(Nona Parte)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Mestre Kut Hu Mi
Mestre Morya

 

 

 

Introdução

 

 

Esta é a última parte de um trabalho que decidi fazer sobre as Cartas dos Mahatmas (traduzidas por Alcyr Anísio Ferreira). Nesta nona e última parte, garimpei e reuni alguns fragmentos do conjunto de idéias dos Mestres Kut Hu Mi e Morya, todos contidos, conforme já expliquei anteriormente, em algumas Cartas por eles escritas no final do século XIX.

Para ler a primeira parte, dirija-se a:

http://paxprofundis.org/livros/cartas/mahatmas.htm

Para ler on-line integralmente as Cartas dos Mahatmas, consulte o Website da Loja Esotérica Virtual no endereço:

http://www.levir.com.br/index.php

Ao concluir este estudo, do qual o primeiro beneficiado fui eu, informo mais uma vez que as pictóricas animações distribuídas ao longo dos excertos são de minha única e exclusiva responsabilidade. Esse é um cacoete de professor do qual, como afirmei anteriormente, não consigo me livrar (porque não quero).

Como já tive oportunidade de explicar, há outra coisa: como os fragmentos selecionados são, algumas vezes, muito intrincados e árduos, as animações auxiliam a compreendê-los e também ajudam a quebrar a monotonia de nossas cabeças ocidentais, que sempre querem tudo muito explicadinho e quanto mais rapidinho melhor. Mas, felizmente ou infelizmente, nessa matéria não há rapidez, não há demonstração, não há prova e, geralmente, não há um documento facilmente disponível que normalmente possa confirmar de maneira exotérica ou objetiva uma Lei Esotérica ou Mística. Temos que encontrar as confirmações em nossos Corações. Em princípio, não há outro jeito. Agora, quanto a suprema bondade dos Mahatmas...

Para concluir, só preciso acrescentar uma coisa: não há mérito algum meu quanto a esta divulgação. Se algum mérito há, ele é da Loja Esotérica Virtual, de onde colhi todo o material para produzir este despretensioso trabalho. Por último, peço sinceramente desculpas por qualquer equívoco cometido.

 

 

 

Fragmentos de Algumas Cartas
(Ensinamentos dos Mestres KH e Morya)

 

 

 

Nenhum peixe que esteja passeando nas margens do rio, fora do seu elemento, pode se queixar se se machuca. (Mestre Kut Hu Mi).

A Humanidade não é sempre o que aparenta ser... A Humanidade foi denominada, em algum lugar, como a poesia da criação, e a mulher, a poesia da Terra. Quando ela não é um anjo, tem que ser uma fúria. (Mestre Kut Hu Mi).

A estrita lei de justiça nos proíbe fazer qualquer coisa que diminua, no menor grau, o mérito de alguém ou que um sonho se converta em realidade. (Mestre Kut Hu Mi).

Estamos impossibilitados de usar qualquer poder anormal que possa interferir no 'Karma' de uma nação. (Mestre Kut Hu Mi).

Caso seja admissível representar as coisas subjetivas por fenômenos objetivos, eu diria que, para a visão psíquica, a Índia parece estar coberta com uma névoa opressora cinza, um meteoro moral, as emanações ódicas de seu estado social enfermo. Aqui e ali, cintila um ponto de luz que assinala uma natureza ainda um pouco espiritual; aqui e ali, uma pessoa que aspira e luta pelo conhecimento superior. Se a tocha do Ocultismo Ário há de ser alguma vez acesa de novo, essas chispas esparsas devem ser combinadas para formar a sua chama. E este é o trabalho da Sociedade Teosófica, esta é a parte agradável de seu trabalho no qual ajudaríamos alegremente, caso não fôssemos impedidos e rechaçados pelos próprios aspirantes e chelas. (Mestre Kut Hu Mi).

Sempre julgamos os homens por seus motivos e pelo efeito moral de suas ações; as falsas normas do mundo e os preconceitos não nos importam em nada. (Mestre Kut Hu Mi).

Aquele que não sacrifica sua própria vida para salvar a dos seus semelhantes, e que vacila em dar mais do que a sua vida, seu bom nome e sua honra para salvar o bom nome e honra de muitos é indigno do 'Nirvana', destruidor dos pecados, imortal e transcendente. (Mestre Kut Hu Mi).

Cada homem é seu Deus, dentro de si mesmo, em seu próprio 'avalokitesvara', ao mesmo tempo pessoal e impessoal. (Mestre Kut Hu Mi).

Para todos aqueles – sejam 'Chohans' ou Chelas – que se obrigaram a trabalhar entre nós, a primeira e a última consideração é se podemos fazer o bem ao nosso próximo, não importa quão humilde ele possa ser; e não nos permitimos mesmo a pensar no perigo de qualquer insulto, abuso ou injustiça que possam nos afligir. Estamos prontos a ser 'cuspidos e crucificados', não uma vez, mas diariamente, se disso puder resultar um verdadeiro bem para o outro. (Mestre Kut Hu Mi).

Deveis recordar que vos disse há muito tempo para esperar muitos e grandes distúrbios de todas as espécies, pois um ciclo estava se encerrando e outro começando as suas conseqüências fatais. Podeis ver uma prova nos fenômenos sísmicos ocorridos ultimamente e dentro em pouco vereis muitos outros. E se temos que lamentar o fracasso de um projeto humanitário, deve ao menos mitigar a severidade de vossa desilusão ao sentir que, em uma época má como esta, temos que lutar contra as influências visíveis e invisíveis da mais hostil natureza. (Mestre Kut Hu Mi).

As provas são criadas pela luta e para que se faça a luz da verdade contra as influências tenebrosas do mundo. (Mestre Kut Hu Mi).

O propósito que todos nós temos no Coração é a disseminação da VERDADE por meio das Doutrinas Esotéricas e a destruição do tremendo materialismo, dos cegos preconceitos e do ceticismo. (Mestre Kut Hu Mi).

 

 

A Filosofia Hermética é universal e não-sectária... A Filosofia Hermética se adapta a toda crença e filosofia e não se choca com nenhuma. É o ilimitado oceano da Verdade, o ponto central para onde fluem e onde se encontram cada rio e cada riacho, estejam suas fontes localizadas no Este, no Oeste, no Norte ou no Sul. E assim como o curso de um rio depende da natureza da sua bacia, também o canal para comunicação do Conhecimento deve se adequar às circunstâncias do ambiente, O Hierofante Egípcio, o Mago Caldeu, o 'Arhat' e o 'Rishi' empreenderam, no passado, a mesma viagem de descobrimento, e chegaram, por fim, à mesma meta, embora por diferentes caminhos. (Mestre Kut Hu Mi). (Grifo meu).

Há, no presente momento, três Centros da Fraternidade Oculta em atividade, tão extensamente separadoas, tanto geográfica como esotericamente. A verdadeira Doutrina Esotérica, sendo idêntica em substância, embora difira em terminologia, visa o mesmo grande propósito, mas estes Centros diferem apenas e aparentemente nos detalhes do procedimento. (Mestre Kut Hu Mi).

A palavra sânscrita 'Buddhi' significa Sabedoria, Iluminação... É compreensível que os métodos do Ocultismo, embora inalteráveis em sua maior parte, tenham, no entanto, que se adaptar às épocas e circunstâncias. (Mestre Kut Hu Mi).

O único objetivo a ser buscado é a melhoria da condição do Homem mediante a difusão da Verdade adequada aos vários estágios de seu desenvolvimento e aos do país em que vive e ao qual pertence. Se o objetivo indicado é atingido, a Verdade não tem rótulo e não sofre pelo nome sob o qual é promulgada. (Mestre Kut Hu Mi).

Vítimas enganadas de verdades deformadas esquecem ou nunca souberam que a dissonância é a harmonia do Universo. (Mestre Kut Hu Mi).

A Justiça Absoluta não faz diferença entre os muitos e os poucos. (Mestre Kut Hu Mi).

Todos os Teósofos ocidentais [e quaisquer Iniciados] deveriam aprender a recordar – especialmente aqueles que desejam ser nossos seguidores – que na nossa Fraternidade todas as personalidades se somam em uma só idéia: direito abstrato e justiça prática e absoluta para todos. E ainda que não digamos com os Cristãos 'retribui o mal com o bem', repetimos com Confúcio: 'retribui o bem com o bem e o mal com Justiça'. (Mestre Kut Hu Mi). (Grifos meus).

 

 

A tendência ocidental é de sempre pôr uma construção objetiva sobre o que é puramente subjetivo. O livro de 'Kiu-te' nos ensina que o espaço é o próprio infinito. É informe, imutável e absoluto. À semelhança da mente humana, que é o inesgotável gerador de idéias, a Mente Universal ou o Espaço possui a sua ideação, que é projetada na objetividade no momento determinado. Mas o espaço mesmo não é afetado por isso. (Mestre Kut Hu Mi).

Sempre que falardes de lugar no infinito, vós o destronais e degradais o seu caráter absoluto e incondicional. (Mestre Kut Hu Mi).

O que tem a ver o número de encarnações com a astúcia, as habilidades ou a estupidez de um indivíduo? Um forte apego pela vida física pode governar uma entidade através de uma série de encarnações e, no entanto, elas podem não desenvolver as suas capacidades mais elevadas. A Lei de Afinidade atua por meio do impulso kármico inerente ao Ego e governa a sua futura existência. Compreendendo a Lei de Darwin da hereditariedade para o corpo, não é difícil perceber como o Ego em busca de nascimento pode ser atraído, no momento do renascimento, para um corpo nascido em uma família que possua as mesmas tendências da Entidade reencarnante. (Mestre Kut Hu Mi).

Apresentar fenômenos de uma maneira forçada na presença de dificuldades magnéticas e outras está proibido, tão estritamente como o é para o caixa de um banco gastar o dinheiro que somente lhe foi confiado em custódia. (Mestre Kut Hu Mi).

São necessários dois fatores para produzir uma telegrafia mental perfeita e instantânea: concentração fixa no operador e completa passividade receptiva no indivíduo 'leitor'. Se se produz uma perturbação em qualquer um dos dois, o resultado será proporcionalmente imperfeito. O 'leitor' não vê a imagem como ela ocorre no cérebro do 'telegrafista', mas sim, como ela surge no seu. Quando os pensamentos do último vagueiam, a corrente psíquica se rompe e a comunicação fica desarticulada e incoerente. (Mestre Kut Hu Mi).

Novas idéias têm que ser plantadas em lugares limpos, pois essas idéias tocam assuntos da mais alta importância. [Interpolação de um parágrafo anterior: temos todos um dever a cumprir, uma tarefa colocada diante de nós, qual seja a de varrer, tanto quanto possível, as escórias que nos legaram os nossos piedosos antepassados.]. Não são os fenômenos físicos e nem a doutrina chamada de Espiritismo, mas essas idéias universais, e que temos precisamente de estudar: o númeno1 e não o fenômeno, pois, para compreender o último temos que compreender antes o primeiro. (Mestre Kut Hu Mi).

Não são os fenômenos físicos, por mais extraordinários que sejam, que poderiam explicar ao homem a sua origem e muito menos o seu destino final, ou a relação do mortal com o Imortal, do temporal com o Eterno, do finito com o Infinito etc. (Mestre Kut Hu Mi).

Ninguém cessa de ser inteiramente um homem, nem perde a sua dignidade por ser um Adepto. Não há dúvida de que nesta última condição, a pessoa permanece, em qualquer caso, totalmente indiferente à opinião do mundo externo. (Mestre Kut Hu Mi).

Não podemos alterar o Karma... (Mestre Morya).

Nenhuma escuridão permanece para sempre. (Mestre Morya).

 

 

 

Nenhum homem vivo é mais livre do que nós, uma vez que saímos do estágio de discipulado. Durante esse tempo, nós devemos ser dóceis e obedientes, mas nunca escravos; de outra maneira, se passássemos o nosso tempo argumentando, nunca aprenderíamos nada. (Mestre Kut Hu Mi).

Bendito é aquele que conhece o nosso Kut Hu Mi; e bendito é quem o aprecia. (Mestre Morya).

O que dissestes sobre 'Iniciação' é verdade. Todo Membro que se arrependa verdadeira e sinceramente deve ser aceito de novo. (Mestre Morya).

 

 

As enfermidades das crianças são raramente perigosas, mesmo quando se descuida um pouco, se a criança possui uma constituição naturalmente robusta. As muito mimadas são naturalmente vitimadas pelo contágio. (Mestre Kut Hu Mi).

Coragem, paciência, e esperança, meu irmão. (Última carta a ser recebida diretamente do Mahatma Kut Hu Mi).

 




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Nota:

1. Númeno, coisa-em-si, nômeno ou noúmeno, no kantismo, é a realidade tal como existe em si mesma, de forma independente da perspectiva necessariamente parcial em que se dá todo o conhecimento humano. Embora possa ser meramente pensado, por definição é um objeto incognoscível. A expressão coisa-em-si é de origem kantiana, e diz respeito às coisas que existem mas não podem ser experimentadas pelos seres humanos, pois não podem ser intuídas. A coisa-em-si independe do conhecimento que temos ou que presumidamente possamos dela ter. Segundo Kant, a coisa-em-si é o segredo que está dentro da própria coisa, que é a coisa, independentemente do nosso conhecimento, na sua consistência interna. E por aí vai.

 

Páginas da Internet e Websites consultados:

http://www.celestial7.com/amasters.html

http://www.stjerneporten.dk/05_mestre.html

http://www.levir.com.br/index.php

http://www.davebytes.com/aug_26_06.htm

http://www.olavodecarvalho.org/
apostilas/serconhecer.htm

http://www.aciprensa.com/Banco/valores.htm

 

Música de fundo:

La Mer

Fonte:

http://www.damadanoite.adm.br/internacionais.htm