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Nota:
1. Como explica o Mahatma
Kut Hu Mi, o 'Devachan'
é um estado, digamos, de intenso egoísmo, durante o qual o
Ego (combinação do Sexto e Sétimo Princípios)
colhe a recompensa do seu altruísmo na Terra. Está completamente
mergulhado na felicidade de todos os seus afetos pessoais, preferências
e pensamentos terrenos, e recolhe o fruto de suas ações meritórias.
Nenhuma dor, nenhuma pena e nem mesmo a sombra de uma aflição
obscurecem o brilhante horizonte de sua incontaminada felicidade, porque
é um estado de perpétuo 'mâyâ'. Vai ao 'Devachan'
o ego pessoal, mas beatificado, purificado, santificado. Todo Ego que, depois
do período de gestação inconsciente, renasce no 'Devachan'
é necessariamente tão puro e inocente como uma criança
recém-nascida. O fato de haver renascido comprova, já por
aí, a preponderância do bem sobre o mal em sua velha personalidade.
E, enquanto o 'karma' (do mal) fica temporariamente suspenso, para segui-lo
mais tarde em sua futura encarnação terrena, ele só
leva ao 'Devachan' o 'karma' de suas boas obras, palavras e pensamentos...
Todos aqueles que não escorregaram no lodaçal do pecado e
da bestialidade irremediáveis vão para o 'Devachan'... Cada
entidade com quatro princípios recém-desencarnada (seja por
morte natural ou violenta, de suicídio ou acidente, sã ou
insana, jovem ou velha, boa, má ou indiferente) perde toda a recordação
no instante da morte; é mentalmente aniquilada. Dorme o seu sono
'akásico' no 'Kama Loka'. Este estado dura algumas horas, dias, semanas,
meses e, às vezes, até vários anos. Tudo isto conforme
a entidade e seu estado mental no momento da morte, a espécie de
sua morte etc. Esta recordação retornará à entidade
ou Ego lenta e gradualmente até o final da gestação
em forma ainda mais lenta e bastante imperfeita e incompleta ao cascão,
e, completamente, ao Ego no momento de sua entrada no 'Devachan'. E agora,
sendo este último um estado determinado e produzido por sua vida
passada, o Ego não entra nele subitamente, e, sim, emerge nele de
modo gradual e por etapas imperceptíveis. Desde o primeiro alvorecer
deste estado, aparece a vida recém-terminada (ou melhor, é
revivida pelo Ego) desde o seu primeiro dia consciente até o último.
Desde os acontecimentos mais importantes até os mais insignificantes,
todos se desenvolvem diante do olho espiritual do Ego; mas, em contraste
com os acontecimentos da vida real, só permanecem os que são
escolhidos pelo novo vivente (perdoai-me a palavra) que se adere a certas
cenas e atores. Estes ficam permanentemente, enquanto que todos os outros
se desvanecem para desaparecer para sempre ou para retornar ao seu criador:
o cascão. Tratai, pois, de compreender esta Lei tão altamente
importante por ser exatamente justa e retributiva nos seus efeitos. Nada
resta deste passado que ressurgiu, a não ser o que o Ego sentiu espiritualmente
(aquilo que se desenvolveu e viveu por e através de suas faculdades
espirituais), seja o amor , seja
o ódio. Tudo
que estou agora tentando descrever é, na verdade, indescritível.
E assim como nunca dois homens e nem mesmo duas fotografias da mesma pessoa
se assemelham entre si, linha por linha, tampouco se assemelham dois estados
no 'Devachan'. A não ser que seja um Adepto, que pode experimentar
tais estados em seu próprio 'Devachan' periódico, como se
pode esperar que alguém forme uma imagem correta do mesmo? Portanto,
não existe contradição ao dizer que o Ego, uma vez
renascido no 'Devachan', retém por certo tempo, proporcional à
sua vida terrestre, uma recordação completa de sua vida (Espiritual)
na Terra... No último momento, toda a vida se reflete em nossa memória,
e emerge de todos os escaninhos e recantos esquecidos, quadro após
quadro, acontecimento após acontecimento. O cérebro moribundo
desaloja a memória com um forte impulso supremo, e a memória
devolve, com fidelidade absoluta, cada uma das impressões que lhe
foram confiadas durante o período da atividade cerebral. Aquelas
impressões e aqueles pensamentos que foram mais poderosos se tornam
naturalmente os mais vívidos, e sobrevivem, por assim dizer, a todo
o resto que agora se desvanece e desaparece para sempre, para reaparecer
unicamente no 'Devachan'. Nenhum homem morre insano ou inconsciente, como
asseguram alguns fisiólogos. Mesmo um louco ou alguém em um
ataque de 'Delirium Tremens' terão o seu instante de perfeita lucidez
no momento da morte, ainda que sejam incapazes de manifestá-lo aos
presentes. O homem pode, muitas vezes, parecer que está morto. Entretanto,
desde a sua última pulsação – desde e entre a
última batida de seu coração e o momento quando a última
partícula de calor animal deixa o corpo – o cérebro
pensa e o Ego revive, nestes breves segundos, toda a sua vida. Falai em
voz baixa, vós que estais juntos a um leito de morte e estais diante
da solene presença da Morte. Em especial, deveis vos manter silenciosos
justamente depois que a Morte tenha colocado a sua viscosa mão sobre
o corpo. Falai em sussurros, eu vos digo; do contrário, ireis perturbar
a calma onda de pensamento e dificultareis o afanoso trabalho do Passado
vertendo os seus reflexos sobre o Véu do Futuro... Muitas das comunicações
espirituais subjetivas – a maior parte delas quando os sensitivos
têm mente pura – são reais. Mas, é muito difícil
para um médium não-Iniciado fixar em sua mente as imagens
autênticas e corretas do que vê e ouve. Alguns dos fenômenos
chamados de psicografia (embora mais raros) são também reais.
O espírito do sensitivo tornando-se odilizado, por assim dizer, pela
aura do Espírito no 'Devachan', torna-se, por uns poucos minutos
aquela personalidade que partiu e escreve com a letra desta última,
em sua mesma linguagem e com os mesmos pensamentos que teve durante a sua
vida terrestre. Os dois espíritos se mesclam, e a preponderância
de um sobre o outro durante estes fenômenos determina a preponderância
da personalidade nas características mostradas em tais escritos,
e no 'transe falante'. O que chamais de 'comunicação mediúnica'
é simplesmente uma identidade de vibração molecular
entre a parte astral do médium encarnado com a parte astral da personalidade
desencarnada... O Sexto Princípio do homem, como algo puramente espiritual,
não poderia existir ou ter existência consciente no 'Devachan',
a menos que houvesse assimilado alguns dos mais puros e abstratos atributos
mentais do Quinto Princípio ou Alma Animal: seu 'Manas' (mente) e
memória. Ao morrer o homem, o seu Segundo e Terceiro Princípios
morrem com ele; a tríade inferior desaparece e os Quarto, Quinto,
Sexto e Sétimo Princípios formam o sobrevivente Quaternário.
Daí em diante, é uma luta de 'morte' entre as dualidades Superior
e Inferior. Caso vença a Superior, o Sexto Princípio, tendo
atraído para si, do Quinto, a Quinta-essência do Bem, seus
mais nobres afetos, as mais santas (ainda que sejam terrenas) aspirações
e as partes mais espiritualizadas de sua mente seguem o seu Divino Ancião.
O Sétimo Princípio permanece associado como uma casca vazia
(a expressão é perfeitamente correta) que vagueia pela atmosfera
terrestre com a metade da memória pessoal desvanecida e os instintos
mais brutais plenamente vivos por certo tempo – um 'Elementar', em
última palavra. Este é o guia angélico do médium
comum. Se, por outro lado, é a Dualidade Superior a derrotada, então
é o Quinto Princípio que assimila tudo o que resta no Sexto
Princípio, de recordações pessoais e de percepções
individuais. Mas, com toda esta bagagem adicional, ele não permanecerá
no 'Kama Loka' – o 'Mundo do Desejo' da atmosfera de nossa Terra.
Em muito pouco tempo, como uma palha flutuando dentro da atração
dos vórtices e covas do 'Maelstron' (sorvedouro), é atraído
e aprisionado no grande remoinho de Egos humanos, enquanto o Sexto e o Sétimo
Princípios (que constituem, em si, a Mônada Eterna e Imperecível,
mas, também, inconsciente), convertidos agora em uma Mônada
puramente espiritual e individual sem vestígios da última
personalidade e não tendo um período regular de 'gestação'
que atravessar (pois não há mais um Ego Pessoal purificado
para renascer) – após um período de repouso inconsciente,
mais ou menos prolongado, no espaço ilimitado – se achará
encarnada em outra personalidade no próximo planeta. Quando chega
o período de Plena Consciência Individual – que precede
o de Absoluta Consciência no 'Paranirvana' – aquela existência
pessoal perdida se torna como que uma página arrancada do Grande
Livro de Vidas, sem que reste nem uma palavra solta que assinale a sua ausência.
A Mônada purificada não a perceberá nem a recordará
na série de seus nascimentos passados, o que aconteceria se tivesse
ido ao Mundo das Formas ('Rupa Loka'). A sua visão retrospectiva
não perceberá nem o mais leve sinal indicador de que tenha
existido... Em favor do gênero humano, devo dizer que esta supressão
total de uma existência dos registros do Ser Universal não
ocorre tão freqüentemente a ponto de representar uma grande
porcentagem. De fato, à maneira do 'idiota congênito', muito
mencionado, tal coisa é um 'lusus naturæ' – uma exceção,
não a regra... O Espírito ou as emanações puras
do Uno formam com o Sétimo e o Sexto Princípios a Tríada
Superior. Nenhuma das duas emanações é capaz de assimilar
nada que não seja bom, puro e santo; daí decorre que nenhuma
recordação sensual, material ou pecaminosa possa acompanhar
a memória purificada do Ego na Região de Bem-aventurança.
O Karma advindo destas recordações de más ações
e maus pensamentos atingirá o Ego quando ele muda a sua personalidade
no próximo mundo das causas. A Mônada ou Individualidade Espiritual
permanece sem mancha em todos os casos. Não há tristeza nem
dor para aqueles que nascem ali (no 'Rupa Loka' do 'Devachan'), pois esta
é a Terra Pura. Todas as regiões do espaço possuem
estas Terras ('Sakwala'), mas, esta Terra de Bem-aventurança é
a mais pura. No 'Jnana Prasthâna Shastra' está dito: 'pela
pureza pessoal e ardente meditação, nós transcendemos
os limites do Mundo do Desejo e entramos no Mundo das Formas'... 'Bardoé'
o período entre a morte e o renascimento, e pode durar de uns poucos
anos até um 'kalpa'. Ele é dividido em três subperíodos:
1º) quando o Ego, livre do seu envoltório mortal, entra no 'Kama
Loka' (a morada dos Elementares); 2º) quando entra no seu Estado de
Gestação; e 3º) quando renasce no 'Rupa Loka' do 'Devachan'.
O subperíodo (1) pode durar de uns poucos minutos até a alguns
anos. A expressão 'alguns anos' se torna enigmática e inteiramente
inútil sem uma explicação mais completa. O subperíodo
(2) é 'muito grande' como dizeis, às vezes mais prolongado
do que possais mesmo imaginar, entretanto, proporcional ao vigor espiritual
do Ego. O subperíodo (3) dura em proporção ao bom Karma,
após o qual a Mônada é novamente reencarnada... Suicidas
e moretos por acidente: Ambas as espécies podem se comunicar
e ambas terão que pagar caro por tais visitas. E agora tenho novamente
de explicar o que quero dizer. Bem, esta classe é a que os espíritas
franceses chamam de 'Espíritos Sofredores'. São uma exceção
à regra, pois terão que permanecer dentro da atração
da Terra e em sua atmosfera – o 'Kama Loka' – até o momento
final que teria sido a duração natural das suas vidas. Em
outras palavras: aquela onda particular de evolução da vida
tem que prosseguir para a sua margem. Mas, é um pecado e uma crueldade
reviver a sua memória e intensificar o seu sofrimento ao lhes dar
uma oportunidade de viver uma vida artificial; uma possibilidade de sobrecarregar
o seu 'Karma', tentando-os a que penetrem em portas abertas, isto é,
médiuns e sensitivos, pois irão pagar inequivocamente por
tais prazeres. Explicarei. Os suicidas que, tolamente querendo escapar da
vida, encontram-se ainda vivos, têm bastante sofrimento reservado
e que os aguarda nesta mesma vida. Seu castigo [aprendizado]
está baseado na intensidade de tal vida. Tendo perdido, em conseqüência
de sua irreflexiva ação, seus Sexto e Sétimo Princípios
(ainda que não seja para sempre pois poderão recobrá-los),
em vez de aceitar o seu castigo e aproveitar as suas oportunidades de redenção,
eles, inúmeras vezes, são levados a lamentar a vida e tentados
a reconquistar o controle sobre ela por meios pecaminosos. No 'Kama Loka'
– a terra dos desejos intensos – eles podem somente satisfazer
os seus desejos terrenos mediante um substituto vivente; e fazendo isto,
na expiração do seu prazo natural de vida, eles, geralmente,
perdem para sempre a sua Mônada. Quanto às vítimas de
acidentes, seu destino é ainda pior. A menos que tenham sido tão
bons e puros para serem atraídos imediatamente para dentro do 'Samadhi
Akásico' – isto é, cair em um estado de tranqüila
letargia, um sono cheio de rosados sonhos durante o qual eles nada recordam
do acidente – movem-se e vivem entre os seus amigos e cenas familiares
até que o seu prazo normal de vida extinga, quando eles, então,
descobrem-se nascidos no 'Devachan'. Mas, se foram pecadores e sensuais,
um lúgubre destino os espera: vagueiam como sombras desditadas (não
são cascões), pois a sua conexão com os dois princípios
mais elevados não está completamente partida, até que
venha a hora da morte. Cortada a vida em pleno fluxo de paixões terrenas
que os liga a cenas familiares, eles se deixam seduzir pelas oportunidades
que lhes oferecem os médiuns de gratificar tais paixões por
intermédio deles. São os chamados pishachas
[demônios carnívoros], íncubos e súcubos
dos tempos medievais – demônios da embriaguez, da gula, da luxúria
e da avareza – elementares de intensificada astúcia, perversidade
e crueldade que provocam as suas vítimas a cometer crimes horrendos
e que gozam quando isso ocorre! Não só arruínam as
suas vítimas, mas, também, estes vampiros psíquicos
são arrastados pela corrente de seus impulsos da aura da Terra até
regiões onde, durante milênios, terão que suportar agudos
sofrimentos até a sua total destruição. Mas, caso a
vítima do acidente ou da violência não seja nem muito
boa nem muito má (uma pessoa comum), então, poderá
acontecer o seguinte: um médium pode atraí-la e criar-lhe
as mais indesejáveis das coisas: uma nova combinação
de 'Skandhas' e um novo e mau 'Karma'. 'A Natureza vomita os frouxos pela
sua boca' significa apenas que ela aniquila os Egos pessoais deles (não
os cascões, nem tão pouco o Sexto Princípio) no 'Kama
Loka' e no 'Devachan'. Isto não lhes impede de renascer imediatamente;
e se suas vidas não foram muito, mas, muito más, não
há razão para que a Eterna Mônada não encontre
a página desta vida intacta no Livro da Vida.
Música
de fundo:
Just One of Those Things
Compositor: Cole Porter (para o musical Jubilee)
Interpretação: Frank Sinatra
Fonte:
http://mp3.li/index.php?q=Tony%20Bennett%20
-%20Just%20One%20Of%20Those%20Things
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Narcisismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_%C3%89dipo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_Electra
http://paxprofundis.org/livros/devachan/devachan.htm
http://artie.com/credits.htm
http://johncarlosbaez.wordpress.com/
2013/12/03/rolling-hypocycloids/
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