ANSIEDADE
(Um Obstáculo entre o Homem e a Felicidade)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Cecil A. Poole

 

 

 

Este estudo é uma compilação de alguns fragmentos da obra Ansiedade (Um Obstáculo entre o Homem e a Felicidade), de autoria de Cecil A. Poole (11 de agosto de 1907 – 16 de julho de 1989), o homem de doce e místico olhar que serviu à Ordem Rosacruz AMORC por quase seis décadas, tendo ocupado os cargos de conferencista itinerante oficial, Diretor da Divisão Latino-americana, Supremo Secretário, Supremo Tesoureiro e, finalmente, Vice-presidente da Ordem. Espero que os fragmentos que garimpei nesta obra possam servir para um instante de inspiração mística e de reflexão dialética, para Rosacruzes e para não-Rosacruzes, ainda que o melhor seja ler a obra integralmente. Como bem disse o Frater Cecil, enquanto há vida, é nossa obrigação evoluir. Isto está bem dito, mas, evoluir para onde? O Universo é o que é. Então, sem querer corrigir o Frater Cecil, eu diria que nossa obrigação é tomar consciência das coisas – que, desde sempre, estiveram, estão e estarão impressas em nós. Quem busca do lado de fora perde tempo.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

'A noite se encherá de música, e os cuidados que infestam o dia desmontarão as tendas, como os árabes, e silenciosamente desaparecerão.' (Henry Wadsworth Longfellow, apud Cecil A. Poole).

 

O que ignoramos não nos prejudica; aquilo de que se desconfia é que cria dificuldades.[1]

 

'Em algum lugar do mundo há derrota para todos. Alguns são destruídos pela derrota; outros são apequenados e amesquinhados pela vitória. A grandeza vive em aquele que triunfa igualmente sobre a derrota e sobre a vitória.' (Frase atribuída ao Feiticeiro Merlin, John Steinbeck, apud Cecil A. Poole).

 

 

Merlin

 

 

Quando uma pessoa está preocupada com circunstâncias e reações emocionais básicas, nenhuma resposta a qualquer pergunta, delas originárias, será completamente satisfatória, até que ela parta do íntimo da pessoa. Pode-se ajudar dando alguma orientação, mas, a solução final é da alçada do próprio indivíduo.[2]

 

Maiores ou menores, sempre existirão problemas. Assim sendo, é natural, desejável e imperativo que cada ser humano se esforce para os solucionar. Isto não quer dizer que as soluções finais, fundamentais e satisfatórias sejam sempre alcançadas, mas, inquestionavelmente, as possibilidades para a melhora de qualquer condição aflitiva nunca deixam de estar presentes.[3]

 

 

 

 

Quando alguém, em sua consideração de problemas pessoais, chega ao ponto de só pensar neles, com exclusão da maioria de outros pensamentos – em particular os de natureza construtiva então, mais um problema surge além dos existentes: o de usar os próprios atributos somente para se preocupar.

 

Uma análise cuidadosa de um problema requer que se desça às questões básicas que o formaram, de tal sorte que o problema seja separado em suas partes componentes, de modo que se possa lidar com ele separadamente.

 

 

 

 

Até aqui, com relação a tudo isto, a pessoa deveria se perguntar: será que não estarei realçando demais a importância deste problema? Não terei perdido posições no passado que, talvez, possa perder novamente? Não acabará este problema sendo resolvido de uma forma ou de outra? É razoável que eu me preocupe até o desespero?

 

'A preocupação é um pequeno fluxo de medo que percorre a mente.' (Jacob Morton Braude, apud Cecil A. Poole). Se não houvesse medo, não haveria preocupação.

 

Quem se preocupa de maneira crônica e inconsciente relaciona todas as suas experiências e a maioria das suas atividades com suas preocupações.

 

A compreensão é a chave para a eliminação do medo que, por sua vez, contribui para a eliminação da preocupação.[4]

 

Mudança Retificação de Erros Passados + Continuação. Todavia, o futuro, independentemente de como possa vir-a-ser, é inevitável.

 

'Se desejas tornar alguém rico, não aumentes sua reserva em dinheiro, mas, diminui seus desejos.' (Epicuro, apud Cecil A. Poole). Mas, o fato é que tendo que escolher entre mais dinheiro e menos desejos, as pessoas, em geral, escolhem a primeira alternativa. Todavia, como disse São Paulo, 'o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal.' Isto significa que a raiz do mal está no proceso, não na posse em si.

 

A opulência, em geral, faz com que o opulento não seja tão cônscio das necessidades dos outros.

 

 

 

 

Os seres humanos comuns, no chamado mundo civilizado de hoje, trabalham freneticamente e usam toda energia possível para obter posses materiais que, segundo julgam, lhes darão melhor situação [e status]. Tais pessoas, na realidade, trabalham umas contra as outras, e não no interesse comum da Humanidade. Elas lembram um grupo descontrolado de animais que não se interessa pelas necessidades dos outros.[5]

 

A posse exagerada, desmesurada e abusiva sempre leva a se querer possuir mais... Mais... Mais... Entretanto, a pobreza em circunstâncias extremas é degradante.

 

 

 

 

Seja como for, sejam as pessoas ricas ou pobres, deverão se esforçar para compreender os verdadeiros valores universais. [A riqueza sem compreensão equivale a pobreza sem compreensão, e o desastre é o mesmo nos dois casos.]

 

O homem é o guardião do seu irmão é uma Lei Cósmica. Vida é Unidade. Homem algum está sozinho. Nenhuma pessoa é uma ilha. Portanto, aquilo que faz um sofrer também traz sofrimento e angústia para todos. Aquele que não é capaz de aliviar o sofrimento do seu semelhante é incapaz de aliviar o seu próprio sofrimento.

 

Dor, angústia e sofrimento tenderão a desaparecer se e quando tivermos plena compreensão dos verdadeiros valores do Universo. [Portanto, a seguinte equivalência está correta: Dor + Angústia + Sofrimento Ignorância.]

 

'O medo é um sofrimento maior do que o acontecimento em si.' (A Ti Concedo, apud Cecil A. Poole).

 

Preocupar-se se a raça humana será ou não eliminada pelas armas poderosas de hoje [armas de destruição em massa ou armas de destruição maciça (ADM) é a designação atribuída a armas nucleares (bomba nuclear, bomba de hidreto de urânio, bomba de nêutrons etc.), químicas (gás mostarda, sarin, cianeto de hidrogênio etc.) e biológicas (Bacillus anthracis, Clostridium botulinum, Orthopoxvirus etc.] é tomar dificuldades emprestadas ao futuro, que, talvez, não passe de um esforço desperdiçado. A energia despendida na antecipação de desastres poderia ser mais bem empregada se aplicada aos meios de controlar o que se teme como sua possível causa.

 

 

 

A melhor maneira de nos garantirmos contra o medo é viver de tal forma o presente, que o futuro produza um mínimo de dificuldades. [Em um conceito: com dignidade.]

 

O presente é o único momento em que temos certeza de estarmos vivos. Seus problemas bastam para o momento, sem que tenhamos de antecipar as dificuldades do amanhã, que são a causa do medo [pânico].[6]

 

Na medida em que nos tornamos cônscios de que os verdadeiros valores do Universo se encontram fora do plano físico, vamos ficando mais aptos anos ajustar às mudanças relativamente aos conceitos e perspectivas mentais. Ao conseguirmos isolar as coisas que são de origem mental das que são de origem física, damos um passo importante no sentido da solução dos problemas que atribulam a nossa vida cotidiana.

 

Solidão Criação Mental Isolamento Mental Desalento Desespero Pessimismo Inibição Ausência do Objeto do Amor Abatimento Tristeza.

 

Nossa personalidade-alma não é um ponto segregado ou independente no Universo, mas, parte de todas as outras personalidades-alma e, principalmente, parte do Todo-sempre-um.

 

Mística e espiritualmente, a solidão, em certas circunstâncias específicas, é extremamente benéfica, totalmente positiva e tem um efeito físico, mental e espiritual definido e definitivo em nós. 'A experiência de grande beleza sempre permanece misteriosamente ligada à experiência de grande solidão.' (Henri Nouwen, apud Cecil A. Poole).

 

'A solidão é a negação do Eu, enquanto o isolamento [temporário] é o requisito prévio para a autodescoberta. A solidão é sintoma de atrofia, ao passo que o isolamento [temporário] é necessário ao crescimento. Jamais deveríamos fugir da oportunidade de, às vezes, estarmos sozinhos, pois, quando estamos sozinhos, e somente então, é que refletimos sobre a existência e recebemos Vida. A solidão é uma derrota, mas, o isolamento [temporário] é um triunfo, pois, abre a porta para um caráter maduro e para uma responsabilidade social [fraterna e concertada].' (Samuel Terrien, apud Cecil A. Poole).

 

Sono Reconstrução. Quanto maior for o desgaste real do organismo maior será a necessidade de dormir.

 

Um excelente exercício é relaxar completamente por trinta segundos três vezes por dia. Relaxar é soltar-se por completo e parar de pensar, na medida em que isto for possível. Pare no meio do trabalho, pare o que estiver fazendo, pare tudo e relaxe por trinta segundos. Só isto.

 

Quanto à insônia, uma coisa que se deve evitar fazer é se preocupar com o fato de não se estar conseguindo dormir. Simplesmente, se a pessoa não está conseguindo dormir é porque o corpo não está precisando de sono, não está realmente precisando descansar. Tenha em mente que a pessoa que tem insônia raramente é prejudicada por ela, se tal acontecer, mas, poderá se prejudicar se se preocupar por não estar dormindo. Enfim, a insônia não é simplesmente um problema noturno; está intimamente ligada ao modo de se viver (adequada ou inadequadamente) as vinte e quatro horas do dia. Insônia eventual não é motivo de alarme.

 

 

 

 

Certeza Absoluta Chave de uma Vida Bem-sucedida e Feliz. Ora, isto não existe. Na verdade, a vida é uma série de incertezas, e o processo de viver não pode ser inteiramente baseado nas certezas planejadas na mente humana. Há circunstâncias sobre as quais temos pouco ou nenhum controle, e com as quais temos de lidar como parte do processo de existência.[7]

 

Se —› Isto se aquilo. Subordinação à ação, mas, poucas coisas são absolutamente certas. A expressão da Natureza, como a interpretamos, é um processo constante de incerteza. O mundo material não perdura eternamente. A mudança (que poderá ser repentina e devastadora) é a única certeza de que podemos estar seguros, e, como seres humanos, dela participamos. Enfim, a evolução se apóia na certeza da mudança. Sem mudança não poderia haver evolução.

 

Os únicos valores eternos são aqueles que partem do nosso Eu Interior.

 

'Uma das maiores calamidades deste mundo seria ficarmos sentados à espera de calamidades. Não devemos deixar que as coisas nos impeçam de fazer o que podemos [e devemos] fazer. Não devemos permitir que possibilidades remotas ou mesmo probabilidades iminentes nos impeçam de prosseguir em frente com toda convicção e todo esforço.' (Richard Louis Evans, apud Cecil A. Poole).

 

Devemos confrontar a incerteza.[8]

 

Ansiedade Repisar acontecimentos correntes, sejam eles do passado imediato, do presente ou do futuro imediato. A preocupação com o futuro é menos uma projeção no tempo do que medo da realização do que é temido no presente.

 

Independentemente de qual possa ser a tendência dos acontecimentos e o seu resultado final, se o homem chegará a uma vida mais satisfatória e mais feliz, depende do quanto usará suas qualidades e capacidades inatas para se adaptar à situação presente.

 

Cobiça + Egoísmo —› Limitação das Fronteiras do Futuro.

 

'Tecemos, por algum processo secreto e silencioso, fio a fio, o padrão espiritual da nossa vida'.[9] (Mary Ellen Chase, apud Cecil A. Poole).

 

Ansiedade Fardo que impede o progresso presente.

 

Acúmulo de Haveres Ilusão Objetiva —› Prisão.

 

Superstição Ignorância Limitação da existência Premissa falsa e artificial Falácia desenvolvida pela tradição, por boatos, por velhas estórias de comadres etc. Escravização mental a idéias que não têm apoio em fatos Interpretação errônea de acontecimentos e fenômenos Incompatibilidade com a Lógica e com o raciocínio crítico Preguiça para raciocinar Incapacidade para ouvir a Voz Interior Conclusão falsa.

 

O pensamento capcioso [caviloso, enganoso, manhoso, ardiloso, astucioso] é a semente da superstição. Há um número gigantesco de indivíduos que se esforça para que os seus semelhantes aceitem diversas formas de a superstição, a fim de os controlar e de os manipular, para que não se libertem da servilidade, do medo e da subordinação psíquica.[10]

 

É a interpretação que o homem dá à religião, e não a religião em si, que cria incertezas, problemas ou ansiedades.[11]

 

Todas as doutrinas religiosas, sejam elas quais forem, estabelecidas pelos sucessores de um fundador religioso, em geral, diferem consideravelmente dos conceitos espirituais originais promulgados pelos fundadores. A formulação desses conceitos depende totalmente da intenção dos intérpretes.[12]

 

Se uma religião qualquer é analisada, se é submetida a estudo analítico, ou se é abordada filosófica e psicologicamente, os verdadeiros elementos que a compõem perdem sua potência.

 

Responder às quatro perguntas seguintes deverá ser o exame sério e sincero de qualquer pessoa que busca ajuda e alívio de uma religião, tanto quanto de aqueles que se propõem a ensinar uma religião. 1ª pergunta: será que a religião fortalece a agudeza do homem com relação à Sabedoria Espiritual [ShOPhIa]? 2ª pergunta: será que a religião oferece uma filosofia que possa preparar o homem para enfrentar dores, tristezas, desapontamentos e problemas da vida na Terra? 3ª pergunta: será que a religião oferece um conceito adequado de valores? 4ª pergunta: será que a religião cria um senso de permanência em contraposição à futilidade?[13]

 

Ansiedade Incerteza.

 

Morte Tão-somente Inevitável Transição.

 

'Quando a morte chega a ti, como a todos aqueles cujas areias da vida escoaram pela ampulheta, ela põe dois dedos sobre teus ouvidos e dois sobre teus olhos, e toca teus lábios sussurrando: Silêncio!' (Um Místico Sufi, apud Cecil A. Poole).

 

A transição, em si, é o Silêncio. Silêncio das funções físicas, dos desejos, do tumulto e da incerteza. Bem-aventurado Silêncio!

 

'O Poder vem do Silêncio Profundo...' (Joyce Hifler, apud Cecil A. Poole).

 

A Verdadeira Religião é a percepção do nosso Deus Interior.

 

Cala-te! Saibas que Eu-sou Deus!

 

O homem acabará conscientemente compreendendo que há uma Força maior do que ele, e com A qual está intimamente ligado.

 

 

 

Parei de me Aviltar

 

 

 

Eu me preocupava

com a preocupação

de só me preocupar.

Um dia, eu cogitava,

e ouvi meu Coração:

Pare de se aviltar!

 

E eu, que ruminava,

eu deliberei que iria voar.

Detonei a minha aldrava,

enchi meu Eu de emoção,

conjuguei o verbo libertar!

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Isto é assim, em termos; mas, não é sempre assim. Por exemplo, se, por ignorância, tentarmos apagar o fogo jogando água em uma panela que se incendiou, poderemos sofrer ferimentos gravíssimos e até morrer com a explosão que decorrerá. E o desconhecimento da lei ou sua interpretação errônea não autorizam o respectivo descumprimento. Quem, por exemplo, recebe carteira nacional de habilitação das mãos de um despachante sem prestar o devido exame de habilitação perante o DETRAN sabe, ou deveria saber, ser falso o documento, não podendo alegar erro de tipo, que é o que incide sobre algum dos elementos do tipo pena. Pode recair sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou sobre dados secundários da norma penal incriminadora. Exemplo clássico de erro de tipo é o do caçador que atira em direção ao que supõe ser um animal bravio, matando outro caçador.

2. Em um texto que publiquei há algum tempo, afirmei: ficar abelhudando e ouvindo os problemas dos outros e dando pitacos é um perigo. Se este troço fosse bom e rentável, em cada esquina haveria uma quitanda com pitaqueiros vendendo pitacos. Idiossincrasias e manias, TOCs, medos, transtornos, angústias, dúvidas etc. devem ser tratados por especialistas em seções de terapia, e ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de perguntar nada sobre a relação terapeuta-terapeutizando. Isto é, no mínimo, falta de respeito.

3. Eu-sou Deus; Deus sou-eu. Em mim, estão as soluções para todos os problemas.

4. Na verdade, a compreensão é a chave de tudo. Jamais poderá haver libertação do que quer que seja sem compreensão.

5. Já disse e vou repetir: para alguém ter lucro e enriquecer alguém terá que perder e empobrecer. Qualquer que seja a forma de lucro embute sempre mais-valia e miséria. Particularmente, no que concerne ao mundo ocidental, no qual prevalece a Religião Católica, de forma geral, os católicos adoram professar sua fé, mas, o que menos fazem – quando fazem! – é seguir a Doutrina do Crucificado. O raciocínio é mais ou menos este: Jesus era um cara muito legal; mas, essa coisa de pobreza não tá com nada. Eu quero é me arrumar e me dar bem.

6. Transtorno do Pânico ou Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por um intenso medo e/ou mal-estar com sintomas físicos e cognitivos que se iniciam de forma brusca e alcançam intensidade máxima em cerca de cinco minutos, causando medo de morrer persistente e recorrente, o que aumenta a chance de outros ataques. No Brasil, cerca de 1% da população tem um ataque de pânico por ano, e 5% dos adultos relatam já terem tido pelo menos um ataque de pânico na vida, 1% acompanhado de agorafobia (medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão).

 

 

Transtorno do Pânico ou Síndrome do Pânico

 

7. O que poderiam fazer os japoneses frente ao tsunami que atingiu 23 metros de altura e que devastou a costa nordeste do Japão e fez desaparecer povoações costeiras inteiras, gerado por um violento sismo de magnitude 8.9 na Escala Richter (também conhecida como Escala de Magnitude Local), em 11 de março de 2011, com um saldo de 6.405 mortos confirmados, 10.259 desaparecidos e 2.409 feridos? Nada. Mas, houve um tsunami pior e mais violento registado no Japão que ocorreu na seqüência de um sismo, em 1896, e que atingiu a altura de 38,2 metros. É isto: há circunstâncias sobre as quais temos pouco ou nenhum controle. O máximo que pode(re)mos fazer é nos precautelarmos tentando suavizar as inevitabilidades inevitáveis, isto porque há certas inevitabilidades que poderão se tornar evitáveis. Mas, como abdicar, renunciar e abrir mão de determinadas escolhas é difícil, então...

 

 

Propagação de um Tsunami
– Quando a onda entra em águas rasas,
o comprimento da onda diminui
e sua amplitude cresce significativamente –

 

8. Ou confrontamos as incertezas da vida ou nos tornaremos escravos do medo, da insegurança e da indecisão.

9. Este processo secreto e silencioso não é nada mais nada menos do que a Lei da Causa e do Efeito. Ora, somos hoje o que fomos ontem, e seremos amanhã o que formos hoje. Quanto a isto, não há jeitinho, milagre, desculpa, pretexto ou subterfúgio.

10. Como disse Cecil A. Poole, infelizmente, a religião está apenas um grau distante da superstição. Se você assistir a um desses milhares de cultos televisivos (não importa a religião, pois, são todas iguais), verá, sem qualquer esforço, que esses pregadores marca barbante, repetidamente, em suas pseudoprédicas, escarafuncham profundamente os medos, as angústias e as superstições das pessoas, ameaçando com o inferno e o ataque de mil demônios àqueles que mijarem fora do penico que eles mesmos construíram. Mas, neste penico, não cabe urina; mas, grana viva – isto é, dízimos, ofertas, contribuições, colaborações, pagamentos via boleto bancário etc. – que nada mais é do que tentar fazer negócio com Deus para obter todo tipo de sei-lá-o-quê. Agora, pior, muito pior, é cobrar o trízimo! Se você não acredita, por favor, confira aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=YhJDFa0e210

11. Particularmente, no caso da Religião Católica, as distorções que aconteceram ao longo dos séculos, como não poderia deixar de ser, sempre tiveram um só objetivo: manter sob domínio a mente dos fiéis. E, para isto, as adulterações, incluíram até as palavras de Jesus, o Cristo. Já comentei (e repetirei) que, em Mateus XXVII, 46, lê-se: Eli, Eli, lamma sabacthani? Em Marcos XV, 34, está escrito: Eloi, Eloi, lamma sabacthani? Estas duas frases, de sentido idêntico, têm sido traduzidas por Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Todavia, ou esta frase tem um sentido oculto, ou as palavras foram mal interpretadas, ou as duas coisas. A transliteração hebraica dos dois Evangelhos e os manuscritos gregos estão corretos, e não existe margem para dúvida ou discussão. Mas, o sentido – o verdadeiro sentido – é outro, e diametralmente oposto do que foi admitido, ou seja: Deus meu, Deus meu, como me glorificaste! Já no versículo primeiro do Salmo XXI está registrado ALI, ALI, LMH HhZBTh-NI?, que significa: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Fica a pergunta: por que a falsidade consentida (e mantida) na tradução? Simplesmente porque a frase ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI! era a fórmula final esotérica e sacramental dos Ritos Iniciáticos do Antigo Egito, e era pronunciada após terríveis provas de Iniciação nos Mistérios (ditos pagãos). Aceitar e traduzir a frase corretamente, equivaleria a admitir que Jesus havia sido um Iniciado. IESCHOUAH. A frase Deus meu, Sol meu, esparziste sobre mim os Teus fulgores! era a exclamação derradeira proferida pelo Iniciado, quando, então, era já considerado como Filho e Glorioso Eleito do Sol. Enfim, como os teólogos poderiam justificar a tradução correta perante a Cúria e ante a própria incipiente confraria católica? Admitir a Frase Iniciática implicaria em, obrigatoriamente, reformular os descaminhos que o movimento religioso que encontrou amparo nas doutrinas do Crucificado, estava então palmilhando, principalmente após o Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d. C., no qual, entre outras apócopes e distorções, foram suprimidas, por bula papal, a preexistência da personalidade-alma e a Lei da Necessidade (Reencarnação). E nunca mais se comentou ou estudou o pensamento de Orígenes – o Papa Iniciado. O que, por outro lado, deve ficar registrado, é que, independentemente de todas as distorções, adulterações, supressões e equívocos, há uma perene Igreja Eterna (oculta e iniciática), que guarda zelosamente o Conhecimento Primordial, e vive na sua integralidade as Doutrinas Secretas de Jesus. De passagem – e a bem da verdade – a supressão autoritária da Lei na Necessidade interessou superlativamente a Teodora, esposa de Justiniano, que ao ceder aos apelos da antiga cortesã, cometeu, em associação com alguns membros da Cúria despótica daqueles tempos (bispos ortodoxos do Oriente), um dos maiores absurdos contra o Esoterismo Tradicional. Pergunta: seria possível, hoje, serem suprimidas, por qualquer decreto, as leis da gravitação, do eletromagnetismo e da radiatividade? De qualquer forma, no Evangelho (apócrifo) de Felipe, versículo 72, a frase iniciática ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI está assim escrita: Deus meu! Deus meu! Por que, Senhor, tanto me glorificas? Este é apenas um exemplo das milhares de maldades praticadas contra a Humanidade, que, não tendo como confirmar as esdruxulices teológicas que lhes são impingidas, como manada, vai, lamentavelmente, se deixando conduzir sem questionamento. Na verdade, esses teólogos adulterosos querem porque querem que os seres-no-mundo continuem pobres de espírito, para poderem ser subjugados. E isto vem de longe, pois, para o biblicista São Jerônimo (347 – 420), que redigiu a Vulgata entre fins do século IV e início do século V, a pedido do Papa Dâmaso I (305 – 384), os bem-aventurados são os pobres de espírito, os boçalizados e embrutecidos que não sabem nem querem saber (e, se bobear, têm raiva de quem sabe umas coisinhas), os descansados e dorminhocos, enfim, são os que entregam sua salvação à vontade dos guias, dos imperantes e dos dominadores, submetendo-se resignadamente, por espírito tríplice de acomodação/conformismo, de humildade e de renúncia, a todos os dogmas, ordens, doutrinas, leis e prescrições. O Gnóstico não se conforma, sob nenhuma alegação, nem com a ignorância, nem com a submissão, nem com a pobreza de conhecimento, e, como Mendigo (Ptokhoi), busca o Espírito (Pneumati), procurando-O até encontrá-Lo. E assim, Makarioi hoi Ptokhoi tô Pneumati são os verdadeiros Bem-aventurados – os Ptokhoi tô Pneumati, os Mendigos que buscam o Espírito os que procuram por si a elevação intelectual e moral – o Conhecimento Superior que levará, de vida em vida, à Libertação e à Imanência Divina. Enfim, como adverte Cecil A. Poole, supor que os fundadores das religiões ensinaram as doutrinas artificiais hoje existentes e agora estabelecidas é ridículo. Em nenhuma parte do Segundo Testamento, por exemplo, Jesus ensina ou estimula que se façam negócios com Deus. Isto é coisa mesmo de pregadores marca barbante, que só têm um objetivo: mamar nas tetas do rebanho.

12. Santo Agostinho de Hipona (Tagaste, 13 de novembro de 354 – Hipona, 28 de agosto de 430) teorizou que, devido ao pecado original, os recém-nascidos, que morrem sem ser batizados serão envolvidos na mais branda condenação de todas, no entanto, não poderiam ser realmente elevados ao paraíso por ainda carregarem o pecado primário de Adão. Um concílio de bispos da África do Norte, que incluiu Agostinho de Hipona, reunido em Cartago em 418 não professou explicitamente a favor da visão de Agostinho sobre o destino das crianças que morrem sem batismo, mas, os padres latinos dos séculos V e VI adotaram sua posição, o que se tornou um ponto de referência para os teólogos latinos na Idade Média. Em 2005, o Papa Bento XVI convocou cerca de trinta teólogos para que fosse feita uma espécie de "reengenharia celestial" e revisar o conceito do limbo na Teologia Católica. Finalmente, em abril de 2007, a Comissão Teológica Internacional, que reporta à Congregação para a Doutrina da Fé, emitiu um documento afirmando que o limbo infantil não passaria de uma hipótese e que nunca foi um dogma, e que Deus, no seu grande amor e misericórdia, assegurará que as crianças não batizadas desfrutem da vida eterna com Ele no céu. O papa Bento XVI confirmou o documento e assegurou que as almas que não tiverem cometido pecados graves irão para o céu, mesmo que não tenham sido batizadas.

13. Li atentamente estas perguntas, e respondi não à todas elas.

 

Música de fundo:

Law and Order Theme Song
Composição: Mike Post

Fonte:

http://www.mp3olimp.net/law-and-order-theme/

 

Bibliografia:

POOLE, Cecil A. Ansiedade um obstáculo entre o homem e a felicidade/Cares that infest between man and happiness. 1ª edição. Tradução da Equipe Renes e de Edmond Jorge. Coordenação de Maria A. Moura. Biblioteca Rosacruz; volume XXV. Rio de Janeiro: Editora Renes, 1979.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://paxprofundis.org/livros/fragnose14/fra.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tsunami

http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=
1809576&dossier=Terramoto%20no%20Jap%E3o

http://anguishedrepose.com/2011/10/25/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Agorafobia

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Transtorno_do_p%C3%A2nico

http://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADola

http://www.sodahead.com/

http://menugget.blogspot.com.br/2013/01/
producing-animated-gifs-and-videos.html

http://www.majicalyouth.co.uk/eco-centre.html

http://www.ebah.com.br/content/
ABAAABiBkAH/14-aula-erro-tipo

 

Direitos autorais:

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