ualquer
estudo sério que se decida fazer sobre esse tema requer uma
compreensão, ao menos razoável, da constituição
do ser humano, tal qual é descrita por diversos Mestres do
passado, como Madame Blavatsky, Max Heindel e Harvey Spencer Lewis,
entre outros, cujas obras foram consultadas para elaboração
deste ensaio.
Tanto
faz que se admita que o ser-no-mundo seja meramente dual,
ternário ou setenário. O que não é possível,
para uma reflexão desta natureza, é aceitar dogmaticamente
que o homem é tão-somente um corpo físico formado
de átomos, moléculas e macromoléculas. Também
admitir que a criatura humana está pronta e acabada é
mais ou menos como viver na Idade Média e pensar que a Terra
é o centro do Universo e que vai girar em torno de si mesma
(rotação) e em torno do Sol (translação)
para todo o sempre, reduzindo tudo a apenas esses dois tipos de
movimento. Isso seria muito chato se não fosse uma tolice;
tão chato e tão tolo quanto acreditar que quem se
comportar de acordo com as regras irá para o céu babar
de contentamento para o resto da eternidade e mais seis meses. Essa
bobagem vale também para (pré)conceitos-crendeirices
que envolvem os inexistentes limbo, purgatório e inferno.
Aliás, eternidade e mais seis meses é outra tolice,
porque se a eternidade é eterna os seis meses estão
pleonasticamente incluídos nessa eternidade eterna que, no
fundo no fundo, ninguém pode saber exatamente como isso funciona,
porque é assim e nem mesmo se é assim. Contudo, o
que não pode mesmo acontecer é o Universo se transformar
em nada e vice-versa, pois o inexistente nada não pode produzir
o que quer que seja, e o que existe não pode se converter
em nada. Em termos metafísicos, criação e desfazimento
têm ilógica relação de igualdade.
Estou
convencido de que todos deveriam se (pre)ocupar com o hoje –
o agora – porque simplesmente o hoje é o resultado
do passado e o estabelecedor do futuro. Culpar-se ou esperar por
um mirabile visu são mirabolâncias equivalentes;
ou se anda para trás ou não se anda para frente. Contudo,
uma vez mais me obrigo a repetir: nada poderá ser efetivamente
construído se as bases forem hipotéticas (ou fraudulentas,
o que dá na mesma); só o que é categórico
é sustentável. Por isso, infelizmente, as religiões
disponíveis não poderão iluminar as consciências,
pois estão todas estruturadas em dogmas e em hipoteticidades.
E, dentre os múltiplos autoritarismos por elas praticados,
talvez o pior seja negar (ou fingir desconhecer) aquilo que as possam
comprometer ou desestruturar. A inconteste existência do Cordão
de Prata é um simples exemplo. Apesar de estar citado na
Bíblia, as religiões de vertente católica nem
sequer ousam tocar no assunto. Pelo menos eu nunca vi ou ouvi.
Então,
para quem peremptoriamente admite que o homem é formado apenas
de átomos, moléculas e macromoléculas, o Cordão
de Prata não pode existir. É claro que se tudo se
resume apenas a átomos, moléculas e macromoléculas,
eles desnecessitam de Cordões de Prata para existir, para
se movimentar, para viver e para morrer. Tudo se resume às
leis físicas conhecidas. Por outro lado, quem, a priori,
recusa o que as Escolas de Misticismo e a moderna Projeciologia
(que investiga o fenômeno da projeção consciente,
que pode ser definido como a experiência peculiar de percepção
do meio, seja espontânea ou temporariamente induzida, na qual
o centro da consciência de alguém parece se situar
em uma locação espacial separada do próprio
corpo humano) divulgam como fato testado e comprovado, o Cordão
de Prata também não pode existir. Mas, como afirmei
um pouco mais acima, para quem compreende o ser-no-mundo
no mínimo como uma criatura dúplice (um corpo físico
e um corpo espiritual) e tem uma personalidade esquadrinhadora,
o Cordão de Prata (Cordão Astral, Cordão Fluídico,
Cabo Astral, Laço Aeriforme, Cordão de Luz, Fio de
Prata, Cordão Perispirítico etc.) poderá fazer
algum sentido. De passagem, gostaria de recomendar, para quem não
assistiu, o filme Minhas Vidas baseado na obra de mesmo
nome de autoria de Shirley MacLaine.
O fato é que, desde
que começou a experiência humana no Período
de Saturno, três ciclos e meio já foram cumpridos,
e, presentemente, para os que admitem que o homem é uma criatura
primordialmente dual mas efetivamente setenária, esta constituição
dual-séptupla poderia ser entendida como 4 + 3. A meta Místico-Iniciática
é que essa dual-séptupla constituição
4 + 3 se transmute em um orgânico 7, na qual
esse Sete deverá se constituir (ou tender
para se constituir) em uma unidade consciente (AThMa).
Isso, contudo, quando e se acontecer, não significa que a
tarefa esteja encerrada, porque, se assim for entendido, acaba-se
por cair, mutatis mutandis, no equívoco teológico-medieval
de pensar a Terra a girar em torno de si mesma como centro escolhido
do Universo. O girando em torno de si mesma é por minha conta.
No
Livro do Eclesiastes, XII, 6, 7 e 8 está escrito:
Lembra-te do teu Criador antes que se quebre o Cordão
de Prata, e se retire a fita de ouro, e se quebre o cântaro
sobre a fonte, e se desfaça a roda sobre a cisterna, e o
pó volte à terra donde saiu, e o espírito volte
para Deus que o deu. Vaidade de vaidades, disse o Eclesiastes, e
tudo é vaidade. Se for admitida a constituição
dual-setenária do ser (presentemente 4 + 3), o quadrilátero
inferior é formado pelo Corpo Físico, Corpo Etérico,
Corpo Astral (ou Psicossoma) e pelo Eu, e o triângulo superior
é formado por Manas, Buddhi e AThMa.
Ao terminar sua romaria terrenal, o homem deverá ter desenvolvido
e realizado seu princípio supremo — AThMa.
AThMa é mais consistentemente o Ovo Áurico
que envolve o ser humano. Esse Envoltório Áurico está
ocultamente associado ao estanho, a Júpiter, à cor
azul, à nota musical Sol e ao quinto dia da semana —
quinta-feira. A síntese dos esforços do ser deve orientar-se,
em última instância, para determinar e perceber conscientemente
a Esfera Magnética Áurica que o envolve. Em resumo,
tem-se: a) Manas – personalidade-espiritual (alma
da consciência); b) Buddhi – espírito
vital; c) AThMa – homem-espírito; d) Corpo
Físico – fração da essência material
da Terra (estação de passagem) que se renova a cada
sete anos; e) Corpo Etérico ou Vital – portador das
qualidades anímicas; f) Corpo Astral – invólucro
vibratório correspondente a tudo que se manifesta no homem,
como alegria e sofrimento, prazer e dor; e g) Eu – irradiação
da alma da consciência (Manas) exteriorizando seus
efeitos em forma descendente. Estas sete partes constituem uma unidade
– o homem completo ou alma vivente. Semelhantemente ao som,
que se manifesta em sete graus tonais e à luz, que se manifesta
em sete cores, a entidade humana unitária manifesta-se por
intermédio dos seus sete corpos (membros) constitutivos.
E assim, no ser-no-mundo, como reflexos das Sete Forças
da Natureza e das Sete Hierarquias do Ser, conjugam-se os Sete Princípios,
para que se estabeleça uma unidade ou mônada vivente
no processo encarnativo. E em um sentido estritamente esotérico
cada uma dessas sete divisões apresenta sete subdivisões.
Todas as coisas têm dois pólos; e em cada estado há
sete estados. E em cada estado há sete subestados.
Quando
o ser humano dorme ou quando está em projeção,
geralmente, a estrutura 4 + 3 se desdobra em 2 + 2 + 3. Dois mais
dois significa:
O
Cordão de Prata é a designação conhecida
da ligação fluídica da díade Eu—Corpo
Astral à díade Corpo Etérico—Corpo Físico,
que se evidencia quando esses quatro corpos se separam dois a dois.
A conexão entre as díades pode se fazer no nível
do coração, no alto da cabeça ou no plexo solar,
ainda que a ligação seja ou esteja presente em todo
o organismo, ou seja, todas as células físico-etéricas
estão unidas a todas as células do Corpo astral e
do Eu. Contudo, é necessário ficar absolutamente claro
que o Cordão de Prata não se rompe (nem pode ser rompido)
durante o sono nem durante uma projeção. A ruptura
do Cordão de Prata só poderá acontecer no episódio
conhecido como morte (desencarnação), e essa ruptura
é irreversível. Mas, que se entenda: não se
morre porque o Cordão de Prata se rompeu; o Cordão
se rompe porque aconteceu a desencarnação. Wagner
Borges afirma: [O Cordão de Prata] é um fluxo
energético ativo e dinâmico, verdadeira corrente vibracional
que a Natureza providenciou para prender a consciência espiritual
no corpo denso. Só se rompe, ou melhor dizendo, dilue a sua
força, no momento da morte, quando há algum fator
desencadeante da parada cardiorrespiratória (acidente, velhice,
doença, em suma, o momento derradeiro daquela pessoa no mundo
transitório). Por isso Lázaro não estava
morto quando Jesus determinou que ele se levantasse. O que aconteceu
naquele sagrado momento foi a reentrada na díade inferior
do Eu e do Corpo Astral de Lázaro, que se encontravam (ambos)
em uma Projeção Iniciática extremamente secreta
e que durava (e dura) aproximadamente 84 horas (três dias
e meio).
Sobre
este tema, há outros aspectos que devem ser levados em altíssima
conta: 1º - é impossível o projetor se perder
quando em projeção ou não querer voltar à
díade inferior; 2º - o Cordão de Prata não
pode ser cortado, não pode ser ferido, não fica preso
e não se embaraça; 3º - durante a projeção
verifica-se uma queda no metabolismo do projetor e há uma
variação no padrão das ondas cerebrais, que
passam de ondas beta para ondas alfa ou teta; 4º - a elasticidade,
por assim dizer, do Cordão de Prata (que é pessoal)
não é (como alguns pensam) ilimitada, isto é:
é impossível que alguém consiga se projetar
ilimitadamente a qualquer ponto do Universo; 5º - Vanderlei
Oliveira assim resume os principais sintomas projetivos: a - sensação
de crescimento e expansão do corpo (conhecido como Ballonement,
ou seja, sensação de dilatação nas mãos,
nos pés ou em todo o corpo como resultado de desdobramento
astral); b - sensação de oscilação;
c - sensação de mudança da posição
do corpo; d - sensação de paralisia temporária
ou catalepsia projetiva; e - lapso temporal; f - sons intracranianos
(ruídos produzidos dentro do crânio); g - estado vibracional;
e h - sensação de estar perto do corpo flutuando (projeção
parcial); 6º - é impossível que alguém
consiga se projetar para a Loja da Grande Loja Branca sem ter sido
convidado para lá entrar, o que é raríssimo
(elevado a raríssimo); 7º - malventuroso aquele que
usar (ou tentar utilizar) a Lei da Projeção para fins
egoísticos ou para prejudicar alguém ou o que quer
que seja. A própria automasturbação –
que é uma forma de projeção – é
extremamente deletéria e perdulariamente derramadora; e 8º
- não pode ocorrer uma possessão durante a projeção
(ou desdobramento) astral.
Estes
oito pontos, pelo menos, são o consenso de várias
pessoas que empreenderam a projeção da consciência
sob controle, mas não se descarta a hipótese de haver
exceções, já que tudo é possível
e nada é definitivamente verdadeiro, conforme asseguram os
estudiosos da Magia do Kaoz, como, por exemplo, o Dr. Timothy
Leary
e outros.
Experimento
Para
concluir, sugiro um experimento interessante: vocalizar prolongadamente
o mantra S (som do grilo) de maneira relaxada por algumas vezes.
O leitor deste texto saberá como fazê-lo. Se o experimentador
dormir durante o exercício será muito bom. Se não
dormir e conseguir se projetar ótimo. O fato é que
o efeito relaxante desse som vocálico propicia condições
psíquicas que podem auxiliar a projeção (ou
desdobramento) astral. De qualquer forma, é um excelente
exercício que pode ser praticado por qualquer pessoa sem
efeitos colaterais adversos. Sua divulgação não
constitui uma revelação intempestiva de ensinamentos
secretos de Ordens e Fraternidades reservados a estudantes testados
e preparados por algum tempo de ensino e algumas Iniciações.
Convite:
Antes
de escrever este ensaio esotérico publiquei o poema Cordão
de Prata,
que pode ser lido em:
http://paxprofundis.org/livros/cordao/prata.htm
Páginas
Web e Websites consultados
http://www.saindodamatrix.com.br/
archives/2004/10/cordao_de_prata.html
http://www.casadobruxo.com.br/magia.htm
http://www.espirito.org.br/portal/
artigos/bernardi/ectoplasma.html
http://www.naveluz.arq.br/santissi.htm
http://www.victorzammit.com/book/portuguese/ch28.htm
http://www.ajornada.hpg.ig.com.br/
http://www.cichini.com.br/pt/projastral.asp?nivel=4&cont=39
http://www.vialuz.com/desenv/interna.asp?
setor=cosmologia&interna=437
http://www.iipc.org/
http://www.cegaya.com/index.php?
page=Consideracoes_sobre_o_Reiki
http://www.ibmatadapraia.org.br/biblia/eclesiastes12.htm
http://www.shama.com.br/
http://www.gnosisonline.org/
Tantrismo/Polucoes_e_Quedas.shtml
http://www.nossolar.net/glossario_espirita.html
http://aton.ubbihp.com.br/basico.html
http://aton.ubbihp.com.br/
entrevista%20com%20ricardo%20bernardi.html#
http://somostodosum.ig.com.br/
conteudo/conteudo.asp?id=2134&onde=2
http://www.naveluz.arq.br/
http://obe1.blogspot.com/2005/10/cordo-de-prata.html
http://www.astrologia-esoterica.com.br/
http://www.portalalpha.com.br/
http://www.espirito.org.br/index.asp
Música
de fundo:
Holly
Fonte:
http://lavender.fortunecity.com/fulbourne/510/midi/enya.htm