Este
estudo se constitui da segunda parte de uma coletânea de fragmentos
selecionados da obra
O Cristianismo Esotérico ou Os Mistérios Menores,
de autoria de Annie Wood Besant (Londres, Inglaterra, 1º de outubro
de 1847 – Adyar, Madras, Índia, 30 de setembro de 1933), uma
teósofa, militante socialista, maçom, ativista e defensora
dos direitos das mulheres, e uma das mais notáveis oradoras da sua
época e autora de uma vasta obra literária sobre Teosofia.
Na verdade, esta obra
deveria ter sido nominada de Catolicismo
Esotérico ou Os Mistérios Menores, uma
vez que, conforme já aludi em textos anteriores, Cristianismo é
uma coisa, e Catolicismo é outra completamente diferente. Só
os religiosos, sem conhecimento algum da Tradição Gnóstica,
sinonimizam Cristianismo
e Catolicismo. Seja como for, por enquanto, pense nisto:
O Iniciado não vê o Cristo fora de si mesmo. Ele sabe que
o Caminho é se tornar ele-mesmo o Cristo, até que, pelo Bom
Combate, como Homem Perfeito, o Cristo, definitivamente, viva nele.
Haverá coisa mais bonita
do que isto?
Coletânea
de Fragmentos
No
Livro IV de De Principiis, Orígenes de Alexandria explica longamente
suas concepções sobre a interpretação da Escritura.
Ela tem um corpo, que é
o senso histórico e comum; uma alma, um significado figurado a ser
descoberto pelo exercício do intelecto; e um espírito, um
sentido interno e espiritual, a ser conhecido somente por aqueles que têm
a Mente de Cristo. Ele considera que coisas incongruentes e impossíveis
são inseridas na história para estimular um leitor inteligente,
e compeli-lo a buscar uma explicação mais profunda, enquanto
que as pessoas simples a lerão sem perceber as dificuldades.
Há
uma Verdadeira Tradição preservada pela Igreja que contém
a Sabedoria dos Perfeitos, da qual fala São Paulo, e à qual
conhecem os Gnósticos.
Tetragrammaton
Baphomet
Selo de
Salomão
Podem
ser detectadas duas correntes na cristandade, as quais tiveram suas fontes
nos Mistérios desaparecidos. Uma era a corrente do aprendizado místico,
fluindo da Sabedoria [ShOPhIa],
da Gnose transmitida nos Mistérios; outra era a corrente da contemplação
mística, igualmente parte da Gnose, conduzindo ao êxtase, à
visão espiritual. Esta última, contudo, divorciada do Conhecimento,
raramente atingiu o verdadeiro êxtase, e tendeu ou a correr desenfreada
para as regiões mais baixas dos mundos invisíveis, ou a se
perder entre uma variegada multidão de formas sutis superfísicas,
visíveis como aparições objetivas à visão
oculta – forçada por jejuns, vigílias e atenção
concentrada –
mas, em sua maioria
nascidas dos pensamentos e das emoções do vidente. Mesmo quando
as formas observadas não eram pensamentos externalizados, eram vistas
através de uma atmosfera distorcedora de idéias e de crenças
preconcebidas, e, assim, tornadas largamente indignas de crédito.
Não obstante, algumas das visões foram veramente de coisas
celestiais, e Jesus realmente apareceu, de tempos em tempos, aos Seus amantes
devotados, e anjos, algumas vezes, iluminaram com sua presença a
cela do monge e da freira, a solitude do devoto apaixonado e do paciente
buscador de Deus. Negar a possibilidade de tais experiências seria
amputar na própria raiz aquilo que tem sido acreditado com mais certeza
em todas as religiões, e é conhecido dos ocultistas: a intercomunicação
entre espíritos encerrados na carne e aqueles revestidos de vestimentas
mais sutis, o contato de mente com mente através das barreiras da
matéria, o desabrochar da divindade no homem, o conhecimento seguro
de uma vida além dos portões da morte.1
Para
João Escoto Erígena, 'toda
a existência é uma teofania, e como Deus é o início
de todas as coisas, também é seu final.'
'Eu
sou necessário para Deus, assim como Deus é necessário
para mim. Em meu conhecimento e amor, Deus conhece e ama a Si-mesmo.'
(Eckhart
de Hochheim).
Um
grande infortúnio se abateu sobre a cristandade. A traição
dos Mistérios pelos falsos Gnósticos – pois, Gnósticos,
isto é, aqueles que sabem, eram os Iniciados do Cristianismo Primitivo
–
fizeram com que
a Gnose fosse rejeitada, e alienaram a Igreja das supremas verdades da KaBaLa,2
que contém todos os segredos da teologia transcendental... Que a
ciência mais absoluta e que a mais excelsa razão se tornem
uma vez mais o patrimônio dos líderes dos povos; que a Arte
Sacerdotal e a Arte Régia tomem o duplo cetro das Antigas Iniciações,
e o mundo social será uma vez mais tirado de seu caos. Chega de queimar
as imagens, basta de derrubar os templos; templos e imagens são necessários
para os homens; mas, expulsem os mercenários da casa de oração;
que o cego deixe de ser o líder para os cegos, que se reconstrua
a hierarquia de inteligência e santidade, e que se reconheçam
somente aqueles que sabem como instrutores dos que crêem. (Éliphas
Lèvi).
Há
uma identidade em todas as religiões do mundo, pois, há uma
fonte comum que relaciona todas elas.
Os
mitos e as lendas sempre foram dados como explicação de certos
fenômenos naturais – na verdade, resquícios de um modo
figurativo de se ensinar os fatos da Natureza, de imprimir nas mentes dos
incultos certas classificações abrangentes dos eventos naturais
que são importantes em si, e que se prestam à instrução
moral.
Os
Evangelhos continuarão contraditórios
e confusos enquanto ficarem presos ao mero significado superficial de sua
escritura.
Com
relação à Verdade –
[que sempre foi, é e sempre será relativa]
– quanto
mais brilhante for a luz lançada sobre Ela, maior será a beleza
que se desvelará [porque
sempre foi, é e sempre será relativa].
Não
há nada de exclusivo no Conhecimento, a não ser até
onde cada ciência é exclusiva. Aqueles que nascem com uma faculdade
e a adestram podem dominar sua respectiva ciência, enquanto que aqueles
que iniciam a vida sem qualquer faculdade ou os que não a desenvolvem,
se a possuem, devem se contentar em permanecer na ignorância. Esta
é a regra por toda parte a respeito da obtenção de
Conhecimento, tanto no Ocultismo como em qualquer ciência.
—
Oh! Dormir é tão 'bão'!
Jesus
foi completamente instruído nos Ensinamentos Secretos, que eram a
verdadeira fonte da vida entre os Essênios, e foi Iniciado no Egito
(um dos centros mundiais dos Verdadeiros Mistérios, dos quais todos
os Mistérios semipúblicos são o pálido e distante
reflexo) como um Discípulo daquela Loja Sublime (que o preparou para
o Real Sacerdócio, que mais tarde Ele obteria), de onde saíram
todos os Fundadores de todas as grandes religiões. E assim, Jesus
viveu por vinte
e nove anos de vida mortal, crescendo de Graça em Graça [de
Iniciação em Iniciação]. Isto
sempre acontece quando um novo impulso é necessário para estimular
a evolução espiritual da Humanidade, quando uma nova civilização
está prestes a despontar. Desta forma, a Presença manifestada
com o nome "Cristo" – um Instrutor mais que humano,
o Mistério mais Excelso e o último dos Instrutores Divinos
representantes do Logos Solar – viveu
e se moveu sob a forma do homem Jesus, através das colinas e das
planícies da Palestina, ensinando, curando doenças (com a
Palavra ou o Toque), reunindo em Seu redor como discípulos umas poucas
almas dentre as mais avançadas e atraindo para seu círculo
os párias e os degradados.
As
Instruções Internas [ShOPhIa
Místico-iniciática] de Jesus formaram a base e
deram a vida interna de aquilo que foi o núcleo em torno do qual
se juntaram os materiais heterogêneos que formaram o Cristianismo
Eclesiástico [depois,
o Catolicismo adulterado].
Os
ensinamentos internos, dados por Cristo aos Seus eleitos, não foram
registrados, mas, eram ensinados oralmente àqueles julgados dignos
de os receber – para estudantes que formavam pequenas comunidades
para levar uma vida retirada, e que ficavam em contato com o Corpo Central.
O
Cristo histórico é um Ser Glorioso pertencente à Grande
Hierarquia Espiritual que guia a Evolução Espiritual da Humanidade
(particularmente, a Evolução Espiritual
da Quinta Raça da Humanidade), e que usou, por cerca de três
anos, o corpo humano do Discípulo Jesus; que passou o último
destes três anos ensinando publicamente através da Judéia
e da Samaria; que foi um curador de doenças e operou outras obras
ocultas admiráveis; que reuniu em torno de Si um pequeno grupo de
discípulos a quem instruiu nas verdades mais profundas da vida espiritual;
que atraiu homens para Si pelo amor singular, pela ternura e pela rica Sabedoria
que transpiravam de Sua Pessoa; e que, finalmente, foi votado à morte
por blasfêmia, por ensinar a Divindade inerente de Si mesmo e de todos
os homens. Ele veio para dar um novo impulso à Vida Espiritual do
mundo; para restabelecer os Ensinamentos Internos referentes á Vida
Espiritual; para indicar novamente a antiga Senda Estreita; para proclamar
a existência do Reino dos Céus, da Iniciação
que admite àquele conhecimento de Deus que é a Vida Eterna;
e para admitir uns poucos a este Reino, e que seriam capazes de ensiná-Lo
a outros. Em torno desta Figura Gloriosa, se reuniram os mitos que O ligaram
à longa linhagem de Seus predecessores, os mitos que em alegorias
contam a História de todas as vidas que à d'Ele se assemelham,
pois, elas simbolizam a obra do Logos no Cosmos e a mais elevada evolução
da alma humana individual.
As
obras espetaculares que os Maiores Instrutores realizaram,
no plano físico, costumam, na visão ignorante dos seus contemporâneos,
ser percebidas e entendidas como "milagres", mas, as Leis operantes
são sabidas pelos Ocultistas, e os ditos "milagres" podem
ser realizados pelo exercício de poderes possuídos por todos
os Iniciados acima de certo nível.
Um
mito é muito mais verdadeiro do que uma história, pois, uma
história só conta um relato das sombras, enquanto um mito
conta um relato das substâncias que produzem as sombras. Assim no
alto como embaixo; e, primeiro no alto, e, depois, embaixo. E estas sombras
só dão uma idéia pobre dos objetos que as originam,
assim como o que chamamos de sombras aqui embaixo só dão uma
idéia pobre dos objetos que as lançam; elas são meros
contornos, com uma negrura uniforme em vez de detalhes, e só possuem
largura e altura, mas, não profundidade. Desta forma, a História
é um relato, muito imperfeito e freqüentemente distorcido, da
dança da sombras no mundo-sombra da matéria física
[sombra da energia que a
anima]. Um exemplo disto tudo é o Mito da Caverna, discutido
no livro VII, de A República, de Platão, que era um Iniciado.
A
Sombra que Enxergamos!
Os
braços estendidos, como se crucificado, é uma postura originalmente
de bênção, e não de sofrimento.
Remontando
à Antigüidade, encontraremos sempre reconhecida a existência
de uma Doutrina Secreta e de um Ensinamento Oculto dados
sob estritas condições, para candidatos aprovados pelos Mestres
da Sabedoria.
A
"Iniciação
nos Mistérios" – na Antigüidade
–
encobria tudo aquilo
que era mais Espiritual na religião, tudo o que era mais profundo
em Filosofia, tudo o que era mais valioso na Ciência.3
Evolução
conseguida no mundo vida após vida, desenvolvendo e dominando os
poderes da mente, as emoções e o senso moral, aprendendo através
das religiões exotéricas, praticando o cumprimento dos deveres,
procurando ajudar e soerguer os outros – tudo isto pertence à
vida usual de um homem em evolução.
Antes,
Chrestos dos gregos, assim o postulante deve ser antes que se torne Christos,
o Ungido. Ou seja: vida exotérica no bem —›
candidato à Vida Esotérica.
Senda
Probacionária, a Senda que conduz à Porta Estreita, além
da qual está a Vereda Estreita ou a Senda da Santidade
—›
o
Caminho da Cruz.
Discriminação
Separação, na
mente, do que é Eterno do que é temporário,
do que é Real do que é irreal,
do que é Verdadeiro do que é falso, do que é
Celeste do que é terreno.
[Do que é Compreensão
e Libertação do que é ilusão e prisão].
É este o
significado esotérico da advertência [mal compreendida]
de Jesus: 'Se alguém
vier a mim, e não odiar seu pai, sua mãe, sua
esposa, seus filhos,
seus irmãos e irmãs e a sua própria vida não
poderá ser Meu Discípulo.' Esta
etapa não pode ser contornada no Caminho para a Porta Estreita.
Tolerância
'Fazer
seu Sol brilhar para o mau e para o bom, e enviar a chuva sobre o justo
e sobre o injusto. (Mateus, V: 45).
Para
a Fé [Confiança],
nada é impossível.4
Três
Aspectos da Vida Divina =
Inteligência + Amor
+ Vontade.
[Fiat
Voluntas Tua].
'Primeira
Grande Efusão (Movimento do Espírito)
Estimular
a maravilhosa e gloriosa vitalidade que existe em toda a matéria
(embora, aos
nossos olhos físicos, possa
parecer inerte), de modo que os átomos dos vários planos desenvolvam,
quando eletrizados por ela, todos os tipos de atrações e de
repulsões previamente latentes entrem em combinações
de todos os tipos [possíveis].'
(Charles
Webster Leadbeater).
(Estrutura Cristalina do Cloreto– de Sódio+)
Encarnação
do Cristo: 'Encarnou
do Espírito Santo e a Virgem Maria...' (Credo de
Nicéia). 'E encarnou
pelo Espírito Santo da Virgem Maria...' (Credo Católico
traduzido). O Credo de Nicéia reflete muito justamente a
descida do Logos na matéria, ou seja, o nascimento de Cristo a partir
de uma Virgem, e isto, no Mito Solar, se torna o nascimento do Deus Sol
quando o signo da Virgem se eleva.
Terceiro
Logos Espírito Santo.
O
Homem
Celeste paira no espaço com os braços estendidos a abençoar.
A
Vida do Logos forma a túnica da Alma no homem. Ele a doa para que
os homens possam viver através das eras e crescer até a medida
de Sua própria estatura.
Existe
um outro Cristo dos Mistérios – o Cristo do Espírito
Humano, o Cristo que existe em todos nós, que nasce, vive e é
crucificado, que sobe dos mortos e que ascende aos céus, em todo
sofredor e triunfante Filho do Homem! Todo homem é um Cristo potencial,
e o desdobramento da Vida Crística em um homem segue o perfil da
História Evangélica em seus incidentes principais, que são
universais, e não particulares.
Há
cinco Grandes Iniciações na Vida de um Cristo, cada uma marcando
uma etapa no desdobramento da Vida do Amor. Na Primeira Grande Iniciação,
o Cristo nasce no discípulo. É, então, que o
discípulo
percebe, pela primeira vez, a efusão do Amor Divino em si-mesmo,
e experimenta aquela maravilhosa mudança que o faz sentir ser uno
com tudo o que vive. Este é o "Segundo Nascimento", e neste
Nascimento os Seres Celestiais se rejubilam, pois, ele nasce no "Reino
dos Céus", como um dos "Pequeninos", como uma "Criancinha",
como um novo Iniciado. A Segunda Grande Iniciação é
o Batismo pela Água do Espírito, que Lhe dá os poderes
necessários para a Maestria, para aquele que deve ir e trabalhar
no mundo como "o Filho Bem-amado". A Terceira Grande Iniciação
é o Batismo do Espírito Santo e do Fogo. A Quarta Grande Iniciação
é a visão do Getsêmani e do Calvário –
o Sacrifício na Cruz. Na Quinta Grande Iniciação, o
Cristo
se torna Mestre
Triunfante
– um
elo entre Deus e o homem.6
Uma
vez nascido, o Cristo jamais pode morrer; uma vez iniciado seu desenvolvimento,
o Cristo jamais cai em sua evolução.
O
Iniciado
"desce ao Inferno", para que nenhuma região do Universo
que ele deve ajudar permaneça desconhecida por Ele, para que ninguém
seja considerado abjeto demais para receber Seu Amor todo-abrangente, derramando
Sua Vida em cada alma em luta.
A
Vida não conhece término!
O
Cristo
dos Mistérios apresenta um aspecto dual: Logos e Homem Cósmico
e Individual.
A
Lei do Sacrifício estrutura nosso sistema e todos os sistemas, e
sobre ela são construídos todos os universos. Ela está
na raiz da evolução, e isto, por si, a torna inteligível.
Na Doutrina da Expiação, ela toma uma forma concreta em associação
com homens que atingiram certo estágio no desenvolvimento espiritual
– o estágio que os capacita a perceber sua unidade com a Humanidade,
e se tornar, no sentido mais profundamente verdadeiro, Salvadores dos homens.5
'Não
pode haver nenhuma fundação de um mundo antes que a Deidade
tenha feito um ato de sacrifício. Este ato é explicado como
Ela se limitando, a fim de Se tornar manifesta. A Lei do Sacrifício
(Sacrifício
Vicarial e perpétuo) poderia, talvez, ser
chamada com mais verdade de A Lei do Amor e da Vida, pois, em todo o Universo,
desde o mais alto até o mais baixo, ela é a causa da manifestação
e da vida.' (W.
Williamson, in: The Great Law)
Se
há de existir um mundo, enfim, um Universo, isto só pôde
acontecer porque a Existência Única se condicionou, e, assim,
tornou possível a manifestação, de tal sorte que o
próprio Logos se autolimitou. Autolimitado para se tornar manifesto
(manifestação do Eterno no tempo; crucificação
na matéria); manifesto para levar um Universo à sua expressão
como Universo...
[As três animações
abaixo, não tão corretas e concertadas como eu gostaria que
estivessem, mostram, mais ou menos, por analogia, este entendimento místico.
Seja como for, como escreveu Annie
Besant, a
Vida Divina, encasulada dentro de uma forma, sempre pressiona para fora
(de maneira centrífuga), de
modo que a forma possa se expandir, mas, pressiona gentilmente, evitando
que a forma possa se romper antes que tenha alcançado seu limite
máximo de expansão. Em todas as formas – no mineral,
no vegetal, no animal e no homem –
esta energia expansiva
do Logos age sem cessar. Esta é a força evolucionária,
a vida que se alça dentro das formas, a energia expansiva que a ciência
vislumbra, mas, que não sabe de onde vem.]
Sacrifício
Perpétuo
(Mânvântâra
‹—› Prâlâya)
Sacrifício
Perpétuo
(Mânvântâra
‹—› Prâlâya)
Sacrifício
Perpétuo
(Mânvântâra
‹—› Prâlâya)
Este
Sacrifício é perpétuo, pois, em todas as formas neste
Universo, de infinita diversidade, a Vida está embutida e é
seu próprio Coração e o Segredo da Evolução
[Reintegração]
– o "Coração do Silêncio",
do ritual Egípcio o "Deus Oculto".
A
morte da forma [mineral,
vegetal, animal ou humana7]
é o nascimento
da Alma em uma vida mais plena, para, neste processo imutável, expandir
progressivamente os poderes ainda latentes em si.
Sacrifício
Perpétuo do Logos Universo
em Devir.
O
Sol Cósmico jamais se põe.
O
homem não deve ser compelido; ele deve ser livre. Ele não
é um escravo, mas, um Deus em formação, e o crescimento
não pode ser forçado, mas, deve ser desejado a partir de dentro.
'Somente quando a vontade
concorda, como ensina Giordano Bruno, Deus
poderá influenciar o homem.'
Vida
Única (derramamento de Vida dirigido pelo Amor)
Força
Unificante pela qual as vidas separadas gradualmente se tornam conscientes
de sua Unidade, trabalhando para desenvolver em cada uma a autoconsciência,
que finalmente deverá conhecer a si-mesma una com todas as outras,
e, em sua raiz, Uma só e Divina.
A
vida da Vida é dar permanentemente. A vida ou persistência
da forma é tomar e assimilar o que a Vida dá.
Traduzir
um mantra é mudá-lo de uma "Palavra de Poder" para
uma frase comum; o som sendo mudado, outras formas são criadas. Os
mantras formam uma parte essencial de todo Sacramento.
Assim
como um mantra é uma "Palavra de Poder", os Sinais, os
Signos ou os Selos são "Sinais de Poder", pois, são,
ao mesmo tempo, purificadores e protetores – purificadores pela Vida
que é derramada através deles, protetores pelas Vibrações
Harmonizadoras que suscitam nos corpos sutis.8
Sem
uma "Palavra de Poder"
ou sem um "Sinal de Poder", um Sacramento não é
Sacramento e a Porta não se abre!
Quando
um objeto é magnetizado, é efetuada uma mudança em
sua parte etérica, os movimentos [comprimentos]
de onda são alterados,
[re]organizados e obrigados a acompanhar os movimentos de onda
do éter do magnetizador. Ele, assim, passa a compartilhar de sua
natureza, e as partículas mais densas do objeto, influenciadas pelo
éter, lentamente mudam seus padrões de vibração.
Se o magnetizador tem o poder de afetar as contrapartes sutis, ele as faz
vibrar também em consonância com a sua própria vibração.
[Entre outros segredos,]
este é o segredo das curas magnéticas; as vibrações
irregulares da pessoa doente são postas em concordância com
as vibrações saudáveis do operador. Um resultado similar
ocorre quando os materiais usados em um Sacramento são submetidos
à "Palavra de Poder" e ao "Sinal de Poder". São
causadas mudanças magnéticas no éter da substância
física, e as contrapartes sutis são afetadas de acordo com
o conhecimento, a pureza e a devoção do celebrante que as
os magnetiza – ou, no termo religioso, os consagra. Reforçando
as
energias emitidas pelo celebrante, seres espirituais elevadíssimos
poderão conceder sua poderosa ajuda, derramando suas próprias
energias magnéticas nas contrapartes sutis e mesmo no éter
físico.9
Antigamente,
o Credo – que não se encontrava por escrito, nem mesmo era
repetido na presença dos não-crentes – era
um sinal de reconhecimento e uma prova de que quem o sabia era um membro
batizado da Igreja.
Sacrifício
da Eucaristia: Seres Invisíveis derramam sua essência nos materiais
usados em qualquer rito sacramental [pão
e vinho, no Sacrifício da Eucaristia], e aqueles que compartilham
destes materiais – que são assimilados pelo corpo e passam
a fazer parte de seus constituintes –
são, por
isto, unidos Àqueles cuja essência está neles, e todos
compartilham de uma mesma natureza. Neste Sacrifício, as "Palavras
de Poder" são: 'Este
é o Meu Corpo'; 'Este é o Meu Sangue' –
que transformam os materiais em veículos para Energias Espirituais.
Pelo
ocultista, uma coisa física é considerada a expressão
última, física, de uma Verdade Invisível. Tudo é
uma expressão física de um pensamento. Um objeto não
passa de uma idéia externada e densificada. Mesmo a matéria
pesada (mais densa) muda sob a pressão da idéia animante.
Pão
não é meramente farinha e água. A idéia que
governa a mistura, a manipulação da farinha e da água,
esta é a "substância" que faz o pão
ser pão,
e a farinha e a água são o que se chama tecnicamente de "acidentes"
– os arranjos de matéria que dão forma à idéia.
Com idéias ou substâncias diferentes, a farinha e a água
tomam uma forma diferente, como o fazem quando são assimiladas pelo
corpo. Assim também, os químicos descobriram que o mesmo tipo
e o mesmo número de átomos químicos pode ser arranjado
em diferentes maneiras, e se tornar, assim, coisas inteiramente distintas
em suas propriedades, embora os materiais não tenham sido mudados
[isomeria (do grego,
(isos)
mesmo + (meros)
partes)]; estes compostos isoméricos estão entre
as descobertas mais interessantes da Química moderna, ou seja, o
arranjo de átomos similares sob idéias diferentes produz corpos
diferentes [como, por exemplo,
a uréia e o cianato de amônio]. Mutatis
mutandis, é isto o que acontece na Eucaristia (transmutação
místico-isomérica do inferior no superior). Abaixo
estão três animações mostrando o fenômeno
da isomeria.
Isomeria
1
Isomeria
2
Isomeria
3
Matrimônio
União de Mente
com Mente, de Coração com Coração, que torna
possível a união do espírito.
Matrimônio
—›
Busca da Unidade Espiritual.
O
Homem Divino, em sua própria pessoa, une
marido
e mulher – os elementos masculino e feminino da Natureza
[Androginia-mística].
A
Bíblia, os Vedas, o Corão e todos os livros deste tipo contêm
fragmentos da Revelação [que
é uma em si-mesma], nos
quais estão ocultos profundos significados, algumas vezes em números,
outras em palavras construídas em um plano oculto, às vezes,
em símbolos, reconhecíveis pelo instruído, outras,
como alegorias escritas como se fossem histórias... E de muitos outros
modos.
O
tríplice método da Revelação (repleto de significados
superpostos), confiada aos homens pela Grande Fraternidade de Instrutores
Espirituais [G.'.F.'.B.'.]
– os Guardiães da Humanidade
– é
o único meio de fazer um Conhecimento Esotérico ser acessível
às mentes diferentes
em diferentes estágios
de evolução.
A
Vida Divina, em cada homem, está sempre tentando subjugar a forma
e moldá-la em uma expressão de Si-mesma (Deus em Si-mesmo).
Quem
que fala a Verdade é, em verdade, um Mensageiro de Deus.
No
Templo do Coração humano, o homem conhece, por si mesmo e
não através de outrem, a Santa Sabedoria.
3,142857
Christus
em mim, Christus
em ti.
Ad
æternum, como o Número .
Em geral,
abscondìtus,
esperando
o Dia
Fausto, a Hora H, o Quando.
...............................................
Christus-tudo,
Christus-em-todos.
2. Dentre vários
exemplos de inserção-presença da KaBaLa
na Bíblia Cristã, um deles é o seu quarto
livro – o Livro dos Números – que faz parte do Pentateuco,
e vem depois do Levítico e antes de Deuteronômio.
Por outro lado, por exemplo, a palavra SheKhINaH
() –
que no Judaísmo significa a Divina Presença (de acordo com
o ramo hassídico do Judaísmo, a SheKhINaH
é uma energia cósmica poderosíssima em si-mesma, que
habita no interior do Universo e O vivifíca), no Cristianismo significa
a Presença ou a Glória de Deus e no Islamismo (),
sendo mencionada seis vezes no Alcorão, significa a garantia de Paz,
de Calma e de Tranqüilidade, e a sensação reconfortante
de estar na Presença (ou sob a Proteção) de Deus –
tem valor numérico 385 (300 + 20 + 10 + 50 + 5), que se reduz a 7
(3 + 8 + 5 = 16 1 + 6). Na
Doutrina Secreta, volume I, de Helena Petrovna Blavatsky, está
dito: Na Cosmogonia
Grega Arcaica, que difere muito da que veio depois, Eros é a Terceira
Pessoa da Trindade Primitiva Caos – Gaea –
Eros, a qual corresponde
à Trindade KaBaLística AIN SOPhh, SheKhINaH
e o Ancião dos Dias ou Espírito Santo.
3. Mais do que tudo
isto, a Iniciação, tanto ontem como hoje, tem a finalidade
de transmutar o homem em Super-homem. Em uma palavra: em (seu próprio)
Deus. E, quando isto acontece, este Homem-Deus é freqüentemente
descrito como Aquele
que reside no Sol, pois, o Cristo
nasceu no homem.
4. Todavia, a Fé
(Confiança) Verdadeira só advirá pela Sabedoria (ShOPhIa).
Fé sem Sabedoria é crendice fanática, preconceituosa
e supersticiosa. Este tipo de fé mata ao invés de conduzir
à Santa Vida!
5. Salvadores não
no sentido de salvar, mas, no de instruir. Então, mais ou muito mais
do que simples Salvadores, estes Seres devem ser entendidos como Instrutores
da Humanidade. Acho que já disse em um texto anterior que eu não
quero ser salvo de nada; mas, quero apre(e)nder tudo que minha cuca puder
discernir. Sei lá, mas, acho que seria mesmo um horror alguém
ser salvo de não-sei-o-quê
e continuar boçal e ignorante como-quê.
6. Aqui, penso que seria
conveniente reproduzir um parágrafo de um texto que escrevi há
muitos anos – Aspectos
Esotéricos da Vida de Jesus – baseado na obra A
Vida Mística de Jesus (The Mystical Life of Jesus),
7ª ed, traduzida, composta, revisada e impressa na Ordem
Rosacruz, AMORC, Curitiba, Paraná, 1997, pp. 191 e 192, de
autoria de Harvey Spencer Lewis: A terceira etapa da vida pública
de Jesus, do Rio Jordão até o Golgotha, foi uma repetição
exotérica (exterior) das múltiplas Iniciações
pelas quais passou, subjetiva e secretamente, nos diversos monastérios
da Fraternidade. Quatro estágios – delineados séculos
antes por Pitágoras – marcaram seu ministério público:
O primeiro grau
de Preparação, culminando no Sermão da Montanha; o
segundo grau de Purificação, representado pelas ... demonstrações
da terapêutica mística; o terceiro grau de Illuminação,
manifestado pela volta de Lázaro dentre os 'mortos'; e o quarto grau
de Visão Espiritual, manifestado pela transfiguração.
Enfim, quanto às Grandes Iniciações na Vida de um Cristo,
citadas por Annie Besant, não devemos esquecer as duas que marcam
o início e o fim deste processo: a Grande Iniciação
do Nascimento (Projeção, no caso dos Altos Iniciados ou Hierofantes)
e a Grande Iniciação do Passamento (Morte ou Transição).
7. Isto acontece em
todo o Universo, não estando este processo limitado aos reinos mineral,
vegetal, animal e hominal, na Terra. A forma sempre precisa ter um fim para
que Aquilo que a anima possa conhecer formas mais elevadas de expressão.
Já disse, e, com prazer, repetirei: é um equívoco conceitual
se admitir que haja um ponto em que a coisa, seja lá que coisa for,
esteja pronta e acabada. Pronto-acabado é sinônimo de estaticidade,
de fim, de não-avanço, e isto não existe nem prospera
no Universo, que se caracteriza por mudança e movimento em si-mesmo,
ainda que o Universo-em-si seja o mesmo desde sempre. Talvez, fosse melhor
dizer que a Energia por trás do Universo (a Energia que faz existir
o Universo) é, desde sempre, a mesma em-si, seja no período
mânvântárico
(estado de movimento ou de atividade), seja no período prâláyco
(estado de repouso ou de inatividade). Como a Energia-Consciência
Cósmica poderia aumentar ou diminuir um infinitésimo? Se isto
fosse possível, para onde Ela se expandiria? Para onde Ela se contrairia?
Nem mesmo um buraco negro (resultado da deformação do espaço-tempo)
– região do espaço da qual nada, nem mesmo objetos que
se movam na velocidade da luz, podem escapar – altera o Um Universal,
que desde sempre, foi Um, é Um e será eternamente Um.
Buraco
Negro
(Animação meramente pictórica)
8. Mas, duas coisas
precisam ser acrescentadas: 1ª) em qualquer situação,
seja no caso das Palavras
de Poder, seja no caso dos Sinais
de Poder, uma imagem mental deve estar associada; e 2ª)
imediatamente após a emissão da Palavra
de Poder e/ou da efetivação do Sinal
de Poder, a imagem mental deve ser liberada, isto é,
tirada da mente. A retenção mental da imagem mental associada
impedirá que o comando ou a idéia entrem em funcionamento.
O Cósmico só trabalha, digamos assim, com o que estiver disponível
para que Ele possa trabalhar, e, se a imagem mental ficar presa na mente,
Ele não terá nada com que possa operar, e o esforço
do operador será praticamente nulo (porque nulo nunca é).
Este pormenor, desconhecido de muitas pessoas, que, na realidade, é
um pormaior,
é o que explica muitos insucessos no campo da Magia Cerimonial e
do Misticismo Prático. Bem, seja como for, há coisas que não
poderão ser mudadas em uma única encarnação.
Tornadas mais brandas, mais suaves, menos intensas, até que poderão
um pouquinho; mas, modificadas in
totum, não. In
totum, só se o karma
fosse inteiramente cumprido
ou retribuído, o que é muito difícil, para não
dizer que isto é impossível. Poderemos até zerar um
karma
relativo a um determinado tema,
mas, não o karma
total. É por isto que as
coisas pequenas são fáceis de ser conseguidas ou alcançadas;
já os apelos para as coisas grandes parece que não são
ouvidos. Mas, uma coisa é certa: cada vez que alguém faz um
apelo que não pode ser atendido, Aqueles que poderiam operar a mudança
sofrem tanto ou mais do que aquele que pede e não pode ser satisfeito.
Esta é a Cruz que carregam os nossos Irmãos Maiores Nirmânâkayas
e Sâmbhogâkayas.
E eu, aqui, quietinho, nesta madrugada de sábado, 16 de agosto de
2014, digo: Paz a todos os seres!
9. Tudo isto (e muito
mais) acontecia nos rituais gnósticos do Cristianismo primitivo (contemporaneamente
mantidos pela Igreja Joanita). Hoje, com raríssimas exceções,
a imensa maioria dos sacerdotes católicos não tem poder para
mudar nada (porque não sabe nada e não tem dignidade para
mudar nada). A vida não é santa, o caráter não
é nobre, a pureza e a espiritualidade tendem para menos infinito
e o conhecimento do invisível é 0,0000000... Sinceramente,
eu não sei como a hóstia não explode, o vinho não
vira vinagre e o altar não se racha quando tocados por certos padrecas
de meia-pataca! E por mais que Sua Santidade, o digníssimo Papa Francisco,
se esforce para mudar as coisas, não conseguirá; serão
necessários séculos para mudar séculos. A questão
é: a Religião Católica resistirá? 2034!
10. Por exemplo, no
Terceiro Livro dos Reis, X: 14 está dito: E
o peso de ouro, que era levado a Salomão todos os anos, era de seiscentos
e sessenta e seis talentos de ouro. Cada ser humano tem, potencialmente,
esse peso de ouro. Ao ser utilizado em coordenação com a LLUZ,
expressa o Ouro de Salomão: Sabedoria (ShOPhIa).
Por isso, 666 pode estar associado às trevas (déspotas e seus
magos) ou à Santa Sabedoria, que pode ser simbolizada pelo número
999. Observe que a soma dos algarismos de 666 e de 999 se reduz a 9.
666
6 + 6 + 6 = 18 1 + 8 = 9
999
9 + 9 + 9 = 27 2 + 7 = 9
Canto Gregoriano
de fundo: