa apreensão deste mesmo Deus é uma experiência
interior por uma ascensão da consciência.13
O
Rosa+Cruz procura se integrar a tal ponto à Consciência
de Deus que acaba por manifestar grandes poderes criativos a Serviço
da Humanidade. É a isto que levam os ensinamentos Rosa+Cruzes, e,
graças a uma atitude sincera e dedicada, o eu exterior é como
que, mais ou menos, colocado de lado, para permitir que o Eu Interior ganhe
predominância e ponha em ação os poderes espirituais.13a
Que
a Luz do Cósmico esteja sempre em cada um de nós, e que a
irradiação de um Coração bondoso possa fluir
do nosso ser para toda a Humanidade.
Uma
Palavra Final
Não
importa se o ser-no-mundo crê ou se não crê,
até porque crer por crer, fideística e genuflexivamente, é,
no mínimo, uma puerilidade infrutífera, estéril e infecunda.
Não importa se o ser-no-mundo é ou não é
membro de uma organização mística ou iniciática.
Não importa também se o ser-no-mundo considera a
atividade espiritual humana um mero efeito ou epifenômeno da organização
material do organismo, do sistema nervoso ou do cérebro, e se o Universo
é um mero sistema complexo de substâncias físicas organizadas
de acordo com leis mecanicistas de causa e efeito, como pensaram, por exemplo,
o filosófo e enciclopedista alemão Paul-Henri Thiry (Barão
de Holbach, 1723–1789) – nascido Paul Heinrich Dietrich –
e o médico e filósofo francês Julien Offray de La Mettrie
(1709–1751), este um dos fundadores da ciência cognitiva, ou
seja, ciência que envolve o estudo científico da mente e da
inteligência. Nada disso realmente importa.
Então
o que importa? Importam, sobremodo e exclusivamente, a sinceridade e o mérito
de cada um. Religioso ou não-religioso, iniciado ou não-iniciado,
gnóstico ou agnóstico, estou convencido de que o Deus potencial
interior em cada Coração falará se for convidado a
falar. Todavia, enquanto prevalecer o fiat voluntas mea (faça-se
a minha vontade) ao invés do Fiat Voluntas Tua (Faça-se
a Tua Vontade), esse mesmo Deus potencial interior permanecerá dorminhocamente
surdo e mudo. E isto é, sem exceção, para todos: religiosos,
não-religiosos, iniciados, não-iniciados, gnósticos,
agnósticos, intraterrestres, extraterrestres et cetera.
Infelizmente,
por outro lado, há aqueles que se sentem privilegiados por este ou
por aquele motivo, salvos, por assim dizer, vaidosa e presuntivamente
a priori. Estes estão mesmo mais por fora do que surdo
em bingo, do que cego em tiroteio ou do que umbigo de vedete de teatro de
revista.
______
Notas:
1. No
dia 1º de setembro de 1977, o Frater Robert E. Daniels assumiu o importante
cargo de Grande Mestre da AMORC para os países de idioma inglês
e espanhol. Sua folha de serviços na Ordem cobriu várias posições
administrativas, começando, em 1963, com a supervisão do Departamento
de Finanças, Coordenação, Expedição e
Difusão. Mais tarde, foi transferido para o Reino Unido para dirigir
o Escritório Administrativo lá existente. Em 1968, foi chamado
de volta a San Jose para servir como Grande Tesoureiro.
Nota
editada da fonte:
O Rosacruz, AMORC, Brasil, Vol. XX, nº 1, out., 1977.
2. E
não há necessidade de se fechar os olhos para meditar; há
necessidade, sim, de nos abstrairmos do mundo exterior, objetivo, e permitir,
seja lá como for, que a Voz inaudível do Deus de Nossos Corações
possa falar livremente.
3. E
quando isto acontece, para um e para todos, o ser-no-mundo percebe
que não há exterior nem interior, que não há
em cima nem embaixo, que não há outro nem mesmo, que não
há singular nem plural, que não há nem mesmo deuses
sagrados ou deuses sobrenaturais. Realiza a Unidade e compreende que só
há um Deus – o Deus de seu Coração – e
que tudo é Um no seio do Desde–Sempre–Todo–Ad
Æternum Unum. A coisa é exatamente como escreveu
o Frater Daniels em A Natureza de Deus (que eu editei ligeiramente):
Tentar sentir a presença
de Deus como um exercício mental poderá ser muito desapontador,
pois muitos ainda não aprenderam a expressar o Amor Divino latente
em seus Corações, e que apenas espera liberação
e reconhecimento. Recentemente,
em um texto que publiquei, fiz um comentário que copio aqui: queiramos
nós ou não queiramos nós, somos todos Um! Haveremos
de encarnar e de desencarnar até criarmos calo na bunda e quantas
vezes forem necessárias para aprendermos esta lição.
Ou, em outras palavras: precisamos
aprender e permitir
que o Amor Divino latente em nossos Corações de apenas latente
e rebuçado se torne manifesto e se
esparrame.
Somos
Todos Um
4. Alfred
M. Martin, citado pelo Frater Daniels no texto O Futuro da Humanidade,
afirmou: O supremo valor da vida
não está na riqueza, nem no conforto, nem na fama, nem na
felicidade, e, sim, no Serviço. Nada finalmente conta, exceto o Serviço;
e isto sempre conta. E
o Frater Daniels, no texto Procurar
Dar; Não Condenar,
recordou: O Serviço sempre foi o núcleo do ideal
Rosacruz. E no texto Como
Atrair Sucesso, escreveu: O sucesso no mundo haverá
de ser uma real preparação para o Serviço a outros.
5. Aqui
cabe o seguinte comentário: se duas pessoas recebem a mesma informação
esotérica, e na primeira a informação produz uma simpática
e harmoniosa sensibilidade interior e na segunda a mesma informação
causa mal-estar e repulsa, a informação, por isso, não
deixa de ser esotérica; só que não fez ou teve efeito
esotérico sobre a segunda pessoa. Por isto e por outros motivos,
o ensinamento de Jesus citado no Evangelho de São Mateus
VII, 6 – Não
deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas
pérolas, para que não suceda que eles as calquem com os seus
pés e que, voltando-se contra vós, vos dilacerem!
– é tão atual hoje como era há dois mil anos.
Na realidade, garrula quem não sabe; quem sabe não garrula.
E se um Iniciado fala, fala se deve e se pode, fala quando deve e quando
pode, e fala para quem deve e pode ouvir. Daí, o Axioma Zoroastriano:
SABER, QUERER, OUSAR, CALAR.
6. Recentemente,
recebi um e-mail da Equipe de Redação do Momento
Espírita com um texto denominado Momento de Reflexão.
Copio, a seguir, dois excertos deste e-mail. 1 º -
Qualquer pessoa pode começar, mas apenas os ousados terminarão.
(Napoleon Hill); e 2º - O que ser, como ser e quando ser
é decisão individual. Mas, quando optarmos por sermos bons
o dia todo, em todo lugar, com todas as pessoas, o mundo se tornará
um lugar muito melhor para viver, amar e ser feliz.
7. Eu
penso um pouco diferente e, por isto, prefiro refletir de outra forma: não
criticar jamais, não julgar jamais.
8. Na
verdade, não existe propriamente destino, entendido como uma personalização
da fatalidade a que supostamente estão sujeitas todas as pessoas
e todas as coisas do mundo. Nada é determinado de antemão
por supostos demônios amedrontantes exteriores, por uma presumida
providência conducente e existente lá ou acolá ou por
leis naturais conscientemente premiadoras/retaliatórias. No Universo,
não há seqüência de fatos supostamente fatais e
irremediáveis predeterminados. Há, sim, seqüência
de fatos como decorrência ou como conseqüência de pensamentos
pensados, de palavras declaradas e de atos praticados, ou seja, as seqüências
de fatos (compreendidos como benfazejos ou compreendidos como detrimentosos)
estão reguladas pela Lei da Causa e do Efeito: Toda causa produz
um efeito; todo efeito tem uma causa. Quando um corpo A age sobre um corpo
B, este corpo B reage sobre o corpo A em mesma igualdade de módulo
e direção, porém em sentido oposto. E assim, tanto
quanto uma gota de chuva que cai e cria condições para que
um efeito aconteça, cada um de nós é responsável
pelas causas que produzir, pelos efeitos que advierem dessas mesmas causas
produzidas e pelos efeitos dos efeitos (agora, então, novas causas)
que possam seqüencialmente acontecer, pois a coisa não se esgota
simplesmente em um efeito produzido por uma causa. Quem sabe, este último
conceito seja parte da Harmonia Cósmica inconscientemente responsável
pela existência relativa das Leis da Necessidade e da Retribuição.
O fato é que, sem exceção, todos nós responderemos
e retribuiremos educativamente por tudo o que fizermos com os nossos livres-arbítrios.
A punição inexiste. O prêmio inexiste. A fortuitidade
inexiste.
Lei
da Causa e do Efeito