CRATILO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Cratilo (século V a.C.) foi um filósofo grego, discípulo de Heraclito de Éfeso, e, segundo Aristóteles, foi um dos mestres de Platão.

 

Para Heraclito, panta rei os potamós – tudo flui como um rio. Isto é explicado por Hermann Alexander Diels e Walther Kranz da seguinte forma: Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio [não se pode mergulhar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas estão continuamente correndo] e não se pode tocar duas vezes uma substância mortal no mesmo estado por causa da impetuosidade e da velocidade da mutação que se dispersa e se recolhe, que vem e vai. Em Heraclito, tudo é considerado como um grande fluxo perene no qual nada permanece a mesma coisa, pois tudo se transforma e está em contínua mutação. Por isto, Heraclito identifica o ser com o devir, pelo qual todas as coisas são sujeitas ao tempo e à sua relativa transformação. Heraclito sustenta que só a mudança e o movimento são reais, e que a identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória. Enfim, na realidade podemos admitir que tudo flui enquanto resultado da tensão contínua dos opostos em luta. Todas as coisas são uma troca do Fogo, e o Fogo, uma troca de todas as coisas, dizia Heraclito.

 

 

 

 

Cratilo leva ao extremo o conceito heraclitiano de panta rei e de devir, afirmando que não só não se pode mergulhar duas vezes no mesmo rio, mas nem mesmo uma única vez, porque a água que molha a ponta do pé não será a mesma que molha o calcanhar. Da mesma forma, pensava que fosse impossível dar um nome às coisas, pois, estando estas em constante devir, não seriam mais aquelas quando foram nomeadas. Daí se segue sua tese da incognoscibilidade do real, que antecipa, de certa forma, o pensamento cético.

 

Continuando a examinar o pensamento do Grande Iniciado Platão, hoje estudaremos juntos o Cratilo – um diálogo que trata da natureza dos nomes, ou seja, se a linguagem é um sistema de símbolos arbitrários ou se as palavras possuem uma relação intrínseca com as coisas que elas significam. Este texto platônico foi uma das primeiras obras filosóficas do período clássico grego a tratar de matérias como a Etimologia e a Lingüística. Observe que os fragmentos parecem se contradizer, mas a maiêutica socrática é assim mesmo. A Maiêutica Socrática tem como significado dar à luz; isto é, parto intelectual da verdade no interior do homem. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: no primeiro, levava seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de perguntas simples, inseridas em um contexto determinado, a Maiêutica Socrática permite dar à luz a idéias progressivamente complexas. A Maiêutica Socrática baseia-se na idéia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a perguntas propostas de forma perspicaz. A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum – conhece-te a ti mesmo – são o caminho para a prática do bem e da virtude.

 

Recomendo que você leia as notas de rodapé à medida que aparecerem no texto. Deixar para o final não será tão útil quanto consultá-las acessoriamente à leitura dos fragmentos.

 

Se você tiver interesse em ler o texto integral, traduzido por Luciano Ferreira de Souza, por favor, dirija-se a:

http://search-ebooks.eu/p/plat
%C3%A3o-cr%C3%A1tilo

 

 

 

Fragmentos Selecionados do Cratilo

 

 

 

Um nome não é o que alguns, tendo convencionado chamar, chamam, ao pronunciar uma parte da voz; mas, existe uma correção natural dos nomes, a mesma para todos, tanto para os gregos quanto para os bárbaros.

 

As coisas belas são difíceis (de ser apre[e]ndidas como são).

 

 

Mona Lisa
(Leonardo da Vinci)

 

 

Nenhum nome foi concebido por natureza para coisa alguma, mas por costume e uso dos que o empregam, que estabelecem o seu uso.1

 

Cada coisa poderá se chamada pelo nome que eu atribuí, e por ti por um outro, que tu atribuíste. E assim, vejo, às vezes, cada uma das cidades atribuindo nomes distintos às mesmas coisas, tanto os gregos diferentemente de outros gregos, quanto estes dos bárbaros.

 

O homem é a medida de todas as coisas.2 [Protágoras, apud Platão].

 

As coisas são tal como elas parecem ser.3

 

Então, se aquilo que parece ser a verdade para cada um for a verdade para cada um, um homem nunca poderá ser mais sensato do que outro.4

 

As coisas não são semelhantemente ao mesmo tempo as mesmas para todos os seres.

 

Se agirmos contra a Natureza, nos enganaremos e nada faremos de útil e benéfico.

 

 

 

Pearl Harbor5 (7 de dezembro de 1941)

 

 

Se alguém não falar corretamente, ou seja, se decidir falar do modo como lhe parece que deva ser falado e não como as coisas devem ser faladas, provavelmente, não se fará compreender, e fracassará.

 

O nome é um certo instrumento que instrui e faz perceber claramente a essência da coisa nominada.

 

Não é de todo homem instituir um nome, mas de um certo artesão de nomes, e este é, como é provável, o legislador, que, dentre os artesãos, vem a ser o mais raro dos homens.

 

É preciso que o legislador saiba produzir, a partir dos sons e das sílabas, o nome concebido por natureza para cada coisa, e, contemplando aquilo que é o nome em si, faça e estabeleça todos os nomes, se houver de ser um soberano criador de nomes.

 

Aquele que sabe perguntar e que sabe responder não pode ser chamado de outro modo que não seja de dialético.

 

 

 

 

Os nomes são naturais às coisas, mas nem todos os homens são artesãos de nomes, salvo aqueles que contemplam os nomes que são por natureza para cada coisa, e são capazes de estabelecer a sua forma em letras e sílabas.6

 

A respeito de um rio que existia em Tróia: Chamam-no os deuses de Xantho, e os homens de Escamandro.7 (Homero, Ilíada, apud Platão).

 

A respeito de um pássaro: Chalkis chamavam os deuses, e os homens de kymindis.8 (Homero, Ilíada, apud Platão).

 

'Astyanax' e 'Hektor' não têm nenhuma letra em comum, salvo a letra t, e, todavia, significam o mesmo.

 

Há nomes que diferem em sílabas e letras, mas têm a mesma virtude e expressam o mesmo poder.

 

'Theóphilos' = caro a Deus.

 

'Mnesítheos' = reminiscente de Deus.

 

'Agamemnon' = admirável pela persistência.

 

'Tântalo' = o que mais tolera males, o maior sofredor.

 

Talvez, alguns nomes tenham sido atribuídos por uma força mais divina do que humana.

 

Tanto em vida como depois de morto, todo homem que for bom é demônico, e pode justamente receber o nome de 'demon'.

 

Todos os heróis são semideuses, pois nasceram do amor de um deus por uma mortal ou de um mortal por uma deusa.

 

Só o homem, entre os animais, recebeu corretamente o nome de 'anthropos' porque examina o que vê. ('Anathron ha opope').

 

Os que puseram o nome 'psique' (alma) pensaram: quando a 'psique' está ligada ao corpo ('soma'), faz com que ele viva, pois permite que ele respire e se refresque ('anapsychon'), morrendo o corpo logo que o abandona o que o refresca.

 

A mente e a alma ordenam e mantêm a natureza de todas as coisas.

 

A [personalidade-]alma compensa seus equívocos tendo o corpo como recinto, sob a forma de uma prisão.

 

Nada sabemos sobre os deuses nem sobre os nomes que se dão a si mesmos, pois é evidente que só eles se dão seus verdadeiros nomes.

 

O que nós chamamos 'ousia'9 (ser, essência), uns chamam 'essia' o outros de 'osía'.

 

De acordo com Heraclito, todos os seres se movem e nada permanece.

 

É minha opinião que tudo convirja para o mesmo ponto, tanto o poder de Deus quanto o poder do homem.

 

 

 

 

Purificar a alma de todos os males e de todos os apetites do corpo é próprio do Filósofo.

 

Atenea é a responsável pela inteligência e pelo pensamento.

 

É no gênero de vida trágico onde residem a maioria dos mitos e das mentiras.

 

A Lua toma sua luz do Sol.

 

Não há nada permanente nem consistente; tudo flui; tudo se move; tudo está pleno de toda classe de movimento; tudo é devenir contínuo.

 

'Phronesis' [Inteligência] é a intelecção do movimento e do fluxo. ('Phoras kai rhou noesis').

 

'Noesis' é a tendência ao novo ('neou hesis'). Mas, ainda que um ser seja novo não significa que ele deixe de devenir. A alma tende à 'Noesis'.

 

 

Peregrinação Necessária da Alma

 

 

A ciência ('episteme') significa que a alma valorosa segue ('hepomene') as coisas em movimento; não se queda nem se adianta. Em seu movimento, a alma acompanha as coisas.

 

Sophia [ShOPhIa] significa tocar o movimento – [Movimento] ('epaphé').

 

O bom ('agathon') é aplicado a tudo que admirável ('agastón') da Natureza.

 

A justiça ('dikaiosyne') é fazer o que é justo ('dikaion'), ou melhor, é a compreensão do justo ('dikaiou synesis').

 

Em conversações secretas, fui informado que o Justo é também o Causador. E assim, o Justo/Causador é o Sol. Uma vez que o Sol se ponha, nada poderá haver de justo entre os homens.10 (Grifo meu).

 

A Razão ('Nous') á autônoma, pois, sem se misturar, governa todas as coisas.

 

O conflito (corrente para trás) nada mais é do que o fluxo em sentido contrário ao que é justo.

 

Os que não estão preocupados com a Verdade, introduzem numerosos acréscimos e fazem apócopes, de tal sorte que ninguém acaba entendendo o que um nome significa. Assim, por exemplo, chamam a Esfinge de 'Sphinx', em vez de 'Phix'.11

 

Como todas as coisas estão em movimento, tudo o que se mover mal ('kakos ion'), particularmente no caso da alma, será 'kakia' (vício). O contrário do vício é a virtude ('arete'). O fluxo da alma boa será sempre em liberdade.

 

É única a exatidão de cada nome.12 (Grifo meu).

 

As coisas haverão de ser reveladas por meio de letras e sílabas.

 

 

A B R A C A D A B R A
A B R A C A D A B R
A B R A C A D A B
A B R A C A D A
A B R A C A D
A B R A C A
A B R A C
A B R A
A B R
A B

A

ABRACADABRA13

 

 

Os nomes primários foram estabelecidos pelos deuses, e, por isto, são exatos.

 

Se alguém, de uma forma ou de outra, desconhece a exatidão dos nomes primários, é impossível que conheça a dos secundários, pois estes se explicam, forçosamente, a partir daqueles.

 

Não há nada mais tenebroso do que se deixar enganar por si mesmo.

 

O nome é uma coisa; outra é o que nomeado. Logo, o nome é uma imitação da coisa, como as pinturas que são imitações de certos objetos.

 

Há nomes que forçosamente dependem de um número.14

 

Quando alguém sabe o que é o nome ou o que o nome é (se este for exatamente como a coisa é), conhecerá também a coisa, posto que a coisa é semelhante ao nome. E assim, a Arte das coisas semelhantes entre si é uma e a mesma coisa.

 

 

 

 

Quem descobre o nome descobre também Aquilo do que são os nomes.

 

Existe uma Força Superior a do homem que impôs às coisas os nomes primários, de forma que é inevitável que não sejam exatos.

 

É possível, segundo parece, conhecer os seres sem necessidade de nomes.

 

Temos que conhecer e buscar os seres em si-mesmos mais do que a partir dos nomes.

 

O Belo-em-si é sempre tal qual é.

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Aproveitando esta dica, pergunto: será mesmo que o chamado palavrão poderá ser considerado uma palavra de baixo calão? Um vocábulo chulo, impróprio, ofensivo, rude, obsceno, agressivo ou imoral sob um determinado ponto-de-vista? Sei lá; eu não dou a mínima para isto, como não dou a mínima para as tais convenções sociais – costumes sociais estabelecidos, que aparecem e desaparecem, que brotam e desbotam. O que eu sei, e isto eu sei muito bem, é que quando dou uma topada não digo ai meu dedinho. Ai meu dedinho não adianta nada. Dependendo do tipo de topada e do tamanho da dor, desabafo e desoprimo a dor com um baita merda ou com um baritonante puta que pariu. E aí, milagre! A dor vai embora rapidinho. O fato é que da mesma forma que inventamos e criamos deuses, determinamos que este ou aquele vocábulo é um palavrão, e que não deve dito por pessoas educadas. Eu, como não sou lá tão bem-educado assim, segundo os padrões usuais, adoro dizer uma palavrinha. Apropriadamente, claro, com todo carinho.

2. A sentença completa de Protágoras de Abdera (Abdera, por volta de 480 a.C. – Sicília, por volta de 410 a.C.), sofista da Grécia Antiga, é: O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são. Isto significa que, se o homem é a medida de todas as coisas – homem-medida – então, coisa alguma pode ser medida para o homem, ou seja, as leis, as regras, a cultura, tudo deve ser definido pelo conjunto de pessoas, e aquilo que vale em determinado lugar não deve valer, necessariamente, em outro. Esta máxima (ou axioma) também significa que as coisas são conhecidas de uma forma particular e muito pessoal pelos indivíduos. Isto é: como as coisas parecem ser para um indivíduo A, elas assim serão para A; e como as coisas parecem ser para um indivíduo B, elas assim serão para B. Todavia, obrigatoriamente, querer que A e B tenham que admitir que uma dada coisa, para eles, seja igualzinha, simetriquinha, sinoniminha, sem tirar nem pôr e sem pôr nem tirar, isto é, no mínimo, um abusurdão (abusão + absurdo). Enfim, assim como Sócrates, Protágoras foi acusado de ateísmo (tendo inclusive seus livros queimados em praça pública), motivo pelo qual fugiu de Atenas, estabelecendo-se na Sicília, onde morreu com mais ou menos setenta anos.

3. As coisas são tal como elas parecem ser enquanto parecerem ser tal como elas parecem ser. À medida que uma dada compreensão (ou verdade relativa) é substituída por outra compreensão (ou verdade relativa), é impossível que uma determinada coisa continue a parecer ser como antes parecia ser. É por isto que os deuses criados pelos homens acabam mesmo parecendo ser deuses porque os homens querem porque querem que eles pareçam deuses; quando estes deuses, de alguma forma, são substituídos por outros deuses, já não mais parecem ser deuses, mas, apenas, representações míticas do imaginário coletivo de uma época. Você conhece alguém, hoje, que dê alguma bola para Zeus? E para Amon? Quem sabe quem foi Ahura Mazda? E Arimã? E por aí vai. Mas, como o processo histórico-evolucional-reintegrador é geralmente desconhecido da maioria das pessoas, o deus de hoje é aquele que está valendo de verdade e cujas ações estão sempre em alta nas $acolinha$ religio$a$, parecendo ser o último, parecendo ser insubstituível, parecendo ser inigualável.

 

 

4. Pois, cada um é (relativamente) sensato à sua maneira. Logo, a sensatez não pode ser uma noção, uma concepção ou uma idéia universal. E assim, o que pode ser sensato em Yamoussoukro pode não ser conforme o bom senso em Paris, e o que um aborígine pode achar equilibrado e regrado, um nova-iorquino poderá considerar extremamente desagradável e reputar como sendo o fim da picada. Daí, o não julgueis para não serdes julgados. O fato é que cada um é o que é, ou melhor, está (temporariamente) como está, em virtude de sua experiência pregressa e de sua cultura. Enfim, estou de pleno acordo com Míriam Ramalho, quando afirma: É através do exemplo que devemos educar. As palavras, até convencem, mas os exemplos arrastam... Mas, o fato de exemplificarmos, não significa que estejamos proibidos de falar, de veicular as nossas idéias e as nossas convicções. Mas, não podemos ter a pretensão de convencer todas as pessoas. Há que se levar em conta o grau de amadurecimento de cada um. O importante é fazermos a nossa parte. Então, falemos, escrevamos, divulguemos, ensinemos, exemplifiquemos, oremos... pois o máximo que fizermos continuará sendo ainda muito pouco.

5. O ataque a Pearl Harbor foi uma operação aeronaval de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, efetuada pela Marinha Imperial Japonesa na manhã de 7 de dezembro de 1941. O ataque em Pearl Harbor, na ilha de Oahu, Havaí, foi executado de surpresa contra a frota do Pacífico da Marinha dos Estados Unidos da América e as suas forças de defesa, o corpo aéreo do Exército estado-unidense e a força aérea da Marinha. O ataque danificou ou destruiu 11 navios e 188 aviões e matou 2.403 militares e 68 civis. Contudo, os três porta-aviões da frota do Pacífico não se encontravam no porto, pelo que não foram danificados, tal como os depósitos de combustível e outras instalações. No dia seguinte, no dia oito de dezembro, o Presidente Franklin Delano Roosevelt, profundamente agastado e indignado, classificando o inesperado ataque nipônico como um ato de infâmia, encaminhou ao Congresso norte-americano uma declaração de guerra. Durante os quatro anos seguintes, o Oceano Pacífico conheceu a força do gigante adormecido. O ataque a Pearl Harbor marcou a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra do Pacífico. Mas nada disto pôde justificar o fratricídio de Hiroshima e de Nagazaki. O Excelentíssimo Senhor Presidente-Thirty-three Harry S. Truman (1884 – 1972), instrumentalizado pelos seus assessores-vendetta, pisou feiérrimo na bola quando autorizou o Little Boy e o Fat Man a fazerem o estrago nuclear que fizeram. Eu teria escolhido a morte a ter que pilotar aqueles aviões. Todas as vezes que penso nisto me dá vontade vomitar.

 

 

6. Mas há um incriado e inestabelecido Santo Nome que só é conhecido dos Mais Altos Iniciados, e que não pode ser forjado por um artesão. Na verdade, este Santo Nome foi, é e será o que, desde sempre, foi, e que, para sempre, continuará a ser.

7. Escamandro era um rio que passava perto de Tróia, chamado pelos deuses de Xanto. Ele era filho de Oceano e Tétis. O rio, atualmente na Turquia, é chamado de Kara Menderes. Sua nascente teria sido escavada pelas mãos de Hércules. Durante a Guerra de Tróia, rebelou-se contra Aquiles, farto de receber em seu leito tantos cadáveres das mãos do herói grego. Escamandro, assim, lançou sobre Aquiles as suas águas revoltas, sendo este salvo por intervenção de Vulcano, que arremessou sobre o leito do rio o fogo de suas forjas.

8. Espécie de coruja.

9. O teólogo, filósofo neoplatônico patrístico e um dos padres gregos Orígenes (c. 182 – c. 251) usou o termo ao dizer que Deus é um gênero de ousia com três espécies distintas de hipóstases (existência, subsistência, realidade): o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

10. Veladamente, creio que Platão, aqui, fez referência ao Grande Sol Central. Então, vale a pena recordar que a Estrela Hexagonal representa a Estrela Tetraédrica da Grande Fraternidade Branca, e é a materialização, nos planos densos – como o da Terra – do Símbolo da G '.' F '.' B '.'. Como explica o Frater Vicente Velado, OS+B, Irmão Leigo da Ordem Rosacruz Verdadeira, Eterna e Invisível e Abade Especial da Ordo Svmmvm Bonvm para o Terceiro Mundo, ao ser representado materialmente, este Símbolo eterno e imaterial [a Estrela Tetraédrica] se insere em um tetraedro físico, adquirindo três dimensões, como um poliedro de quatro faces (hemioctaedro), que representa o Universo Físico no qual o Sol do Sistema Solar se manifesta como representação material do Grande Sol Central.

 

Estrela Tetraédrica da Grande Fraternidade Branca

 

11. Por isto (e por outros motivos), religiões nascem e morrem, porque, por pura ignorância, é mudado o que jamais poderia ser mudado. Agora, criptografar é outra coisa, como, por exemplo, quando, em KaBaLa, se deseja intencionalmente tornar ininteligível uma palavra ou um texto, utilizando pressupostamente, pelo método AThBaSh, ALeF (1 – 400) em lugar de TaV (400 – 1) ou vice-versa. Por isto as Fraternidades Iniciáticas Autênticas... Toda manifestação existe em virtude de um processo... Uma continuidade de existência eterna que não conhece nem começo nem fim. Este processo deve ser de transcendência e de transformação, que nunca permite estagnação ou deterioração grosseira. Ele deve sempre se refinar e melhorar e, periodicamente, desprender a aparência de sua pele exterior e a densidade de sua expressão material. H. Spencer Lewis se referiu a este processo cedo em seus escritos como o ciclo de 108 anos, e, mais tarde, aludiu a ele nos graus numericamente superiores, referindo-se de forma alegórica à bem conhecida analogia da relação necessária entre Judas e Jesus. A sua alusão era para explicar a necessidade de um catalisador para induzir a mudança e a transformação necessárias, explica o Imperator Gary L. Stewart da Confraternidade da Rosa+Cruz na monografia introdutória da Irmandade. Aproveito para rapidamente acrescentar que os papéis Místico e Iniciático que tiveram o Apóstolo Judas Iscariotes e o juiz Pôncio Pilatos na traição/julgamento/condenação/crucifixão da Rosa de Sharon foram inteiramente outros do que é acreditado, divergindo em gênero, número e grau do que é ensinado exotericamente em termos religiosos e históricos. Nada acontece por acaso, e, particularmente, quando se trata de Altíssimos Illuminados, como é o caso de Jesus, o Cristo – a Gnose do Universo – os homens nada, absolutamente nada, podem. Quando pensam que podem, apenas estão a cumprir uma necessidade cósmica. Casualidade, para o homem, é simplesmente ignorância da Lei.

12. Leia esta sentença quantas vezes achar necessário, até compreender exatamente o que Platão quis dizer com ela. Enquanto isto, pergunto: por que as mulheres, geralmente, têm que trocar de nome ao casar? Por que, mesmo sem casar, algumas pessoas cismam de trocar seu nome? Trocar por trocar o nome, simplesmente, é uma coisa, por sinal, inadequada, para dizer o mínimo; já, adotar outro nome em virtude de um motivo superior (Iniciático) é outra bem diferente. Exemplos:

° Harvey Spencer Lewis = Sar Alden.

° Ralph Maxwell Lewis = Sar Validivar.

° Émile Dantinne = Sar Hieronymus.

° Raymond Bernard = Sar Rosenkreutz.

° Christian Bernard = Sar Phoenix.

° Augustin Chaboseau = Sar Augustus.

° Josephin Peladan = Sar Merodack.

° Robert Ambelain = Sar Aurifer.

° Victor Blanchard = Sar Yesir.

° Lucien Mauchel = Sar Chamuel.

° Edouard Bertholet = Sar Alkmaion.

° Aleister Crowley = To Mega Therion.

° Henrich Arnold Krumm-Heller = Mestre Huiracocha.

° Gérard Anaclet Vincent Encausse = Papus.

° Alphonse Louis Constant = Éliphas Lèvi.

° Victor Manuel Gómez Rodríguez = Samael Aun Weor.

° Carlos Bernardo González Pecotche = Raumsol.

° Carl Louis Fredrik Graßhoff = Max Heindel.

° Angelo Giuseppe Roncalli = Ioannes PP. XXIII.

° Karol Józef Wojtyla = Ioannes Paulus PP. II.

13. O Triângulo Mágico dos Teósofos Pagãos é o célebre ABRACADABRA. Segundo Éliphas Lèvi, a letra A isolada representa a unidade do primeiro princípio ou o agente intelectual ou ativo. A Unidade ao fecundar o binário é representada por AB. R é a efusão resultante dos dois princípios, e, neste sentido, é o sinal do ternário. A Temura terciária de ABR (permutação posicional das letras componentes de uma palavra) pode produzir BRA (BaRA), que significa criar, e corresponde à segunda e à quinta sílabas da palavra ABRACADABRA, que, especulativamente, podem ser associadas ao Primeiro e ao Segundo Um. BRA contém o Princípio e o Fim. Da mesma forma que em BaRA (2-200-1) está implícito o retorno à Unidade, a própria palavra ABRACADABRA começa com A e termina com A, ou seja, Unidade —› multiplicidade —› Unidade. Resumo: a Divindade está no ente (in Corde); o ente está na Divindade (in Corde).

 

 

14. A primeira frase do Gênesis é BeREShITh BaRA ELOHIM. BeREShITh – que, simbolicamente, significa No começo – equivale às cifras 2–200–1–300–10-400. Estas seis cifras simbolizam as seis forças cósmicas que presidiram a Obra, ainda inconclusa, dos Seis Dias. A soma teosófica das cifras de BeREShITh (2 + 200 + 1 + 300 + 10 + 400) conduz ao número 913, que, por adição (9 + 1 + 3), é igual a 13, e, posteriormente, reduz-se a 4 (1 + 3). 13 está associado à letra MeM, décima terceira letra do alfabeto hebreu, e 4 é o Valor Externo da letra DaLeT. Ambas as letras têm um sentido complementar que envolve os conceitos de maternidade, de fecundidade, de passividade, de abundância, de nutrição e de divisão. Tanto MeM quanto DaLeT representam o segundo ponto do triângulo ou o segundo cateto do Triângulo Retângulo do Teorema de Pitágoras, de tal sorte que: 3 (Pai), que encontra seu apogeu, sua culminação ou seu ponto máximo em 3 x 3 (32), vale dizer, 9, ápice do Princípio Masculino; 4 (Mãe, Porta do Devenir), cuja perfeição é alcançada em 16, ápice do Princípio Feminino, ou seja 4 x 4 (42); e 5 (Filho), cuja culminância é 5 x 5 (52), isto é, 25, sendo a síntese dos dois Princípios (Masculino e Feminino). Esta resumida nota exemplifica a afirmação de Platão: Há nomes que forçosamente dependem de um número. Bem, vale a pena dar uma pesquisada no significado esotérico do que é a Qüinquagésima Porta.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.zazzle.com/harry_s_truman_
silhouette_postcard-239023283066862645

http://www.crcsite.org/IntroMonoPortug.htm

http://paxprofundis.org/
livros/alquimia/alquimia.htmL

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ousia

http://www.citerea.com.ar/
ex-libris/platon.doc

http://www.ichs.ufop.br/conifes/
anais/FES/fes0603.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Escamandro

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mai%C3%AAutica

http://www.levir.com.br/inst-028.php

http://pt.wikiquote.org/wiki/Vida

http://ualr.edu/cmbarger/
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http://educaterra.terra.com.br/
voltaire/mundo/pearlharbor.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
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http://media.photobucket.com/image/%22pearl+
harbor+gif%22+/NSkylineGTR5/Pearl-Harbor.gif

http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-
espiritismo/estudos-espiritas/ese050602.html

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe
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http://pt.wikipedia.org/wiki/
Prot%C3%A1goras_de_Abdera

http://caccioppoli.com/Animated%20gifs%20Art%20
Mona%20Lisa%20monuments%20houses%20cinema.html

http://progopedia.com/version/algol68g-1.18.0/

http://ihome.cuhk.edu.hk/~b102142/
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http://www.4shared.com/
get/UO4Y7pI9/Cratilo.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Her%
C3%A1clito_de_%C3%89feso

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A1tilo

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Cr%C3%A1tilo_(di%C3%A1logo)

http://search-ebooks.eu/p/plat
%C3%A3o-cr%C3%A1tilo

 

Fundo musical:

I Apagogi
Compositor: Mikis (Michael) Theodorakis

Fonte:

http://www.navis.gr/midi/midi.htm#Greek