BUDDHISMO ESOTÉRICO – 2ª Parte

 

 

 

Alfred Percy Sinnett

Alfred Percy Sinnett

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma limitada coletânea de fragmentos (2ª parte) da obra Buddhismo Esotérico, de autoria de Alfred Percy Sinnett, que, por intermédio de Madame Blavatsky, na Índia, manteve uma grande correspondência com os Mahatmas Kut Hu Mi e Morya. Como frutos desta correspondência, Sinnett escreveu O Mundo Oculto (1881) e o Buddhismo Esotérico (1883). Ambos os livros, na época, exerceram grande influência, e fizeram com que o interesse pela Teosofia e pela Sociedade Teosófica aumentasse, ainda que muitas críticas tenham ocorrido, e Madame Blavatsky tenha sido alvo das maiores injustiças, calúnias e intrigas. Curiosamente, apesar destas injustiças, calúnias e intrigas promovidas pelos medonhos de sempre, Helena Petrovna Blavatsky (que ficou abaladíssima na época) produziu sua iluminadora obra-mestra: A Doutrina Secreta. Enfim, neste estudo, evitarei repetir conceitos que já foram abordados em outros textos que divulguei, procurando compor a coletânea de fragmentos com informações novas e de fácil assimilação. Mas, alguma coisa será revisitada.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Alfred Percy Sinnett (18 de janeiro de 1840 – 26 de junho de 1921), um inglês culto e muito refinado, foi escritor e teósofo. As Cartas dos Mahatmas (uma das obras mais difíceis da literatura teosófica, cujos inspiradores foram os Mahatmas Kut Hu Mi e Morya), que geraram a controvérsia que mais tarde contribuíram para a divisão da Sociedade Teosófica, foram escritas majoritariamente para Sinnett. Segundo Helena Petrovna Blavatsky, um Mahatma é um personagem que, por meio de educação e de treinamento especiais, desenvolveu aquelas faculdades superiores e atingiu aquele conhecimento espiritual que a Humanidade comum adquirirá depois de passar por séries inumeráveis de encarnações durante o processo de evolução cósmica, desde que, naturalmente, neste meio tempo, ela não vá contra os propósitos da Natureza. Os Mahatmas são membros de uma Fraternidade oculta, mas, de nenhuma escola indiana em particular. Esta Fraternidade não se originou no Tibete, entretanto, a maioria dos seus membros e alguns dos mais elevados entre eles estão e vivem constantemente no Tibete. Os Mahatmas são homens vivos, não ‘espíritos’ nem mesmo Nirmânâkâyas. O seu conhecimento e erudição são imensos, e a santidade da sua vida pessoal é maior ainda, contudo, eles são homens mortais, e nenhum deles tem a idade de 1.000 anos, ao contrário do que algumas pessoas imaginam.

 

Em 1881, Sinnett escreveu O Mundo Oculto, e, em 1883, Buddhismo Esotérico. Ele foi vice-presidente da Sociedade Teosófica e, posteriormente, presidente da Loja de Londres da Sociedade Teosófica.

 

 

 

Buddhismo Esotérico
(Fragmentos)

 

 

 

O carma da vida objetiva anterior sempre determinará o estado da existência em que o indivíduo irá renascer.

Plano Astral 'Kama Loka'.

O Quinto Princípio humano [Alma Humana ou Manas] está, de certa forma, dividido em dois Subprincípios, separado, por assim dizer, em elementos superiores e inferiores. Depois da morte ou transição, sua porção mais pura e espiritualmente superior (o Eu Interior da última personalidade terrestre) adere ao Sexto Princípio [Alma Espiritual ou Buddhi], ambos unidos ao Sétimo Princípio [Espírito ou Atma], enquanto seus instintos, impulsos e memórias aderem ao Quarto Princípio [Alma Animal ou Kama Rupa].

O que sobrevive no 'Devachan' é a própria personalidade consciente do homem.

Na obra Catecismo Buddhista, o escritor, erudito, teósofo, advogado, jornalista, co-fundador e presidente da Sociedade Teosófica Henry Steel Olcott (2 de agosto de 1832 – 17 de Fevereiro de 1907), denominou o carma de Deus ex machina [Deus surgido da máquina].

O Eu de um nascimento difere dos Eus de todos os outros nascimentos. [Henry Steel Olcott, apud Alfred Percy Sinnett].

Os sentimentos puramente sensuais e os gostos da personalidade passada são separados da mesma no 'Devachan'. Todavia, todos os estágios mais elevados da personalidade e as emoções afetivas encontram a sua própria esfera de desenvolvimento [revivescência, digamos assim] no 'Devachan'.

O 'Devachan' é um estado subjetivo de feliz e egoística existência espiritual.1

O 'Devachan' é, por assim dizer, uma vida de efeitos, não de causas – um sonho de vívida realidade. Apenas as atividades morais e espirituais encontram a sua esfera de efeitos no 'Devachan'.

Em seu novo nascimento, o ser reencarnante em peregrinação deverá agir em sua próxima esfera causal, seja neste mundo, seja em outro, dependendo do grau de seu progresso [compreensão].

O despertar do sonho devachânico [pleno de felicidade, mas, ilusório e egoístico, ainda que psiquicamente sentido como realidade absoluta] implica em um próximo nascimento em uma vida objetiva.

 

 

 

 

A realidade de uma coisa é provada pela sua efetividade.

Há ilimitadas variedades [graus ou níveis] de felicidade [bem-aventurança] no 'Devachan', todas correspondentes às ilimitadas variedades de mérito do gênero humano.2

A Filosofia Esotérica Budista admite a existência de três 'Lokas' principais, a saber: 1º) 'Kama Loka'; 2º) 'Rupa Loka'; e 3º) 'Arupa Loka'. Literalmente, significam: 1º) 'Kama Loka': mundo dos desejos, das paixões e dos anseios insatisfeitos, a mansão dos cascões [sombras] e das vítimas dos elementares e dos suicidas [Plano Astral]. 2º) 'Rupa Loka': mundo das formas, ou seja, das sombras mais espirituais, possuindo forma e objetividade, mas, sem substância [os quatro subplanos inferiores do Plano Mental]. 3º) 'Arupa Loka': mundo informe, ou melhor, o mundo que não possui qualquer forma, o incorpóreo, já que seus moradores não têm, para nós, mortais, corpo, forma e cor, no sentido que damos a estas palavras [os três subplanos superiores do Plano Mental (mansão da individualidade)]. Estas são as três esferas de espiritualidade ascendente, nas quais os diferentes grupos e entidades subjetivas e semi-subjetivas encontram suas atrações.3

Personalidade [individualidade] é sinônimo de limitação, e quanto mais egoístas e mesquinhas forem as idéias da pessoa, tanto mais intimamente ela se aderirá às esferas inferiores da existência, e tanto mais tempo permanecerá no plano das egoísticas relações sociais.

Em termos operativos [retributivos e de justiça imparcial], o carma do bem é equivalente ao carma do mal.

Geralmente, um renascimento na existência objetiva é o sucesso que pacientemente aguarda o carma do mal. Cada (re)nascimento é qualificado tanto pelo mérito quanto pelo demérito da vida anterior. As circunstâncias em que entramos em uma vida nova refletem as conseqüências do uso que fizemos da nossa vida anterior.4

Vida Devachânica Crescimento + Maturidade + Decadência.

As diversidades existentes constituem um todo harmônico.

 

 

 

 

Vida Una Potência Sublime da Vontade Universal.5

Os nomes sânscritos dos Princípios Superiores [Manas, Buddhi e Atma] implicam a idéia de que eles são veículos da Vida Una.

O grande segredo em que a Ciência Oculta está envolvida se funda no perigo que existe em conferir determinados poderes às pessoas que não deram garantias morais para ser dignas deles.6

O poder de produzir resultados fenomenais, em geral, está associado ao domínio dos elementais.

Mediunidade —› Cascão Astral [às vezes, impropriamente, denominado Elementar, que, facilmente, pode ser confundido com Elemental] + Medium = Simpatia Magnética.

Os Princípios Superiores das pessoas mortas são santos ou satânicos em suas naturezas, e, portanto, apropriados para o Devachan ou para o Avitchi.

Uma personalidade que não tem nenhum vestígio de espiritualidade nem qualquer afinidade espiritual em seu Quinto Princípio [Manas], seja para o bem, seja para o mal, será arrastada pela corrente de seu destino futuro, e ele não têm nada a ver com a atmosfera da Terra ou com o Devachan, mas, especificamente, com a Oitava Esfera – da qual nenhum viajante retorna.7

A degradação total de uma personalidade, o suficiente para, após a morte, arrastá-la para o raio de atração da Oitava Esfera, é uma ocorrência muito rara.

Somente a rígida disciplina mental do estudo esotérico, em seu aspecto mais amplo, é capaz de impedir que qualquer inteligência dedicada à consideração destes fatos chegue a conclusões que este mesmo estudo demonstra ser necessariamente errôneas.8

Após a morte, as simpatias ardentes adquiridas em vida (afinidades terrenas) não se dissipam imediatamente. 'Kama Loka' —› Progresso (ação e reação; atração e repulsão; fluxo e refluxo) —› 'Devachan' —› Reencarnação.

São absolutamente desaconselháveis, e mesmo deploráveis, todos os tipos de tentativas de entrar em comunicação com as [personalidades-]alma dos mortos através de médiuns. E, quanto mais genuínas são tais comunicações mais prejudicam os habitantes de 'Kama Loka'.

Os Princípios Superiores não se manifestam através de médiuns.

Geralmente, para todos nós, o tempo de permanência no 'Kama Loka' é de, mais ou menos, vinte a trinta anos.9

Como as criaturas humanas, a Terra tem seus Sete Princípios.10

Impulso de Vida Fluxo Contínuo.

A Humanidade se desenvolve através de Sete Grandes Raças, durante cada Ronda em um planeta, isto é, durante a ocupação deste planeta pela Onda de Vida.

Os seres humanos da Sétima Ronda serão, por assim dizer, semelhantes a Deuses.11

A Terra, atualmente, está habitada pela Humanidade da Quinta Raça da Quarta Ronda, ou seja, pela Onda de Vida humana em sua quarta viagem ao redor do círculo de mundos, ainda que haja, entre nós, alguns seres pertencentes à Quinta Ronda. Mas, de maneira geral, ainda que haja raríssimas exceções, não é possível, de acordo com a Lei e a natureza das coisas, que uma mônada possa superar suas mônadas companheiras em mais de uma Ronda. Uma destas exceções foi a do Senhor Buddha, que era um homem da Sexta Ronda, já que a evolução/reintegração de um Buddha se refira a algo mais do que meras encarnações12 dentro dos limites de uma cadeia planetária.

Em uma Raça, geralmente, como norma, acontecem 100 encarnações, sendo difícil que cheguem a 120 para uma mônada espiritual.

A responsabilidade que temos pelos nossos atos [escolha entre o bem e o mal] é sempre relativa à compreensão que temos das Leis Universais.

Uma Ronda deverá transitar através dos sete mundos antes que termine.

Conflito Recorrente e Ameaçante = Inteligência [Razão (Científica ou Filosófica)] versus Espiritualidade (que, no sentido oculto, tem pouca ou nenhuma relação com os sentimentos devotos).12

A continuidade da existência depende total e necessariamente da questão da espiritualidade.13

 

 

 

 

Eu e Você Seremos Reis
(Todos Serão Reis)

 

 

 

Fui agulha e fui alfinete.

Fui dedal e também linha.

Fui rabanete e amocete...

Hoje, aqui, na Escolinha!

 

Fui u'a marolinha no mar;

às vezes, tsunami a destruir.

Fui um barquinho a navegar;

leme emperrado, sem sentir.

 

Fui o que não devia ter sido,

e não fui aquilo que deveria.

Hoje, o meu canto é sentido

 

Mas, combato para valer

os demônios que fabriquei.

Nesta l(ab)uta, não-perder;

lá um dia, eu serei meu Rei.

 

Pode custar o quanto custar:

quem não renunciar triunfará.

Pode magoar o que magoar:

quem se empenhar chegará.

 

Eu nada estou prometendo;

é um Principìum Universális.

Em cada vi(n)da, bem vivendo,

 

 

 

 

Nosce Te Ipsum

 

 

 

 

______

Notas:

1. Devo recordar e repetir que abri mão deste estado paradisíaco, beatífico e de feliz existência espiritual após a minha transição. Se for possível e permitido – que assim seja! – desejo voltar à esta Terra querida (ou a qualquer outro Plano ou Dimensão) para trabalhar pelo Bem e pela Compreensão-Libertação dos seres-aí-existentes. Entretanto, as pesquisas que tenho feito quanto à possível estada post-mortem no 'Devachan', todas as pessoas que consultei sobre o assunto me disseram que gostariam, depois da morte, de passar o maior tempo possível com seus entes queridos e de gozar a bem-aventurança daquele estado de egoísmo ilusório. Não comentei com nenhuma das pessoas consultadas sobre esta condição devachânica de egoísmo inconsciente e de ilusão improdutiva. Relato isto sem qualquer crítica; tem sido tão-só uma constatação. E mais: não me considero e não sou melhor do que ninguém por ter feito uma opção em sentido oposto.

2. Observe que o conceito de 'Devachan' difere inteiramente do conceito teológico de céu ou paraíso. O 'Devachan' é temporário; o céu ou paraíso é eterno. O 'Devachan' é pessoal, ou seja, é uma usufruição (mais ou menos bem-aventurada) que depende do mérito do ser que desencarnou, isto é, das causas engendradas na vida objetiva que expirou; o céu ou paraíso é o mesmo para todo mundo. O 'Devachan' é um estado, não uma localidade (o mesmo sucedendo com 'Avitchi', sua antítese); o céu ou paraíso está localizado em algum lugar, mas, que os teólogos não sabem precisar exatamente onde é (o mesmo sucedendo com o inferno, sua antítese).

3. Eu gostaria de propor, agora, um experimento muito simples. Beba um copo d'água, sente em um local confortável e relaxe. De olhos abertos ou fechados, procure nada ver, nada sentir, nada ouvir. Vá relaxando progressivamente. Sinta-se flutuar no espaço cósmico. Nada queira; nada peça; nada espere. Não tente sentir qualquer impressão especial. Seja apenas você o Universo; tente se tornar uno com o Universo. Em um dado ponto deste experimento, você perceberá (sentindo sem querer sentir) que é o próprio Universo, e que, apesar de nada querer, nada pedir e nada esperar, você tem tudo e é tudo. Tenha em mente que são os nossos desejos, as nossas cobiças e as nossas paixões – em uma palavra, as nossas prisões-ilusões, que geram quereres, ações, reações, anseios, impedimentos, defesas, sublimações etc. – que nos obrigam, depois da transição, a passar um tempo maior ou menor no 'Devachan' ou no 'Avitchi'. Então, se você concluiu que somos nós quem criamos os nossos futuros estados devachânico (complemento relativamente espiritual da nossa vida terrena) ou avitchiânico (o qual é alcançado apenas em casos excepcionais e por inabituais e tenebrosos procedimentos praticados pelos aristocratas do pecado) com gradações ilimitadas, concluiu acertadamente. É por isto que tenho dito e insistido que só a compreensão liberta. Quanto mais quisermos ou desejarmos as coisas (sejam lá que coisas forem) mais escravizados seremos e estaremos a estes quereres e desejos. E, talvez, o desejo ou querer mais enraizado em nossa consciência seja o desejo, instinto ou impulso sexual, que foi se intensificando a partir do momento (na Quinta Sub-raça da Terceira Raça-raiz – Lemúria ou Idade de Ouro, a Época dos Titãs em que não existia nem o meu nem o teu – I-E-O-U-A-M-S) em que a nossa androginia primordial deu lugar à separação dos sexos, e o desperdício do Esperma Sagrado foi se exacerbando. Todavia, o estado andrógino será reconquistado. Ou nos reandroginamos ou seremos entropizados.

 

 

4. Isto se resume naquilo que não me canso de dizer e de redizer: somos reponsáveis por tudo. A espera(nça) de perdão ou de um milagre jamais se concretizará. Agora, ninguém deve viver encagaçado ou mijado de que possa acontecer isto ou aquilo; este proceder seria mesmo maluqueira-paranóia. Basta ser sincero. A sinceridade abre mais portas e janelas do que se pode imaginar.

5. Esta é a diferença básica entre o fiat voluntas mea e o Fiat Voluntas Tua. Mas, esta Æterna Voluntas não é consciente de Si-mesma; apenas é-o-que-é, sendo, desde sempre, o que sempre foi. O esforço de transmutar a nossa voluntas em Æterna Voluntas é exclusivamente do ser-aí-no-mundo, e o primeiro passo para que isto possa acontecer é nada querer, nada pedir e nada esperar. Daí, o exercício sugerido na nota 3. Entretanto, há uma diferença fundamental entre querer e Querer. Resumidamente: há um querer-humano-aprisionador e um Querer-Místico-Libertador.

6. E também, mutatis mutandis, pelo fato de que seria uma irresponsabilidade sem paralelo oferecer à uma criança de berço uma Avtomat Kalashnikova Obraztsa 1947 Goda (AK-47) – fuzil/espingarda de assalto de calibre 7,62 x 39 mm – carregada para ela brincar.

 

 

7. A Oitava Esfera, segundo Rudolf Steiner, foi considerada um segredo até que Alfred Percy Sinnett a mencionasse. A Oitava Esfera é uma espécie de resto ou sobra proveniente da antiga Lua (3ª Esfera) derivada de seu desenvolvimento como antecessora da Terra, e, portanto, (ainda) tem alguma relação com a Terra. O termo decorre do fato de existirem sete esferas conhecidas há muito tempo: Saturno, Sol, Lua, Terra, Júpiter, Vênus e Vulcano – que são as que pertencem ao ciclo evolutivo da Humanidade. O diagrama esquemático abaixo (o original é de autoria de Rudolf Steiner) pretende dar uma idéia do que seja essa Oitava Esfera, que se situa fora (do eixo evolutivo dos estágios de desenvolvimento seqüencial) das sete esferas anteriormente citadas (que, concertadamente, deveriam ser desenhadas uma dentro da outra).

 

Sete + Uma Esferas

 

A Oitava Esfera, segundo Steiner, só pode ser atingida pela clarividência imaginário-imaginativa. Ela é uma etapa tardia do desenvolvimento da Lua, ou seja, algo que foi deixado para trás pela Terceira Esfera de sua substancialidade e retido pelas entidades luciféricas e arimânicas. Lúcifer e Arimã, segundo o Fundador da Antroposofia, estão ininterruptamente empenhados em arrancar da Terra e do homem tudo o que possa ser incorporado e escravizado à Oitava Esfera, até o dia em que, vibratoriamente, a Terra possa se desprender ou se desligar desta influência, quando esta Oitava Esfera percorrerá caminhos próprios com Lúcifer e Arimã no comando, e a Terra se dirigirá em direção a Júpiter para mais um ciclo evolutivo em uma dimensão superior e mais refinada. A luta Daqueles que Podem e Sabem tem sido efetivada no sentido de impedir que o desenvolvimento da Humanidade se esvaia no seio da Oitava Esfera e tome outro curso. Mas, infelizmente, isto não será possível para o conjunto desta mesma Humanidade. Muitos já se entregaram ao domínio de Lúcifer e Arimã, e outros ainda se entregarão. Contudo, aqueles que permitem que o Princípio do Amor (presente na reprodução e na hereditariedade) norteie seus pensamentos, suas palavras e seus atos nada têm a temer, pois as entidades luciféricas e arimânicas nada podem contra o Amor. Associativamente ao Princípio do Amor está vinculada a liberdade de querer, que não havia em Saturno, no Sol e na Lua. Foi apenas no Período Terrestre que ela se manifestou. Logo, amor e liberdade são as chaves efetivas para que o homem possa fazer valer sua vontade e seu discernimento e não ceder aos apelos magnetizantes e escravizantes das entidades da Oitava Esfera. Como explica Rudolf Steiner, continuamente Lúcifer e Arimã estão ocupados em comprometer o livre-arbítrio do homem e simular uma porção de coisas, para, depois, lhe arrebatar o que haviam simulado, fazendo-o desaparecer na Oitava Esfera. E também: Todas as vezes que os homens se entregam ao fatalismo ao invés de se decidirem a partir de sua força [interior] de julgamento, mostram uma inclinação para a Oitava Esfera. Dante Alighieri (1265 – 1321), no Canto I do Inferno da Divina Comédia, que reproduz as concepções cosmológicas e teológicas da época, escreveu: Lasciate ogne speranza, voi ch'entrate! Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança! A natureza intrinsecada da Oitava Esfera é contra o progresso e a evolução espiralar, e as ações luciféricas e arimânicas, por este motivo, desenvolveram e vêm desenvolvendo sua maior força no ponto mais vulnerável do ser humano: a cabeça e o intelecto. É por isto, como foi dito acima, que só o Amor pode fazer frente a este conjunto de forças, e só o amor poderá transformar o homem em seu verdadeiro e único senhor, pois ele, o Amor, é o passaporte universal e insubstituível para Júpiter. Isto que acabou de ser dito foi definitivamente impresso na consciência humana pela manifestação na Terra do Cristo e com o Supremo Sacrifício de Jesus, recusado, aviltado e fantasiado por muitos nos dias que correm. Uns estão presos ao pasado; outros admitem que o futuro começa apenas no presente. O Princípio Crístico veio unir, por meio do Amor Universal, os dois ilusórios e impossíveis extremos. Logo, ficar preso ao antes significa estar a serviço das forças luciféricas, e pensar que o depois começa apenas e a partir do agora é estar submetido às forças arimânicas, ainda que seja aqui e agora que este inexistente, fictício e utópico futuro deva ser construído. Contradição? Não. Tudo é UM. Para concluir esta nota, vou discutir rápida e suavemente alguns exemplos vinculados ao que foi revisitado até aqui. Todo mundo já deve ter passado por aquela situação em que os pensamentos começam a ficar confusos, parecendo que perdemos completamente o controle sobre eles e sobre nós. Os pensamentos passam a fluir baralhados e com extraordinária velocidade, todos se superpondo sem nexo e sem uma explicação consentânea, coisas mesmo sem pé nem cabeça. Às vezes, os pesadelos também são assim: começam de uma maneira, o miolo é de outra e terminam de uma terceira que nada tem de semelhante com o começo e com o meio. Estas sensações opressivas ou estes sonhos aflitivos normalmente são tristes e violentos, mas, às vezes, até podem até ser engraçados. Tudo isto decorre de nosso comportamento perante as situações que a vida nos oferece como experiência e do maior ou menor envenenamento mental ao qual nos sujeitamos. Se e quando nos deixamos tomar e dominar por aquilo que consideramos insuportável ou afrodisíaco, em meio a este turbilhão de emoções, nos tornamos presas fáceis da Oitava Esfera. Se regurgitamos e novamente remastigamos as coisas que nos incomodam ou nos deleitamos desmedidamente com as que nos excitam, e permitimos que estas vibrações tomem as rédeas do nosso ser, poderemos ser levados a cometer desatinos bem ao estilo das forças luciféricas e arimânicas. Mutatis mutandis, a Oitava Esfera funciona como um canal de televisão emitindo sinais eletromagnéticos, transmitindo comandos psíquicos e se realimentando dos equívocos mentais e operativos dos desacautelados, negligentes e imprudentes, tornando-se, a cada instante, mais poderosa e mais funcional. Se o indivíduo não consegue controlar seus pensamentos e sua conduta, paulatinamente vai ficando à mercê da Oitava Esfera e dela se tornado um acionista preferencial com todas as suas (des)vantagens. Coisa semelhante, por exemplo, mas com outra explicação e outro desfecho, ocorre nas psicopatias e nas esquizofrenias, doenças que geralmente não são resolvidas em uma única encarnação. Também são exemplos de atuações luciféricas e arimânicas a dependência física (fenômeno gerado pelo uso contínuo de certos medicamentos ou drogas que leva o corpo a produzir um novo equilíbrio, exigindo para seu funcionamento um aporte regular de tais medicamentos ou drogas), a dependência psíquica (compulsão a consumir certos medicamentos ou drogas porque produzem um efeito agradável ou suprimem problemas como ansiedade, depressão reativa – ligada a conflitos ou a situações de estresse físico e/ou psíquico – perdas, decepções, fracassos, solidão, insônia etc.) e a toxicomania (consumo compulsivo de substâncias ativas sobre o psiquismo como o álcool e drogas como heroína, cocaína, haxixe etc.). Ora, basicamente, somos o resultado do que pensamos e do que pomos para dentro do nosso corpo. Assim, mais uma vez tenho que repetir: somos os únicos responsáveis por tudo o que nos acontece e qualquer mudança só depende de nós. Mas, estas coisas podem ser mudadas? Em princípio há solução para tudo. Tirante os casos de psicoses endógenas e de desajustes mentais graves (que devem ser tratados e acompanhados por um especialista), é perfeitamente possível alcançar o domínio da vida e não prestar obediência a estas forças. Vai de querer e de começar. Emergencialmente, para os casos mais leves e para as situações fortuitas, pode-se fazer o seguinte: no momento em que sentirmos que estamos sendo dominados por sensações que não são costumeiras, imediatamente devemos fazer algo contrário aos nossos hábitos, algo que, de súbito, possa mudar o curso das coisas. Por exemplo: se somos manidestros, podemos ir beber um copo d'água fazendo todos os movimentos com a mão esquerda (ou vice-versa); podemos andar por alguns instantes de costas; podemos tentar cantar uma música no ritmo de outra; ou podemos, ainda, tentar dominar esta invasão de nossa privacidade fazendo uma oração e/ou vocalizando um mantra de nossa preferência. A conduta deve ser sempre na direção de tomar a decisão de fazer imediatamente alguma coisa que, digamos assim, surpreenda o Corpo Astral, e não o deixe dominar ou ser dominado pelas vibrações que tentam se instalar e passar a dominar nosso ser. Aliás, todos estes exemplos (entre tantos outros) são excelentes para combater a esclerose de Alzheimer. Em aditamento a tudo isto, não há nada pior para o nosso psiquismo do que nos deixarmos estimular e inflamar com notícias negativas, fofocas, bate-papos libidinosos ou inúteis, preconceitos, misérias, desgraças, doenças etc. E quando estes assuntos são tratados ou ventilados durante as refeições tornam-se bombas envenenadoras para o nosso Eu Interior. Estes tipos de papos-furados (que de furados nada têm) devem ser evitados a todo custo. Última reflexão: tudo depende de nós. E venceremos! Finalmente, quanto à afirmação de Alfred Percy Sinnett que da Oitava Esfera nenhum viajante retorna otimista que sou, pois tenho uma disposição interior para ver todas as coisas pelo lado bom e esperar sempre uma solução favorável para tudo – penso que isto não seja uma coisa irreversível, ou seja, que seja efetivamente possível inverter o sentido ou a direção do descenso vibratório. O perecer eternamente (entropização) poderá mesmo ocorrer, mas, não é uma inevitabilidade, mesmo para os cruéis. Os conceitos de impossível e de fatalidade são manias e cacoetes humanos; no Kosmos, tudo é possível e não há predeterminação. Tudo depende exclusivamente de nós. E todos nós venceremos! Eu, que já fui muito menos do que bosta, sou um exemplo vivinho disto. Lembre-se sempre de que termos chegado ao Período Terrestre, depois de termos passado pelos Períodos Saturnino, Solar e Lunar, é uma vitória (ainda que parcial) extraordinária e memorável. Podemos mais. E conquistaremos! Que assim seja! Está selado. .'. .'. .'. .'. .'. .'. .'.

8. Ainda que mâyâ (ilusão) não possa ser totalmente eliminada.

 

 

9. Este tempo de permanência no 'Kama Loka' é muito menor (ou quase nulo) para os Altos Iniciados e para aqueles, digamos assim, muito adiantados na Senda Espiritual, como poderá ser muito maior (até, longuíssimo) para aquelas entidades ignóbeis e embrutecidas, pois, as forças desagregadoras que operam no Plano Astral levam, naturalmente, muito mais tempo para fazer valer seus efeitos sobre os Princípios Inferiores da dita entidade. Como regra, pode-se dizer que quanto mais apegada for uma pessoa às coisas mundanas (quereres, desejos, cobiças, paixões, inclinação pelos prazeres dos sentidos etc.), mais tempo, depois da morte ou transição, permanecerá no 'Kama Loka'.

10. Tudo é setenário. (7 –› 72 –› 73).

11. Isto precisa ser dito claramente, como venho dizendo, sem evasivas: a meta suprema (a finalidade da existência), para todos nós, é nos tornarmos Deuses Conscientes (Homens-deuses ou Supra-homens), como, por exemplo, os Grandes Mestres Ascensionados se tornaram. Agora, dê uma paradinha, e pense no seguinte: se o Universo é finito, porém, ilimitado, se o Tempo Cósmico é, por assim dizer, a Eternidade, e se o Universo, em termos físicos e metafísicos, existe desde sempre, deverá haver um número ilimitado de seres que, no inexistente-passado, se tornaram Deuses, desde aquele começo-sem-começo até os dias de hoje. Quem serão estes Deuses? Onde estarão? Em qual Dimensão se manifestam? Bem, se isto é assim, e parece que é, e se o processo evolutivo-reintegrador é permanente, ilimitado e inacabável, penso que seja possível e acontecível que a individualidade acabe mesmo por se fundir, digamos assim, com o próprio Desde-Sempre-Todo-Um. Então, parece que tudo, sem exceção, cíclica e circularmente, em um período inconcebível, incalculável e inconhecível de tempo (que não é Tempo) se resuma a: Unidade –› Individualidade –› Unidade (ainda que, efetivamente, a Unidade nunca seja perdida, pois, nada pode existir ou se manifestar fora desta mesma Unidade, que, em Si-mesma, é una e múltipla, singular e plural, simples e complexa, diversa e congruente etc.). É simplesmente por isto que o Big Bang (Grande Explosão) e o Big Crunch (Grande Colapso), como atualmente são concebidos, são impossíveis. Explodir? A partir de onde? Para Onde? Por quê? Colapsar? A partir de onde? Para Onde? Por quê? Há, sim, efetivamente, perpétua transformação e perpétuo movimento de Aquilo e em Aquilo que, na verdade, é imudável e inamovível. Para o Ser nunca houve começo – explica o Mestre Alden (Dr. Harvey Spencer Lewis, Ph. D., FRC) – porque o Nada não pode dar origem a alguma coisa. Para o Ser jamais poderá haver fim, porque não existe fim.

 

 

11. E é preciso se ter em mente que há uma diferença inconciliável entre (re)encarnação neste Plano e Projeção para este Plano. Seres altamente evoluídos (Mestres Ascensos e Altos Adeptos, por exemplo) não (re)encarnam; Projetam suas consciências a Planos vibratoriamente inferiores em relação aos quais se manifestam normalmente. Então, por exemplo, Jesus, o Cristo, propriamente não encarnou entre nós, mas, sim, Projetou Sua Consciência até nós, ficando, a partir de então, enquanto esteve entre nós, sujeito a todas as ingerências próprias da Terra. Por isto – particularmente por invídia, malevolência, antipatia, hostilidade e aversão – foi odiado e acabou sendo crucifixado por aqueles que não sabiam o que estavam a fazer.

12, Salvo melhor juízo, o ponto de contato mais saliente entre a Ciência Oculta e as religiões em geral possa ser resumido na seguinte Regra Espiritual de Conduta: Não importa a quem, faça sempre o bem. O fato é que nós, espiritualistas ou não, sempre poderemos fazer alguma coisinha pelos outros. Boa vontade não é regalia de religioso ou de místico. Aliás, por incrível que possa parecer, eu conheci mais agnósticos e materialistas magnânimos e filantropos do que religiosos de carteirinha, que, geralmente... E quando um religioso boçal, fanático e mentalmente raquítico dá de segregar (com o objetivo de isolar e de evitar contato) quem – segundo seu entendimento fanático, esquisito, extravagante, excêntrico e sei lá mais o quê – não faz parte do povo de Deus de quem faz, quem não está salvo de quem já está, quem vai para a geena de quem vai para o éden, quem não será arrebatado de quem será, quem isto de quem não-isto, quem aquilo de quem não-aquilo et cetera e tal, aí, então, é que a coisa fica mesmo insuportavelmente preconceituosa, sendo um exemplo de aquela coisa horrorosa que se poderia denominar de má espiritualidade (antiespiritualidade). No fundo, má espiritualidade é sinônimo de crueldade. Entretanto, o pior de tudo não é o fato como puro e simples fato, mas, sim, de as pessoas não terem a mais leve consciência das suas boçalidades, dos seus fanatismos e das suas carências de vitamina D mental. Só morrendo ou indo para o raio que o parta é que pessoas assim (ignorantes, boçais, fanáticas e mentalmente raquíticas) verão o rabo torcido da porca e a creature from the black lagoon (que elas mesmas pariram de parto normal e amamentaram em suas tetinhas).

 

Creature From the Black Lagoon

 

13. Se eu tivesse que escrever esta frase, poria a coisa desta maneira: A continuidade da existência depende total e necessariamente da questão da compreensão. Na verdade, espiritualidade (religiosidade) sem compreensão é a mesma coisa que nada, pois, em geral, acaba desembocando na tal má espiritualidade (antiespiritualidade) que discuti na nota anterior. O exemplo máximo desta má espiritualidade é quem mata em nome de um deus – maniazinha suicida que vem de longe, e que continua até hoje. Admitindo a existência de um deus qualquer, a pessoa que ama mesmo este deus não mata nem uma pulga, pois, a considera sua irmã!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://scififilmfiesta.blogspot.com.br/2014/
01/creature-from-black-lagoon-1954.html

http://paxprofundis.org/livros/illuminati/illuminati.htm

http://s537.photobucket.com/user/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7as-raiz

http://www.gnosisonline.org/antropologia
/as-sete-racas-raizes/

http://7electrons.tumblr.com/post/57819160244
/7electrons-guest-artist-paolo-ceric-paolo-is-a

http://www.sociedadteosofica.es/Libros/
Sinnett_BuddhismoEsoterico.pdf

 

Música de fundo:

Great Buddhist Song

Fonte:

http://www.stafaband.info/download/mp3/
lagu_buddhist_song_its_great_to_give/

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.